Irmãos

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As Pedras do meu caminho.

As Pedras do meu caminho.

Na vida tudo acontece e nada é ao caso, nada fica de lado, nada é esquecido, apenas pode ficar adormecido e esperando pela hora certa. A minha vida não foram flores, mas plantei muitos jardins, semeei arvores, colhi da terra, a terra também cobrou, resmungou e sabe lá que mais ela aprontou, ali.
Como uma buscadora de respostas, aprendi que não adianta as buscar, apenas aprender sobre a vida e a vida é sagaz na sua sabedoria, ela não dá tempo para aprenderes, ela te cobra de forma cruel na lei da colheita.
Claro que tive alegrias, recebi muito da vida, mas no meu caminhar a vida não foi nada meiga, nada fácil, vivenciei muita dor, caminhei sobre pedregulhos, alguns calhaus também, pedras e em muita areia. Quando eu falo de areia, fui levada no colo de meu irmão mais amado do mundo, pegou-me no colo, levou-me, confortando-me, me vendo chorar, aliviou a minha dor e me carregou para eu descansar e voltar ao meu caminho, ainda com muitas pedras para eu superar.
Existiu uma determinada parte de minha vida que ela retirou um a um aqueles que eu mais amava, deixando-me sozinha, confusa e revoltada. Como eu estava confusa que Deus era este que me abandonava aqui sozinha, apenas caminhando como um bebê com medo de cair do precipício?
Curiosamente, eu cresci como eu cresci e entendi que era hora de partida dos meus entes tão amados, que eles apenas tinham feito o seu papel, diria que na peça teatral da vida eles acabaram sua apresentação e eu seguia com a minha ainda. O medo deixou de assolar-me, aprendi que existe algo, poderoso, profundo, maravilhoso que nos protege nos conduz, O Deus do meu coração.
Este maravilhoso pai, que nunca abandona seus filhos, por vezes se julga que ele é cruel, porque exatamente ele coloca estas pedras no nosso caminho, para ver como aprendemos a caminhar e superar o mesmo. Este nosso Pai, confesso que ele esta triste, chorando, até, porque ele não vê melhoras dos meus irmãos aqui na terra.
A ganância, a guerra, a fome, a morte, a podridão parece governar, a escuridão parece estar cobrindo a terra no desamor, isso entristece meu pai, entristece a mim e a nossa futura geração se é que irá existir essa geração ainda..
Hoje aprendi a ter desprendimento, nada me pertence, nada é meu nem o corpo que uso é meu, apenas está emprestado e tenho que o conservar e dignificar, ainda bate aqui dentro alguns sentimentos que não consigo controlar, mas sei que irei os aperfeiçoar aos poucos e superar as pedras que ainda estão no meu caminho.
Engraçado, nas bordas do meu caminhar, deixei plantado flores, belas flores de amizade, que hoje florescem lindas e perfumadas. Outras secaram, por falta de entendimento, inveja e malvadez, mas eu as lembro e agradeço pela sua passagem em meu caminho. Elas foram importantes a mim, ajudaram-me a crescer e ser o que hoje eu sou e isso eu devo a elas e que Deus as cobra de benções e amor.
Deus meu pai, deu a oportunidade de poder agradecer aqui de forma clara as pedras que eu tive que calcar, fazendo sangrar meus pés na dor, mas também na caminhada ele facultou as ervas da cura para as pedras do meu caminho.

Betimartins www.betimartins.prosaeverso.net

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O sinal de Caim

Caim é um personagem do Antigo Testamento da Bíblia, filho primogênito de Adão e Eva. Era lavrador. Em hebraico, Caim significa lança, sendo que a sua transliteração seria Qayin. Este nome também é associado a uma outra forma verbal, "Qanah", que pode significar "obter" ou "provocar ciúme". Algumas obras associam o nome com a expressão "algo produzido".

Segundo a Bíblia, Caim teria sido um dos primeiros (não exclusivamente o primeiro) homem nascido de gravidez normal na terra, resultado das relações sexuais de Adão e Eva. Gênesis 4:1 esclarece: O homem conheceu Eva, sua mulher; ela concebeu e deu à luz Caim, e disse: ‘Adquiri um varão com a ajuda de “Deus, o Senhor” (Bíblia de Jerusalém).

Caim e Abel

Possuído por ciúmes, Caim armou uma emboscada para seu irmão. Sugeriu a Abel que ambos fossem ao campo e, lá chegando, Caim matou seu irmão; este teria sido o primeiro homicídio da história da humanidade.

Os descendentes de Caim

Após ter matado Abel, Caim teria partido para a "terra da Fuga (Nod ou Node), ao leste do Éden", levando consigo a sua esposa, cujo nome não é mencionado na Bíblia. Após o nascimento de seu filho, Henoc (Enoque), Caim empenhou-se em construir uma cidade, dando-lhe o nome do seu filho.

Os descendentes de Caim são alistados em parte, e incluem homens que se distinguiram pela pecuária nómada, por tocarem instrumentos musicais, por forjarem ferramentas de metal, bem como alguns conhecidos por praticarem a poligamia e a violência. (Gênesis 4:17-24) Segundo a Bíblia, a descendência de Caim terminou com o Dilúvio dos dias de Noé.
O texto bíblico de Gênesis deixa implícito que Caim poderia ter sido assassinado por seu descendente Lameque, quando fala sobre o castigo que este enfrentaria: E disse Lameque a suas mulheres: Ada e Zilá, ouvi a minha voz; vós, mulheres de Lameque, escutai o mei duto: porque eu matei um varão, por me ferir, e um jovem, por me pisar. Porque sete vezes Caim será vingado; mas Lameque, setenta vezes sete. (Gênesis4:23-24)

Outras informações não-bíblicas

Semente da serpente

Para alguns, o ato da sua concepção mantém-se um enigma, uma vez que defendem o fato de Caim ser o resultado do relacionamento de Eva com a serpente.

Livro dos Jubileus

Segundo o Livro dos Jubileus, Caim nasceu na terceira semana do segundo jubileu, Abel na quarta semana, e Avan (Awan) na quinta. Caim matou Abel no primeiro ano do terceiro jubileu. Na sexta semana do quarto jubileu, Caim tomou sua irmã Avan como esposa, e desta união nasceu, no final do quarto jubileu, Enoque. No primeiro ano da primeira semana do quinto jubileu, casas foram construídas e Caim fundou a primeira cidade com o mesmo nome de seu filho Enoque. No sétimo ano da sétima semana do décimo nono jubileu Caim morreu, quando a sua casa desabou em cima dele; ele morreu por uma pedra, pois tinha assassinado Abel com uma pedra.

