Frescura

Foto de Henrique Fernandes

CORPO A CORPO

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Ao beijar-te sou capaz de voar livremente
Por cearas ondulantes ao sopro de prazer
Deslizando quente no teu suspiro ardente
És Diva com frescura que quero beber

O néctar dos teus lábios de sabor doce
De qualquer fruto que não seja proibido
Neste paraíso de sentimentos e fosse
A apoteose do amor por ti amadurecido

Numa árvore que esbanja sensualidade
Com ramos de fogo escaldando o cio
Exposto no roseiral da tua maturidade
Nos abraços que respiro o teu arrepio

Que me envolve a pele de inspiração
E a minha voz cai no teu corpo belo
Espelhado num poema de paixão
Em versos que rimam com teu cabelo

Em frases que invocam quanto te amo
Um cântico de um desejo até ao infinito
Nasceste das profundezas do oceano
Até ao trono de tudo em que acredito

Quando entrelaçamos nossos dedos
A paixão estrondeia trovoadas de amor
Resplandecendo na noite os segredos
Revelados corpo a corpo com furor

Foto de Osmar Fernandes

Procura-se um coração...

Procura-se um coração...
Desesperadamente,
Preciso encontrá-lo.
Vivi uma vida toda procurando-o.
E, agora,
Preciso achá-lo.
Mas, quero um que saiba amar,
Fazer carinhos, beijar...
Que me leve aos delírios.
Que me ame e me possua do jeito que sou.
Quero um coração sem preconceitos.
Quero virar meu tesão do avesso...
Quero apenas ser aceito assim.
Procura-se um coração...
Que tenha toda emoção do amor.
Que tenha toda sensação de ternura.
Que viva a paixão a dois sem frescura...
Que seja somente meu.
Que faça meu sonho ser feliz no seu.
Que faça meu corpo se explodir
Em eternos desejos ardentes.
Procura-se um coração...
Urgentemente, Preciso encontrá-lo.

Foto de Paulo Gondim

As Águas do Rio São Francisco no Sertão

As águas do Rio São Francisco no Sertão (Cordel)
Paulo Gondim
05/05/2005

Quando o assunto é Nordeste
É só discriminação
Muita gente torce a cara
Com medo da solução
Para o problema da seca
Querendo que prevaleça
Na mesma situação

É assim há muito tempo
Mas já foi bem diferente
O Nordeste já foi rico
Produzindo imensamente
Cana-de-açúcar, cacau
Ouro, prata e muito sal
Riquezas de nossa gente

Há gente que desconhece
A nossa história real
Despreza nossos costumes
E só sabe falar mal
Acho até que nunca ouviu
Que Salvador, do Brasil,
Foi a primeira Capital.
1

Houve até uma proposta
Pro Brasil ser dividido
Do Sul, com sua arrogância
“Feito menino enxerido”
Querendo toda riqueza
Sem se importar com a pobreza
Desse povo tão sofrido

É isso que envergonha
Ser chamado de indigente
Mas é preciso mudar
A cabeça dessa gente
Pois se há uma só terra
Pra que fazer tanta guerra
E querer ser diferente ?

Mas o sertanejo sonha
Com a vida diferente
Se houver água na terra
Nada há que não enfrente
Quer ver seu filho crescer
E poder permanecer
No meio de sua gente
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Voltemos ao nosso tema
A velha seca de sempre
Um problema do Nordeste
O ganho de muita gente
Por isso que nunca muda
Nessa roleta absurda
Remando contra a corrente

Trazer água pro Nordeste
Sempre foi uma questão
De tão difícil deslinde
E de muita oposição
Se há água em tantos rios
Eis os grandes desafios
Pra irrigar o sertão

Já queria Dom João Sexto
Fazer a transposição
Das águas do São Francisco
Para irrigar o sertão
Mas falta boa vontade
Política de qualidade
Pra resolver a questão
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Sempre há uma desculpa
Pra seca ser combatida
A vazão do São Francisco
Não pode ser transferida
Pois fere o meio ambiente
Mesmo que toda essa gente
Continue desassistida

É coisa de “ECO CHATO”
Que não sabe o que é sofrer
Pois tem comida na mesa
E água para beber
Sem saber de onde vem
Acha só que ele tem
O direito de viver

