Incerteza

Foto de Gregório H

Não mais

Não vai rolar, não mais
Não existe razão pra te querer
Não é lógico, tácito ou tangível
Você nunca me deu nada além de migalhas
Minha fome é maior,
Preciso de mais, um sinal
Uma dúvida, uma incerteza
Preciso de alguma coisa
Não se pode construir um mundo em cima do nada
Me dê um vacilo nas suas convicções
Que te dou abrigo e segurança
Saberás que és amada
E sempre será
Mas isso é outra história
Um devaneio
Que do nada se fez
E muito levou

Foto de Miguel Vieira

Poemas diários

Miguel Vieira

“Traz no peito a tristeza mórbida dos poetas malditos e lança a última maldição: O suicídio irreal que é a vida na sua mais absoluta crueldade”.

VÍCIUS*

Sonhei desertos dos sorrisos fáceis
Majestosamente pus minha solidão
No espelho do quarto escuro
Reluzia um espírito triste

Avesso a afetos e alegrias
Subitamente e, de estranho fato
Aproximei-me da luz de cores claras
Igual a mim, antes do contágio pela cor!

Fiz-me inerme, soluços e desejos
De quem procura mesmo que na memória
Fragmentos de uma alegria para sempre

Dispersa em sombras, desfiz os sonhos
Para não acordar ao pasmoso destino próprio
Dos que sofrem misteriosa dor.

*em homenagem a Vinícius de Moraes

Miguel Vieira

SOL NEGRO

Um dia eu tenho que pagar por tudo que devo
O dinheiro, o amor, a dor, o tédio e a solidão
A loucura, a depressão...
Os dias de sol negro e a angustia dos que vivem
A verdade e o medo da mediocridade
Os sonhos e a total falta de esperança
A lascívia de quem já passou em minha cama
A morte e a escuridão da vida
A fé e toda a idéia maldita
O poder e a necessidade de nos tornarmos livres
Ser mesmo que invisivelmente forte, colher cada
Pedaço de carne de nossos próprios corpos que
Talvez sobre, voar mesmo que tarde , gritar
Seu nome quem sabe um dia se pode
Criar versos na miséria que nos cobre
Ejacular nas suas vísceras apodrecidas
Toda maldição que você suporte
Dizer que sou livre e estou farto de pedir
O pão, compaixão e seu perdão.

Miguel Vieira

TRUST ME II

Estou tão triste, baby.
Que chego a pensar,
Em tudo que já passou,
E na memória um grito de amor,
Simbolicamente delírio em paixão,
Loucuras e saudades
De um eterno abandono
Isso é o meu amor
Você nem imagina, baby.
Toda essa dor no peito,
Ontem, chorei...
Pedindo socorro,
Beija-me, baby,
Salva-me...
Não suporto mais os dias,
Por favor, resgate-me!
Mostre o lado claro da vida,
Com seu amor é possível, baby.
Só seu amor é capaz,
De curar minhas chagas
Nesse longo dia há um paraíso distante,
Feito para nós, baby.
As flores têm seu cheiro,
E cada amanhecer é de puro amor.
Sou louco por seus olhos
Agora eu tenho paz
Ajude-me
Ame-me, baby.

Miguel Vieira

FULGAZ

O que sou afinal?
Sou apenas
Vestígios!
De toda
Afirmação humana
Choro
E morro
Ao entardecer...
Se toda minha poesia
Coubesse em meu
Sofrimento
Talvez de fato
Seria poeta
E, não essa carne
Podre
Que insiste
em estar
de pé.
Gostaria de sorrir
Mas a dor é maior
Maior angústia
Maior que o amor!!!
Pois sendo assim
Não cabe a mim
A alegria,
Mas a demasia
De ser infeliz.

Miguel Vieira

ATRIZ DE FILME PORNÔ

Minha alma é negra
Como é negro o meu olhar
Como são negros
Os meus sentimentos.
Já que não tenho coragem
De botar uma bala
Na minha cabeça...
Deixe o colesterol
Tomar toda artéria!!!
Sou suicida indeciso
Poeta maldito...
Homem frustrado!
Praguejei à vida
Sorri para à morte
Abracei o tédio
E, cuspi na sorte!!!

Miguel Vieira

DEMÔNIO DA TANZÂNIA

Lágrimas de cicatrização
Em conteúdo utópico, ilusório
Quase... solidão
Procuro o êxtase
Dos dias mais brilhantes
Talvez, seja algo de incorreto
Do cérebro
O meu coração
É apenas uma bomba
De sangue sem valor
Vivo toda essa dor!!!
Sinto frio
Saudades dos dias de sol
O que devo encontrar
Arco-íris?
Ou sombras
De presente cruel?
Gosto de estar só.
Sozinho, solitário, solidão!
Que minha doença mental
Não progrida
Já basta pensar
Ser... poeta!

