Humanidade

Foto de Nailde Barreto

"Emoções de plástico"

O amor, complexo perfeito, finda e renasce, mesmo com a interferência do bom senso imperfeito da humanidade.
Cuja qual, mistura-se nas cinzas da evolução, de sensações robotizadas, frias!
No entanto, o que somos? Seres evoluídos ao ponto de manipular as próprias emoções e as de outrem, a fim de fomentar o próprio interesse.
Será esse um mundo quadrado, imperfeito, sem rumo, sem jeito?
Essa é a grande realidade, como um banho de água fria...
Enquanto emoções de plástico ganham o mundo, que mundo é esse?
Mundo de xadrez, damas, baralhos e dominós...
Figurantes, errantes, cheios de nós...
Perdidos no grande tabuleiro do jogo da vida,
Fascinante, quando não deixamos de lado, o amor!

Foto de Carmen Lúcia

Via Crucis

E então decidi...
Despojar-me de todos pecados
ser meu próprio Pôncio Pilatos,
ter meu corpo crucificado...
Não pra salvar a Humanidade,
não me crivaria de tamanha dor,
Cristo foi mais sonhador...

Não, foi mesmo auto-piedade
da própria alma
em busca de serenidade...
Caminhei com a cruz...A que me impus...
Não caí somente três vezes...
Foram muitas!
Já havia tombado tanto
pelo peso de meu pranto
por minha consciência pesada
não ouvindo a voz da razão,
nem mesmo a do coração...
E agora, Via Crucis, levo-me à condenação.

Fui Verônica...
Cantei o meu desencanto,
Limpei sangue de meu âmago,
deixei registrado no pano
o meu triste desengano...
A Madalena arrependida,
pelo homem incompreendida,
agora cheia de dores e acatos....
vítima dos desacatos.

Tentei levantar-me, ser o meu Cirineu,
Reacender a chama que um dia morreu...
Momento sublime...
Maria, mãe que redime,
um encontro...um olhar...
Nem foi preciso falar...
A única expressão...a de nosso coração!

Sedenta de amor, bebi o seu mel...
Desnudei minha alma, arranquei-lhe o véu...
E chorei...Implorei...Me ajoelhei...
Finalmente, enxerguei uma luz
semi-apagada, de um sol eclipsado
recomeçando a acender...

_Carmen Lúcia_

Foto de Carmen Lúcia

Mulher

“ Faça-se em mim,segundo a Tua palavra...”

Eis Maria,eis a Mulher
de cujo ventre nasceu o Salvador
que dividiu a história da humanidade
em antes, sem Maria
e em depois, amor em demasia.

Mulher que doa e que perdoa,
que abdica, se sacrifica,
que vai à luta, que se transmuta,
Mulher que chora e que implora,
Mulher que ousa, que desafia,
que não tem medo, é atrevida.

Mulher que é raça, que é Maria,
que é da Graça ou é da Glória,
que ganha o mundo, faz sua história,
que é das Dores...e sem rancores
exala olores, espalha flores,
que se empenha...e é da Penha,
ou simplesmente...que é Maria.

“E seja feita a Tua vontade...”

_Carmen Lúcia_

Foto de Carmen Lúcia

Apelo

Tanta riqueza nos foi dada
E por ser tanta, o homem se perdeu...
Desrespeitou o dom de Deus,
Esbanjou a natureza, desperdiçou a beleza
E a vida que era simples, complicou.

A mente humana se superou,
A tecnologia avançou...
O ápice da ganância alcançou,
Máquinas avassaladoras transitam a humanidade,
Comandam o poder, o ter, a desumanidade,
Trocando coração por epicentro de destruição.

O sol das manhãs amanhece embaçado,
Espera pelo entardecer pra se esconder, acuado...
Enquanto que o céu, outrora, azul tão claro,
Mostra-se pesado, azul-acinzentado.

Fumaças e nuvens se (con)fundem,
Chuvas plúmbeas pela terra se difundem,
Como armas plutônicas da devastação
Ante o olhar platônico da civilização.

Mas, nunca é tarde, não se acovarde,
Deus é Amor e perdoa
A quem se empenha ao embate,
A quem desafia tempestade,
A quem se arrepende e se doa...