Cronografia de Bar Hebraeus

Bar Hebraeus, em sua Cronografia, citando Anianus, que se baseou no Livro de Enoque, diz que Caim nasceu setenta anos após a explusão do paraíso, Abel sete (ou setenta) anos apóis Caim e Abel foi morto com cinquenta e três anos[5]. Citando Methodius, Caim e sua irmã Klymia nasceram trinta (ou três) anos após a expulsão do paraíso, Abel e sua irmã Labhudha trinta anos após Caim e Abel foi morto quando Adão tinha cento e trinta anos

Sinal de Caim

Há várias especulações sobre qual seria a marca de Caim. Segundo textos mórmons, esta marca estaria relacionada à cor da pele de Caim (relatado em Pérola de Grande Valor), e que tenha sido ele o pai da raça negra africana.

Na ficção de Vampiro: A Máscara, a marca de Caim é o vampirismo.

Caim na cultura popular e literatura

No Universo do jogo de RPG Vampiro: A Máscara, Caim é o primeiro vampiro. No RPG, é explicada a linhagem dos vampiros tendo Caim como o "Pai dos Vampiros". Quanto mais distante for a descendência, mais fraco é o sangue de Caim nos novos vampiros. Esse fato é descrito RPG como "Time Of Thin Blood", que precede ao Gehenna, algo como o fim do mundo para os vampiros.
O livro de José Saramago, "Caim", apresenta o Antigo Testamento sob o ponto de vista de Caim.
A banda Avenged Sevenfold (em português, "vingado sete vezes") faz referência a Caim em seu nome.

Referências
↑ Jubileus, 4:1
↑ Jubileus, 4:2
↑ a b Jubileus, 4:9
↑ Jubileus, 4:31
↑ Anianus, citado por Bar Hebraeus, Cronografia, Os Patriarcas, de Adão a Moisés, A primeira série de gerações, que começou com os Patriarcas', 1.3.2'
↑ Methodius, citado por Bar Hebraeus, Cronografia, Os Patriarcas, de Adão a Moisés, A primeira série de gerações, que começou com os Patriarcas, 1.3.3
↑ Livro de Moisés 7:22
↑ Saramago volta-se a Caim, no Yahoo! Noticias]

Referências Bíblicas
↑ Gênesis 4:5
↑ Gênesis 4:8
Gênesis 4:1-17.
Mateus 23:35
Hebreus 11:4.
1 João 3:12.
Judas 1:11.

O SINAL DE CAIM

* Mário Renato Castanheira Fanton.