Miguel Vieira

SUAVE MOMENTO

Imagino eu,
Em nova orleans
Pairando em cada casa,
O seu canto!
Até parece que já estive lá,
Será que eu pertenço a esse tempo,
Talvez seja apenas um sobrevivente
Que não sente mais o tempo passar
Estou aqui repetindo todas essas retóricas
Lembrando do passado e fico triste
Com esse som que inunda a alma e a vida.
Frases soltas de um louco suicida
Que quer apenas mais um dia
Ame-me com furor
Capaz de derreter o sol
Com força e suavidade
Dos que vêem na sua própria retina
Toda maravilha que senti
E não importa as lágrimas
Também sou parte e criador
De todos esses mistérios.

Miguel Vieira

NOSSA LINGUA

Não acredito mais no amor
Ou é não creio?
Não sei
Só sei que ignorei
Regras simples do saber amar
Não só dizer do amor
Mas do sentir
Sentir cor, dor e calor
Sentir seus beijos
E ainda assim não sentir
Disfarçando o sentimento
Que seu ser representa
Uma fortaleza...
Na imensidão do mar vazio que sou.
Ouço os pássaros á cantar
Igual aos versos portugueses
Que sua boca pronuncia
De amores e solidão.
Canto os versos de nossa mãe: A língua!
Único elo do amor desconhecido
Não só por mim
Sangro, sangue liso
por que é de mim a essência
e de ti esse amor.

Miguel Vieira

ABRIU-SE

Primeiras horas do outono
Planto milho ao cair chuva,
Na ilusão da colheita,
Nesse desafio constante pela vida,
Pensamentos e sonhos,
Chocam-se em minha mente,
Já não sei se é calor ou frio? !
Se é censura ou punição?!
Sei que é estação do mês de abril!
Uma voz canta dentro de mim,
Melodias já ouvidas,
Sentidas em todas partes,
Mesmo em caminhos distantes,
Camuflam cores e vícios
Sons e saudades em pleno mês de abril!
Sinto o verde do mato
Enxergo o cheiro da terra
Bebo o doce do mar
Choro as lagrimas do vento
Sim, faz calor no mês de abril!
Canto estradas errantes,
De destino próprio das causas perdidas.
O mar evapora gotas de azul anil
O rio recebe gotas de amarelos cintilantes.
E, eu? Contemplo tudo isso
Nos meus poucos meses de abril!!!

Miguel Vieira

TIME OF DAY

A incerteza...
Mãe de todos os medos!
Senhora das dúvidas,
Irmã do sofrimento;
Capaz de chorar
O mais forte dos homens
E lamentar o covarde em soluços...
Diante de ti,
O limite transforma-se em sonhos,
Em ecos...
Sombras do passado,
Reprise do presente,
Incapaz este de viver plenamente,
O mais simples dos dias.
Grita bem baixinho,
Seu lamento,
Não desperte as ninfas do impossível,
Não seria bom,
Acorda nas frustrações do desejo,
Melhor caminhar,
Tranqüilamente pelo vento,
Abrindo as asas lindamente,
Bebendo silenciosamente os seus beijos,
Disfarçando misteriosamente com o tempo...

Miguel Vieira

RUA ÁGUAS BELAS, 12

Andei pelas ruas
De minha infância
O sentimento de solidão
E abandono voltou
Em saber que antes pisei
O chão de terra da época
De inocência
E hoje, velho
Relembro o passado e o
Presente
Procurei nos rostos o
Reconhecimento, só havia
Estranhos, separados de
Mim pelo tempo.

Miguel Vieira

A BELEZA

Ao poetas sonham
E em seus sonhos
Buscam enigmas
Que antes acreditavam
Ser pesadelos.
Alimento pequenas ilusões
Pois é necessário tê-las,
Antes do homem
Sonhar com o universo...
Pensou primeiro em
Sua mediocridade
E para compensar
Suas frustrações
Imaginou ser grande!
Ser belo.

Miguel Vieira

Poeta : Miguel Vieira
E-mail: mvsprofessor@hotmail.com

Foto de Carmen Vervloet

Reflexão (Por que os mineiros chilenos foram soterrados?)

A terra engoliu trinta e três seres viventes.
Guardou-os no seu útero, na escuridão.
Ninguém sabe se por algum motivo evidente
A terra os manteve debaixo de tanta pressão.

Deixou-os desesperançados e famintos...
Na incerteza se voltariam ao mundo,
Desesperados no seu restrito recinto
Nos seus corações um medo profundo.

O que a terra quis nos dizer eu não sei
Talvez quisesse mostrar o valor da vida
Mas por que trabalhadores cumpridores da lei?
Quem sabe quisesse muito longe se fazer ouvida...

