Libido

Foto de Costa e Abrantes

Já deitas toda aberta

Já deitas toda aberta

O tempo parece demorar a passar
Em nosso quarto o tempo é ocioso
Os números dos tempos duas vezes mais infinitos
Não é que não goste disso
Amo prolongar nosso carinho
O nosso belo momento íntimo
Já deitas toda aberta
A fim de travares meu corpo na medida certa
Movimentos estimulantes
Purificando coisas que nos eram aviltantes
Se em pé tu estás
Ajoelho-me perante
Sexo oral fascinante
Quando cansares deite
Prosseguirei e irei avante

E quando estiveres lubrificada
Sei até a posição a ser usada
Frango assado ou de quatro
Vezes quarto fodas no nosso quarto
Batizaremos toda a casa
Faremos no banheiro,
Na cozinha e na sala

Tenho por obrigação agradá-la,
Extasiá-la.
Prover o que a tu és devido
Falando sensual no ouvido
Querendo eu um maior libido
Alimentar-nos-ei com o afrodisíaco
Sem amor não vivo
Sem você inexisto.
Precisamos disso.

Foto de leila lopes

Flor da pele

Fecho meus olhos e tudo me vem como fleches
sinto seus labios encostar nos meus
sinto o calor de sua mão em minha nuca
parece querer com isso me manter presa nesse beijo
o gosto do seu beijo é delicioso
e o calor dele me aquece o corpo inteiro
gosto da forma que levanta meus cabelos
e sua lingua percorre meu pescoço
enquanto suas mãos presa em minha cocha me puxa para seu corpo
voçê me entontece,me enibria ,faz meu corpo ficar cheio de tesão
sua boca avida agora em minhas pernas
sinto os seus beijos e sua lingua
percorrer um caminho dos meus pes ate minha cocha
minha respiração já acelerada
voçê me da pequenas doses de prazer
e isso me deixa ainda mais exitada
quero mais da sua boca
quero mais da sua lingua
quero sentir você sugando meu nectar
enquanto minha cabeça gira
e meu corpo estremece
e como se uma corrente eletrica passasse
por cada celula do meu corpo
e explodisse em um rio de prazer
e quando consigo abrir os olhos e olhar para voçê
encontro neles tanto desejo e tanto libido
que quero me fundir junto ao seu corpo
gosto de sentir teu sexo quente
encostar no meu
gosto de ver o meu goso se misturar ao teu
gosto quando estremece em cima de mim
gosto de te deixar assim
cheia de vontade,
cheia de tesão
cheia de desejo
só para depois
suprir suas vontades
abrandar o seu tesão
e matar os seus desejos

Foto de JORMAR

Hoje ...

Faz hoje dois anos
Que separados por uma janela digital
Estando frente a frente
Nos conhecemos num clique
Nossos dedos percorreram o teclado
Pronunciando palavras em silêncio
E fomos nos revelando um ao outro
Tentando, quem sabe, mostrar os nossos valores
Talvez dizendo o que nos animava e nos aproximava
Nesse universo inanimado, porém não estático
Depois, passados dias, vejo-te e sou visto por ti, mas nunca nos tocamos
Tu estavas aí e eu aqui
E fizemos companhia um ao outro
Noites inteiras trocamos palavras, ideias, elogios, atracções e gostos
Depois trocamos carinhos, fantasias e prazer
E decidimos num clique
Que queríamos conhecer-nos
Depois de nos conhecermos
Trocámos beijos, beijos intensos,
Como aqueles que as imagens recordam,
Beijos desejado,
Beijos que nos completou aos dois,
Os beijos da forma adequada,
Os beijos com o sabor do desejo na flor da nossa pele,
Os beijos da nossa vontade,
Os beijos que fazem o nosso pensamento,
Os beijos que fizeram as nossas bocas e o nosso corpo querer um novo beijo outra vez.
O melhor beijo foi o beijo sem tempo, que hoje ainda perdura,
O tempo não conta, enquanto se beija o tempo para,
E nesta inércia do tempo só sinto a louca vontade de mais um beijo.
Sinto a tua língua que de encontro com a minha,
Faz um passeio suave e excitante, humedecendo a minha libido.
Posso sentir a língua que viaja na minha boca.
Sinto a língua que acarinha os meus lábios.
A língua, que me percorre, que me navega e que me lambe...
O melhor beijo é o beijo em que a língua faz o beijo.
E o beijo faz o sexo
E o sexo a paixão
E a paixão o amor
E o amor para sempre
E para sempre nesse amor a amizade perene
Hoje festejo esse divino amor, recordando os beijos……