Em Gênesis, capítulo 4 há a descrição do pecado de Caim, ou seja, aquele em que ele matou Abel, devido à aceitação de Deus à oferta de seu irmão e rejeição da sua. Em virtude desse pecado houve uma conseqüência, qual foi: "Agora maldito és desde a terra, que abriu sua boca para receber das tuas mãos o sangue do teu irmão. Quando lavrares o solo, não te dará mais a sua força: fugitivo e errante serás pela terra.… O Senhor, porém lhe disse: Portanto qualquer que matar a Caim será vingado sete vezes. E pôs o Senhor um sinal em Caim, para que não o ferisse quem quer que o encontrasse" (Gênesis 4:11,12e15).
Agora, passaremos a analisar qual seria esse sinal: Quando a Bíblia, antes de começar a falar de Noé no capítulo 6 de Gênesis, relata um fato interessante e misterioso, que "os filhos de Deus viram que as filhas dos homens eram formosas, e tomaram para si mulheres de todas as que escolheram. Então disse o Senhor: Não permanecerá o meu Espírito para sempre com o homem, pois este é mortal; os seus dias serão cento e vinte anos. Havia naqueles dias, gigantes na terra, e também, depois, quando os filhos de Deus conheceram as filhas dos homens, as quais lhes deram filhos. Estes foram valentes, os homens de renome que houvera na antiguidade".
Duas teorias têm surgido para explicar o fato supra mencionado, porém somente a segunda parece-nos coerente, o que pretenderemos mostrar a seguir: A primeira diz serem filhos de Deus, anjos, é isso mesmo, seres celestiais, baseados no texto de Jó 1:6. Os que assim o fazem, pensam que, porque o texto se refere a filhos de Deus apresentando-se perante o Senhor e logo em seguida aparece também Satanás(anjo caído). Os filhos aqui nesse caso, têm que ser igual a Satanás em espécie, o que não é verdade. Porque esses não poderiam ser aqueles que já morreram e que terão que comparecer perante o tribunal de Cristo? A Bíblia é omissa e não apresenta nenhuma margem para tal interpretação, o que torna perigoso uma análise do tipo. Esses que assim pensam, fundamentam-se também no texto de Judas 1:6 combinado com Apocalipse 9:14. (JD 1:6) "E aos anjos que não guardaram o seu principado, mas deixaram a sua própria habitação, reservou na escuridão e em prisões eternas até ao juízo daquele grande dia;" (AP 9:14) "A qual dizia ao sexto anjo, que tinha a trombeta: Solta os quatro anjos, que estão presos junto ao grande rio Eufrates." Esses anjos, referidos nos textos mencionados, não precisam ser os mesmos de Gênesis 6, mas sim aqueles que se rebelaram juntamente com Lúcifer. Nessa rebelião, somou-se 1/3 dos anjos do céu. Todos nós sabemos que anjo é o gênero da qual existem muitas espécies (querubim, Serafim, arcanjo, etc.). Esses, referidos em Ap. 9:14, com certeza possuem diferente espécie da grande maioria, possuem graus diferentes de poder. Por isso, pelo fato de possuírem grandes poderes é que estão presos em cadeias, para que Deus os libertando façam todo o mal previsto em Apocalipse. Mas o que derruba por terra esta teoria é o que Jesus disse a respeito de anjos nos textos de Mt 22:30; Mc12:25 e Lc 20:35. Disse que no céu, todos nós seremos iguais aos anjos, não nos casaremos, nem seremos dados em casamento, ou seja, não haverá a hipótese, dentre outras, de podermos relacionar sexualmente.
Quanto à segunda teoria, bem mais coerente do ponto de vista Bíblico e também será um ponto de apoio de nosso estudo, fundamenta-se nos seguintes argumentos: Gênesis 4:25 descreve que Adão teve um outro filho com Eva, Sete. Este veio substituir Abel, seu irmão que houvera morrido. No versículo 26 do capítulo 4, continua a dizer que Sete teve um filho, a qual pôs o nome de Enos, e foi nesse tempo que os homens começaram a invocar o nome do Senhor. Em Atos 2:21 diz que todo aquele que invocar o Senhor será salvo. Portanto, sabemos que quem é salvo, conseqüentemente, se torna filho de Deus. Já que é assim , esses seres mencionados em Gênesis, por analogia ao versículo de Atos, são considerados filhos de Deus.
Após o pecado de Caim e sua punição por parte de Deus, ele se retirou da presença do Senhor e foi habitar numa terra ao Oriente do Éden, cujo nome era Node. Lá ele teve filhos, e a partir do versículo 18 até o 24, do capítulo 4 de Gênesis, fala da descendência de Caim. Em seguida, no capítulo 5 descreve a descendência de Sete, filho de Adão, sendo que no final dessa última descrição há uma observação importante de que esse é o tempo em que os homens começaram a buscar a Deus.
O capítulo 6 inicia falando sobre o relacionamento entre os filhos dos homens e os filhos de Deus. O interessante é que Deus no versículo 16, capítulo 34 do livro de Êxodo diz para Moisés alertar o povo de Israel que quando eles viessem a possuir a terra prometida, seus filhos não tomassem por mulheres das suas filhas, para não se prostituírem após outros deuses. O que mais chama a atenção é que Deus usa o mesmo termo de Gênesis 6, seus filhos (filhos de Deus pois era povo de Deus) e suas filhas (filhas dos homens, pois eram do mundo e adoravam outros deuses). O que vem a reforçar a idéia acima é o fato de que, após o relato inicial em Gênesis 6, o texto mostra a ira de Deus contra a corrupção humana nos versículos 6 e 7 resultando na destruição da raça humana com o dilúvio e a salvação apenas da família de Noé, porque este era justo e temente a Deus, não tendo se corrompido como os demais (Hb 11:7). Mas, como Deus destruiu a todos, exceto Noé, o que aconteceu com aquele povo de Gênesis 4:26 que começara a invocar o nome do Senhor? Com certeza se corrompeu, pois se não o tivesse, Deus os teria preservado como fez com Noé. Como se corromperam? Conforme descreve Gênesis 6:2, ou seja, tendo visto os filhos de Deus (aqueles que invocavam o nome do Senhor) que as filhas dos homens (descendência de Caim. Pecadores que se retiraram da presença do Senhor) eram formosas e tomaram mulheres para si de todas as que escolheram.
Fatos semelhantes a esse aconteceram também com: Sansão que, pelo fato de ter buscado uma mulher dentre os filisteus, Dalila, se corrompeu (Juízes 14:1 a 3. Note que nesse caso, que o vers. 1 emprega o termo: "filhas dos Filisteus". Poderia ter-se dito "gentios", mas não foi); Salomão (1 Reis 11:3). O que aconteceu com Salomão e Sansão também aconteceu com esses filhos de Deus, expressão essa, usada apenas para diferenciar o povo de Deus dos gentios, e não anjos como muitos, erroneamente, pensam. O que acontece no versículo 1 de Gênesis é uma justificativa do castigo previsto no versículo 3, como também, acontece nos 5 e 6. Se fossem anjos, a punição deveria vir apenas para eles e não para os homens, posto que são de maior força, podendo dominar facilmente os humanos e fazerem o que quiser, como o diabo, também, muitas vezes faz com as pessoas.
Portanto, volto a afirmar que filhos dos homens são aqueles descendentes de Sete que começaram a invocar o nome do Senhor, e filhos dos homens são os descendentes de Caim que se afastaram de Deus e começaram a pecar. Agora, passaremos a analisar o mérito do assunto. Vocês devem estar pensando, porque falar sobre Gênesis 6, sendo que o sinal está no capítulo 4. Acontece que ambos estão intimamente ligados e antes de irmos ao mérito devemos esclarecer algumas coisas preliminarmente. O versículo 4 do capítulo 6 fala que: "Havia naqueles dias gigantes na terra, e também depois, de quando os filhos de Deus conheceram as filhas dos homens"…. Por que será que há essa observação, quanto a gigantes, nessa passagem? Porque isso tem tudo a ver com o contexto, é óbvio. Repare bem, como fala o texto: "Que havia naqueles dias gigantes, e também depois…". Se já havia gigantes antes da relação entre os filhos dos homens e os de Deus, da onde teriam vindo esses, sendo que Deus deveria também os ter criado, posto que Ele tudo criou? Qual seria a razão dessa criação diferente do ser humano normal? Deus não criou os gigantes a toa, tem um objetivo, o de diferenciar uma espécie de humanos de outros.
