Hoje

Foto de Sirlei Passolongo

Uma Poesia Chamada Amizade

Hoje, escrevo
a poesia mais bela que há
Ela tem cheiro de rosas
É ciranda que não
Quero parar de dançar
É canção que noz faz ninar

Capaz de fazer sorrir
Quem chora
De trazer de volta
Quem foi embora

Hoje, escrevo
Uma poesia chamada amizade
Sinônimo de dedicação
E de ternura
A chave principal da felicidade
E vim simplesmente agradecer
Por você ser parte do meu viver

(Sirlei L. Passolongo)

Direitos Reservados a Autora

Foto de elcio josé de moraes

AMEI ERRADO

Sei, que por você,
Não sou amado.
Sou somente ignorado,
Que destino sofredor.

Amei! Infelizmente
Amei errado.
Fiquei muito apaixonado,
E você não deu valor.

Hoje por você sou desprezado.
Mas se eu não estiver errado,
Você é que vai chorar de dor.

E sei que ainda irei encontrar,
Um outro alguém para o se lugar,
E desfrutar de um grande amor.

Escrito por elciomoraes

Foto de Paulo Gondim

E o sonho... acabou?

E O SONHO... ACABOU?
Paulo Gondim
01.10.2006

Vejo o sonho definhar
Perdido em mil preconceitos
Vindo em jatos imperfeitos
De uma plebe rude, vulgar
Que nem sequer sabe sonhar

E cospe no prato aberto
Do pouco que tem por perto
Essa gente insana, desumana
Que se alastra como grama
Na sua pobreza, na sua prole
De pouco caráter, de pouca índole

E vão cobertos de vergonha
Escondidos, em caravanas
Como predadores, meros impostores
Inconscientes, porém lascivos
Figuras marcadas, velhos conhecidos
Se vendem por pouco
Por um preço vil
É assim que é
E sempre existiu

E o sonho... O sonho findou?
Talvez, pra quem muito sonhou
E na sua loucura, até ousou
E se viu só, na sua amargura
Desolado, decepcionado
Posto de lado, pobre criatura

Necessário sonhar, sonhar é preciso
Como navegar, como a vida, é preciso

Um sonho pequeno, um sonho esquecido
De poucos desejos, de tempo perdido
No pelejar diário, incompreendido
Que a muitos se deu, e se tem dado
E hoje se vê, por todos negado

Essa gente bronca, essa gente à toa
Não sabe que afunda em sua canoa
Mesmo assim insiste, na trama persiste
Na obscuridade, na falsidade
E rir de si mesmo, de sua desgraça
Não ver o perigo que lhe ameaça
Diz não ao sustento e nesse momento
Mergulha no escuro, num negro futuro
Que se avizinha, pra logo chegar
Para esses incautos, não tardará
É o fim do sonho, num mundo medonho
Pra quem quis sonhar.

Foto de Sentimento sublime

Paisagem... Osvania Souza

Paisagem ...

Da minha janela.
Tenho a paisagem mais bela.
Vejo as mais lindas montanhas.
Se perderem no horizonte.
As nuvens passando entre os montes.
Num vai e vem sem parar.
E fico a me perguntar.
De onde vem?
Para onde vão?
Pela manhã sinto o cheiro da relva.
Ouço o ruído da selva.
Os pássaros anunciando.
O dia que nasce a brilhar.
Ele vem trazendo lembranças.
De minhas manhãs na infância.
Que jamais vou da memória tirar.
Quando chega a primavera.
Eu vejo de minha janela.
Todas as árvores estão mais belas.
Trazendo-me o perfume das flores.
Fazendo-me lembrar...
De vários tipos de amores.
Que me deixa feliz a recordar.
Hoje me sinto feliz.
Por neste lugar habitar.
Com minha família morar.
Em meio a mais pura natureza
E é nesse lugar com certeza.
Que a morte irá me encontrar.

Osvania

Foto de Sentimento sublime

Noite.....Osvania Souza

Noite!

