Frio

Foto de Remisson Aniceto

Transição

É tão fria a cova e tão escuro o horto
onde depositam meu corpo doente!
_ Como a cova é fria se o corpo é morto?
A partir de agora só a alma sente...

Ah! Esta cama rude onde estou deitado
e este quarto escuro e tão bem fechado!
Tento levantar, mas estou tão cansado...
Que rumor é esse ali no quarto ao lado?

Há um jardim bem perto: sinto o odor das flores.
Quero levantar, mas estou tão cansado...
Estou tão cansado mas não sinto dores.
E o rumor aumenta ali no quarto ao lado.

_ Desçam o caixão! _ diz alguém lá fora.
Quem morreu enquanto estive dormindo?
Bem perto da porta ouço alguém que chora,
lamentando a sorte de quem vai partindo.

Quero levantar, faço força tamanha
mas tenho as mãos inertes e o corpo duro.
Agora o padre reza numa língua estranha,
enquanto fico preso neste quarto escuro.

Está caindo terra sobre o telhado.
Parece que o mundo está desabando...
Falta-me o ar neste quarto fechado
e lá fora há uma multidão chorando.

Sinto um tremor leve, um breve arrepio...
Já quase nada mais estou sentindo.
Por que não me tiram deste quarto frio?
Alguém morreu enquanto estive dormindo.

É tão fria a cova e tão escuro o horto
onde depositam meu corpo doente!
_ Como a cova é fria se o corpo é morto?
A partir de agora só a alma sente...

Foto de Nana ´De Má

Alma sem cor.

A alma se esqueceu de avivar-se para o Mundo.
O Sol não se levantou em tempo para aquecer e colorir tão pálida e incorpórea, tão frio é por aqui, chama o amigo para ajudar, se assim de boa vontade o querer, dou a mão puxe-me, é frio, os sonhos já estão tão distantes e tudo é sempre tão dificultoso, não estou a pedir lamentos e emendas, só estou me explicando, pois ta frio, a alma já não brilha tanto assim, é triste, penso que queria sorrir, não sei, só penso, os passos dos dias estão se tornando longo e a caminha tão inclinada tem mais pedras, e o sol onde estás, preciso de luz, não tenho vergonha de pedir, preciso de luz, estou perdida, em nevoa que se confundi com minhas cores sem vida, é cinza é frio, é incorpóreo é transparente e frágil, mas chame o amigo, se assim o quiser, se ele resolver vir quem sabe empresta-me um pouco de cor, preciso, preciso.
Manda falar pra todos que já viram minhas cores vivas, que hoje não estou para apresentações, queria sorrir, mas não consigo, e sigo.
Há não é pena, nem tristeza em demasia é só um momento de frio, só frio, e o Sol que não saiu pra me afagar e minhas cores avivar, desculpe as flores se hoje não sou digna, perdão aos amigos, pois estou ausente, no frio, só frio.
A amargura sai de dentro e cresce como um câncer e não tem remédios, estado lamentável, não, não estou pedindo ajuda, só estou em explicando, dizendo que estou com frio, e que mesmo querendo não consigo sorrir, a música já não é tão bela, eis me aqui apagada, é tranqüilo, é suportável, mas é muito frio.
Ao amigo o perdão, não estou para felicidade, estou ausente.
Aos progenitores compreensão, não estou pra paciência, estou ausente.
Aos irmãos o silêncio, não estou pra companhia.
Ao meu amor, um tempo, pois estou ausente de mim mesmo.

Foto de tchejoao

O Tato e o Movimento

Parei, com as mãos, o vento,
E, em uma de suas voltas, depositei
Minha coleção de sentimentos. Depois,
Abri as mãos, e o soltei.

Virei-me, então, de costas,
Para que não me visse partindo:
As mãos, sobre o peito, postas,
A vida, pelas mãos, saindo.

Por esta forma - Inconcebível! –
Joguei toda minha esperança:
Que um vento vário e irascível,
Chegue a ti, em sua andança.

Nunca vi tanto desespero,
Uma alma tão sentida,
Quanto naquele, que ao destempero
Dos ventos, joga a própria vida!

Serenado, o movimento, suspensa
A vida por um fio, passa
O tempo em silêncio. Densa,
A alma sente frio e serenamente cessa.

Foto de Soninha Porto

Oração ao vento

Assovia minuano....

ó deus das fortes correntes
dos barulhentos vendavais
das refrescantes brisas
do frescor das aragens

leva longe minhas dores
torvelinho de desenganos
ventila os sofrimentos
areja meu triste cotidiano.

sopra forte minuano
rodopia o ar frio
congela como morte
meu eu, todo este vazio

varra meus doídos pensamentos
mistura-os às folhas que caem
arrasta tal rajadas de lamentos
as tristezas que se esvaem...

ó deus do vento insano
seca minhas lágrimas
arrepia minh'alma, minuano
esparrame-se em rimas

vento do sul a espreguiçar
Em tão gélidos movimentos
clarifica o céu cinzento
risca o azul deixando-o cintilar

Assovia minuano...

