Você, eu, nós e as velhas lembranças

Foto de Sandy Machado

Estava gelada, quente. Triste, feliz. Quando ele fez alusão aos fatos passados, as velhas lembranças. O coração já não faz um movimento sincrônico,aleatório talvez.Diacronicamente,minha essência virou pó e a emancipação da minha alma já não era mais tão almejada.
De seu esquife,era possível analisar as falhas de seu rosto apático.Todas aquelas marcas um dia foram tocadas e sentidas por mim.Entre nossos movimentos impulsivos e sentimentos altruístas,realizamos poucas frases.Aferimos se era amor,não,mera atração entre corpos.Respirações ofegantes entre passos evasivos e fugas quase imperceptíveis a imaginação humana.
Palavras excêntricas eram sussurradas em meus ouvidos,florescendo desse modo planos juvenis.Conjeturas arrogantemente alimentadas,não compartilhadas.Promessas enterradas com seu cheiro perdulário,sua garridice.Eu, nefelibata ;ele,egocêntrico,diferenças estas que se fundiam no seu mundo pedante.Não havia certo,errado,valores,escatologias,preceitos,os instintos da carne se manifestavam assombrosamente em nossos momentos.Sua boca carnuda encostava-se na minha,passado de uma pele flácida e um aspecto arroxeado.
A etimologia de nossos enleamentos me faz sentir a vida transforma num inferno qualquer, em pesadelos, pressentir que anjos maus me guardam, afinal, alma filantropicamente má não convive com homens.
O que sobrará do meu adônis serão cinzas guardadas em um marfim qualquer,contrariando sua natureza megalomaníaca.

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