No seu ventre guardou-os por sessenta e nove dias
Multiplicou-lhes a fé e a esperança nesta solitária gestação
E então lhes deu a luz com imensa alegria
Fazendo brotar amor, coragem, fraternidade e união.

Enquanto todo o planeta se dava as mãos em oração
Para o sucesso do resgate desses irmãos
A terra fazia brotar antigos valores em cada coração
E pedia que fosse feita profunda reflexão.

Carmen Vervloet

Foto de Diario de uma bruxa

Dor do amor

O que nos causa a dor¿...
A incerteza dos fatos ocorridos, os olhos maliciosos e maldosos dos vizinhos; os risos condenáveis a beira dos portões... Cochichos fofocas
A insegurança que é transpassada pela alma e fica visível... Todos podem ver.
O medo inconsciente preso dentro do vestido.
A falta de criatividade de animo para superar tudo isso.
É improvável a causa total da dor, mas tudo tem um ponto fundamental a ela. A causa maior é o amor.
Traição é algo a ser superável; passam-se anos e a ferida não cicatriza, apenas prolonga-se a dor que fica encubada dentro do peito. Pode-se até esquecer e não ficar mais tão visível, mas dentro do coração a dor ainda continua terrível.
Pode-se morrer de amor¿ A dor é tão intensa que o ar não entra. É inconfundível a dor do amor, o ódio não se compara a ela.
O ódio é um sentimento hostil que nos corrói por dentro, deixando-nos amargos e sem sentimento, passamos a reprimir o amor, assim deixamos o ódio nos dominar.
Apenas a força do amor pode derrotar o ódio... Mas pra isso precisa ter forças e vontade para mudar e afugentar o ódio.
A dor do amor é horrível sim... Mas é preferível morrer de amor do que de ódio.
Dor... Porque dor
Porque dói tanto.
Não podia ser apenas amor
Um sentimento tão bonito
Porque a dor!

Poema as Bruxas

Foto de Carmen Lúcia

Sinais de Trânsito

Pare...

Se o amor acabou
Se o céu apagou
Se a noite não mais termina
Se a nova semente nunca germina
Se a dor se faz presente
Se a alegria anda ausente
Se o mundo mudou de repente...

Atente...

À velocidade com que o tempo passa
À beleza das flores que seus olhos não veem
Aos sonhos não sonhados e desperdiçados
Ao hoje que é certo, à incerteza do amanhã
À fagulha da paixão que ainda crepita
Ao preço da descrença que possa vir a pagar
A tudo que existe e irá se transformar...

Siga...

Se o amor renasce a cada dia
Se a canção ecoa em sintonia
com a natureza que a vida vem lhe dar
Se o seu rosto se suaviza com a brisa
que sopra ao seu ouvido segredos do céu e do mar
Se é capaz de discernir o bem e o mal
Vai em frente...
Acredita...
É esse o sinal.

Carmen Lúcia

Foto de iago fernando de oliveira

"Vida"

Porque amarga tu és.
Tanta preocupação me truxeste,
Tantas dores me inpuseste.
Não sei porque a tenho.

Por medo talvez,
Eu a guardo.
Por angustia,
Quero perde-la.

Quanto tempo se foste.
Quanto tempo a tenho.
E não me truxeste ainda um amor.
Tu me adeia?
Ou tu me ama?

Acho que é odio.
Pois se não, não seria cruel.
Porque viestes a mim?
Poque me destes tal fardo?
Numca a pedi

Agora fico com a incerteza.
Se a expulso.
Pois coisas dadas não se tiram,
Mas deve-se aturar algo que se odeia.

Foto de Carmen Lúcia

Corrida insana

Da janela semi-aberta observo a vida
acelerada, apressada, incontida...
Em movimento cíclico
voltando sempre ao ponto de partida
pra de novo recomeçar...
sem saber onde chegar,
sem saber como parar,
onde parar...

Passos incertos conduzem as pessoas
num vaivém desnorteado, descompensado...
A incerteza do caminho as levam a perambular,
vontade insana de chegar...
Em desalinho procuram uma porta,
ansiedade é o que se vê em cada olhar,
entre tropeços e arremessos elas se trombam,
mas não importa,
sonham chegar em primeiro lugar...

Nessa corrida cega e obsessiva
regada à ambição desmedida
desprezam paisagens significativas,
o belo em cada canto contido,
as cores pintadas pela primavera,
flores que sempre estão a nossa espera...
Canções entoadas pelos rios,
a relva que seus pés acaricia,
mas seguem em frente sem se importar,
sem ver o pôr do sol, tampouco o amanhecer,
indo sempre em desencontro ao amor,
sem dar a ele o mínimo valor...