O texto acima mostra que eles já existiam na terra antes daqueles fatos descritos. Se eles já existiam foram criados, para diferenciar Caim e seus descendentes do resto da população. O sinal colocado em Caim deveria ser um que, quem o visse ficasse com medo. Todos, ao vê-lo teriam que ter medo dele, para assim, não tentar matá-lo. Deus não iria sair avisando a todos que o homem de tais características não deveria ser morto. Deus pôs algo em Caim que já amedrontaria a todos pela aparência, afinal o objetivo desse sinal era: (GN 4:14) "Eis que hoje me lanças da face da terra, e da tua face me esconderei; e serei fugitivo e vagabundo na terra, e será que todo aquele que me achar, me matará."(GN 4:15) "O SENHOR, porém, disse-lhe: Portanto qualquer que matar a Caim, sete vezes será castigado. E pôs o SENHOR um sinal em Caim, para que o não ferisse qualquer que o achasse.". Tanto é verdade que quando Moisés enviou espias para Canaã, eles voltaram dizendo estar cheia de pessoas de grande estatura (Nm13:33), e no versículo 31 e 32 de Números, capítulo 13, também fala que Israel não podia atacar aquele povo, pois era mais forte, como também eram de grande estatura e a terra devorava seus moradores. Fato semelhante que ilustra essa idéia é aquele em que Golias se apresenta para guerrear contra Israel e todos ao verem o gigante, espantaram-se e temeram muito (1Sm 17:11). É evidente, portanto, que a característica de gigante era colocar medo em quem os encontrasse.
Mas, todos devem estar pensando como se explica o fato de haverem gigantes na terra após a destruição desta pelo dilúvio e preservação apenas da família de Noé. A explicação é simples. Do casamento dos filhos de Deus (descendentes de Sete) e os filhos dos homens (descendentes de Caim), saíram os homens valentes da antiguidade. Por que a Bíblia não fala exatamente que resultou dessa união, os gigantes? Porque há que se lembrar da lei da genética. Entendemos que a Bíblia diz apenas que, Deus transformou Caim em gigante e só. Seus filhos poderiam ser ou não gigante, já que sua esposa era normal. Um exemplo é o de um casal que tem filhos, cujo marido é alto e a esposa baixa, há a probabilidade de a criança ser alta como o pai, ou baixa como a mãe. Assim também aconteceu com os descendentes de Caim, nem todos seus filhos e filhas eram gigantes, mas apenas alguns. Os descendentes (homens ou mulheres) que não eram gigantes, mesmo assim possuíam em seu código genético "gens" de gigantes, podendo gerar filhos que fossem, conforme a genética atual explica possibilidades semelhantes, é obvio que se referindo as outras características. É claro que Deus ao fazer isso com Caim, não transformou apenas sua estatura, mas também lhe deu mais força, proporcional ao seu tamanho, o que quer dizer que quem, dos seus descendentes, não fosse gigante poderia possuir a força de um. Isso explica o fato da Bíblia falar em homens valentes da antiguidade. Significa que esses eram apenas homens de grande força, daí a diferenciação que o texto faz entre esses e aqueles. Com a destruição da raça humana no dilúvio e preservação da família de Noé, como se explica o surgimento dos gigantes na nova terra de Noé e sua família, já que Davi lutou contra o gigante Golias, e também Josué e os espias viram gigantes na terra prometida?
É importante estabelecermos, preliminarmente que, as pessoas que entraram na arca com Noé eram: Noé, esposa, três filhos e três noras. Foi a partir desses que surgiram os gigantes, posto que todos os demais humanos foram destruídos. Dentre os filhos de Noé não poderia haver "gen" de gigante, já que Noé foi o único justo num mundo corrompido e com certeza se assim foi, não teria ele feito como os demais e tomado mulher para si dentre aquelas dos filhos dos homens (descendentes de Caim). Se seus filhos não possuíam o "gen" de gigante, quem possuía? Com certeza, uma das esposas dos filhos de Noé. Essa esposa certamente era a de Cão, porque se formos analisar algumas coisas, chegaremos a conclusão clara disso. Vejamos: 1) No capítulo 9, versículo 20 em diante do livro de Gênesis notamos uma passagem onde o filho de Noé, Cão, tendo visto a nudez de seu pai fez algo de muito errado, que a palavra não especifica, mas na qual lhe gerou uma conseqüência muito drástica: (Gn 9:25) "E disse: Maldito seja Canaã; servo dos servos seja aos seus irmãos." (Gn 9:26) "E disse: Bendito seja o SENHOR Deus de Sem; e seja-lhe Canaã por servo." (Gn 9:27) "Alargue Deus a Jafé, e habite nas tendas de Sem; e seja-lhe Canaã por servo." Para que Cão tenha cometido tamanho pecado, com certeza a influência da convivência com sua esposa (descendente dos filhos de Caim) o tenha levado a isso. 2) Outra evidência clara é que, se formos reparar a partir do versículo 6, do capítulo 10 de Gênesis, a Bíblia começa a descrever os descendentes de Cão. O interessante, a princípio, é de se observar que um dos filhos de Cão se chama Canaã. Se vocês se lembrarem, quando Deus chama a Abrão para ir para a terra prometida, a terra é a de Canaã (GN 12:5-"E tomou Abrão a Sarai, sua mulher, e a Ló, filho de seu irmão, e todos os bens que haviam adquirido, e as almas que lhe acresceram em Harã; e saíram para irem à terra de Canaã; e chegaram à terra de Canaã."). Naquela época, quando a terra era desabitada e alguém a possuísse primeiramente, colocava-se o nome do conquistador ou de seu povo àquela terra. Exemplo claro disso encontra-se em Gênesis 4:17, onde Caim tem um filho e dá o mesmo nome da criança a uma cidade que acabara de edificar. Era costume de Caim, que passou a seus descendentes dar nome às cidades, semelhantes aos dos filhos, o que também se fez com Canaã. Ela inicialmente foi habitada pelo filho de Noé, Canaã, daí advém seu nome. E como defendemos ser a mulher de Cão uma descendente dele, nada mais óbvio, seus descendentes fazerem como faziam os ascendentes no passado. Era algo que se aprendeu com os antepassados.
Mas, o que isso tem a ver com o tema em análise? Tem tudo a ver. Quando Josué foi espiar a terra prometida, a terra era a de Canaã, e lá eles avistaram os gigantes (Nm 13:28,33). Agora, como se explica o fato de haverem gigantes na terra de Canaã? Então, diante de tudo que falamos, concluímos que esses encontrados naquela região eram os descendentes de Cão, filho de Noé, cuja esposa era descendente de Caim e também, talvez, podia não ser gigante, mas carregava em seu código genético o "gen" deles. O versículo 19 do capítulo 10 de Gênesis confirma tudo que foi dito, porque fala que o termo dos cananeus foi desde Sidom, em direção a Gerar, até Gaza; em direção a Sodoma, Gomorra, Admá e Zeboim, até Laza. A terra de Sodoma e Gomorra é exatamente a planície que os espias avistaram e percorreram, ou seja, é o local da terra prometida. 3) Se observarmos ainda na genealogia de Cão em Gênesis, capítulo 10, versículo 14, encontramos que dentre os descendentes de Cão havia Patrusim, Casluim (donde saíram os filisteus). Agora, se verificarmos em 1Sm 17:4, a Bíblia se refere à passagem onde Israel iria guerrear contra os filisteus, até que surge no meio do povo dos filisteus um gigante, Golias, este que futuramente foi morto por Davi. O interessante é que no primeiro texto mencionado há a referência à origem do povo filisteu, que advieram dentre os descendentes de Cão. Outro ponto que merece destaque é que no versículo 11 do capítulo 17 se 1Sm observamos que a reação do povo de Israel ao ver o Gigante foi de espanto e temor, exatamente o que Caim precisava para não ser morto quando alguém lhe encontrasse (Gn 4:15). Diante de todo exposto, concluímos que o sinal posto em Caim foi transformá-lo num gigante, para que todos ao vê-lo ficassem atemorizados e com medo, não tentando, dessa forma matá-lo.

