Juvenis

Foto de wenderson amaral

O que o homem de carne quer?!

E ando a caminhar por entre as veredas íngremes de tua sorte, pois tudo que tínhamos já não mais vive, já não há mais. Se de lembranças me tomo, é pelos sonhos que a teu lado não vivi, é pelos destinos que não segui. Ando a caminhar, sem norte e sem abrigo, sem momentos de êxtases profundos ou sem pensamentos inconstantes. Eu me escondo no amargo escudo dos meus vícios paternais, na cama ao lado vejo a nudez do pecado se entrelaçar nas juvenis curvas de meus desejos, e que desejos! Vejo o teu corpo a chamar-me em viril declaração e no meu coração um turbilhão de ansejos eróticos repousa. Nos teus lábios vejo um tempo que não cansa de existir e não aguento mais a ilusão de viver por amores infinitos! Eu me debruço em seus braços, em teu corpo me deleito e nos seus seios ponho meu pecado mais capital. O cigarro queima por entre meus dedos, e nos meus pulmões a fumaça dos mais insanos momentos vibra e nele se projeta em limiar futurístico. Se amor é fogo que arde sem se ver, então não preciso mais vê-lo, não preciso mesmo dele. Em doses alcóolicas sinto o prazer de minhas entranhas ao gozo de suas sinuosas curvas e em seus mais sórdidos gemidos minhas mãos a te tocar. E não tem limites o prazer! Se é pecado tudo isso, então que seja condenado, pois é pela justa condenação do amor que o homem em carne nasce e se sou de carne, já não mais vivo para injusto Amor...

Foto de Graciele Gessner

Livremente Prisioneiro. (Graciele_Gessner)

Onde está a liberdade
Em que o respeito prevalecia?
A juventude eliminou qualquer afeição,
Habitamos vidas fora do contexto da educação.
Cadê a tal obediência? Só vejo independência.

Os juvenis perderam a total sintonia;
Desconjurando a real harmonia.
Corrompeu-se a paz e a alegria.

A liberdade deixou de ter o senso da responsabilidade.
Ganhou-se espaço para a hipocrisia e a intolerância.
Cadê a verdadeira condição de felicidade?

E vamos vivendo... Tentando. Sobrevivendo.
Acreditando nas futuras possibilidades.
Tendo a esperança em que tudo mude,
E o homem que se chama de livre
Tome apreço por suas atitudes.

01.05.2009

Escrito por Graciele Gessner.

* Se copiar, favor divulgar a autoria. Obrigada!

Foto de Sandy Machado

Você, eu, nós e as velhas lembranças

Estava gelada, quente. Triste, feliz. Quando ele fez alusão aos fatos passados, as velhas lembranças. O coração já não faz um movimento sincrônico,aleatório talvez.Diacronicamente,minha essência virou pó e a emancipação da minha alma já não era mais tão almejada.
De seu esquife,era possível analisar as falhas de seu rosto apático.Todas aquelas marcas um dia foram tocadas e sentidas por mim.Entre nossos movimentos impulsivos e sentimentos altruístas,realizamos poucas frases.Aferimos se era amor,não,mera atração entre corpos.Respirações ofegantes entre passos evasivos e fugas quase imperceptíveis a imaginação humana.
Palavras excêntricas eram sussurradas em meus ouvidos,florescendo desse modo planos juvenis.Conjeturas arrogantemente alimentadas,não compartilhadas.Promessas enterradas com seu cheiro perdulário,sua garridice.Eu, nefelibata ;ele,egocêntrico,diferenças estas que se fundiam no seu mundo pedante.Não havia certo,errado,valores,escatologias,preceitos,os instintos da carne se manifestavam assombrosamente em nossos momentos.Sua boca carnuda encostava-se na minha,passado de uma pele flácida e um aspecto arroxeado.
A etimologia de nossos enleamentos me faz sentir a vida transforma num inferno qualquer, em pesadelos, pressentir que anjos maus me guardam, afinal, alma filantropicamente má não convive com homens.
O que sobrará do meu adônis serão cinzas guardadas em um marfim qualquer,contrariando sua natureza megalomaníaca.