Queimam as etapas mais bonitas da vida
numa competição desenfreada e descabida
sem tempo de parar e observar,
sem tempo de se render e absorver...
Sem nunca amenizar essa corrida,
sem perceber o real sentido da vida...

Carmen Lúcia

Foto de joaobala

Ela tem tomado conta dos meus sonhos

Ela tem tomado conta dos meus sonhos
Ela tem tomado conta do meu dia a dia
Ela tem feito de mim, escravo de suas madrugas
Ela tem tirado minha paz, com as maldades impensáveis
Ela não sabe o que quer e tem maltratado meu amor por ela
É assim que estou vivendo é assim que estou morrendo por
Ela dia a pós dia.

Por ela tenho vivido meus dias maus
Por ela não me sinto dormindo em coxão
Tenho dormido em pedras e predregunhos
Porque a dor que sinto quando acordo de
Um sonho com ela é muito forte,
Por ela sou capaz de agüentar essa dor.

Ela é tudo de bom de um sonho,
A maldade esta em sonhar com ela e não tela
A maldade esta quando me sinto nas mãos dela
A maldade é o despertar dessa paixão doida
De ser amado e amar sentir dor no coração.

É inexplicável o amor, assim com vida se torna
Curta pra quem ama fielmente, pois ela se diminui
A cada gesto de incerteza do amor de quem se ama
É inexplicável a necessidade se ouvir do outro lado
Eu ti amo também, se não tem essa frase impossível é
Terminar essa poesia.

É assim a vida de um poeta principiante no mundo
Tão vasto e rico em palavras e melodias,
Um verdadeiro poeta tem que viver a dor o desprezo e o amor
Sem tirar nem por as dificuldades de se viver quando não tem
O amor de quem se ama.

Joaobala 16/06/2010

Foto de Fernanda Queiroz

Saudades

Sábado, 28/05/2005 - 23:04 — Fernanda Queiroz

Saudades!
Palavra composta de quatro vogais e quatro consoantes, que quer dizer tudo e não diz nada.

Na saudade está o silêncio... será que se escreve saudades com S de silêncio?

Quem inventou está palavra?
Será que sabia quantos sentimentos existia neste conjunto de letras?

Por que não vontade louca de saber de ter de ver?
Por que não medo, insegurança, incerteza?
Por que não desejo de voltar....?

Será que o A de saudades é o A de Até breve?

Será que saudade é para rimar com felicidade?
Não!!!, Saudade rima com dor..., se rimar com felicidade seria a de reencontrar, mas aí já não é saudade, aí vira realidade...

E o U da saudade?
Será de ultimamente?
Será de unicamente?
Ou será um U de um urro de dor?

Saudades!!!!!!!
Palavra pequena para transmitir tantos sentimentos.
Não descreve nosso amanhecer sem você.
Não descreve as horas das refeições, nem daquele gostoso papo de fim de noite.
Não descreve tua cama vazia, nem meus sonhos em conflitos.

E o D da saudade?
Será de quanto em quanto tempo?
Será que por isto ele se repete?
Ou será o D do Dedo de Deus?

Mas que palavra é essa, que não descreve nada!!!!!
Não fala em afago, em carinho, em você
Não reflete teu rosto, nem teu sorriso bonito, com tuas covinhas na face que o fazia mais doce, mais perfeito.

E o E da saudades?
Será de estar junto?
Será de esperança?
Ou será de eu te amo?

Saudades, palavra tão pequena... mas poderia ter um acróstico, que cada vogal ou consoante teriam infinitas explicações, descreveria infinitos sentimentos, que molhariam lenços e fronhas....

Saudades!
Será de novo o S do silêncio?
Ou o S de sofrer?
Ou o S de Será?

Será que a palavra saudades, esta relacionada com sonhar?
Será que significa voltar?
Ou saudades é um eterno esperar...

Fernanda Queiroz
(Direitos Reservados)

Foto de Osmar Fernandes

Amor doentio

Esse amor já me levou à loucura.
Por longos anos me sufocou, agora lamento!
Perdia a cabeça, fazia besteira no meio da rua...
Foi amor doentio, cego, surdo e mudo de sentimento.

Eu não dormia, respirava você, tudo era exagero.
Eu era iludido e minha dicotomia de amor
Era a cruz sangrando no meu desespero.
Desconfiava de tudo, ciumento... Puro dissabor!

Não existia o nosso amor, pois somente eu lhe amava.
Meu amor vivia na UTI diuturnamente...
Parecia amor platônico, eu só chorava.

Tinha ciúme de tudo, de todos, até de sua sombra.
Meu álibi era minha incerteza plenamente...
Desse amor não sou mais seu tapete nem sua alfombra.

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