O Livro de Enoque

http://www.geocities.com/havengarwp/dss/comenoch.htm

Na primavera de 1947, um pastor árabe, deixou cair um objeto acidentalmente por uma fenda, próximo das ruínas do Qumrán. Ao descer para recuperar o artefato, o pastor ficou surpreso ao perceber que havia naquela câmara 20 vasos, a arma tinha quebrado um dos vasos ao cair encima, ele notou que dentro do vaso havia uma bolsa de couro revestido com uma espécie de piche, dentro dessa bolsa haviam vários pergaminhos. Foram descobertas várias câmaras iguais àquela, todas contendo vasos com rolos de escritura. Os rolos continham vários livros de escrituras muito bem conservadas, os textos em Hebraico antigo desconhecido, foram traduzidos por um perito (encontrado por um milagre) nesse tipo de caracteres.
Ver Lista dos Papiros do Mar Morto, grande parte dos manuscritos tratava a respeito de uma sociedade judaica até então desconhecida, os Essênios, haviam vários registros contendo relatos sobre os seus rituais e sobre sua cultura, eles estavam muito familiarizados e amigados com Jesus Cristo e guardavam consigo o evangelho escrito por seus apóstolos, alias, evangelhos que não foram incluídos em nossa Bíblia, como o "Evangelho de Felipe" (amigo de infância de Jesus), textos conservados em sua pureza para a nossa alegria. Um dos Livros, incrivelmente interessante, e já traduzido para o nosso idioma foi o Livro de Enoque. Ele foi montado e dividido em 5 partes Resumo: Book I (The Book of Watchers) -"Livro dos observadores" -Enoque é ordenado um profeta por Deus -A Terra é povoada por homens e anjos. - Os anjos são enviados por Deus para ensinar as leis que regem o universo aos homens. - Alguns anjos se apaixonam pelas filhas dos homens e se acasalam com elas - Da união anjos com as mulheres terrenas surgem aberrações, os gigantes nefilins (ver: Gênesis 6:4 e números 13:33) ferozes que matam e devoram humanos. - Deus se enfurece pela iniqüidade desses anjos e os castiga lançando-os num lugar de trevas. -Enoque prega arrependimento ao povo que estava corrompido por causa da iniqüidade dos anjos.

O Nascimento de Noé:

- Enoque conta a Lameque (seu neto) sobre a visão em que via seu bisneto nascer, seu nome deveria ser Noé, seria um profeta, e ele verá a humanidade ser destruída, recomeçando novamente com ele.
- Noé nasce - ao abrir seus olhos pela primeira vez a sala se enche de luz e começa a profetizar diante de sua família.
- A história de Noé e sua família - Viagem de Enoque através do céu (em visão) - Uma curiosa conversa de Enoque com o anjo que guarda a entrada que leva à "Árvore da Vida" no "Jardim do Éden". Book II (The Book of Parables) - Livro de parábolas Book III (The Astronomical Book) - Visão dos portais do céu. - Os mistérios do amanhecer e do entardecer do dia. - Descrição do lugar onde Deus vive. Book IV (The Book of Dreams) - Sonhos e profecias sobre o grande dilúvio. Book V (The Epistle of Enoch) - Sábios conselhos de Enoque ao seu filho.

Se tiver outras informações poste-as em comentários...

Osmar Soares Fernandes

Foto de Fernando Vieira

Versos que pedem

Versos que pedem
(Fernando Vieira)

Senhor...

Abre nossa visão
Mente e o coração
Amplia nossa indulgência
Nossa compreensão

Deixa-nos ver a luz
Da tua energia
Ó mestre Jesus
Dai-nos essa alegria

Transforme nossas vidas
Ameniza o sofrer
Socorre-nos, ensina-nos
A melhor maneira de aprender

Cuide-nos senhor
Abençoa sempre a família
Enche-nos o coração de amor
Pra que possamos seguir na trilha

Que leva ao teu reduto
Ao teu lugar sagrado
Aonde o amor absoluto
Reina sempre ao teu lado

Dai-nos o equilíbrio
E junto à intuição
Livra-nos dos perigos
Dessa tal transformação

Lava todas as almas
Salva todas as mentes
Cuida, repara e sara
Todos os irmãos doentes

Agradeço em versos e peço
Pelo mundo inteiro e por mim
Paciência, trabalho e progresso
E uma linda estória no fim

Foto de Marilene Anacleto

Torneira

*
*
*
*
Torneira lentamente a gotejar
Primeiro impulso: apertar
Para não desperdiçar.

Não. A água está criando
Maneira de se libertar

Por quantos quilômetros presa
Encanamentos e tanques
Recebe química em montes
Não dança mais como antes

Morreu para o cheiro da mata
Esqueceu a companhia das folhas
Não é mais o espelho da floresta
Que abriga ninhos de rolas

Sem vislumbrar o horizonte
Sem respirar o ar puro
Forma bolhinhas de lágrimas
Tenta sair do escuro

Quem sabe ainda leve anos
Para o encontro de irmãos seus
À semelhança dos homens
Em busca dos caminhos de Deus.

Marilene Anacleto

Foto de betimartins

Amigo confidente

Entreguei uma a uma as dores
Que trazia no meu pobre coração
Era uma lista e tanto, que preenchida
Onde apenas sabia reconhecer as dores...

Falei tanto que não consegui escutar
A suave voz do meu amigo confidente
Ele sorria, divertido, parecia tão paciente
Apenas fez um gesto suave para me calar...

Deu-me suas mãos e convidou-me a voar
Por lugares onde eu nunca tinha estado
Lá de cima poderia ver coisas que jamais
Em minha existência poderei descrever...

Ele me levou a um lugar destruído, terrível
Seu cheiro era nauseabundo, cheiro a morte
Vi um cadáver atrás de outro, crianças, velhos
Não existia salvação, era tudo destruição, apenas...

Mostraram-me minha vida, momentos dela
Como se de um filme tratasse, ferozmente
Logo me leva de novo a terra, mostrando
Como era a fome, o ódio, a ganância e poder...

Voltando a mostrar de novo a minha vida
Apenas sorrindo, calmo e com justiça
Dizendo que nunca estive sozinha aqui
Que Deus habitava no meu coração sempre...

Porque não confiar? Porque sempre lamentar
Apenas meus irmãos não tinham Deus em si
Fazendo as dores do mundo, reinando ali
Nas suas vitimas cegas, altruístas e materialistas...

Eu não sou vitima da dor, mas sim a dor
É minha maior vitima, das atitudes erradas
Dos meus lamentos, de nunca escutar a minha voz
A voz, a tão famosa voz, a voz do meu coração...

Este meu fiel amigo confidente, Jesus meu irmão
Mostrou-me que precisava voltar a renascer de novo
Curar as minhas dores que nada são ao lado de outras
Trajar novas vestes, novo corpo, nova vida, amor...

