Forma

Foto de Carla Trein

Já fui guerreiro

Já fui guerreiro,
Um bravo e habilidoso guerreiro.
Nunca perdi uma luta.
Sempre comemorei minhas vitórias.
A tribo se pintava e aguardava sempre
Minha esplendorosa chegada,
Cheias de aventuras.

Conquistei o mundo,
O meu mundo,
Da minha forma.
Conquistei o respeito
E a vontade de viver.
Alimentei meus filhos,
Minha família,
Minha tribo...

Mas, quando a noite chegava,
Eu tinha medo...
Sentia-me só.
Meu pajé,
Sempre me orientou:
Que o medo dava um sentido de alerta aos bravos guerreiros.

Mas eu, não tinha medo da noite,
Dos espíritos da floresta
Muito menos de outros guerreiros
Tinha medo da solidão
Do oposto, do sublime.
Tinha medo do sentimento,
Das emoções, do sofrimento.

Depois de tantas batalhas,
Exatamente uma batalha,
Perdi parte do meu coração.
Um guerreiro bravo e vistoso o cortou,
E carregou-o como um troféu.
Em sua aldeia todos comemoravam
Menos ela,
Com seu olhar parado
Em um perdido horizonte
Com sua pele queimada
E seus negros cabelos
Deixava rolar uma lágrima;
Apenas uma lágrima
No canto de seu olho esquerdo;
E apertava o seu peito
E seu ventre
Com tanto desespero
Que todos perceberam.
Então ela saiu correndo
Entranhou na profunda floresta
Clamando por meu nome
E eu, escutava
E me lembrava de nossas noites
Onde a mãe lua nos abençoava
E quando chovia
Era o suor de nossos corpos
Escorrendo para o rio.

Ela se perdeu,
Na imensidão da floresta,
Se perdeu.
E lá deixou
A metade de seu coração
Enterrada na mais profunda raiz de um carvalho
Onde muitas vezes foi o repouso de nossos corpos.
E se juntou,
Aos mais sublimes seres
Com sua tristeza.

Ainda hoje,
Várias vidas depois
Ainda sinto que ela está lá
E continua a derramar
Aquela única lágrima
Que escorre pela sua iluminada face
Que sempre foi radiante
Como o Deus sol.

Mas também, às vezes,
Vejo-a correndo por dentre as matas
Rindo, rindo, rindo
Como costumávamos a fazer
E quando ela chega à beira do rio
E fica nua como o mais encantador ser
Entra na água
E banha-se,
Só ela e a lua
E depois, desaparece,
Debaixo de uma imensa cachoeira.

Isso virou um ritual
E desde então,
Todas as noites são assim
Ela me ama...
E eu morro afogado nas águas cristalinas de um rio...
Debaixo de uma grande cachoeira.

Foto de jeffersonjqueiroz

Bomba Atômica

O que sinto não cabe na métrica
Dos poemas.
Não sinto o que sinto
Em rimas!
Meu amor não priva pela forma.
O que sinto não está definido
Nas paginas do dicionário.
A estética do meu amor é
disforme.

Não te amo em sonetos.
Meu amor é mais bruto,
Feito de carne, sangue e
Suor.
É como um eclipse
Que me venda os olhos por alguns minutos.

Amo-te então
Com a mesma força
Do sol,
Que nos proporciona
Envelhecimento precoce
E câncer de pele
Ao mesmo tempo que nos ilumina e
Aquece.

Amo-te então
cada dia um pouco mais.
Estão sendo injetadas em mim,
Diariamente,
doses suas
e
às vezes
são doses cavalar.

Então
chegará o dia em que
não caberá em mim tanto amor.

Então,
neste dia,
tornar-me-ei
uma bomba atômica.

Foto de Emerson Mattos

Poeta

Autor: Emerson
Data: 23/03/06

Concentrar e pensar
A caneta, vou usar
Escrever e rimar
O poema, vou formar

As palavras, rebuscar
Para poder impressionar
Florear, embelezar
Escrever para encantar

Tenho o poder
De fazer sorrir
De fazer chorar
De fazer emocionar

Sou poeta
Sou escritor
Escrevo o que presta
Buscando o amor

Da vida eu vou falar
De forma a encantar
Ou então vou retratar
Pra fazer chorar

Estrofes e versos
Eu faço rimar
Se não tem a rima
Vou ter que buscar
Colocações certas
Pra admirar

Amantes vão enxergar
Nos versos realidade
Logo vão se emocionar
Vendo a veracidade

Eu retrato o amor
O sofrimento, a dor
Sou poeta, escritor
Também amo
E sofro a dor

Foto de M.Veríssimo

…De Olhos Fechados…

De olhos fechados…
Colho-te com mãos de pecado
minha frágil pétala de flor,
de sol vestida, desabrochando
na simples forma de amor...
e com espinhos de pele te afago.

De olhos fechados…
Sinto o teu cheiro envolver-me,
encantando os meus sentidos
deliciando-me com teu sabor,
envolvo-me nos teus tecidos
e lentamente dou a conhecer-me.

De olhos fechados…
Estás-me no sangue escondida
bebendo-me interiormente,
no sentimento cativo em mim,
lenta e inexoravelmente
exaurindo a minha fonte da vida.