É só conversa fiada
De falso intelectual
Quero ver quem é que diz
Fale bem ou fale mal
Que água aqui no Sertão
Pra molhar nosso torrão
Causa impacto ambiental
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O nosso problema é água
E o São Francisco tem
Qualquer coisa a gente busca
No Tocantins, mais além
Ou até no Araguaia
De onde quer que a água saia
É pra aqui que ela vem

Nossa questão é de clima
Da Bahia ao Ceará
Não é região de chuva
Nunca foi e nem será
Mas temos lençol freático
Um bom subsolo aquático
Mas é preciso cavar

Pra resolver o problema
Da seca no meu sertão
Qualquer esforço é pequeno
Mas falta disposição
De fazer poço ou açude
Até que a política mude
Pra prender tanto ladrão
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Se na indústria da seca
Muita gente se dá bem
Por outro lado o caboclo
Não ganha e perde o que tem
Nossa política é corrupta
Nela vale a força bruta
Sem ter pena de ninguém

Os poderosos não querem
Com a seca exterminar
Para eles ela é boa
Para o pequeno explorar
A seca é um bom negócio
Pra quem só vive do ócio
Sem precisar trabalhar

A questão é bem mais séria
É de ordem social
Água aqui no meu Nordeste
É ponto fundamental
Pra combater a pobreza
Para aflorar a beleza
Dessa gente tão leal
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A seca sempre foi um tema
Pra se ganhar eleição
É grande a compra de votos
Afora nesse sertão
E o coitado do caboclo
Por um dinheiro tão pouco
Vota a mando do patrão

E a desculpa continua
Pra água não vir pra cá
Um “ecologista” aqui
Outro “estudioso” lá
Sempre com um mau palpite
Pra que a gente acredite
Que jeito mesmo não há

Mas o jeito aqui é água
Seja do rio ou do mar
Já que com água da chuva
Nunca se pode contar
Se num ano a falta faz
Em outro ano é demais
O jeito mesmo é irrigar
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Já passou pelo governo
Muito doutor presidente
Poliglota, professor
Se dizendo inteligente
Disse ter a solução
Pra combater o verão
Mas nada fez novamente

É assim há muitos anos
Só promessa, só engano
O rico fica mais rico
E o pobre no desengano
Com a indústria da seca
Onde há água, tem cerca
Onde tem cerca, tem dono

Foi preciso no governo
Um presidente “peão”
Nascido aqui no Nordeste
Que muito dormiu no chão
Mas com coragem e bravura
Sem temor e sem frescura
Retomou essa questão
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Assunto tão delicado
Essa tal transposição
Das águas do Velho Chico
Aqui pro nosso sertão
Tem que ter coragem rara
Muita vergonha na cara
Pra tomar a decisão

Mas o Presidente disse:
-“Recurso não vai faltar
As águas do São Francisco
Vão o Nordeste irrigar
Eu assumo o compromisso
Nem que tenha para isso
Na cabeça carregar”

O projeto foi mostrado
Em toda televisão
Logo despertou a ira
De toda oposição
Que não quer a melhoria
“Esses tais da ecologia”
“Eco chatos” de plantão
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Mas o caboclo responde:
-Tenha a santa paciência
Não me venha com a excrescência
Dessa “tal ecologia”
Aqui, nós queremos água
Pra lavar a nossa cara
Pra encher pote e bacia

Está certo o Presidente
E o caboclo também
Errados são esses chatos
Que nem sei de onde vêm
Com tal conversa fiada
Se a água for desviada
Não servirá a ninguém

Também acho que é preciso
Proteger o natural
Mas é muito ecologista
Morador da Capital
Dando palpite infeliz
Metendo em tudo o nariz
Em nome do ambiental
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Tudo isso tá errado
Povo em primeiro lugar
Não é por causa de um sapo
Que a água não vai passar
Pra irrigar o sertão
Pra ter muita produção
Até pro sapo cantar

Por isso que esse projeto
Deve sair do papel
Bote força, Presidente
Nós cremos no seu plantel
Traga água pro Nordeste
Mostre que é “cabra da peste”
Pro senhor, “tiro o chapéu”