Soninha Ferraresi Porto®

Foto de Bia Marquez

InConfissões

sou louca,
vivo mistérios e devaneios,
surtos confessionários
imaginários
que sou?
a camisa de força dos loucos
a virgem que deu a luz sem trepar
em gritos roucos
sou o veneno que me salva
e a hóstia que me condena
sou ácida
ai de quem me provar!

sou hera maldita
o delírio dos devassos
o desespero dos pudicos
lúdicos em banheiros públicos
punhetando Josefinas
sonhando com Divinas
sã hipocrisia
melhor ter um cobertor de orelha
do que morrer de frio no inverno
VERDADEIRO INFERNO!

Bia Marquez

Foto de CarolComPoesia

ESPÍRITO DE AMOR

Eu te busquei por muitas veredas vazias,
tentei achar-te, em poesia, na sombra de algum verso
distraído, fiz-me pássaro de asas soltas em tua busca
que, ferido, tantas vezes, fechou-se desacreditando a vida.

Ferida aberta, abateu-se a alma desacreditada
e nos mais sórdidos porões de descrenças tantas,
trancafiou-se em escuro calabouço frio
o espírito amante que alimentava paixões,

negra escuridão desceu sobre a vida!

Assim foi tua chegada no escuro calabouço
da vida, luz ofuscante de alto brilho que cegava
uns olhos descrentes no instante, na luz
que de ti emanava. E teu olhar escolheu-me.

Teu espírito de amor possuiu-me, alma e corpo
e aqueceu a vida trancafiada friamente em duras grades,
arrancadas num arroubo, quando teu olhar aprisionou
a mente que já em alguma outra vida te amou.

e novo sol nasceu sobre a vida!

(Carol)

Foto de Carmen Lúcia

Flamboyant

Simplesmente ele veio,
Instalou-se em meu ser,
invadiu,tomou posse,
se tornou hospedeiro,
de meu corpo inteiro...

O horizonte se abriu,
libertando as cores,
explodindo os temores,
eclodindo os ardores,
implodindo os valores.

Nem dei conta do tempo,
fui deixando passar,
"Qual seria a estação?"
Me perdi nos caminhos,
Me encontrei na paixão!

Num cenário irreal,
O mesmo Flamboyant,
Mudou várias roupagens...
Se floriu sorrateiro,
Se tingiu de vermelho,
De laranja altaneiro,
Parecia sorrir....

Escancarei a vida,
Abri todas janelas,
Soprei minhas feridas,
Me despi dos pudores,
Quis viver...Fui feliz!!!

De repente...Que frio,
sensação de vazio,
percebi que era inverno...
Em qual parte do mundo?
Talvez dentro de mim...

Vi a porta entreaberta,
as pegadas de alerta,
e lá fora,caídas,
desabadas,sem vida,
as folhas do Flamboyant...
Que sombrio,vergado,
Solitário,solidário,
Lamentava a partida,
o prenúncio do fim.

(Tema:Solidão)

Foto de Débora Pontes

Sonhos Desfeitos

Meu querido...
Ah, se pudesses me responder aos questionamentos da minha alma, às dúvidas que me cegam e quem furtam as noites de sono...
Ah, amado meu, quisera estar em teus braços e não mais me apartar de ti, pois a primavera chegou e o aroma do campo nos enche de gozo...
Ah, meu amor, tivesse o tempo sido à nosso favor, tivesse a vida te segurado comigo, tivesse meu afeto forças para te deter...
Jamais terias partido, jamais te terias perdido, jamais sentiria o peito arder...
Só me restam os espinhos, das flores que me ofereceste, porquanto não estás mais aqui, e o tempo - nosso inimigo - te tragou para o infinito, e te entregou para o sepulcro frio, onde não sentirás jamais meu calor...

Foto de tchejoao

Mergulhei nas Tuas Palavras

Mergulhei nas tuas palavras,
Tão líquidas e certas,
Como quem se joga às águas
Encantadas das descobertas.

No espelho que me davas,
Via brilhando, em mim,
Uma constelação de almas passadas,
Da vida que não tem fim.

Era o que tua boca falava,
Do além da vida, em si,
Que mais e mais me levava,
Para o além de mim, em ti.

Ah, só tu, para acalmar
As tempestades que me varrem!
Para aparar as vagas
Encrespadas que me invadem...

Só tu, para dizer-me
As palavras que me levem,
Para longe do teu passo:
Sem dor, sem frio, sem febre...

Mergulhei nas tuas palavras,
Tão líquidas e certas,
Como quem se dá às águas,
E se vai, na noite aberta...

Foto de Carmen Lúcia

Orgulho

Calei-me diante de seu frio olhar
Feito uma lança a me penetrar
Nele eu me vi como uma ré perdida
Que quer fugir até da própria vida!!!

Li em seus olhos que me condenavam,
O fim de tudo...um julgamento atroz,
Não disse nada...não lhe falei de mim
Só vi em frente meu terrível algoz!!!

Calei-me diante desse seu silêncio
Deixei o orgulho decidir por mim
Mesmo sentindo o coração partido
Contive as lágrimas e tentei sorrir...

Havia muito o que dizer...havia tudo...
E nossos sonhos,todos nossos planos???
Morreram ali???Eu quis me explicar...
Mas me detive perante seu olhar!

Você partiu e eu fiquei calada
Com seu olhar cravado em meu peito
Falar de mim...já não mais importava
Não foi começo e sim amargo fim.

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