Insónia

Foto de Runa

7º Concurso Literário - Amores moribundos

Ouço ainda o rumor dos teus lábios de cinza
a espernear de encontro às tábuas gastas do meu peito,
e dou por mim, num delírio febril,
a murmurar as sílabas nostálgicas do teu nome,
que dançam, numa vertigem de fumo,
ensombrando os versos obscuros do poema.
Um pássaro de cera derretida,
pousado no luar arruinado dos meus ombros,
digere a ressaca de um eco distante,
no vazio destroçado do papel
onde tento fixar as últimas sombras
do teu sorriso desfeito.

Vozes escondidas murmuram nos recantos da memória
a litania decadente dos ventos,
invocando, num ranger de ossadas,
a réstia contaminada de remotos sonhos
enterrados dentro de mim.
Sacudindo o feitiço,
acendo as palavras efervescentes do teu nome
e deixo-as, a queimar, no rebordo encardido do cinzeiro,
entre duas baforadas de fumo baço
e a insónia lenta da tua ausência,
renegando para os confins do poente
aquilo que já não me serve.

Esta noite, num derradeiro gemido,
entrego o teu rosto calcinado
às chamas fugazes do esquecimento
e, definitivamente, te fecho a porta.

Foto de pttuii

O tempo é agora

no ronco indistinto
da insónia do tempo,
veste-se de carmim o velho
persecutório de mãos roxas,
inchadas de sexo,...

a mínima hora de coisas
bem feitas deixa tudo
sem sentido,....
são de falta as lamúrias
insonoras de quem arrasta pó,
em vez de corpo,...

soaram trombetas de fel
quando o dia já fazia sexo anal
com a noite,
vestido de carmim achou-se
desfeito o ronco separado
da consumada morte
das tradições humanas.....

Foto de Henrique Fernandes

ESCRAVO DO INFERNO

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Oculto as palavras difíceis de dizer
numa lágrima de lama de uma dor,
que molha a flor murcha na raiz
do meu horizonte escravo da incerteza,
flutuando serpente envenenando os sonhos
ao largo do mar vazio,
que meus olhos castigados de lamento
inundam de solidão a minha vida.

Já há muito perdida nos espinhos
afiados do tempo derrotado pelo calendário
dos serões datados na insónia
em que me esqueci de morrer caminhando.

Bate um turbilhão melancólico
na tempestade do meu peito forasteiro,
em aventuras pesadelo pelas nuvens
de desgosto em chuvas ácidas de lembranças,
esquecidas que guardo dentro de um fogo apagado
em mim resto do que não fui na sobra
do que quero ser.

De amor partido pelo cinzento viril
que rasga a cortina dos dias negros,
somo horas paradas que sangram escuro
num grito áspero,
escrevendo-me na garganta sufocada
a ultima letra distorcida da palavra porquê,
ilegível sobre a lápide da esperança.

Engulo o olhar seco em direcção turba,
desfocando-me o ego até às grutas
do longe por satisfazer ainda,
tão distante de mim tudo
entre nada tão perto do fim encerrado
na meta do inferno onde espera
a minha espera...

Foto de alentejana

«« Insónia ««

Noites de insónia
Noites sem fim
Em que dou por mim
A vasculhar a memória

O que fui, o que sou
O que virei a ser
O que acabo de perder
Porque ando sempre a correr
Quando me dou ou não dou
Para onde vou

Noite de insónia
Porque não trazes a glória
A glória dos sentidos
Dos amores prometidos
Porque trazes na memória
A história dos gemidos
Dos medos vividos
Em noites de insónia

Antónia Ruivo

Foto de Henrique Fernandes

SENTIMENTO QUE DORME NA INSÓNIA

Escuto a incerteza dos murmúrios que encontro no meu caminho carente,
procurando instantes de coisas novas no silêncio,
na frágil culpa do pensamento doente,
atravessando um lugar perfeito em mim grão de areia pelo deserto onde adormece o tempo imperfeito,
embalado pela vertigem da memória arremessada ao abismo do passado que corre ao meu encontro.

Resto oculto na sabedoria de dizer esperança que ondula na vastidão esquecida no meu corpo,
ainda madrugada à deriva pelo ruído da minha loucura.

Levito agitado pelo amadurecimento dos meus movimentos mais ousados,
cavalgo o engodo da escuridão extrema onde brilha um infindável sentimento que dorme na insónia,
onde flui a aresta de uma luz solitária que encobre o meu rosto com chuva despojada de lágrimas,
iluminando o esgotar da alma pelo ventre das sombras nuas que bebem de mim a seiva da juventude derramada na minha ausência encostado ao eco do vazio,
que me contorna o olhar preso na distância
que estremece na palavra do antes silenciado a frio oco pela despedida,
na palavra do durante fora de tempo que abate sobre mim o quão da tristeza,
na palavra do após dos receios escondidos nas minhas fomes sádicas de onde emerge a virgindade perversa
dos meus poemas para além dos sentidos.

