Formigas

Foto de Carmen Lúcia

Jesus Cristo dos Shoppings

As ruas das cidades engarrafadas,
Criaturas com embrulhos, de sacolas carregadas,
Num corre-corre pra lá e pra cá, agitadas,
Surpreendem-me, exasperam-me, atropelam-me...
Será esse o espírito de natal?
Levando as pessoas, ou por bem ou por mal,
A competirem...satisfação pessoal,
Por uma vaga de estacionamento
Num Shopping Center Magistral?
Numa explosão de fúteis sentimentos,
Extirpando valores, preciosos bens sociais!
Contemplo abismada o óbvio discrepante,
Imagino formigas gigantes em escadas-rolantes,
Em zigue-zague, buscando futilidades...
Cidades modernas, viadutos arqueados,
Amplas avenidas, reluzindo nos megawatts,
Tudo reluz, tudo conduz ao desejo assoberbado
Do poder de aquisição, de exposição, de ter e nada ser.
Soam as doze badaladas!
É Natal! Jesus nasceu !(E morreu!)
O trânsito congestionado é testemunho cínico
De um povo congelado, sentimentos flagelados,
Com a comprovação de meu olhar profundo e clínico.
As lojas estão cheias e os templos vazios
(Mesmo os que habitam em nós)
De orações, de devoções, de boas intenções...
Hoje o Natal foi destituído,
Por um termo genérico substituído...
A essência que outrora comemoramos
Trocada por "Festas de Fim de Ano..."
Nada mais é como era antes,
Das vendas, Cristo é um estimulante.
E às crianças famintas(mas esperançosas),
Assustadas pela violência...O que dizer?
(Recomendo a consciência, para esclarecer)
Após a ceia farta e amigo-oculto...
Feliz Natal ou Boas Festas?
Que belo indulto!

Foto de franciscotorres

Rotina

O Sol renasce.
As formigas acordam.
São dez horas.
Multidões de formigas invadem as ruas.
Há portas a espera de serem abertas.
Não admitem nenhum atraso.
O tempo passa e entristece.
As formigas abandonam o local.
Elas voltam a cruzar-se nas ruas.
Há outras portas abertas.
As formigas entram.
A luz desaparece do dia.
As formigas abandonam o local.
Fazem agora um último caminho
No regresso à toca.

Foto de Marco Magalhães

Esperando...

Multidão, essa mancha cinzenta,
Nada fixo nesse mar de gente,
Como formigas, de passos sedenta,
Trazem o mundo, que não se sente.

Emerges, alma grita, fico rouco,
Dessa tempestade de mar que cega,
Zumbidos erráticos, a paz me nega,
E que pouco a pouco me deixa louco.

Tudo por dois dedos de conversa,
Onde o tempo deixa de ter pressa,
Colocar a tua mão em minha alma,

E sentir o amor e a paz sem fim,
Por finalmente te ter junto a mim,
Muda a tempestade em onda calma.

Foto de laurinda malta

Corpo em pijama

Corpo nascido vestido,
De um querer primitivo,
Sexo na parra escondido,
Desejo nas estrelas evadido.

E nesse pijama selvagem,
Feito da mais bela parra,
Fala o sexo em voltagem,
Em festa de grande farra.

Som manso, helicoidal lunar,
Vénia romântica a florescer,
Pijama supérfluo atrapalhar,
O vício fisiológico a crescer.

Corpo de roupas coloridas,
Fluxo em auge escaldante,
Carapaça carmim de formigas,
Num corpo vestido de amante.

Pijama de parra de vide,
Noite vestida de amor;
Pijama a vestir o cabide,
Cabide de alma em ardor.

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