Foto de Paulo Gondim

Amores esquecidos

AMORES ESQUECIDOS
Paulo Gondim
07/12/2008

Estrela da manhã que me vista
Na sua luz intensa, traz pra mim
A alegria de um novo dia
Nas flores brancas de um jasmim

E traz consigo a saudade eterna
Do amor primeiro, que perdi
Como os anos juvenis
Que sem saber, eu não vivi

Porque a vida corria
Com toda pressa adolescente
Com o tempo cansativo
Que passava indiferente

Mas, me traga, estrela minha
O beijo doce da garotinha
De que nem fazia conta
E que por mim chorava sozinha

Na escalada do tempo,
Caminhos foram percorridos
Diz-me, estrela minha
Dos amores que foram esquecidos

Foto de Sonia Delsin

LAÇOS ETERNOS

LAÇOS ETERNOS

Era uma vez um menino e uma menina.
Viviam numa terra onde a lua clareava um lago e iluminava tudo ao redor. A menina vivia num castelo e o menino numa cabana.
Ela a se cobrir de ouro. Ele a se cobrir de trapos.
Enquanto ela brincava com lindos brinquedos ele vivia a atirar uma flecha em direção a um mourão de cerca.
Entre os dois existia um abismo. Um enorme abismo, mas que transpunham com grande facilidade, já que os dois eram providos de lindas asas.
Um voava de encontro ao outro, o sol e a lua testemunhavam, mas se calavam.
Estiveram apaixonados desde todo o sempre.
Dava gosto vê-los a se falar, a se olhar, a se acariciar.
Em suas brincadeiras o garoto vivia a perseguí-la e a perseguição resultava sempre num abraço bem apertado.
Em carícias e promessas de amor eterno.
Os primeiros anos se passaram, vieram os anos juvenis e os dois descobriram que podiam ser tão infelizes.
As asas enfraqueciam diante da constatação de um fato. O amor que sentiam era proibido.
A mocinha foi se entristecendo, o rapaz se abatendo e um dia o chamaram para a guerra. Ela ficou a chorar e ele foi pela pátria lutar.
O tempo passou e um dia ele voltou. A procurou e a encontrou casada.
A sua amada, a sua eterna namorada estava casada.
Ele temeu uma aproximação.
Não devia, nem podia.
Tudo acabado?
Ela o viu a caminhar na aldeia e o chamou.
Foi do pai a infeliz idéia de uni-la a um homem tão mais velho. Não o amava e era tão triste sua vida agora.
Ele a abraçou dizendo que era tarde demais para os dois. Que o amor precisava morrer para que eles continuassem a viver.
Quis se afastar, mas ela o chamou com o olhar.
Ele a beijou e descobriu que nunca nada os separaria.
Viveram por muito tempo uma vida dupla encontrando-se às escondidas na cabana.
Um dia ele se cansou da espera, da tristeza de ter que dividir com outro a mulher de sua vida e partiu.
A cabana vazia a fez chorar, chorar...
A lua no lago nunca mais quis entrar.

Foto de Edson Milton Ribeiro Paes

"VISÃO EXTRA FISICA"

“VISÃO EXTRA FISICA”

Quando olhei o horizonte...
Assumi um compromisso com o passado...
Descobri que o mais importante é o ontem...
E que o futuro é apenas um resultado!!!

Uma soma de atos e atitudes...
Que outrora ousamos cometer...
Uns mais velhos e outros em plena juventude...
Um dia ainda vamos se arrepender!!!

Belos trajetos com pose de gala...
Historias complicadas de arroubos juvenis...
O passado é algo vivo que sempre nos fala...
Por onde é que devemos seguir!!!

O caminho sempre é pra frente...
Embora caminhemos às vezes de lado...
Uma ou outra estrada totalmente diferente...
Mas que nos remete de volta ao passado!!!

E esta visão que ora tenho da vida...
Leva-me a crer que fiz quase tudo errado...
Nem deu tempo de curar as feridas...
E estou eu tateando para não dar mais um passo errado!!!

Mas o que conforta o meu coração perdido...
É a visão que me mostra a realidade...
Não mais adianta lamentar o que foi vivido...
Nem abusar do apelo saudade!!!

Foto de Metrílica

Alma Inquieta

Tento ser um ser diferente,
Mas a natureza não mente.

Fico no ar, olhar cerrado,
O que há comigo de errado?!