Hoje à noite no terraço.
Olhei o céu estrelado.
Vi a lua brincando.
Passeando entre as estrelas.
Com todo o cuidado.
Percebi que a vida é bela.
E no silêncio dessa noite.
Veio-me uma sensação.
Meu peito tranqüilo então.
De uma paz no coração.
Percebi que a noite existe.
Não para nos deixarem tristes.
Mas para trazer paz e mansidão.
E m'alma que vazia estava.
Envolveu-se de alegria
Fez-me escrever esta poesia.
Para te dizer que à noite.
Não vem como um açoite.
Vem tranqüilizar corações.
Para quando chegar o novo dia.
Ele possa nos encontrar.
Com saúde, plenitude e alegria.
Devolvendo-nos a magia.
Que esse dia possa nos contemplar.

Osvania

Foto de Ricardo Barnabé

Tudo o que farias

Farias tudo e mais qualquer coisa
para escapar da tua falta de sentido e insignificancia
Darias a tua beleza para voltares atrás
para corrigires todos os teus erros
mas com eles terás que viver
Ficarás doente por aquilo que tiveste
e que quiseste perder
arrependes-te Hoje , porque todo o tempo que me fizeste sofrer
tornou-se na estrada que agora contra a tua infelicidade terás que correr
Choras as minhas palavras, porque são elas que te mostram
aquilo que és, cada lagrima que cai dos teus olhos, tornam-se
no mar de veneno que te consome e, escusas de nadar contra
os meus versos, porque eles são a minha Voz, a Voz de que em tempos
não quiseste ouvir, escolheste semear todo o teu rancor,e colhes todo o mal
que hoje te causa essa imensa dor
Quiseste destruir o meu sonho
mas a tua vida, acabaste por a destruir, porque o teu
sonho, era eu, mas agora, no teu pesadelo me tornei
porque ainda me amas, me desejas, e sempre me amarás!
Meus versos são como balas que cravam no teu coraçao ao dizer-te
que nesta vida nem na proxima, seja qual for,a mim, tu nunca me terás

enterra o teu passado
e colhe o teu futuro,
porque o teu mundo, esse já não sou eu...

Foto de Maria Goreti

O TREM DA VIDA

Lá vai o trem...
Leva pessoas...
Traz recordações...

“Café com pão, manteiga não!”

Ainda bem pequenina,
A menina cantarolava.
Mal sabia caminhar, mas sabia distinguir
O ruído do trem do murmúrio das ondas do mar.

Da janela acenava para a vida a passar...

E a vida passou...

Hoje,
Já não mais tão menina,
Ainda ouve o barulho das ondas do mar.

E o trem...
Continua levando pessoas...
Não as mesmas, outras...
Ela, a menina, continua a acenar...

Da janela, nem percebeu a vida passar!

Lá vai o trem...
Leva pessoas...
Deixa recordações...

E ela a cantarolar:

“Café com pão, manteiga não!”