E antes que tudo se consuma,
Que o homem seu erro assuma...
E traga de volta “...A vida, manso lago azul,
...sem ondas, sem espumas...”(Júlio Salusse)

(Carmen Lúcia)

Foto de Carmen Lúcia

Marquês de Sapucaí

Ao longe, som de cuíca, reco-reco e
tamborim.
É a festa maior do povo vibrando a
Sapucaí...
Deem tréguas pra tristeza, abram
alas pra beleza,
deixem a alegria passar e explodir no
Carnaval!

É a arte simbolizada por mil
sentimentos.
É o povo sambando mazelas,
cantando lamentos;
extravasa seu peito sorrindo,
querendo chorar
e a avenida que antes vazia, quer
junto sonhar!

Tanto brilho luzindo o asfalto
pisando o ar,
invejando as estrelas do céu que no
chão vêm sambar.
As escolas combinam espaços,
cronometram compassos,
mestres-salas e porta-bandeiras
rodopiam abraços...

E os carros alegorizados
sugerem altares
aos destaques que glorificaram a
humanidade.
Fantasias bordadas com o luxo da
simplicidade
fazem deuses sobrevoarem os mais
altos pilares.

E no auge a
avenida esvazia
pelos cantos se
esconde a folia.
Quarta-feira, confetes são cinzas a
serpentear...

E a ilusão sai de cena pra realidade
entrar.

-Carmen Lúcia & Verluci Almeida

Foto de Rosamares da Maia

POR ELAS

Por Elas

Por Elas, Mulheres em longos caminhos,
Histórias marcadas, trajetórias turbulentas,
Por Elas, em vidas paralelas ou transversais.
Por Elas, que a violência machuca e subjuga.
Por seu sexo infibulado, anatomia e pecado.
Por Elas que oprimidas amamentam sob burcas,
Como meros apêndices reprodutores,
Sem cor, expressão, prazer e amor.
Por Elas, de todas as origens, castas e classes,
Pelas Anastácias amordaçadas,
Objetos esquálidos e viciados, nas passarelas,
Abjetos produtos no padrão do mercado.
Por Elas, escravas brancas, negras e exóticas orientais,
Vendendo o gracioso prazer de sua natureza.
Por Elas, meninas “cachorras”
Apregoando que “um tapinha não dói”.
Por Elas, reviradas do avesso, lado reverso,
Toscas mariposas do lado fosco da luz.

Por Elas, Homens – gênero Humanidade - ergam a voz,
Por Elas, cantem hinos à beleza da dignidade,
Partilhem espaço, sem crenças aos tabus de gênero,
Por Elas, façam eclodir a luz.
Por Elas,... por elas, ...por nós.

Rosamares da Maia 23/02/2011.

Poemas da mostra de quadros de David Queiroz, em homenagem ao Dia Internacional da Mulher. ( 08 de Março de 2011)

Foto de Marilene Anacleto

Aquele Menino na Manjedoura

Aquele menino na manjedoura
Recebe os reis magos
Com a sabedoria inspiradora.

Reconhecem o menino
Como filho do Altíssimo
Trazem presentes que O iluminam.

Em harmonia com os astros
Por anos e anos estudaram.
Após grande caminhada
Encontram o Iluminado.

Aquele menino na manjedoura
Hoje é o povo, é a humanidade
A viver cenários troianos,

A clamar por vida digna,
Um coração sossegado
Sem luxo, com esperança.

Feito o ouro d'Aquele Menino
Transformem os homens da terra
Conhecimento em sabedoria
Na vida do homem maior,
Na vida da criancinha.

Como o incenso do Menino,
Sejam ondas coloridas
De paz, alegria e devoção
A compreender-se por inteiro:
Sentimento, conhecimento e emoção.

E a mirra do Menino
Seja para a criança de hoje
A abertura do coração
Que ela veja em si mesma
Aquele Menino em ação.

E que tenha confiança
No seu saber, na sua luz.
Que os governantes e mestres
Sejam hoje os reis magos
A encaminhar nossas crianças
Para um novo mundo de luz.

Onde o amor seja verdadeiro
Sem mentir, trair nem humilhar.
Que façam diferença no mundo
Sem mesmo querer ostentar.
Onde haja lealdade a si mesmo
E a quem escolherem amar.