Penso, logo enlouqueço,
Por que será q nunca me esqueço?

Das fantasias juvenis, que pelos anos se vão,
Como posso ofuscar tamanho clarão?

Não temo o amanhã, como não temo o passado,
Há de chegar novo tempo, tempo de ser amado!

Amado de verdade, amado de corpo e alma,
Amado incondicionalmente, quem sabe a natureza se acalma!

Foto de Dirceu Marcelino

ESTÓRIAS QUE SE REPETEM

“ESTÓRIAS QUE SE REPETEM”.

Este conto se baseia na estória de “Eros” e “Lara” e de “Marcílio”, os dois primeiro personagens fictícios de nossa poesia denominada Súplica.
As estórias de “Eros” e “Marcílio” podem ser comparadas a do francês Jean Genet .
Sabe-se que “Genet nasceu de uma união ilegal. Sua mãe abandonou-o na primeira infância, tendo sido criado até a adolescência por uma família substituta e depois teria passado alguns anos em orfanato do governo, em Paris. Sempre se sentiu ‘um enjeitado’, pois seus irmãos adotivos o chamavam de ‘bastardo’, consideravam-no “ovelha negra” da família, a quem imputavam os atos mal feitos que fizessem e consta até que fora vítima de violência sexual”.
Aos poucos até os demais membros da pequena comunidade passaram a lançar-lhe a responsabilidade de todos os atos anti-sociais que aconteciam na localidade e passaram a chamá-lo de “ladrão” e “homossexual”. Desse modo, não tendo pai, não mantendo contatos com a mãe, sem ninguém com quem se identificar, foi assumindo a única identidade que poderia internalizar.
Porém, nosso personagem “Eros”, apesar de ter estória muito parecida com a de Genet, ao contrário, tinha pais e vários irmãos. Aliás, estes se destacavam no pequeno vilarejo em que moravam por serem trabalhadores, construtores de “calçadas de pedrinhas”. Eram muito requisitados para fazer seus serviços e “Eros”, com cerca de quatorze de idade podia ser visto acompanhando-os quase todos os dias pela manhã quando a família saia para o serviço diário e só à tardezinha retornava para casa.
Ao entardecer observa-se que “Eros” se associava ao grupo de adolescentes do bairro, pequeno grupo da vizinhança, grupo de amigos, autênticos. Passava a gozar dos folguedos juvenis típicos daquela região e sempre terminavam as brincadeiras em “peladas de futebol”. Após as mesmas, permaneciam por algumas horas conversando, raramente seu grupo mantinha contatos com meninas, apesar de que nas proximidades e no mesmo horário formar-se outro grupo de moças.
O primeiro dos adolescentes que passou a se associar com as moças foi “Eros”, que logo começou a namorar uma delas, a mais bonita por sinal – “Lara”. Esta aos dezesseis anos se destacava por sua beleza. “Eros” também era um rapaz bonito e logo começou a namorar “Lara”, um casal lindo de namorados e inseparáveis. “Lara” engravidou e apressou-se o casamento que sequer havia sido programado. Casaram-se e passaram a morar em uma casa doada pelos irmãos de “Eros”. Tiveram um casal de filhos, duas crianças que se destacavam por sua beleza e gentileza.
No mesmo período em outra pequena cidade vizinha eis que surge - “Marcílio”. Também, ao contrário de GENET, tinha pais. Mas eram ambos sexagenários. Alguns dizem que essa é uma grande dificuldade de pais que concebem muito tardiamente, pois quando alcançam a terceira idade já não tem energia suficiente para cuidar dos filhos adolescentes e acompanhá-los nos primeiros anos e após atingirem a maioridade. Parece-nos que foi o que aconteceu com “Marcílio”. Não teve o privilegio de ser assistido por seus pais já idosos, na sua infância e adolescência.
Mesmo sendo um belo rapaz, ao contrário de “Eros”, não se interessou por namoradas. Ao contrário, diziam que se interessava por rapazes. Apesar desses comentários na realidade nunca ninguém comprovara tal fato. Destacava-se no colégio onde estudava por ser inteligente e vivaz. Logo começou a ser chamado pelos colegas adolescentes de “Marcília”. Percebeu-se que não se preocupava com essas difamações, e aos poucos foi assumindo essa “identificação diferencial”. Como Genet assumiu a identificação de homossexual.
Porém, mais grave do que a assunção dessa identidade foi o fato de “Marcílio”, num mecanismo de fuga e evasão, passar a fazer parte de outro grupo pernicioso, uma “gangue” de usuários de drogas.
Talvez, tenha passado a associar-se a este grupo inconscientemente, induzido pelo casal que praticamente o adotou, fazendo-nos lembrar do slogan que hoje vemos afixados nas traseiras de ônibus caminhões e em alguns locais públicos:

“Adote seu filho, antes que ele seja adotado”.