Pra tocar esse projeto
Vai ter muita resistência
Vai ter muito oportunista
Com muita experiência
Com a cara e a coragem
Vai querer levar vantagem
Pousando de inocência
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Vai ter muita gritaria
De Minas a Sobradinho
De tudo que é “eco chato”
De tudo que é ribeirinho
Com a velha posição
Ser contra a transposição
Que já está a caminho

Já tem morador da roça
Onde a água vai passar
Que pergunta presunçoso
Quem vai me indenizar ?
Mas na sua ignorância
Já desperta a ganância
De algum dinheiro arrancar

Por isso que há tanto tempo
Isso foi adormecido
De propósito ou intenção
Pra não causar alarido
Pois se um quer, outro não quer
Ou por bem ou por má-fé
Melhor deixar esquecido
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Mas não é assim que penso
Nem a gente do sertão
Eu quero é água na terra
Irrigando a plantação
Eu quero ver a fartura
Nascida da água pura
Que vem lá do Fransicão

Quero ver o bem-te-vi
E ouvir o galo cantar
Ver o roçado crescer
E ver o gado pastar
Sentir o verde da serra
Com água molhando a terra
Que nunca mais faltará

Não quero ver nas cidades
Gente morando em favelas
Crianças abandonadas
Casas sem porta e janelas
Não quero ver minha gente
Infeliz e descontente
Sofrendo dessas mazelas
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Quero ver o sertanejo
Na sua terra morar
Do seu pedaço de chão
Nunca ter que se afastar
Sem precisar ir embora
Sem destino, mundo afora
Pra longe de seu lugar

Quero ver o meu sertão
Produzindo sem parar
Pra alimentar nosso povo
E o restante exportar
Com faz em Petrolina
Que tem uva da mais fina
Só porque tem água lá

Vamos mostrar que é possível
Transformar nosso sertão
Com água do São Francisco
Sem cometer erosão
Sem modificar seu curso
Sem perder qualquer recurso
Que vem de sua vazão
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Para proteger o rio
É só fazer “piscinão”
Ao longo de suas margens
Lá pra dentro do sertão
Quando a chuva do Sudeste
Correr aqui pro Nordeste
Ai eles se encherão

Pra tudo se tem um jeito
Só pra morte é que não tem
Quando o povo quer fazer
Não pede nada a ninguém
Vai na raça, vai no grito
Por isso que acredito
Que essa água logo vem

Acredito no meu povo
Na sua força e ação
Nas águas do São Francisco
Pra fazer a irrigação
De tanta terra perdida
Tão seca e adormecida
Mas que dará produção
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Por isso que quero ver
Essa tal transposição
Das águas do São Francisco
Tão logo pro meu sertão
Pra que o sertanejo ria
Sentindo a doce alegria
De ver a água no chão

Sei que a luta vai ser dura
E muito que esperar
Vai ter muita “cara feia”
Mas é preciso cobrar
Vai ter muita resistência
Ma a nossa paciência
Em breve triunfará

O que não pode é a gente
Olhar o tempo passar
Se conformar com a vida
Sem nada querer mudar
E o São Francisco correndo
Suas águas se perdendo
Quando despejam no mar
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Foto de jlp

Sinto saudades de ti

Sinto saudades de ti.
E isso bastou para que em mim
Fluíssem sentimentos
Que a escrita te recorda
Como pedaços de um só.
E de momento deixo que a frescura da brisa
Me traga teu sorriso,
Que a luz da lua o brilho de teus olhos,
A beleza que me envolve a doçura de teu rosto.
E meu coração estremece;
Sinto-te demais
Para continuar a adiar o que sou
Ou não sei ser sem ti.
E deixo que o silencio,
Como meus braços,
Te envolvam
Num acto de carinho sem fim.
E embale nosso sonho
Que acordou realidade...

Foto de Fernanda Queiroz

Antes que o ano termine...