Foto de Rosamares da Maia

UM CALDEIRÃO CHAMADO BRASIL

UM CALDEIRÃO CHAMADO BRASIL

Nos teus céus, o luar é da mais pura prata,
Sob a noite das congadas, exibes tua beleza,
Verde, esplendorosa
Despertando desejo, paixões e a cobiça dos homens.
Por ti, bateram-se nobres cavalheiros,
Também aventureiros, sem eira, beira, ou tribeira.
Todos atravessaram oceanos,
Enfrentaram tormentas, vindos de distantes lugares,
Tudo por ti, prenda preciosa.

Villegainon tomou-te a força.
Na França Antártica pretendeu desposar-te,
Mas, viu o brandir da borduna, E o ar sibilando de flechas,
Defendeu-se a tua honra.
E dançastes para comemorar.

Nassau encantou-se de ti a primeira vista.
Na alta Olinda, o mar invadiu seu sonho,
Esculpindo em obras de amor e arte a sua conquista.
No batuque do maracatu a história desenha traços,
Seguiu jogando pernas pro ar. Rabo-de-arraia,
Jogada de mestre e moleque do garboso capoeira.
Mas perdeu-se o moço nos olhos de uma morena,
E no samba de roda foi namorar.
Ginga, samba crioulo, arranca do chão a vida,
Mesmo na seca caatinga faz o teu destino.

Brasil,
Teu gosto é café, cacau docinho, rapadura, carne de sol,
Churrasco dos pampas, tutu com linguiça e carré.
Tens o cheiro da pele das meninas, das cadeiras mulatas,
Também, da branca estrangeira.
Tudo no liquidificador das raças - misturadas,
Com estilo, para extrair um suco verde e amarelo,
Que enfeita e enfeitiça, traduzindo-se na imensa passarela,
Por onde desfila a mais nova porta bandeira.

Brasil,
Dos contos e lendas, de bravuras e bravatas,
-São filhos de botos cor-de-rosa, que saltam das águas,
Para emprenhar donzelas, Caipora, Curupira,
Mula Sem Cabeça, Saci Pererê, Negrinho do Pastoreio,
Lágrima de princesa índia que virou Vitória Régia,
E Orfeu, príncipe negro da favela?
Da tua fé mestiça, soam os atabaques, rodam sete saias de rosas.
Do mar, na rede dos humildes, ergueu-se Santa, Aparecida.
Na voz de teu povo consagram-se: Anastácia, Padre Cícero,
Dulce, a irmã da bondade.
Um grito de gol, de bola na rede que apaixona milhões.
Fé, pés, talento e arte. Essa é a tua gente!

Brasil,
Quanto resta do bugre Xingu, do Português, do Holandês?
Quanto ainda corre em teu corpo?
Somam-se tantas outras ocidentais e orientais misturas.
Desaguando todas, finalmente, na grande pororoca amazônica.
Colocamos a massa miscigenada para dourar ao sol de Copacabana,
Faz-se repousar o resultado deitado no colo do Redentor,
- Eternamente de braços abertos, em berço esplendido.

É assim o teu despertar, Brasil.
Se a maledicência diz que a tua certidão é imprecisa,
Que e a tua paternidade é duvidosa,
Pouco importa o despeito desta gente maldosa.
Fenícios, espanhóis, portugueses – Quem primeiro aqui aportou?
Quem afinal, de forma acidental ou intencional te encontrou?

Este é apenas um detalhe.
Estamos aqui! Construímos a nossa história.
Mais que navegar, foi preciso tecer,
Prender o fio de tantas origens.
Somos a raça da verde / dourada flâmula,
“Da loura Bombril e do negro alemão”.
Emergimos do caldeirão da Humanidade.
Mexido com a rica madeira vermelha
Ela que deu origem ao próprio nome,
“madeira de dar em doido”, brasa viva e incandescente,
Que forja e “ergue da justiça à clava forte”, sem fugir da luta.
Somos o Brasil.