“Marcílio” após ser adotado pelo casal, de alguma forma começou a se relacionar com outros jovens, pessoas de outra cidade, maior e próxima, e prosseguindo naquele mecanismo de busca de identificação, e de evasão, passou a fazer parte de um grupo formado por pessoas de fora do circulo familiar e da comunidade local, membros clandestinos, ocultos, que compareciam à pequena cidade para adquirir alguma coisa que só o “respeitável casal” comercializava muito livremente, pois além de vendedores de roupas – mascates – também eram respeitáveis no círculo dos ricos, dos mais abastados, pois moravam em uma das mais belas casas da pequena cidade e assim seus relacionamentos se estendiam aos altos círculos sociais.
Provavelmente, os pais legítimos de “Marcílio” gostaram do interesse do casal por seu filho, mesmo porque além de morar bem, do aparente sucesso material o varão exercia respeitável cargo público.
Com bom grado deixaram que “Marcílio” com eles permanecesse, trabalhasse, até morasse. Pensavam que ele trabalharia no bar, dormiria na casa do casal, mas na realidade o jovem passava os dias no bar, no recinto de jogo e à noite passava ao relento a perambular pela outra cidade vizinha, a “trotoir” pela praça e pelas ruas quase desertas até o amanhecer.
Ainda que se resumisse à jogatina ou a promiscuidade sexual o casal de velhos não teria muito com o que se preocupar. O problema era ainda mais grave. “Não percebia o velho casal que seu filho passava por problemas individuais que ‘induzia-o’ à fuga e ao refúgio no consumo de estupefacientes e ao cometimento de infrações conexas”
Aos poucos o respeitável casal que o “adotou” começou a utilizar “Marcílio”, para outros comércios que faziam além das vendas de roupas, que ofereciam para seus clientes de casa em casa.
Percebeu-se então que era um comércio clandestino e ilegal quando alguns cheques emitidos pelo casal foram objetos de registro de boletim de ocorrência na delegacia de polícia local e nas investigações procedidas constatou-se que apenas a assinatura era verdadeira, as demais escritas eram todas falsificadas. O casal dono do cheque, mesmo prejudicado desejava apenas resgatá-los, mas de forma alguma queriam que fosse aberto inquérito. Pois diziam que não pretendiam responsabilizar o adulterador, pois este era “Marcílio” “seu filho adotado” que já tinha naquela ocasião algumas passagens nesta mesma delegacia, por pequenos furtos e não pretendiam prejudicá-lo ainda mais. Por que será?
Ninguém sabia o que estava acontecendo, pois, geralmente, esses atos anti-sociais são imperceptíveis aos que não conhece a subcultura da localidade.
No seio dos grupos secundários que se interligam de modo imperceptível, através de um mecanismo de “transmissão cultural”, “alimentam uma tradição delinqüente com o seu peculiar sistema de valores anti-sociais, que se transmite de uma geração de residentes à seguinte”.
Na realidade “Marcílio”, não era apenas um pequeno delinqüente, hoje reconhecemos, também era vítima. Vítima tão culpada quanto aos delinqüentes traficantes de drogas. Durante as investigações dos estelionatos praticados por “Marcílio”, percebe-se que ele usava apenas camisas de mangas longas, com o propósito de esconder as inúmeras marcas de picadas intravenosas nas dobras dos cotovelos.
Mas como de fato cometera delito de estelionato, foi indiciado em Inquérito Policial e respondeu ao respectivo processo criminal.
“Marcílio” até então conhecido como “homossexual”, agora, também, passou a ser considerado “toxicômano” e “ladrão”. Embora a comunidade local o rejeitasse como sempre, surgem não se sabe como, pessoas abnegadas que espontaneamente oferecem ajuda nas horas de desespero e assim com colaboração de representantes de uma grande indústria local, conseguiu-se sua internação na instituição especializada na recuperação de toxicômanos.
Lá permaneceu por algum tempo nesta instituição, esperando o julgamento do mesmo processo a que respondeu, sendo condenado, foi recolhido à Cadeia Pública da Comarca, para cumprimento da pena de um ano e quatro meses de reclusão. Permaneceu recolhido no regime fechado até ser beneficiado com progressão para o regime de prisão albergue e passou a pernoitar na casa de albergado.
A Casa de Albergado era uma das poucas existentes, que pouco a pouco foi desativada, como as demais.
No mesmo período em que “Marcílio” permanecia internado, o “respeitável casal” que o adotara, também, foi preso, em flagrante por tráfico de entorpecente e ao final condenados as penas de três anos.