Conto Literário

Falta um dia para que o ano termine. Um dia intenso que pode mudar toda minha existência. Só preciso ter coragem e ir até onde você está... Antes, 450 km, agora 50 km. Por que veio para cá? Queria me confundir ainda mais? Estaria esperando que a proximidade me fizesse ser mais mulher... mais corajosa? Sabe que meu destino está traçado. Não me deixaram editá-lo. Sabe que não posso voltar, então porque não vem... Rouba-me, Toma-me, Leva-me para nosso mundo de sonhos; onde tua ausência presente foi marco de nossa história.
O sol está se pondo, o alaranjado de céu é o contraste perfeito com a relva que se estende verde e úmida pelas chuvas de dezembro. Tanta calmaria vem de contraste a minha alma conturbada e sofrida. Posso sentir meu coração batendo forte, tão forte quando o podia ver por aquela janelinha mágica do computador, cenário de nossa história, testemunha de nosso amor, cúmplice de nossos segredos, arquivo de momentos que perpetuarão dentro de mim. A brisa suave sopra. Parece querer brincar com meus cabelos, alheia a tempestade que envolve meu coração. Deixo a mente explorar o passado... Tão presente... Teus olhos, tua mania constante e única de apoiar teu rosto nas mãos. O sorriso espontâneo, a cara emburrada, os olhos se fechando de sono, e a vontade de ficar um tempo mais...e mais ...até o galo cantar...a madrugada... o sol nos encontrar ...felizes ou tristes...juntos.
A noite traz a transparência de minha alma, negra, sem luzes, sem amanhecer. Preciso me movimentar, sair deste marasmo de recordações. Thobias, meu companheiro de peripécias, que um dia correu tanto quanto no dia em que estouramos uma colméia; está selado, entende o que me vai à alma, conhece meu estado de espírito, sabe quando é preciso deixar as paisagens para trás, mais rápido, mais rápido, até se tornarem uma massa cinzenta, sem cor, ou forma retratando o mais profundo que existe em mim. Agora, no embalo do cavalgar, meus sonhos se afloram. Estou indo ao teu encontro, nossas mãos se tocarão, nossos corpos se unirão, nossos corações baterão em um só ritmo. A brisa tornou-se um vento tão gélido quantos minhas mãos que seguram as rédeas de um futuro-presente. Gotas de chuva descem sobre minha face, misturam-se as minhas lágrimas. Tenho a sensação de não estar chorando e sim caminhando para você. Na volta para casa nem o aconchego da lareira, o crepitar constante elevando as chamas transmite liberdade, as sombras sobrepõe à realidade que trará o amanhecer, elevo ás mãos solitárias tentando voltar ao tempo de criança onde elas davam vidas retratadas na parede imagens de bichinhos animados, mas não se movimentam, parecem presas ao aro de ouro reluzente que por poucas horas trocarão de mão fecundando o abismo que se posta diante de nós. O cansaço e as emoções imperam. Entre sombras e sonhos, meu pensamento repousa em você, na ilusão, nos sonhos, na saudade pulsante de momentos mágicos vividos, onde nossas almas se encontravam, onde nossos corpos não podiam estar. De desejos loucos e incontidos de poder realizar, antes que o ano se finde, antes que as horas levem tudo que posso te dar.
O amanhecer desponta, caminho a esmo, no escritório, ao lado direito da janela que desponta para colina verdejante (cenário de nossa história). O computador me atrai.. Você está off, está há apenas 50 km, mas em meus arquivos de vídeo teu rosto se faz presente, tua boca elabora a mímica de três palavras mágicas “EU TE AMO”.A musica no fundo é a mesma que partilhamos tantas vezes juntos COM TI RAMIRO, gravada em meu studio amador ao som de flauta. As notas enchem o ar, a melancolia prevalece, meu coração se enternece, “POR FAVOR, VENHA ME BUSCAR”, não vou conseguir sozinha, você sabe disso, é exigir demais de quem só soube amar, sem nunca saber lutar, sem nunca poder gritar, com um destino a cumprir, um dever de tempos idos e protocolados nos princípios de toda uma existência. O dia se arrasta imortalizando o passado. Estou diante do espelho, o rosto moreno não consegue esconder a palidez, o vestido branco de seda cai placidamente sobre meu corpo inerte. Vestido que outrora minha mãe usara com os olhos brilhantes de felicidade. Os meus não têm brilho, este fora reservado às perolas que adornam meus cabelos negros, sempre me achei parecida com ela, mas a imagem reflete somente uma semelhança física onde a mortalidade de meu semblante contradiz a vida de tempos passados.
Pedi que me deixassem ir só, queria ficar com meus pensamentos, onde você é soberano. Que bom que ninguém pode me tirar isto: tua imagem, teu sorriso, tua forma única de existir para mim, mesmo que em sonhos, mesmo que em lembranças, mesmo que em minha morte para a vida que se inicia. A escada imperial e central se desponta com teu corrimão de prata por onde desci tantas vezes lustrando-o com minhas vestes. Minhas mãos se apóiam nele, trêmulas, frias, para que eu não quede diante da realidade... Apenas trinta degraus? Deveria ser trezentos, três mil, ou trinta milhões? Eu os percorreria com gosto, antes de pisar na relva verde coberta por um tapete de pétalas de rosas que conduziam à capela. Porque desfolhá-las? Porque enfeitar a vida com a morte? Rosas brancas, pálidas como minha alma, desfolhadas e mortas como minha vida. Ao lado o lago que outrora me fazia sorrir, brincar e acreditar....queria parar...descalçar o pequeno sapatinho branco e sentir a frescura das águas elemento mais forte e presente da natureza em minha vida...mas agora não posso parar a poucos metros está minha rendição, meu destino onde o oculto será sempre meu presente, onde o passado será minha lembrança futura, onde você viverá eternamente, onde ninguém poderá jamais alcançar. A capela parecia lotada, não guardei rostos, somente sombras. No altar uma face, feliz, despreocupada, livre, sentado em uma cadeira de rodas estava papai, tuas pernas não mais suportavam me conduzir, teus braços que muito me embalaram, já não mais me apoiavam...segui em frente. Pensei em me voltar ..olhar para trás, mas não iria te encontrar. Palavras ditas e não ouvidas... trocas de alianças...abraços de felicitações....buquê lançado ao ar, festividades...todo ar de felicidade.
Faltavam dez minutos para findar o ano...minha existência já tinha terminado, o celular em cima do piano da sala...8 minutos...mãos tremulam ao aperta a tecla da re-discagem...minutos eternos...do outro lado a apenas 50 km, tua voz ...doce...amada...terna, parecia querer ouvir o que eu queria falar e não podia...engolindo as lágrimas. Apenas um pedido: seja feliz, seja feliz por nós dois...uma resposta que mais parecia um lamento, que por mais suave, parecia um grito...Seja feliz também.....um tum tum era o sinal de desligado....zero hora. Fogos explodindo no ar...