Foto de Edigar Da Cruz

Vamos Dançar Um Tango

Vamos Dançar Um Tango
Ouça a melodia numa clássica Argentina dos anos setenta.,
Naquela doce melodia de encanto e magia
Antes do amor,
A DANÇA DO AMOR,
Em toque de um bom tango de amor,..
Vamos provar dessa melodia gostosa do néctar de amor,..
De um tango da antiga argentina,..
Meu corpo o seu colado ao meu fortemente,..
Faz por ti um tudo,..
E o tudo por ti!,..
Que encanto dos passos definidos,.
Que aguçam os libidos um grudado ao outro,..
Que faz nos sonhar em amor e com toque de melodia de tango argentino,..
Da libido do amor dançado de prazer juntinho..
Que traduz o amor que tenho a sentir e ofertar..

Autor:Ed.Cruz

Foto de Edigar Da Cruz

AMOR VERDADEIRO

Nada melhor que um amor
Que um amor puro e verdadeiro
Que o deixa leve feito pluma
Faz-te viajar em pensamentos presentes
Amor púrpuro e único verdadeiro
De vaidades e vontades
De carinhos e libido...
De sensualidade... de provocações de vontades
Amor verdadeiro..vivo único
Que transforma arte em magia...
De auto identidade...
De infância nada nobre..
De amor de infância nobre...
Amor verdade
Amores união única
Um amor chamado VERDADEIRO
Que duas pessoas em uma única direção..
Do coração
Dois corações uma única direção
DO CORAÇÃO

Autor:Ed.Cruz

Amor Verdadeiro

Foto de Edigar Da Cruz

TEMPLO DE VONTADES..

TEMPLO DE VONTADES..

Um Castelo!!!um templo
dos maiores castelos de vontades ,..
escalvando os maiores prazeres,..insanos e insensatos prazeres ,..
entre desejos e prazeres..
Um castelo!..Um mistério quase oculto..
de pele orgia e flor.;
movimentos enlouquecidos e eloquentes,..quentes..
ao templo a vontades das volúpias purpuras!!!,..
São desejos penetrando ao templo do prazer..
o libido suculento molhado,corpos,..suados
emergidos de gemidos sem fim...
Um amor no templo de vontades...
Devorando-a todo desejo incontido em flor e pele..ao castelo do prazer ,..
em pele cio suculenta carne,.cheirosa..de fera cio..
caramelizada ,molhada de desejos...
Ao corpo de templo de castelo de vontades..
todo prazer e encontrado.

Autor:Ed.Cruz

Foto de Edigar Da Cruz

Oasis Do Prazer

Oasis Do Prazer

O gostoso corpo feito um Oasis quente de prazer
Que queima feito o sol de desejo, lançadas envolventes
Dos laços de prazer.
Um Oasis quente feito um vulcão,..
Envolvido no fogo do desejo lançado,
Do calor do forte e quente amor,
Aquelas estocadas de membro que se queima de vontade..
AIIIIIIIII..UM GRITO LONGO E LOUCO
No Oasis no d prazer, da sua pele escorre aquele liquido molhado saciando a sede prazer..
Uma sede louca de vontade penetrá-la inteira..
Fazendo os olhos brilharem de libido, desejo feito bolas de fogo..
O grito de vontade, o gemido do prazer uma leoa ensandecida de vontade a pele arrepiada molhada
O toque! A VULVA CALIENTE !
A língua tocando a vagina úmida deliciosa,
Espelhando os gemidos loucos,..
Se batendo toda pelos cantos,..SE RETORCENDO INTEIRINHA MOLHADA...
Cada grito longo uivaste..levando a loucura plena.
Um OASIS DE FOGO DE PRAZER..
Aquele vulcão quente molhado,..lambendo loucamente o membro completando,
O discreto Oasis de prazer..concedido molhado,