©Maria Goreti Rocha
Vila Velha/ES - 22/03/07

Foto de Osmar Fernandes

O interpretador de sonhos

E, tendo-se levantado muito cedo naquele dia, partiu iluminado para o Santuário que ficava no quintal de sua casa. Lá, ajoelhou-se diante da imagem santa de Nosso Senhor Jesus Cristo, e espiritualizado, entrou em profundo estado de meditação. Seu espírito imaculado em transe, totalmente voltado para o sonho que tivera durante a noite.
Naquela noite apareceu-lhe em sonho, um mensageiro que lhe falava de dentro de um facho de luz divino, dizendo:
- O que vês, escreve-o no canto sagrado de teu coração, porque, a partir de hoje em diante, eu serei o teu Anjo da Guarda, o teu Guia Espiritual e o teu Guardião de Sonhos. As tuas preces, agora, foram ouvidas, e eu fui enviado a ti.
E em sonho, e já transfigurado, o Iluminado respondeu ao mensageiro, dizendo:
- Mas Senhor! eu nunca acreditei em Anjo da Guarda, nem em Guia Espiritual e nem tão pouco em Guardião de Sonhos. Aliás, sou um homem cético no que diz respeito aos assuntos sobrenaturais.
Então o mensageiro, disse-lhe:
- Conheço-te muito antes de tornar-te semente no ventre puro de tua mãe, acompanhei todas às etapas do teu desenvolvimento e desde o teu nascimento vigio-te. E, em verdade, te digo, que, todo ser humano tem o seu Anjo da Guarda, o seu Guia Espiritual e o seu Guardião de Sonhos, independentemente, de acreditar ou não.
E, o Iluminado, boquiaberto e pasmo, estupefato, interpelou-o, dizendo:
- Mas, Senhor, eu não acredito nessa história de protetor do além. Sou um homem solitário e cheio de pecados e dúvidas. Não concordo com a desigualdade entre os homens. Uns tomam cálice de mel, outros de fel. O poder e a riqueza estão nas mãos de poucos, enquanto, o sofrimento e a pobreza estão dominando a humanidade... A fome, a doença e a guerra são fatores preponderantes de humilhação para a maioria absoluta dos homens na terra. Além disso, falsos profetas, superlotam igrejas de fiéis desesperados e descrentes da existência da vida após a morte. A maioria não acredita mais em salvação... Devido ao estado de miserabilidade em que passa, muita gente, hoje, já não acredita em Deus... Muita gente idolatra um profeta ou um alguém que lhe dê esperança de vida terrena. Assim caminha a humanidade... Eu acredito piamente em Deus e em Jesus Cristo, mas, também, vivo sob tensão e desesperado. Estou aflito e precisando nascer de novo, preciso de socorro! Se você é mesmo essa Trindade especial, que me diz ser, onde estava quando em minhas orações implorei por um caminho de luz a seguir?
E, o mensageiro lhe respondeu:
- Foi-me dado o poder de cultivar-te, de vigiar-te, mas, não de interferir em teu livre-arbítrio. Um escultor só vai esculpir e lapidar uma pedra bruta, quando essa lhe chama à atenção pela simplicidade e pureza... Pela humildade e beleza... Deus só entra no coração de alguém quando é convidado, e tu o convidaste a entrar na tua casa com fé, por isso, estou aqui perante ti, porque, hoje, nasceste de novo. Afirmo-te que a partir deste dia, verás o mundo, não com os olhos do desejo, mas, com os olhos da alma; e, ouvirás, não com os ouvidos da carne, mas, com os ouvidos da sabedoria; e desvendarás os mistérios e os segredos dos sonhos de muitos que hão de te procurar. Por isso, o que Vês não é uma visão fictí-cia... O que vês é a tua Estrela Guia que te conduzirá a cumprir a tua nova missão; ela é a luz do conhecimento. E, deste dia em diante, tu serás um novo homem, e ao acordar, lembrarás de tudo que te digo, e num lugar sagrado meditarás, e jamais esquecerás deste momento, porque, a partir deste instante, eu te batizo, te crismo e te registro, como: O INTERPRETADOR DE SONHOS.
E o Iluminado, assustado, de supetão, respondeu-lhe:
- O Senhor só pode estar brincando comigo! Eu já lhe disse que sou como São Tomé, só acredito naquilo que vejo. Como vou interpretar sonhos? Eu não consigo interpretar nem os textos mais simples, que, o professor de literatura passa na Escola.
Calmamente, de forma sombria e sábia, o mensageiro respondeu dizendo:
- Tu saberás, tu fostes preparado por Deus. Não te esqueças jamais do que te disse antes: Lembras-te sempre de ouvir com os ouvidos da sabedoria e entender a tua missão com coração e alma.
Em verdade, te digo que, o sonho é a chave do futuro... E, por isto, muitos te ouvirão e poucos te acreditarão. Mas, nunca, em hipótese alguma te desanimes, porque este é o mistério.
O homem iluminado, mais um vez, intercedeu dizendo:
- Mas Senhor! se eu tiver realmente este poder mágico, este dom divino de interpretar sonhos, por ventura, não estarei interferindo no destino?
O mensageiro foi enfático ao responder:
- Não!!! Porque qualquer que seja a porta que se abrir... desvendarás somente o que for concebido a cumprir em tua missão. O que está escrito no livro da vida de cada um, não poderá ser mudado nem por ti, nem por mim, nem por ninguém... Somente por Deus. Confesso-te, que, todo sonho é uma premonição... Tem um sentido, um mistério, um segredo. "Nenhuma folha cai de uma árvore sem a permissão de Deus", imagine então os sonhos... Assim foi o sonho de Jacó, que viu em sonhos uma escada posta sobre a terra, cujo cimo tocava o céu, e os anjos de Deus subindo e descendo por ela... Assim foram os sonhos de José, filho de Jacó, que previu seu próprio futuro e salvou o povo do Egito da miséria da fome... O próprio nascimento de Jesus Cristo, foi anunciado à Virgem Maria através de sonho. Portanto, não tenhas medo, tenhas fé, pois, tu és um ser iluminado, e imaculado, e abençoado no céu. A tua hora chegou, faças merecimento dela.
E o iluminado cumpriu piamente as orientações do mensageiro, que ao acordar bem cedo foi imediatamente para o lugar sagrado de sua casa meditar, e ao despertar, sentiu-se espiritualizado, e creu; e transfigurado, e cheio de fé e paz espiritual voltou a sua vida normal, e passou a ver o mundo e as pessoas com os olhos de Deus.