Fernanda Queiroz
Direitos Autorais Reservados

Foto de home.enamorat

A una bella noche de pasión...

Hay fuego en el corazón...
en la mente y en las manos que acarician sin tocar
que perciben sensaciones al desliz sobre la piel,
en un sueño cadencioso que jadea sin parar,
hay tibieza en el ambiente y frescura en el sentir
es una ola embravecida que se acerca y se va... es turbulencia.... es frenesí.... es deseo....
es sentir... es volcán en erupción,
es el llanto del placer, es tristeza, es alegría,
es compendio de amarguras y cantar de bellas aves,
en el frío declinar de una tarde sin mañana,
del principio sin un fin,
es estridente y alucinante el sonido que te indica... ahí está.... es tuyo.... cuan inmenso y fugaz,
cuan hermoso y radiante en su piel de soledad, hay secretos.... hay entregas.... hay silencios.... hay pesares.... hay amores que no están... hay vanidades que se sienten, hay frialdad en unas manos, hay frialdad en unos pies, quizá hielo hay en el alma y un constante invierno eterno que maltrata y reduce, que envuelve y aprisiona, que se estanca y prevalece, que no quiere ya marchar... y hay efervescencia en mi sentir, hay fuego en mi corazón, y voluptuosidad en mis maneras, hay pasión en lo que digo, en lo que pienso, en lo que escribo, en lo que siento, hay deseo de vivir...!

Foto de Foxylady

Masmorra

Final de tarde.
O vermelho no céu anunciava o calor que passara e se iria sentir no dia seguinte.
A luz fugidia desvanece e mal se vislumbram as sombras naquelas paredes semi- rebocadas.
Entram sons quase imperceptíveis pelas grades da pequena entrada, vejo pés que passam e outros que se cruzam indeléveis no caminho a percorrer.

Tento sacudir a cabeça na tentativa falhada de não entrar sangue nos olhos, em vão me debato, o mesmo escorre em gotas finas lânguidas e demoradas e já o saboreio...Posso reparar que pousa nos meus peitos desnudados e hirtos pela frescura do tenebroso lugar.