Feliz eu, coloquei os seus ensinamentos, um a um
Vestindo a humildade, perseverança e a caridade
Revestia minha alma em amor, refletindo a luz
A bela luz do amor, da amizade incondicional...

Foto de Carmen Lúcia

Pessach

Passagem, Páscoa, Pessach,
ponte de amor sobre o abismo,
passar da condição de escravidão
para a liberdade, vencer o sismo,
voltar-se à caridade,
calar as iniqüidades.
Renovação de esperança,
com Cristo, nova aliança.

Páscoa,
da morte para a vida,
fim dos tormentos,
bárbaros acontecimentos,
de sangue e de cruz...
Passagem...
das trevas para a luz.

Oportunidade de retrospectiva,
estabelecer um ponto de partida
para recomeços...
Modificar os avessos,
repensar os próprios erros
e procurar acertar.

Vida nova, iluminada e regrada
pelos preceitos de Deus...
Buscar a terra prometida,
imagem refletida
no coração dos cristãos.
Sairmos do “Egito”,
vivermos como irmãos.

_Carmen Lúcia_

Feliz Páscoa para todos!

Foto de betimartins

O jovem lenhador e o ancião

O jovem lenhador e o ancião

Durante meses e farto de maus tratos um filho de um lenhador ainda novo, resolveu sair de casa e caminhar pelo mundo fora. Era um rapaz robusto, forte, sempre gentil e educado, apenas com uma muda de roupa, um velho cobertor, um prato de barro, dois talheres, uma panela pequena, e um copo de lata já tão torto que nem se reconhecia.
Tudo isso eram as suas posses, dinheiro ele não tinha, mas pensava que seus dois braços eram fortes e sua vontade de trabalhar era grande também.
Logo ele caminhou por caminhos nunca antes vistos por ele, tudo era completamente novo e até a saudade dos irmãos ficava para trás, apenas lembrava-se de sua mãe cansada e desgastada e sentia compaixão de ter a deixado, respirando fundo desviou os seus pensamentos e seguiu em frente. Sorrindo sempre, ele ia lembrando-se dos bons momentos passados e parecia que estava também se despedindo deles também. Por momentos a dor dos maus tratos do seu pai veio à mente e apertou seu coração, era melhor ter vindo embora que lhe faltar ao respeito.
Tudo que sua vista visualizava era algo que ele nem podia descrever, a paisagem estava mudando, logo estaria perto de uma cidade coisa que ele nunca viu na sua vida apenas numa folha de um jornal velho que achou pelo bosque e que teve que esconder, pois seu pai proibia tudo que fosse livros ou algo ligado a eles, dizia que era coisa do diabo e das tentações.
Passados dias de caminhar, dormir em locais variados, comer o que dava a natureza ele sentia um homem feliz e liberto da escravidão, tudo valia a pena por novos horizontes afinal ele tinha sonhos e o seu maior sonho era aprender a ler. Aquele bocado de jornal sempre o deixava ansioso, que queria dizer todas aquelas letras se ele nem o seu próprio nome saberiam escrever.
Apenas sabia que se chamava João Rodrigues, era o nome do seu avô que morreu muito novo era ele ainda um menino com tuberculose apenas lembrasse-se da tosse compulsiva nada mais.
Ele sabia o que queria e logo chegou à cidade, cheio de esperança, ele procurou trabalho e logo achou numa estalagem que veio mesmo a cair bem, os donos o deixavam dormir nos estábulos dos cavalos. Não era muito pior que sua casa, ele aprendeu a trabalhar com ferro, o velho da estalagem ensinou a tratar dos cavalos, ver e reparar as ferraduras e fazer novas também.
Como ele era educado e gentil depressa aprendeu o novo oficio logo todos gostaram dele até a filha mais nova dos donos da estalagem, logo ele descobriu os encantos do amor, entregando-se aos desejos da luxuria e depois conheceu o ciúme e afagou suas dores em copos de vinho retardado e azedo. Deixou-se afundar por mais de cinco anos, entre bebedeiras, brigas, até seu trato com as pessoas piorou ao ponto de ser despedido.
De novo ele pegou nas suas coisas que eram ainda mais leves, pois perdeu tudo e até a sua dignidade e voltou a caminhar pelo mundo fora.
O ar frio, do inverno gelava suas veias, as poucas vestes pareciam colar em seu corpo magro e maltratado pelo álcool e má nutrição. A sede secava sua boca e a fome era pouca, apenas queria um copo que aquecesse a alma e fizesse esquecer a vida sofrida.
Caminhou por montanhas, pensando na sua vida, nunca parava, aprendeu a comer o que a natureza dava, seja o pouco que para ele, era muito.
Cansado de mais um dia a caminhar, a tarde estava indo embora e ele tinha que arranjar lenha e um lugar abrigado para ficar. Estava no alto de uma grande montanha, não resistiu e sentou-se bem no pico ela, olhando para o horizonte.
Por instantes ele pareceu ver sua família, por instantes ele parecia ter saudades dos maus tratos do seu pai, era tudo tão estranho, parecia que estava sonhando, caiu uma lágrima pelo rosto e chorando ele sabia que tinha perdido tantos anos sem alcançar seu sonho.
Adormeceu ali, quase que poderia cair, bastava ele desequilibrar, sentiu uma mão quente em seu ombro abanando-o suavemente, uma voz doce e segura seria que estava a sonhar.
Depressa abre seus olhos inchados, assustado, olhando-o o homem que ali estava, era estranho, tinha umas vestes estranhas um pano enrolado no seu corpo e que deixando entrar frio. Lentamente saiu do lugar com muita calma para não cair, escuta a voz do homem estranho:
- Vamos para minha caverna que lá estará quentinho e mais confortável.
Acenando com a cabeça se deixa conduzir, mas seu corpo estava cansado, muito cansado e sua alma doente e triste.
Calado apenas observava o velho que estava a sua frente, magro de cabeça rapada, seus olhos grandes e um sorriso amplo. Observou a caverna, ampla, cheia de pedra, tinha uns desenhos estranhos tipo sinais, ele não compreendia era tudo estranho.
O velho ancião leva-lhe um pouco de sopa quente, era uma magra sopa, mas quente confortava a alma e suas energias. Tudo estava no mais repleto silencio apenas se escutava o crepitar da lenha e olhava para suas chamas, logo o sono fazia suas pálpebras fecharem contra a sua vontade.
Entendendo tudo isso o velho ancião ajuda-o a levantar e leva-o para um canto que estava repleto de folhas secas e dá ordem que se deite ali. Já há muito que não se sentia tão bem tratado e adormeceu.
A noite foi estranha, sonhos e sonhos, sonhava com seus pais e irmão sonhava com a vida que teve na estalagem, parecia que tudo estava a flor da pele, assustado ele voltou a sonhar, mas ai viu a sua mãe morta num caixão, acordou a gritar.
O velho ancião tranqüilizou dizendo que era só um pesadelo que estava com muita febre, dando de beber e colocando compressas frias da única camisa que ele tinha ganhado com o seu suor.
Ali ele travou a sua luta entre a vida e morte, sabia-o, ele sentia que era tudo estranho muito estranho, apenas pedia desculpa pelos seus erros, o velho ancião sorria e dizia, teremos tempo para falar de tudo isso com calma, agora vês se dormes e sossegas.
Logo se recuperou, agradecendo ao ancião a sua ajuda, pensando voltar a colocar a caminho para novo rumo.
O velho ancião o chamou e pelo seu nome João, pedindo-lhe que o escutasse por momentos:
- João na vida não existe acasos, não te encontrei por acaso, tu foste enviado por Deus para que fosses preparado, educado e aprendesses o que eu sei. Sei que teu sonho é aprender a ler e vais aprender a ler e escrever, deixar que tu aprendas tudo o que eu aprendi e assim estarei pronto a partir daqui em breve.
João por momentos ficou quieto, pasmo, sem saber que falar que pensar, ele tanto queria aprender, mas que seria que aquele velho poderia ensinar. Olha para o céu furtivamente afinal ele queria saber mais da vida e porque não arriscar afinal ele se importou com ele ali quase morrendo. Pensou será a minha forma de agradecer o que ele fez por mim.
O velho ancião leu seu pensamento e olhando em seus olhos e em voz forma exclama:
- João se for assim por agradecimento parte e vai embora. Apenas te quero aqui por vontade própria, para que possas receber os meus ensinamentos.
De repente algo acontece, parecia um sonho o João teve uma visão, clara como água cristalina, viu a sua mãe, orando ajoelhada nos pés de sua antiga cama, pedindo pelo seu filho, com as lagrimas caindo de seu rosto. Ele viu que era ali que deviria ficar Deus a ouviu e o conduziu até ali o salvando dos pecados mundanos.
Agradeceu ao seu ancião ajoelhando-se e beijando suas mãos com sinal de respeito e amor.
Assim João aprendeu a escrever e rapidamente assimilou todos os conhecimentos do seu amigo ancião. Tornando-se um conhecedor da natureza e aprendendo a ligar-se com seu maior mestre Deus.Aprendendo que agradecer é a maior maravilha do homem terreno.