De olhos fechados…
Por poder ter-te conhecido
ainda que nunca mais te colha,
ainda que não te volte a ver
só para viver esta escolha
valeu a pena ter nascido.

Foto de Karine K.

Intermitente

Eu me componho ao repensar
como um sopro celeste imaterial
uso as cinzas pálidos temores
e as cores das cartelas de aquarelas idílicas
Eu deixo morrer minhas mentiras sovinas
bem debaixo dos jardins das janelas
assim, meus lírios nascem brancos e puros
em terra regada pelo orvalho matino
Minha forma declamada entona
como pesadelo épico na cabeça de um príncipe
O disforme véu que se faz de traje
acompanha-me para ver os zunidos do precipício
de onde olhares se despontam
a indagar a cor do meu vestido.

Foto de M.Veríssimo

…No Teu Silêncio…

No teu silêncio, transformaste-me
num novo individuo,
numa nova consciência
saindo da concha apertada
sufocante do silêncio gerado
no espaço entre nós.
No teu silêncio cresci,
esperando, aguardando
amadureci no jardim da nossa
relação inexistente,
da nossa relação inacabada,
e jamais concretizada.
No teu silêncio sonhei
por um novo mundo, uma forma
diferente de ver e viver a vida,
mais frontal, mais aberta,
mais livre, onde possamos
estar, onde possamos ser,
um só…
No teu silêncio me tornei um homem.

Foto de M.Veríssimo

Amor...Amor...Dor...Dor...

Antes de acordar do meu sonho,
Meu amor...só existias tu...!
Ondas suaves banhavam meu corpo nu,
Repletas de promessas num mundo risonho.

Amar da forma como nos amávamos
Meu amor...é divina obscenidade,
Odes entoei de pura felicidade
Rodeado pela aura que juntos exalávamos.

Despertei, da tua perda, para a verdade,
Obcecado estava pelo teu calor...
Ri, chorei...escondi a realidade,

Despi-me carnalmente do meu sopor...
Olhei para trás...cheio de saudade,
Resta-me eternamente a dor...!

Foto de InSaNnA

ExPlOsÃo

Tímidos olhos negros
perdidos no infinito
alma em pleno vôo
asas em forma de desejos

pairando na boca,o par de seios
quadril em câmera lenta
baila sobre um corpo víril
ao rítmo do coração;doma receios

sorrisos soltos no espaço
gemidos roubados dos atos
deslizam em carnes abertas
dos corpos dividindo o mesmo abraço

Confundem-se ,as almas selvagens
suores de infinitos lugares
Explosão!A travessia para o paraíso
Enredam-se em seivas, as duas margens

Foto de M.Veríssimo

Lágrimas

Vejo-me em teus olhos como grandes gotas,
escorrendo-te pela face num triste bailado...
exaurido de forças e extremamente cansado
acaricio-te lentamente em lágrimas soltas...

Acompanho-te desde sempre, sem que o saibas,
nessa doce tristeza...nesse triste chorar,
saio de teus olhos para a tua boca beijar,
mau grado o meu, com a língua me esmagas...

O sal de meu corpo, em delicias de sabor
derrete em tua boca, não resistindo ao calor
deste meu caminhar em teu sofrer.

E embora me doa, não sinto a dor...
pois alegra-me esta forma de morrer...
por esse beijo fugaz de prazer...!

Foto de M.Veríssimo

Esse amor que encontrei

I -

Esse amor que encontrei,
na forma subtil do teu corpo...
na subtileza das tuas formas,
na inspiração divina da tua alma
que absorvi em êxtase.

Deste-me a respirar
a tua essência nectarina
doce, afável
e na tua pele melódica
me transcendi,
limpo de mácula.

II -

Apaixonei-me, confesso...
quando finalmente descansei
no teu regaço...
quando a minha cabeça
acaricias-te, enquanto me
sussurravas ao ouvido as
palavras que te iam
na alma...
pura...!

Os deuses espelharam-se em ti...
perfeita...!

III -

Corremos então...
mão na mão, pela praia
da imaginação etérea
e fundida das nossas mentes,
pelos mundos que criámos
os dois, onde o meu horizonte
eras tu.

Mundo palpitante esse,
formado por arco-íris
de cores garridas, mares
de azul celestial, onde a
chuva era seca e morna,
e o tempo não existia.
O tempo éramos nós...

IV -

Poeticamente metamorfoseados
de juras, nos saboreámos
em algodão abrangente e doce,
desfeitos em pequenos
pedaços de açúcar
e mel, que provámos
ansiosos como crianças pequenas.

Endiabrados fomos então,
na fusão inequívoca
dos nossos invólucros
terrenos e humanos,
em plena descoberta mútua,
numa ânsia infinita pela
procura dos nosso eus.

V –

Encontrámo-nos enfim,
juntos em plena comunhão,
num sorriso aberto, escancarando
a porta da alma...
feliz e gracioso.

Penetrei-te os olhos e o que
vi lá dentro, foi exactamente
o que tu viste quando penetras-te
dentro dos meus,
amor, carinho e harmonia...!

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