Virou costas e saiu.
Permaneço imóvel, imutável, imobilizada, mortal...
Desesperadamente indefesa.

A sós com os meus pensamentos encurralada entre 4 paredes decadentes, a ferrugem das grilhetas corrói-me a pele, estremeço no receio e na incerteza do futuro...

Rodas guincham num derradeiro esforço, entra uma mesa putrefacta com uma toalha preta disfarçando o rude artefacto.
Mais relevante o que nela jaz pousado: chibata, correntes...palmatória... venda...Gag...os punhais...velas vermelhas e pretas qual aparato satânico que faz ranger os dentes e elevar cada pêlo do corpo...

Não me atrevo a chiar um "ai". Observo apenas.

Levanta a mão, dirige-se num gesto para mim, calculo que vá aliviar minha dor, da coroa de espinhos que me martiriza mas em vez disso puxa por meus cabelos misturados de vermelho e atira minha cabeça com força para trás na cruz que me segura...

Quer me ouvir a implorar, caso ceda sofrerei torturas.

Meu mestre permanece calado, inamovível, inabalável de sua missão, limpar meus pensamentos de luxúria pecaminosa que me invadem os sonhos e me soltam a voz enquanto durmo, cheiro de mulher para mim estava off limits porque ele assim o ordenava.

De palmatória em riste, olhar maquiavélico que me cega, defere golpes em meu sexo.
Nada posso fazer senão respirar fundo a cada investida, dolorosa, que me arreganha as entranhas e me faz entregar assim de maneira inteira.
Afasta meus lábios, e agora acende a vela, a chama eleva-se majestosa e começa a soltar gotas que me marcam e ferem a fenda humedecida por um turbilhão de emoções, uma amálgama de sentimentos que me faz perder os sentidos.

A cera misturada com meus sucos cai no chão enquanto mais continua a cair em mim, estremeço ainda com cada gota, cada gota me arrepia e ferve o sangue cá dentro na ânsia e receio de o sentir.

Palmatória outra vez, castiga-me friamente, sua respiração denuncia o prazer animal e grotesco que suga de todo o cenário.

Os lábios inchados cobertos de cera começam a ser revelados à medida que a cera vai caindo a cada investida, ora nos mamilos hirtos do frio da noite que nos abraçou.

Engulo os queixumes, debato-me em vão, ele aumenta a intensidade...
Não aguentando mais perco os sentidos, o sentir mata-me aos poucos e colapso no escuro.

Acordo (quanto tempo terá passado?), o seu corpo aperta-me e um punhal no pescoço trava-me um hipotético gesto. Com a lâmina faz pequenos golpes no meu pescoço que chupa sofregamente, eu mal me atrevo a respirar horrorizada pelo seu olhar encerrado naquele capuz hediondo. Respiro tremulamente, dificilmente me lembro do frio, somente sinto o fio que corta minha pele enquanto me aperta cada vez mais.

Sinto seu membro encostado ao interior de minhas coxas, sofro por senti-lo...

O mestre respira ofegante, sinto seu perfume que me entesa mais ainda.
Sem contemplações nem avisos, de uma só golpada sinto-o todo vibrante dentro de mim...A cada investida enterram-se mais os espinhos que me ornamentam a fronte.
Largou do punhal e arranca-me a gag por onde fios de saliva escorrem para me dar a mão inteira na boca antes de poder gritar.
Ferrei com a força toda que advinha do prazer, sei que ele gosta que eu sofra e que me perca nos meandros das sensações do meu corpo...

Banhada na loucura o calor imenso que me sufoca e sobe corpo acima até me deixar desfalecida em seus braços enquanto ele me presenteia com o seu auge...

Beijou-me.
Soltou minhas mãos, beijou cada uma com devoção.
Soltou meus pés, beijou cada um com igual devoção.
Levou-me ao colo, deitou-me num banho quente com sais...

– Agora és minha Rainha, sirvo-te eu!