A “Respeitável Senhora” depois de um mês de reclusão na cadeia local foi transferida para uma Penitenciária Feminina do Estado. Lá teve algumas dificuldades de relacionamento com as demais reclusas, em face de ser esposa de funcionário público. Porém, com apenas nove meses de reclusão ela foi beneficiada com prisão albergue domiciliar e retornou para sua casa.
O “respeitável Senhor”, também, beneficiado com prisão albergue domiciliar, permaneceu preso apenas por um ano e dois meses.
Atualmente, ambos vivem felizes na mesma casa e continuam a ser respeitados na pequena comunidade. Consta que não reincidiram.
Ocorreu que, enquanto o respeitável casal saía do sistema prisional, logo depois, “Marcílio” ingressava, justamente, em razão daquele cheque adulterado cuja vítima era a “Respeitável Senhora”, pois fora condenado por estelionato.
Neste mesmo período Eros deu entrada na mesma cadeia em que estava recluso Marcílio, chegando a morar por pouco tempo juntos na mesma cela. Em razão disso saberemos a seguir o que acontecera com Eros.
“Eros” e sua bela mulher, também eram fregueses do respeitável casal e, provavelmente, além de roupas compravam outras “mercadorias”.
Logo a toxicomania de “Eros” o subjugou.
Inicialmente, por não conseguir acompanhar seus irmãos no trabalho de construção de calçadas, passou a ter dificuldades financeiras para suprir as necessidades da família e, provavelmente, para adquirir as substâncias entorpecentes de que necessitava, então passou a praticar pequenos furtos. Logo foi indiciado em inquérito. Mas sua primeira prisão ocorreu por porte de entorpecente. Tal infração era afiançável, porém, como nenhum de seus familiares se prontificou a pagar o valor arbitrado, chegou a ser recolhido à cadeia pública.
Consta que nessa oportunidade um dos presos, também oriundo da mesma comunidade, tentou seviciá-lo sexualmente e por resistir com afinco aquele não conseguiu seus intentos. Saiu da cadeia, invicto, mas marcado por uma das mazelas da prisão. Ainda dizem que a cadeia regenera, não foi essa primeira experiência de “Eros” o suficiente para ele.
Pouco dias depois, novamente ”Eros” foi preso por violação de domicílio. Desta vez, consta que o presidiário “Bárbaro” investiu sobre ele com intenções inconfessáveis e para resistir ele fingiu que estava tendo um ataque convulsivo, inclusive, espumando pela boca. Nesse estado foi socorrido e de alguma forma separado de ala da pequena cadeia, onde não poderia ser alcançado por seu algoz.
Ao saberem do sucedido seus irmãos e esposa fizeram esforços para pagar advogado e libertá-lo. Porém, consta que sua bela esposa inconformada do ocorrido, ou seja, com as constantes tentativas de sevícia a que o marido sofria, ameaçava-o abandoná-lo, caso não se corrigisse e retornasse à cadeia.
Foi o que ocorreu, pois decorridos mais alguns meses, outra vez “Eros” foi preso em flagrante por furto. Neste terceiro período consta que, totalmente, subjugado foi presa fácil de “Bárbaro”. Pior do que isso ao saber do ocorrido, sua esposa, o abandonou de vez. Logo arrumou outro companheiro.
“Eros” não foi abandonado apenas por ela, mas também, por seus irmãos e pais. Abandonado, não tendo trabalho e condição de comprar drogas, tornou-se um verdadeiro alcoólatra “bêbado de rua” e nos quatro ou cinco anos que se seguiram, retornou à prisão por flagrantes e condenações por furtos e uso de substância entorpecente.
Este foi o relato de “Marcílio” do ocorrido com Eros, porém, reservou-se a contar se “Bárbaro” tentara alguma coisa contra si. Chegou a dar a entender, que, o que importava saber sobre isso, se ele já era conhecido como “homossexual”.
Infelizmente, não foi longo o período de observação de “Marcílio”, pois ele que era conhecido como “alcagüete”, algum tempo após revelar esses casos que segundo a subcultura carcerária deveria permanecer oculto, e ainda por dar informações sobre outros delitos praticados na região, principalmente os relacionados ao tráfico de entorpecente, em certa data ao ausentar-se, descumprindo o horário de entrada na casa de albergado, foi morto num bairro de uma grande cidade próxima.
“Marcílio” morreu por “over-dose’ de cocaína, mas segundo dizem poderia ter sido forçados a tomar uma dose excessiva, ou seja, fora assassinado. Por quem? Não se sabe, pois esta é uma das estratégias do crime organizado.
Casos como o de “Eros” e “Marcílio” nos fazem lembrar e comparam-se com o de Jean Genet, mas agravados por serem estigmatizados, além de ladrões e homossexuais como “toxicômanos”, “alcagüetes” qualidades negativas que não são aceitas na sub-cultura carcerária, colocando-os na última categoria da hierarquia existente entre eles.
Estórias como de “EROS” e “MARCÍLIO” mesmo fictícias comprovam a dura realidade de nossos dias, mas o que é interessante são estórias que se repetem. Repetem...