Invade-me a saudade inculta do desconhecido num abraço de gelo onde me perco em fúrias e raivas
nas asas de uma dor morta pelo morno dos meus sonhos.

Foto de Henrique Fernandes

CULTO DO AMOR

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Atravesso o tempo com vitalidade
Envolto num saber autêntico
Sou feição genuína de vaidade
Em notas soltas de um cântico

Hino que contempla a chama
Desse fogo culto do amor
Aceso e vivo em quem ama
Cumprindo um ritual de louvor

Cujo átrio é a satisfação
Imolada por árduas venturas
Vitimado de paixão
Alicerçando quenturas

Amar é a capital do existir
É ver labaredas em cerimónia
Em fogo de artificio do sentir
No positivo de uma insónia

Foto de Henrique Fernandes

TRINTA DE FEVEREIRO

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Espero um toque que me encha de vida
E me dê leveza á mente
Uma carícia dada com natureza
Ampliando o que me tem faltado
Nos talvez de um salto em falso
Desculpado em cedos de mais
Porque o para sempre não é hoje
Prisioneiro de um trinta de Fevereiro
Receita inventada para enfartar
A loucura sã das minhas palavras
Estendendo textos em volta do ego
Uma utopia com nódoas de ilusão
Acontecer é uma insónia de desejos
Perseguido por sonhos acordado
Seguindo pegadas sem marca
Na periferia da realidade

Foto de Henrique Fernandes

SAUDADE DE AMOR

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O meu relógio em silêncio da madrugada
Alimenta-se da minha rude insónia imposta
Por uma falta imensa de ti no meu nada
Nas perguntas que faço ao escuro sem resposta
Vasculho meu espaço oco pelo teu toque
Com apenas tua presença nos meus sentimentos
Lamentando tua ausência em estado de choque
E realça desejo de te tocar nos meus momentos
Ao mesmo tempo neste remoinho de saudade
Evolui certeza que desmente esta distância
Que o destino nos proporciona com maldade
Dos impossíveis aos possíveis da consciência
Uma viagem a passo lento na alma que chora
Sem consolo nesta vontade de te amar
Faminto em jejum de conforto que devora
Meu rosto com desejo de agora te beijar
Neste nós longe ao invés de enfraquecer
Fortalece a razão do nosso cruzamento
Num nada frio de agora difícil de viver
Que superaremos após nosso momento
Envergando esperança perfumada de paixão
Um todo de uma reviravolta na nossa vida
Cheia de tristeza acorrentada ao coração
Mas próximos recompensaremos as feridas
Provocadas pela falta imensa de nós
E em breve nossa união brotará das fontes
Dizimando a saudade que dá luto da voz
Findando em amor esta viagem sem pontes

Foto de MARTE

VONTADE INFINITA

Olho o horizonte e consigo
Estar aqui contigo
Madrugada de insónia
Neste luar sem cerimónia
Vou sentindo a tua mão
Os teus lábios, tentação
Toco a tua pele macia..
Seda num toque de magia!
Vou sentindo o teu tacto,
Neste nosso pacto,
Sentido-te á minha beira,
No calor desta lareira
Nesse olhar que reclama,
Que em mim se perde,
Que mata a minha sede,
Em tudo o que estás presente,
Mesmo estando ausente,
Te sinto perdidamente,
Num olhar suavemente...
Na ausência que me excita,
Na vontade infinita,
Perdida na saudade
Sentida na nossa realidade
No pranto
Do teu canto
Vou-me perdendo nesse olhar forte
No teu incandescente porte
No espaço...no pensamento!
Na tua alma que em mim flutua!
Voando nos braços do vento,
Sentindo o brilho da Lua!

Foto de drkanjel

Em teus sonhos

Nesta noite de insónia,
em que tudo o que tenho,
é aquilo que sinto,pareço perdido,
fechado entre estas paredes.
Sinto o mundo lá fora em silencio,
parece que minha alma está a morrer.
Procuro teu cheiro,tua voz,teu corpo,
algo que me dê vontade de adormecer...

Esta noite sombria,
acabará com o alvorecer de um novo dia,
mas as horas não passam,os olhos não pesam,
não encontro alegria.
Padeço de paz,sofro com a saudade,
tudo isto é uma agonia...

Por longas hóras na noite,
procuro algo que te aproxime de mim,
procuro por ti no espaço e no tempo,
e quando tua mente toca na minha,
e teu corpo se torna parte do meu...
Durmo com teu sono,e em teus sonhos
encontro o que queria... A tua companhia...
Te amo...

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