Todo Gozo Jorrado
Autor :>Ed.Cruz

Foto de Edigar Da Cruz

MINHA FERA INDOMADA

MINHA FERA INDOMADA

Uma Fera indomada cio de desejos de prazer extremos
carente quente envolvente! Enjaulada,quando em liberdade,
seu corpo queima molhado de prazer! Que se invade
feroz atacante de desejos extremos.
Uma vera de amor selvagem,..
sya esperteza não se deixas labaredas de fuga,..
libido de prazer, atiçando fazendo a vitima perfeita
suas investidas perfeitas me tornando-me uma cordeiro
a entrega-me por inteiro.
Fêmea arredia selvagem suculenta devoradora de amor,..
dominante vicia a provocações com ações de entrega,
efêmea sensações,..
que me arrancam da boca, em volúpia tão louca
INQUIETANTE PRAZER EXTREMO.
Estridente gemido, de um gozar incontido,.
Transformando ao amante perfeito dessa vera viciada de prazer! Minha vera felina de amor.
Estridente de prazer e gemidos,..faz me envolver
que aceita passivo,o vosso suculento prazer,..molhado
de me descontrolar quando queres me amar..
Fera selvagem que se exala vadiagem desigual
exotica aragem, que do sexo desprende,..
quã em gozos se rende gritando qual louca cio
com voz tremula e rouca palavras vorazes
de delirios extremos de prazer exalando ao sabor do amor,..
impronunciaves, contraindo seu ventre,..
Naquele aperta indecente de quero mais dominante,..
sedente de meu membro ,..parece devora
cavalgar de prazer extremo...
Fêmea quente animal uma fera de amor cio.
De arrebatar de um total abusar,
quando cheio de manhãs, usa vos artimanhas ,
para deixar-em ao teu lado tombado sussurante e arfando-a...
com tuas mãos me tocando de prazer toda molhada suada de prazer!..
teus lábios reascendendo o tesão,..
de um nova relação .
Mulher quente louca fera indomada,..
és fera caçada saciada carne apreciada,..
que esconde astuta, desejos e prazer
aos seios, na gruta, segredos guardantes
a serem desvendados. Saboreados,...
aos poucos por mim em noite sem fim...
as suas taras de prazer vou satisfazer
contigo vou aprendendo,...
se aluno e professor,educando e educador,..
na arte de chmada amor.

Ed.Cruz- Sensuality Love

Foto de fisko

Deixa lá...