Rosamares da Maia

Foto de Rosamares da Maia

DEUS É VERBO

Deus é Verbo

Para compreendermos porque os homens têm comemorado durante tantos séculos o Natal, será necessário esquecermos o sentido comercial, no qual fomos transformando ao longo dos tempos a essência da Natividade e nos lembramos de que existe algo que transcende a existência do próprio homem – a verdade - Será necessário ainda, aprender que “Deus é verbo e não substantivo”. Ele é não está simplesmente contido na abstração dos homens, por isto permanece como verdade eterna. Transformou o seu amor em ação, e o verbo se fez presente, desdobrando-se na Trindade, doou a sua segunda pessoa – O Filho, como expressão do seu amor maior pelos homens e pela Terra.
O Natal não envelhece, porque, o amor de Deus é verdade que não se sujeita à ação do tempo, é sim o próprio tempo que se renova em fé e esperança. E se o nascimento de Jesus Cristo desperta sentimentos que pareciam estar adormecidos ao longo de todo o ano, podemos perceber que ele se manifesta como o próprio Verbo em ação, concretizando a terceira pessoa – O Espírito Santo, que nos toca recompondo a essência humana.
Nenhum Natal é igual a outro, porque a cada ano as promessas são renovadas. Ao homem é restaurado o arbítrio, a faculdade de decidir se deseja ou não partilhar da ceia generosa do amor fraterno e, não existe presente capaz de substituir o prêmio da vida quando o Homem aprende a conjugar o verbo de Deus.
Do verbo de Deus os homens devem lembrar os ensinamentos de amor ao próximo, humildade, também da necessidade de realizar com serenidade coisas boas, tanto para o progresso pessoal como da humanidade. Assim todo Ano será Novo e bom.
Rosa Maria Maia

Foto de Paulo Master

O Mal Irremediável

Nascer, crescer, morrer. Um ciclo necessário para o bem da humanidade, não apenas um mal irremediável, mas uma realidade sublime, uma dádiva. A função da morte é primariamente permitir a evolução.
Eu vejo a luz! Expressão que ironicamente deixa de existir a partir do momento em que nos deparamos com ela. Após a morte é possível ver a “luz”? No momento em que a luz se tornar visível passará a ser impossível afirmar sua existência. Pacientes terminais que vivem experiência quase morte tem a convicção afirmativa que estiveram lá. A fé não apenas nos leva a creditar a morte, nos faz também acreditar que estamos vivos e podemos seguir adiante.
Na mitologia nórdica, as valquírias eram deidades menores, servas do deus Odin, belas jovens mulheres que montadas em cavalos alados e armadas com elmos e lanças, sobrevoavam os campos de batalha escolhendo quais guerreiros iriam morrer.
No campo real essa hipótese deixa de ser uma opção viável, pois é difícil aceitar uma perda. Como seguir em frente sozinho? Um sentimento corrosivo, destrutivo e desleal entra em cena nos tomando as forças, forçando-nos a digerir o triunfo da morte. A definição da morte extrapola o senso comum, um termo pejorativo que exprime um sentimento desagradável e mordaz.
Poderíamos aceitar a concepção da morte como a volta do filho pródigo, aquele que voltou para o seu verdadeiro lar, os braços do pai. A morte como uma entidade sensível é um conceito que existe em muitas sociedades desde o início da história. Uma linha tênue. Os que continuam a viver seguem em um mundo de equilíbrio precário, frágil paz de espírito, uma simples lembrança pode destruir toda sua harmonia. As lembranças são imagens diáfanas de contornos além do surreal, mas que carregam uma figura caracterizada pelo uso de uma referência evanescente. Sucumbir à difícil transição é um ato doloroso. A teoria da “extinção absoluta” personifica a morte, tornando-a real e absolutamente possível embora duramente aceitável.
O escritor sábio do livro de Eclesiastes disse que o dia da morte é melhor do que o dia em que se nasce. (Eclesiastes 7:1).
O sentimento condescendente é complacente a dor de outrem cria uma ligação profunda entre os seres humanos. Afirmações de profundo pesar; pêsames que exprime ou inspira tristeza sombria; fúnebre. Contudo, já nascemos obstinados ao fatídico fim, estigmatizados ao necro acontecimento. A morte, aceitando-a ou não, faz parte do ciclo da vida. O nascimento é o precursor da morte.

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