Foto de betimartins

Sinais dos tempos confusos.

Sinais dos tempos confusos.

Durante a minha caminhada eu já vi muito sofrimento, vi muita dor, vi amor e muito desamor também. Por vezes fico a pensar que levam um ser agüentar sofrimento, dor, punição e escravidão de outrem, complicado observar tudo isso, tentar entender mais ainda. Que levará um jovem que teve quase tudo e nada serviu para seu crescimento, tornando-se revoltado, confuso e sempre violento na sua forma incrível de amar.
Um jovem que viva sobre pressão, sobre violência do seu parceiro e sentindo-se ninguém, sem ele não vive apenas sobrevive., quase uma panela de pressão, explode
Certamente mais dia menos dia.
Será um jovem que se saiba amar? Que tipo de amor ele conhece? Será que no seu entendimento ele tem algo além de si, alguma espiritualidade, regras, limites?
Não tem qualquer um deles, nem amor a si mesmo, nem sabe o que é limites, muito menos as regras e pior ele não acredita em absolutamente nada apenas que vive e nada mais.
Hoje vemos mortes violentas, casais onde a violência é prato do dia, roubos, estupros, violências nas crianças de vários tipos e quem geraram tudo isto? Falar na velhice, melhor nem falar, pois me envergonho por isso...
A sociedade, onde os valores familiares caíram por terra, onde já não existe mais dialogo compreensão, não existe mais tempo de lazer juntos, país e filhos e por ai fora. A sociedade começou a dar valor aos bens materiais, as comunicações, seja pela via da televisão ou internet, apenas têm que viver de acordo com os padrões da moda impostos pela sociedade consumista.
No meio disso eu me pergunto quem somos que estamos fazendo aqui? Porque estamos compactuando com tudo isto e ficar de boca calada. Para muitos apenas pensam que podemos fazer nada, absolutamente nada, engano total, podemos fazer tudo e tudo mesmo.
Podemos começar a nos mudar, mudar dentro de nós, agindo certo, caminhando certo repondo valores, mudando visões e fazer uma vistoria dentro de nós onde estamos errando, consentindo-nos a ver algo errado e ficamos calados por medo de repressão, erramos quando um filho nos desrespeita e ficamos calados por vergonha e falta de pulso, erramos quando permitimos que nós desvalorizássemos e ficar calados, tristes, chorando pelos cantos.
Tenho um marido que hoje me ensinou melhor “é chorar ela, que tu daqui a uns anos por ela”, ele estava certo, certíssimo, pois se ela errar quem vai chorar é eu, por vários motivos.
Hoje acho que a educação é imposição de regras, limites e aprendizagem com outros irmãos, aprendendo, a saber, compreender e respeitar seus limites e suas opiniões.
Claro que muitos falam de amor, amor isto amor aquilo, que acham que é o amor? Amor é criar um ser inteligente, compreensível, humano e com verdadeiros sentimentos.
Amor é saber dizer não, não mesmo, amor é orientar e conduzir nos trilhos da vida, onde existem leis, existem os que tudo tem tudo e os que nada têm, mas todos eles têm que ser respeitados e compreendidos.
Talvez a minha linguagem seja simples, sem grandes palavras caras, eu sou uma filha de Deus que ama a vida e o que ela me oferta, gosto de escrever, gosto de observar, sentir e deixar as emoções falar comigo. Como eu acredito em Deus SEM QUALQUER SOMBRA DE DUVIDA, eu apenas pergunto o que é que serão os nossos filhos no amanhã, que eles esperam da vida?
Que será dos nossos netos, que perspectiva eles terão da vida e do que ela nos ensina e oferece?
Sinceramente eu não sei e sinceramente eu gostaria de acreditar que o mundo esta a mudar, mudar seus valores a começar pelos governantes, mas tu e eu sabemos que isso é impossível, sabemos que todos hoje em dia não gostam de suar a camisa, fazer sacrifícios, apenas tirar proveito de tudo. Alguns o fazem na mais descarada forma, por isso vemos mercados a inflacionar, poderosos e mexer com preços e fazer cair um país e por ai fora. Não sou economista apenas sou responsável pela gerência de minha casa e família, sabendo até onde posso ir ou não.
Hoje vemos e vamos ver coisas bem piores, que pais matarem filhos, filhos matarem pais, alunos bater nos professores, uns nos outros, outros matando tudo que esteja a sua frente e no final veremos coisas ainda piores.
Vemos Católicos, Evangélicos, Judaísmo, Hinduísmo, Islamismo, Budismo, Xintoísmo e por ai fora, acho que hoje já perdi a conta a tanta religião, mas o que mais me intriga neste momento é com tanta religiosidade ninguém tem Deus dentro de si. Apenas querem fazer valer quem está certo e quem não está eu diria que é uma corrida através do tempo e da vida.
Uma corrida direta ao precipício dos fins dos tempos, tempos cheios de dor, culpa e arrependimento e vamos fazer parte dele sim, pois foi nossa geração e geração anterior que permitiu que errássemos na forma de educar e amar. A nossa culpa e estamos a pagar muito caro mesmo basta ver os crimes hediondos na TV, no jornal e a corrupção que avança de forma incrível pelo mundo fora.
Poderia falar muito mais aqui, mas seria chata, terrivelmente chata, hoje ninguém gosta de literatura que nos “encha o saco” como se fala na linguagem de hoje.
Apenas lamento tanto sofrimento que semeamos e estamos a colher quando deveríamos viver no amor, na partilha e na igualdade da humanidade.
Pausa para reflexão!