Naquele fim de tarde éramos eu e tu, personagens centrais de um embrulho 8mm desconfiados das suas cenas finais… abraçados ao relento de um pôr-do-sol às 17:00h, frio e repleto de timidez que se desvanece como que um fumo de um cigarro. Eu tinha ido recarregar um vício de bolso, o mesmo que me unia, a cada dia, à tua presença transparente e omnipotente por me saudares dia e noite, por daquela forma prestares cuidados pontuais, como mais ninguém, porque ninguém se importara com a falta da minha presença como tu. Ainda me lembro da roupa que usara na altura: o cachecol ainda o uso por vezes; a camisola ofereci-a à minha irmã – olha, ainda anteontem, dia 20, usou-a e eu recordei até o cheiro do teu cabelo naquela pequena lembrança – lembro-me até do calçado: sapatilhas brancas largas, daquelas que servem pouco para jogar à bola; as calças, dei-as entretanto no meio da nossa história, a um instituto qualquer de caridade por já não me servirem, já no fim do nosso primeiro round. E olha, foi assim que começou e eu lembro-me.
Estava eu na aula de geometria, já mais recentemente, e, mais uma vez, agarrei aquele vício de bolso que nos unia em presenças transparentes; olhei e tinha uma mensagem: “Amor, saí da aula. Vou ao centro comercial trocar umas coisas e depois apanho o autocarro para tua casa”. Faço agora um fast forward à memória e vejo-me a chegar a casa… estavas já tu a caminho e eu, entretanto, agarrei a fome e dei-lhe um prato de massa com carne, aquecido no micro-ondas por pouco tempo… tu chegas, abraças-me e beijas-me a face e os lábios. Usufruo de mais um genial fast forward para chegar ao quarto. “Olha vês, fui eu que pintei” e contemplavas o azul das paredes de marfim da minha morada. Usaste uma camisola roxa, com um lenço castanho e um casaco de lã quentinho, castanho claro. O soutien era preto, com linhas demarcadas pretas, sem qualquer ornamento complexo, justamente preto e só isso, embalando os teus seios únicos e macios, janela de um prazer que se sentia até nas pontas dos pés, máquina de movimento que me acompanhou por dois anos.
Acordas sempre com uma fome de mundo, com doses repentinas de libido masculino, vingando-te no pequeno-almoço, dilacerando pedaços de pão com manteiga e café. Lembro-me que me irrita a tua boa disposição matinal, enquanto eu, do outro lado do concelho, rasgo-me apenas mais um bocado de mim próprio por não ser mais treta nenhuma, por já não me colocares do outro lado da balança do teu ser. A tua refeição, colorida e delicada… enquanto me voltavas a chatear pela merda do colesterol, abrindo mãos ao chocolate que guardas na gaveta da cozinha, colocando a compota de morango nas torradas do lanche, bebendo sumos plásticos em conversas igualmente plásticas sobre planos para a noite de sexta-feira. E eu ali, sentado no sofá da sala, perdendo tempo a ver filmes estúpidos e sem nexo nenhum enquanto tu, com frases repetidas na cabeça como “amor, gosto muito de ti e quero-te aos Domingos” – “amor, dá-me a tua vida sempre” – “amor, não dá mais porque não consigo mais pôr-te na minha vida” e nada isto te tirar o sono a meio da noite, como a mim. Enquanto estudo para os exames da faculdade num qualquer café da avenida, constantemente mais importado em ver se apareces do que propriamente com o estudo, acomodas-te a um rapaz diferente, a um rapaz que não eu, a um rapaz repentino e quase em fase mixada de pessoas entre eu, tu e ele. Que raio…

Naquela noite, depois dos nossos corpos se saciarem, depois de toda a loucura de um sentimento exposto em duas horas de prazer, pediste-me para ficar ali a vida toda.

Passei o resto da noite a magicar entre ter-te e perder-te novamente, dois pratos de uma balança que tende ceder para o lado que menos desejo.
É forte demais tudo isto para se comover e, logo peguei numa folha de papel, seria nesta onde me iria despedir. Sem força, sem coragem, com todas aquelas coisas do politicamente correcto e clichés e envergaduras, sem vergonha, com plano de fundo todos os “não tarda vais encontrar uma pessoa que te faça feliz, vais ver”, “mereces mais que uma carcaça velha” e até mesmo um “não és tu, sou eu”… as razões eram todas e nenhuma. Já fui, em tempos, pragmático com estas coisas. Tu é que és mais “há que desaparecer, não arrastar”, “sofre-se o que tem que se sofrer e passa-se para outra”. Não se gosta por obrigação, amor…
Arranquei a tampa da caneta de tinta azul, mal sabia que iria tempos depois arrancar o que sinto por ti, sem qualquer medo nem enredo, tornar-me-ia mais homem justo à merda que o mundo me tem dado. Aliás, ao que o teu mundo me tem dado… ligo a máquina do café gostoso e barato, tiro um café e sento-o ao meu lado, por cima da mesa que aguentava o peso das palavras que eu ia explodindo numa página em branco. Vou escrevendo o teu nome... quão me arrepia escrever o teu nome, pintura em palavras de uma paisagem mista, ora tristonha, ora humorística… O fôlego vai-se perdendo aos poucos ornamentos que vou dando á folha… Hesitação? Dúvidas?... e logo consigo louvar-me de letras justapostas, precisamente justas ao fado que quiseste assumir à nossa história. Estou tão acarinhado pela folha, agora rabiscada e inútil a qualquer Fernando Pessoa, que quase deambulo, acompanhando apenas a existência do meu tempo e do tic-tac do meu relógio de pulso. Não me esqueço dos “caramba amor”, verso mais sublime a um expulsar más vibrações causadas por ti. Lembro-me do jardim onde trocávamos corpos celestes, carícias, toques pessoais e lhes atribuíamos o nome “prazer/amor”. Estou confuso e longe do mundo, fechando-me apenas na folha rabiscada com uma frase marcante no começo “Querida XXXXXX,”… e abraço agora o café, já frio, e bebo-o e sinto-o alterar-me estados interiores. Lembro-me de um “NÃO!” a caminho da tijoleira, onde a chávena já estaria estilhaçada…
Levantei-me algum tempo depois. Foste tu que me encontraste ali espatifado, a contemplar o tecto que não pintei, contemplando-o de olhos cintilantes… na carta que ainda estava por cima da mesa leste:

“Querida XXXXXX, tens sido o melhor que alguma vez tive. Os tempos que passamos juntos são os que etiqueto “úteis”, por sentir que não dou valor ao que tenho quando partes. Nunca consegui viver para ninguém senão para ti. Todas as outras são desnecessárias, produtos escusados e de nenhum interesse. Ainda quero mesmo que me abraces aos Domingos, dias úteis, feriados e dias inventados no nosso calendário. M…”

Quis o meu fado que aquele "M" permanecesse isolado, sem o "as" que o completaria... e quis uma coincidência que o dia seguinte fosse 24 de Março... e eis como uma carta de despedida, que sem o "Mas", se transformou ali, para mim e para sempre, numa carta precisamente um mês após me teres sacrificado todo aquele sentimento nosso.
Ela nunca me esqueceu... não voltou a namorar como fizemos... e ainda hoje, quando ouço os seus passos aproximarem-se do meu eterno palácio de papel onde me vem chorar, ainda que morto, o meu coração sangra de dor...

Foto de fisko

Deixa lá...

Naquele fim de tarde éramos eu e tu, personagens centrais de um embrulho 8mm desconfiados das suas cenas finais… abraçados ao relento de um pôr-do-sol às 17:00h, frio e repleto de timidez que se desvanece como que um fumo de um cigarro. Eu tinha ido carregar um vício de bolso, o mesmo que me unia, a cada dia, à tua presença transparente e omnipotente por me saudares dia e noite, por daquela forma prestares cuidados pontuais, como mais ninguém, porque ninguém se importara com a falta da minha presença como tu. Ainda me lembro da roupa que usara na altura: o cachecol ainda o uso por vezes; a camisola ofereci-a à minha irmã – olha, ainda anteontem, dia 20, usou-a e eu recordei até o cheiro do teu cabelo naquela pequena lembrança – lembro-me até do calçado: sapatilhas brancas largas, daquelas que servem pouco para jogar à bola; as calças, dei-as entretanto no meio da nossa história, a um instituto qualquer de caridade por já não me servirem, já no fim do nosso primeiro round. E olha, foi assim que começou e eu lembro-me.
Estava eu na aula de geometria, já mais recentemente, e, mais uma vez, agarrei aquele vício de bolso que nos unia em presenças transparentes; olhei e tinha uma mensagem: “Amor, saí da aula. Vou ao centro comercial trocar umas coisas e depois apanho o autocarro para tua casa”. Faço agora um fast forward à memória e vejo-me a chegar a casa… estavas já tu a caminho e eu, entretanto, agarrei a fome e dei-lhe um prato de massa com carne, aquecido no micro-ondas por pouco tempo… tu chegas, abraças-me e beijas-me a face e os lábios. Usufruo de mais um genial fast forward para chegar ao quarto. “Olha vês, fui eu que pintei” e contemplavas o azul das paredes de marfim da minha morada. Usaste uma camisola roxa, com um lenço castanho e um casaco de lã quentinho, castanho claro. O soutien era preto, com linhas demarcadas pretas, sem qualquer ornamento complexo, justamente preto e só isso, embalando os teus seios únicos e macios, janela de um prazer que se sentia até nas pontas dos pés, máquina de movimento que me acompanhou por dois anos.
Acordas sempre com uma fome de mundo, com doses repentinas de libido masculino, vingando-te no pequeno-almoço, dilacerando pedaços de pão com manteiga e café. Lembro-me que me irrita a tua boa disposição matinal, enquanto eu, do outro lado do concelho, rasgo-me apenas mais um bocado de mim próprio por não ser mais treta nenhuma, por já não me colocares do outro lado da balança do teu ser. A tua refeição, colorida e delicada… enquanto me voltavas a chatear pela merda do colesterol, abrindo mãos ao chocolate que guardas na gaveta da cozinha, colocando a compota de morango nas torradas do lanche, bebendo sumos plásticos em conversas igualmente plásticas sobre planos para a noite de sexta-feira. E eu ali, sentado no sofá da sala, perdendo tempo a ver filmes estúpidos e sem nexo nenhum enquanto tu, com frases repetidas na cabeça como “amor, gosto muito de ti e quero-te aos Domingos” – “amor, dá-me a tua vida sempre” – “amor, não dá mais porque não consigo mais pôr-te na minha vida” e nada isto te tirar o sono a meio da noite, como a mim. Enquanto estudo para os exames da faculdade num qualquer café da avenida, constantemente mais importado em ver se apareces do que propriamente com o estudo, acomodas-te a um rapaz diferente, a um rapaz que não eu, a um rapaz repentino e quase em fase mixada de pessoas entre eu, tu e ele. Que raio…