Foto de MARTE

NOS SILÊNCIOS DA MADRUGADA

Ás vezes nos perdemos na imagem,
E compomos uma partitura,
Uma sinfonia de um desejo,
Colocamos na melodia uma aragem,
Que nos resfreca com doçura,
Como se fosse a frescura de um beijo!
Sentimos um brilho nos olhos,
E ficamos por momentos indefesos,
Vislumbramos os nossos sonhos,
O olhar em que ficámos presos!
O nosso corpo parece flutuar,
Ao som de uma serenata,
Na companhia do doce Luar,
Musa da madrugada coberta de prata!
Na melodia escutamos um sentimento,
De uma ternura que torna tudo envolvente,
Refletindo todo um momento,
Numa emoção que se torna em nós permanente!
No encanto de uma sentida sensualidade,
Nos perdemos no espaço e no tempo,
Absorvendo com uma certa ansiedade,
Os desejos do nosso pensamento!
Na sinfonia do nosso caminhar,
Existe o brilho de uma mágica luz,
Reflectido neste imenso mar,
Que nas madrugadas nos seduz!

Foto de MIRLES

GOSTOSA LEMBRANÇA

GOSTOSA LEMBRANÇA

(AUTORIA DA MILLY)

VINHA PENSANDO NO BANHO MORNO

SENTIA NA PELE A ÁGUA GOSTOSA

O CHEIRO QUE VINHA DO PÃO QUENTE NO FORNO

AI!... QUE SAUDADE INFÂNCIA MARAVILHOSA.

RECORDO A FRESCURA DO LENÇOL DA CAMA

QUE TANTO AJUDAVA NA SONOLÊNCIA

O CARINHO E O CUIDADO DE QUEM AMA

QUE FICOU GRAVADO NA MINHA CONSCIÊNCIA.

QUEM ME VÊ ASSIM A CAMINHAR

VINDO DA LIDA QUE É PENOSA

NEM IMAGINA QUE ESTOU A PENSAR

NA MINHA INFÂNCIA TÃO SAUDOSA.

NINGUÉM E NADA CONSEGUE ME DISTRAIR

PORQUE ESTOU FIXO A RECORDAR

DO CANSAÇO ASSIM, EU CONSIGO FUGIR

E SORRISO EM MEUS LÁBIOS COLOCAR.

TEM DIAS QUE ISSO É NECESSÁRIO PRA GENTE

PARA QUE TENHAMOS FORÇAS PRA LUTAR

E NADA MELHOR DO QUE ABRIR O ARMÁRIO DA MENTE

PARA AS BOAS LEMBRANÇAS RECORDAR.

CAMINHO LENTO, SEM PRESSA DE CHEGAR

PARA PODER CURTIR CADA MOMENTO DESSE PENSAMENTO

QUE GOSTOSO O COLINHO, QUE EU VIVIA A GANHAR

QUE QUENTE AFAGO FRATERNO, QUE VEM ME ENLAÇAR.

O CALOR DO BEIJO DA MINHA INFÂNCIA

TRAZ-ME DE VOLTA, AS FESTAS NATALINAS

GUARDO SECRETAMENTE NAS MINHAS LEMBRANÇAS

AS FASES DA MINHA VIDA, MAIS CRISTALINAS.

E OS CARRINHOS DE ROLEMÃ NA CALÇADA?

E AS PIPAS NO CÉU, ENORMES E COLORIDAS?

QUANTAS TRAVESSURAS NA MENTE GUARDADAS

QUANTAS CICATRIZES NA PELE, DAS FERIDAS.

OH!... INFÂNCIA... MINHA INFÂNCIA TÃO QUERIDA

SE EU PUDESSE, PARA TI, EU QUERIA VOLTAR

MAS HOJE CRESCI, SOU ADULTO E ESTOU NA LIDA

TENHO QUE TOMAR RUMO, PARA MINHA VIDA CONQUISTAR.

Foto de Silvio Félix

Lembranças de Quando Estiver Só

Hei de te imaginar em noites de luar
A cantarolar doces cantigas
O teu perfume de jasmins aspirar
Me apegar a recordações antigas.

Hás de habitar outras terras
De adejar por entre jardins e sonhos outros
De ouvir das declarações as mais sinceras
Encantar dos mais humildes aos doutos.

Hão de os zéfiros te fazer lembrar,
Quando frescura te trouxerem à pele,
Que tão doce terra em lugar algum não há
Nem tão dedicado servo que de ti zele.

Hei de conservar comigo uma saudade tua
De quando era digno de merecer o teu olhar
Há de subsistir esse sentimento que em mim se perpetua
Toda vez que de teu lindo ser me lembrar.

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