Foto de Dirceu Marcelino

ERAM DOIS AMIGOS INSEPARÁVEIS

Dois meninos.
Moradores da mesma cidade.
Um de olhos azul outro verdes.
Eram orgulhos da cor de seus olhos?
“_Ah! Meninos vaidosos”.
Falava nossa professora, Dona Marta.
Foram poucos os episódios de que um não participou na vida do outro.
Um deles ainda no “parque infantil”, neste ainda não haviam se encontrado.
Foi quando o de “olhos verdes” fora expulso da escola em face de se envolver em uma briga juntamente com seu irmão de três anos.
Não aceitaram a justificativa do menino de cinco anos e naquela época ele não sabia se defender.
Vamos pular vários episódios, pois, o objetivo deste conto é apenas justificar o porquê da carta-poesia postada aqui e endereçada ao primeiro depois de muitos anos.
Mas, tem fatos marcantes que precisam ser mencionados:
Tal como a apresentação para incorporação ao Exército Brasileiro.
Lembra-se: Todos nós bem arrumados. Você com um terno que parece que fora tirado do baú de seu pai, o mesmo com que ele viera da Espanha.
Eu, com uma roupa esporte.
Na rua um comboio de mais ou menos vinte caminhões do Exército Brasileiro e no ponto de ônibus do Mercado Municipal não parava de descer jovens cabeludos, muitos naquela época queriam imitar os “Beatles”.
Lembro-me que no momento de subir no caminhão meus cabelos longos caíram na testa e meu pai com os olhos lacrimejados dizia:
_ “Pare com isso. Você agora vai ser soldado!”.
Sinceramente, só fui entender isso depois que já estávamos na barbearia do quartel.
Justamente, quando via os que estavam na fila saírem de “coco pelado”.
Cerca de oitocentos jovens com dezoito anos de idade deixavam caídos ali no chão da barbearia madeixas de vários tipos de cabelo, dava-se para perceber que pouca era ruiva, outras loiras, mas a maior parte de cabelos negros e castanhos escuros.
Como os meus. Os seus eram loiros.
Quanta recordação poderia falar do quartel, ei!
Lembra-se daquele que ocorreu dias depois dos cortes de cabelos.
Sabe que como “cabo da guarda” soube por ele próprio que fora uma vingança, pois, não se conformava com o fato de lhe cortarem os cabelos.
Com ele aprendi que cadeia não regenera ninguém, o pior é que ele dando baixa do quartel, entrou em outra corporação importante e a desonrou, pois cometeu um crime maior: “latrocínio”. Justamente contra um industrial alemão que instalava uma indústria em nossa cidade. Esse não é assunto para comentarmos aqui. Muito grave.
Mas eu tenho que mencionar nossa viagem para aquela pequena cidade vizinha, onde participaríamos do desfile comemorativo de aniversário da municipalidade, quando um comboio de seis caminhões nos levou.
Você dirigia um deles e eu estava na carroceria.
Você teria com certeza condições de narrar melhor o acidente ocorrido, pois via a frente uma estradinha de terra batida, o aclive acentuado e a curva à esquerda. Eu na carroceria só pude ver e pressentir o caminhão que derrapava, empurrado pelo obus 105 mm, peça de artilharia muito pesada que ao mesmo tempo servisse para segurar o veículo não o deixando que caísse abruptamente o tombava, devagarinho, dando-me tempo de pressentir a metralhadora ponto 50, tombar e seus ganchos inferiores caírem sobre meu pescoço, mas eu o colocar como um “boxista” entre os ferros e evitar ser atingido.
Salvo desses fomos para o desfile.
Você dirigindo aquele caminhão com a frente amassada e o vidro dianteiro quebrado e eu como sempre na carroceria, com mais dez soldados.