Foto de Edson Milton Ribeiro Paes

ARROBOS JUVENIS.

ARROBOS JUVENIS

E eis que surges valente...
Impactante e voluntarioso...
Carregado com toda imprudência...
Que os jovens podem carregar!!!

Alivia teu peso...
Desarma-te...
A vida é mais simples que imaginas...
Para e observa...
Cala-te e ouça!!!

Te proporcione a oportunidade de ser adulto e siga...
Acaricie o chão com tuas pegadas...
Brinde o universo com teu silêncio...
Assim envelhecerás digno, incorruptível...
E contemplaras tua existência!!!

Foto de PAULO MICHELANGELO

sibele(meu anjo)

O sentido incerto persiste em se manter aqui dentro vivo,
Eu não sei o que pode ser,mas talvez possa ser uma dor,
Mas mesmo eu sabendo ainda continua sem definição, ou sem um querer;
Eu não encontro o sentido exato de tudo isso, ao meu redor tudo parece estar distante.

Diga-me como podes isso ocorrer?As palavras não me encontram?
Parece estarem tão distantes.....e ao menos ninguém pode me ouvir
No surdo som da paixão. . e no céu minha razão incertas e incomuns...
Da prece alcançada, da alma vulgar de meus pensamentos... Não sabendo os tantos motivos... Que não sei explicar somente surgem na nuvem do céu;
De minha própria indecência, crapulosos sentimentos que sinto...

Não pode existir este mundo insano que criei em meu interior.
Pensei que sentir fosse o sol da imaginação, e então seriamos nada.
Por que ser tudo é muito para um simples mortal, sonhador como eu...
Ás vezes meu mundo desmorona, não sabendo muitas vezes quais palavras levaram a isso.Diga-me qual foi o meu erro?ser maior que a própria vida?
Ou ser o inocente a morrer em seu próprio delito?

O mar de profundos desejos jogados ao vento espião do mundo;
Como comecei isto tudo?este mundo dentro de mim?
Que os personagens é sempre eu?assim como a vida possui muitos momentos;
Meu ser existem muitas perguntas... perguntas sem cabeça por que tudo acaba;
Seja enterrado ao chão ou num universo sem homens para que ousem seus murmúrios de gloria...só grito o que quero esconder e o que escondo é uma maneira de viver sobre sonhos juvenis que jamais entenderei..sobre o palio em q adormeci e acredito jamais acordar,por estar longe
e incapaz de voltar, preso em minha própria alma. . .

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