Foto de Allan Sobral

Fé diaria

Sem muitas apresentações, sou mais um moço comum da cidade de São Paulo, que acordo cedo todas as manhãs e sou mais um de um milhão de pessoas dentro de um metro lotado. É só mais um dia, mais uma curta e demorada viagem ao trabalho, meus olhos buscam traços marcantes ou características que inspirem mais algum de meus desenhos, mas nada de incomum chama minha atenção, pois nos rostos de quase todos a mesma expressão, ou a mesma previsibilidade, olhos avermelhados que foram tingidos assim pelo cansaço ou horas em frente a tela de um computador, um leve brilho nos olhos, como se acreditassem que o dia será melhor, e que todo este processo de trabalhar, estudar, namorar, casar, viver, conviver é apenas um investimento ou um passo para a felicidade, como se enxergassem uma oportunidade de ser feliz, se padronizando ou se encaixado em uma sociedade extremamente criteriosa e superficial, como se suas vidas estivessem diretamente ligadas a serem julgados e aprovados por alguém, que também foi julgado e aprovado por um outro alguém que nem sabemos se julgou certo, ou porque ele definiu ou até mesmo decretou padrões tão hipócrita a sociedade, ao seus irmãos ou amigos, padrões que nos empobrece, que limita nossos conhecimentos, e molda-nos a ridicularizar e menosprezar as diferenças e todo aquele que se opor a ser igual, ou que não concordar com a definição do certo ou de errado dada por você, por mim, pelo Papa, pelo Dalai-lama, Marthin Luther King, Buda, Obama, Adolf Hitler, Lula, ou por qualquer outro!
O que mais me intriga é como profetizamos amor, cantamos a bondade e vivemos a nos queixar.de como ninguém liga pra nós, se a milênios tendemos a crer que o ser perfeito é aquele que não precisa de ninguém, se criamos nossas gerações para serem sozinhas. Todos os dias acordamos sem se quer olhar para a janela e nos perguntar se agimos certo, se somos o que queremos, ou o que devemos ser.
Todos os dias o sol nos beija a face nos presenteando com mais uma oportunidade de sermos feliz, mais uma chance de darmos uma rosa, de amarmos sem ser amados, perdoar sem que a dor tenha passado, pedir perdão pois também erramos, lembrar de um banho de chuva, rir das piadas que achamos graça, negar palavras duras e não pouparmos sorrisos, ignorar as ofensas, ajudar sem esperar que ajuda, chorarmos pois nossas lagrimas são as palavras proferidas de nossa alma, que a cada dia afoga-se pelo nosso egoísmo.
Nascemos livres e com a única missão de sermos felizes no pouco tempo que nós é dado, e ressalto em dizer, que ninguém nos diz que para alcançarmos tal objetivo temos que seguir o modelo padrão da sociedade.
Nascemos livres e com direito a ser feliz, e nada pode nos dizer o contrario.
“... se todos os sorrisos fossem de alegria, naturalmente saudade não existiria. Não perde o sentido o lamento, e nem meu pranto de dor, não existindo saudade não existe amor... meu peito não desiste, minha fé não cansa, enquanto habita o amor, existe a esperança”.

Allan Sobral

Foto de Marilene Anacleto

Andaaannnças, Andaaannnças

*
*
*
*
De tantas andanças, o ser solitário,
Repleta de heranças, de sorrisos e mágoa,
Busco a solidão, o encontro de mim,
Para poder viver, para poder sorrir.

Entre mar e pássaros, entre grilos e sapos
As dores se soltam, a vida se alarga.
Responsável por mim, por ninguém mais espero
O conserto do cano, o conserto do engano.

Lembranças das dores, por amigos, causadas
E das decepções por quem eu ajudava,
Oração do perdão entre lágrimas lançadas,
A lavar o coração e a alma magoada

E aquela dor profunda, como iria sanar?
Efeito para quem espera muito, de quem nada tem a dar.
Passei a fazer, entre outras, a oração do perdão,
Para, assim, degelar o meu próprio coração.

Mas aquela mais profunda, que queima o peito e a alma,
Apelei para a regressão que, consciente me acalma.
Encontrei os mais queridos, servindo-me copos d’água
E os outros, mais difíceis, a sujar-me em poças d’água.

Reconheci irmãos e pais, em papéis muito diversos,
Em cada vida passada uma música, um verso.
Desde a amiga malvada à terapeuta de sucesso,
Muitas orações do perdão ou agradecimentos sinceros.

E, na casa, solitária, como se fosse um Tibet,
Acho um engano e conserto, caio e ponho-me de pé.
Ao ficar de bem comigo e conhecer mais o outro,
Assumo meu erro mais fácil, a dor não se torna desgosto.

Mas, tudo era um propósito para após a aposentadoria,
Não quero levar comigo mágoa, tristeza e agonia.
Sessões de renascimento, muitas orações de perdão,
E o grande encontro comigo, nas sessões de regressão,
Seguem a abrir meu caminho e curar meu coração.

Marilene Anacleto

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