Lembro-me que conforme treinamento feito durante semanas no quartel todos os soldados deveriam descer e depois sob a ordem do comandante todos deveriam subir rapidamente, dando-se às mãos, o que lhes proporcionava subir com facilidade, mas eu, como sempre ficava isolado, sozinho, pois era o “cabo serra fila”.
A que dificuldade foi subir naquele caminhão, primeiro que me desconcentrei ao ver entre os assistentes que se acotovelam uma linda morena de “olhos verdes”.
Ela me olhava de tal modo que me atraía, me seguravam, me dominavam, mas acredito que quando ela percebeu que eu iria passar vergonha pois os caminhões já estavam sendo acionados, ela me liberou e então em movimento mágico pulei e não sei como já me vi segurando os guidões da metralhadora.
Sim. Espécie de guidões, semelhantes ao de uma bicicleta.
E, naquela posição o comboio circulou por toda a praça e ao retornar, novamente, eu vi ali defronte ao cinema, mas sobre a calçada da Praça Rodrigues de Abreu aquela musa.
Alguém poderá perguntar, mas como ele sabe o nome da praça se aquela era a primeira vez que tinham ido aquela cidade. Bem, aí é outra estória, a ser contada no capítulo II do “menino que queria ser maquinista de trem”.
Antes de perseguir o objetivo deste conto, ainda tenho de contar mais uma breve estória, pois ela está registrada nos anais da história do Brasil.
Refere-se ao período ditatorial, mas sobre um episódio no QG do II Exército época de subversão e quando alguém soltou da porta do ginásio de esportes do Ibirapuera um veículo carregado de bombas que adentrou pelo acesso do quartel semi-subterrâneo e explodiu espetacularmente, matando uma das sentinelas. Sua foto consta de arquivos da internet.
Com esse episódio o jovem de “olhos verdes” acabou sendo promovido a sargento.
Posteriormente, terminado o período do serviço militar obrigatório, nos separamos por vários anos, mas outra vez, o destino nos uniu.
Fomos nos encontrar em Campo Grande – MS.
Em uma academia e depois designados para trabalhar na região da tríplice fronteira entre os Estados de Mato Grosso do Sul, Paraná e Paraguai. Esta região ainda fazia fronteira com uma parte do Estado de São Paulo.
Sei que em contos não se devem por nomes. Mas o faço, pois é um conto baseado em fatos verdadeiros.
Verdadeiros mas desconhecidos das autoridades responsáveis, dos chefes, dos governantes.
Talvez, saibam eles de alguns dados estatísticos, do número de carros furtados que são levados para o Paraguai, interessante, ainda hoje da mesma forma que acontecia há vinte anos.
O “menino de olhos verdes” agora se transformara no Delegado Regional e o “menino de olhos azuis” no Delegado de Polícia da cidade mais importante da sub-região. Mas a deste ficava exatamente na confluência da tríplice fronteira.
Este episódio ocorreu em porto Caiuá, local onde estava sendo construída uma usina hidrelétrica no Rio Paraná e a estrada se delineava exatamente sobre a barreira de contenção.
A operação consistia na abordagem dos veículos suspeitos ainda sobre as balsas que faziam travessia dos veículos do Estado do Paraná para Mato Grosso do Sul.
Na primeira incursão foram apreendidos quatro carros, dois Del Rey e dois Monza, furtados na cidade de São Paulo, no dia anterior, cujos veículos eram conduzidos até as pequenas cidades do Paraná, e ali permaneciam aguardando o momento adequado para serem atravessados. Depois faltariam cerca de cem quilômetros para alcançar uma das inúmeras cidades fronteiriças “Del Paraguay”.
Logicamente, desconhecíamos no que consistia esse “momento adequado”.
