Frio

Foto de Avila Monteiro

Noites frias

Noites frias como estas
São noites de solidão
Noites que não se acabam
Que estraçalham meu coração.
Pois lembro da sua voz
Lembro da nossa canção
Lembro dos teus olhos
Iluminado a escuridão.
Nesse frio absurdo
Quem irá me aquecer?
Eu recordo com saudades
Dos meus invernos com você.

Foto de Ivone Boechat

Setenta

Quando se pega
o caminho reto
dos setenta,
ileso, sobrevivente
e salvo
dos vendavais,
cada vez mais discreto,
o homem reduz a pressa,
sentindo, pressentindo
o tempo por um fio
nas primaveras finais...
Setenta?
o rumo fica
mais correto,
a esperança segue
na frente
da caminhada regressa
da vida;
fuja do dissabor,
não se detenha na curva
do desânimo na lida,
se agaselhe desse frio,
evite reclamação,
abrigue-se no abraço
de quem pode acompanhar
seu passo...
ah! vai ter que marchar
no compasso do amor.

Ivone Boechat

Foto de Arnault L. D.

Pedras da Lua

O amor, mesmo consumido
jamais torna-se em nada.
Ele muda o jeito sentido,
torna-se encanto de fada...

Doce a amargar a boca
e aos olhos úmidos brotar,
feito em tristeza; a concha oca
de ser, porém, não mais estar.

O amor está aonde ecoa,
o meu, está em mim, quiçá...
Em não sei está, se escoa,
nalgum lugar do tempo há.

Juntos no oculto, sob a lua,
ouço um eco assim dizer,
palavras doces da voz sua,
antes de tê-la e me esquecer.

Assim, espreito tal um voyer.
Vultos sentir qual foi sentindo,
com olhos da alma mister
reve-la fora ao mundo infindo

No intáctil ainda se ama...
Rir lágrimas secas, velho jogo.
No frio carvão, sopro chama,
logo se inflama e luz o fogo.

Ainda estou em mim guardado,
preservado onde fora aquém.
Tempo, ruas, vez fossilizado,
nas pedras que a memória tem.

Foto de Siby

Amor de inverno

No inverno,
Você chegou,
Se aconchegou,
Com o seu jeito terno.

Na estação fria,
O encanto de um instante,
Foi tão empolgante,
Que o inverno se aquecia.

O seu amor não é eterno
Dura apenas uma estação,
Deixa marcas no coração,
O seu amor é de inverno.

Foi em pleno frio do ano,
Aqueci-me com seu calor,
Nutri-me com seu amor,
Inesquecível, amor de inverno.

(Siby)

Foto de ltslima

Insônia.

Palavras quase poluidas,
as vezes mesclam palavras
conduzindo o frio em vida.

A chuva cai em abundância
os ventos em grandes façanhas
molhou um lindo passarinho.

Como aléns ou aquéns.

Oh! insônia sentopeia
maleita diante do mar
febril as folhas voão.

Nas mãos que tremem
o papel!

Sinto cheiro da terra
como a ilha em mim
que fez sua moradia
escrava tornei-me de ti!

ltslima

Foto de Arnault L. D.

Catavento

Ouça a canção do vento,
pelos poros, nos cabelos,
na pele em pelos fixos.
No frio, o gelo enfrento,
o som dos lobos, apelos,
uivos, ressoam prolixos...

Largo dos pensamentos
e bebo a canção.

Quero a mão fria do vento
acariciando o rosto,
mexendo ao desalinho.
Cura às dores, unguento,
ao fel um doce mosto,
em pouco, só carinho...

O estar sentir sozinho;
ouvir a canção...

E existir com ele, ser,
fazer parte na inércia.
Por todos os sentidos
o sopro a me envolver,
desfalecer a consciência,
eu e o vento resumidos.

Foto de ltslima

Ritmo.

Escondes o mêdo,
o caminho está traçado
onde o céu se abrirá,
as chamas invadem,
desagua em prantos
como pingos da chuva.

Da boca sai fogo,
de perfumes tornados
passáros rondam
espreitando o silêncio.

Caminhos tortuosos,
em tapetes cinzas
é parte da trama,
onde o sanguê congela.

Música,
dedilha ão sol,
escaldante frio,
desfilam...
em ritmo lento
até chegarem
a seu alento!

Foto de Arnault L. D.

Agora que ela se foi

Agora que ela foi embora
e levou consigo a ventania,
posso as janelas todas abrir.
Posso perder a linha, a hora,
as cortinas, o vaso, o dia,
sei que nada vai do lugar cair.

Os papeis soltos na mesa,
a caneta e o caderno,
as folhas que não balançam.
O viver não tem surpresa,
calor verão, frio inverno.
Sonolenta é a paz da razão.

Mais nada a cobrar, ou pedir,
e a agenda livre... letargia
bom... vejo que tudo está bem.
Eu, inerte, não preciso ir.
A tarde vai na noite e esfria,
outro motivo algum não tem.

Tudo agora fez-se calmaria.
Eu temo: as inertes lápides,
d’onde o resto ao redor é além.
O ventar, que agora estia,
abandonando-me os revides
não mais se movimenta; estou bem.

Foto de Carmen Lúcia

Outono

Tempos dourados outorgam novo ciclo,
Outonam caminhos, regam a esperança,
douram folhas, desnudam paisagens
que nuas perambulam, a contento,
bailando sem pudor entre o calor e o frio
e de mansinho desaparecem com o vento.

Acordam a nostalgia com acordes de magia
a tecer um tapete de ouro pelo chão
por onde passará com nobreza e distinção
a doce trilogia: beleza, poesia e emoção,
fazendo o tempo deslizar bem devagar, sem precisão.

Da terra brotam sulcos, alcovas das sementes
e silenciosa, a germinação procede vagamente,
acalentando o sono das flores adormecidas,
enquanto o frio do inverno cumprir sua missão.

Mas hoje é outono, tempo de espera,
as folhas jazem mortas... até a primavera,
que cobrirá de cores o cenário amarelado,
de flores e de vida o momento esperado.

_Carmen Lúcia_

Foto de Arnault L. D.

Sombrio

Os galhos se esticam,
planta buscando a luz.
O claro é sua opção.
Vez, a ela, me propus.

Mas, os olhos ofuscados
e a pele a arder...
Quis ares enevoados.
O habitat do anoitecer.

Há flor que só abre no breu,
bichos que saem no escuro,
a mudez ama o ermo e eu
nele me sinto seguro...

Sem folhas, sou qual a raiz
no fincar-me ao submundo.
Sua natureza a prediz,
enterrar-se ao mais profundo.

Sinistro, soturno e frio,
olhar escuro, vermelho.
Vo’alma, morcego sombrio,
rumo a perder-se no espelho.

Na sombra, meus olhos abrem,
e ouço a canção do vento
chamando as folhas, que caem,
a dançar no esquecimento.

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