Outro fato interessante, mas, por favor, não dêem risadas, más é verdade, os presos eram levados para a única cadeia da cidade e ela era de “madeira”. Aliás, a maioria das casas daquela cidade era de madeiras, naquela época. Não sei hoje.
Só viemos, a saber, na segunda operação, quando afoitos em realizar um trabalho maior escalamos doze policiais que deveriam agir em duplas.
O Delegado Regional chefiava, mas também fazia parte de uma dupla operacional, seu companheiro era um Agente de Telecomunicações. Este tinha a incumbência de se comunicar com os demais componentes e transmitir-lhes as ordens operacionais.
Mas que operação, pois, logo após a descida dos carros da balsa, quando tudo deveria estar concluído, o que vê o Delegado Regional, cada grupo de seus agentes, sim, perto dos carros apreendidos, mas aos seus lados, também, outros homens armados, desconhecidos e entre eles ainda teve a chance de reconhecer um famigerado bandido procurado justamente por ser famoso nesse tipo de tráfico de veículos.
O que restou ao delegado regional, ao ver aqueles homens armados caminhando em sua direção, a não ser, lembrar-se do brocardo:
-“Pernas para que te quero”.
Subir então no veículo que acabara de aprender, praticamente, obrigar o preso e o Agente de Telecomunicações a adentrarem no veículo, tomar o assento no banco de motorista, acelerá-lo e arrancar provocando muita poeira e deixar atrás de si uma nuvem.
Acredita que essa ação os deixou momentaneamente desorientados, pois já estava a uma distância de 40 ou 50 metros quando os viu subindo em suas camionetes, alguns na carroceria e começavam a acioná-las e em comboio a persegui-lo.
Poderia dizer que foi uma delícia, se não fosse trágico, mas lembra-se como se fosse agora do ronco acelerado do Monza, vermelho, lindo... “Vrrooouuummmmmmmmmmm” e o chiado dos pneus nos pedregulhos do chão de terra batida “tchuaaaaaaaaaaaaaa”.
A corrida do carro que batia a “Kart” e assoalho em algumas saliências irregulares da estrada que na verdade era a barreira da futura hidrelétrica.
Olhando para trás via que se formava uma nuvem de poeira que com certeza inviabilizava a perseguição dos bandidos e desse modo foi possível ao término da barreira, adentrar em solo pedregoso sem deixar rastros e desse modo adentrar num paiol e enfiar o veículo sob um monte de feno, que parece que ali fora adrede preparado para esconder o veículo como vemos nos filmes americanos.
O feno cobriu o veículo, desceu do mesmo cuspindo capim, o bandido com um monte enroscado em sua algema, o agente reclamando de estar sujando seus equipamentos.
O delegado regional puxou o preso pela algema, praticamente o arrastou e com palavras de ordem obrigava o agente de telecomunicações a segui-lo e assim subiram em um morro, onde em local alto e camuflado, se assentaram. Dali se podia ter uma visão geral da planície formada pelas margens do grande rio e da estrada que se descrevia agora sinuosa para o oeste.
Dentre os veículos perseguidores três camionetes Ford e duas de marcas Chevrolet, além de um Fiat 147.
Sorte que coube aos dois ocupantes do Fiat fazer a verificação neste paiol, onde o Monza estava escondido. Negligentes os bandidos, deram uma espiada e sequer tiveram o cuidado de cutucar com varas o monte de feno. Depois de alguns minutos também seguiram para o Oeste.
E, nós ali.
Passadas cerca de seis horas viu-se ao longe sobre a barreira o ônibus interestadual que se dirigia para a cidade sede da sub-região, dando tempo de escrever, em uma caixa de bala CBC, um bilhete pedindo ajuda.
Entre as dobras da caixa colocou o Delegado Regional outro bilhete, que teve tempo de redigir, afinal ficou ali várias horas.
Depois de mais algumas horas chegou o reforço, o pior, que entre eles retornavam alguns dos mesmos policiais que tinham participado da nefasta operação.
Mas agiam como se nada tivesse acontecido.
Posicionou-se o Delegado Regional adequadamente de modo que pudesse reagir com armas, mas logo percebeu que tudo aparentava certa normalidade, iria fazer o jogo deles, talvez fosse naquele instante a estratégia adequada.
E, assim, retornaram para a sede.
O “bandido” foi autuado por receptação. Presidiu o flagrante o Assistente do Delegado Regional que foi o condutor.
Ah! Que trabalho em vão, o “cidadão” autuado, no dia seguinte foi posto em liberdade por ordem judicial.
Mas, tudo isso se repetiria depois, quando convidado para uma pescaria o ingênuo Delegado Regional foi e lá depois de ter pescado um grande “serubim”, que ajudou a limpar, no momento de saboreá-lo começaram a lhe contar a estória do “Delegado Bigode”.
Bem, esta estória, será narrada em outro conto, talvez, até o término do concurso, logicamente, se esta for bem recebida.
Ah! Sim.
Vocês querem saber por que contei tudo isso.
É simples.
Só quis justificar porque não entreguei a poesia ao amigo ODAIR ANTONIO ORTIZ, diretamente a ele e naquela época.
Justamente, porque, ela a carta-poesia, fora o bilhete que escrevera em um papel de revestimento de maço de cigarros e a introduziu, entre as frestas da “caixinha de balas CBC”. A mesma caixinha e papel que tem guardada em seus arquivos.
Normalmente, esqueço-me do teor das poesias que escrevi horas antes.
Aconteceu recentemente.
Escrevi para “baianinha” e perdi em meus escritos no próprio computador.
Espero encontrá-la. Mas ainda ontem quando não conseguia revisar este texto, em razão de erro de formatação, reescrevi a poesia “Baininha”, mas exatamente, no momento em que falava com ela pelo MSN.
Amigo com tudo isto estou lhe querendo dizer, que da mesma forma que tenho amigas, musas, você foi uma pessoa importante na minha vida, veja, fiz uma poesia, pensando que iria morrer.
Imaginava que você continuasse naquele Estado, como outros de nossos colegas continuaram.
Mas o destino não quis assim, outra vez nos encontramos aqui em nosso Estado, trabalhamos novamente juntos, divertimos em alguns momentos, trocamos nossas confidências e até fomos confundidos com buques de flores que mandamos.
Finalizando, para corroborar nossas brincadeiras, veja como fiz para você tomar conhecimento da poesia que ainda tenho aqui guardada em casa, no papel celofane, revestimento do maço de cigarros e da caixa de balas CBC, que a recuperei, pois afinal. Eu era o Delegado Regional. E, finalmente, desejo lhe dizer que tivemos a oportunidade de acabarmos com Defensores, pois sempre quis sê-lo, como quis quando tinha apenas quatro anos de idade e não conseguia dizer à minha Diretora que agira em “legítima defesa de terceiro” de meu irmão que contava apenas três anos e eu mais velho: cinco.

Foto de Deoleones

SONHO

Sonho
Hoje tive um sonho!
Era um grande campo coberto de flores.
Flores amarelas.
Ao fundo uma velha torre.
Tirei os sapatos soltei os cabelos e corri no meio delas.
O vento acariciava o meu rosto, os meus cabelos.
Tu!!!
sorrias para mim.
lentamente, senti as tuas mãos na minha cintura
aos poucos, deixei-me cair.
Flores amarelas fizeram de cama
o teu corpo as minhas vestes.
Na tua boca matei a sede,
em ti o meu desejo.
Hoje tive um sonho!
Era um grande campo de flores.
Flores amarelas!!
Deoleones

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