Naquela noite, depois dos nossos corpos se saciarem, depois de toda a loucura de um sentimento exposto em duas horas de prazer, pediste-me para ficar ali a vida toda.

Passei o resto da noite a magicar entre ter-te e perder-te novamente, dois pratos de uma balança que tende ceder para o lado que menos desejo.
É forte demais tudo isto para se comover e, logo peguei numa folha de papel, seria esta, onde me iria despedir. Sem força, sem coragem, com todas aquelas coisas do politicamente correcto e clichés e envergaduras, sem vergonha, com plano de fundo todos os “não tarda vais encontrar uma pessoa que te faça feliz, vais ver”, “mereces mais que uma carcaça velha” e até mesmo um “não és tu, sou eu”… as razões eram todas e nenhuma. Já fui, em tempos, pragmático com estas coisas. Tu é que és mais “há que desaparecer, não arrastar”, “sofre-se o que tem que se sofrer e passa-se para outra”. Não se gosta por obrigação, amor…
Arranquei a tampa da caneta de tinta azul, mal sabia que iria tempos depois arrancar o que sinto por ti, sem qualquer medo nem enredo, tornar-me-ia mais homem justo à merda que o mundo me tem dado. Aliás, ao que o teu mundo me tem dado… ligo a máquina do café gostoso e barato, tiro um café e sento-o ao meu lado, por cima da mesa que aguentava o peso das palavras que eu ia explodindo numa página em branco. Vou escrevendo o teu nome... quão me arrepia escrever o teu nome, pintura em palavras de uma paisagem mista, ora tristonha, ora humorística… O fôlego vai-se perdendo aos poucos ornamentos que vou dando á folha… Hesitação? Dúvidas?... e logo consigo louvar-me de letras justapostas, precisamente justas ao fado que quiseste assumir à nossa história. Estou tão acarinhado pela folha, agora rabiscada e inútil a qualquer Fernando Pessoa, que quase deambulo, acompanhando apenas a existência do meu tempo e do tic-tac do meu relógio de pulso. Não me esqueço dos “caramba amor”, verso mais sublime a um expulsar más vibrações causadas por ti. Lembro-me do jardim onde trocávamos corpos celestes, carícias, toques pessoais e lhes atribuíamos o nome “prazer/amor”. Estou confuso e longe do mundo, fechando-me apenas na folha rabiscada com uma frase marcante no começo “Querida XXXXXX,”… e abraço agora o café, já frio, e bebo-o e sinto-o alterar-me estados interiores. Lembro-me de um “NÃO!” a caminho da tijoleira, onde a chávena já estaria estilhaçada…
Levantei-me algum tempo depois. Foste tu que me encontraste ali espatifado, a contemplar o tecto que não pintei, contemplando-o de olhos cintilantes… na carta que ainda estava por cima da mesa leste:

“Querida XXXXXX, tens sido o melhor que alguma vez tive. Os tempos que passamos juntos são os que etiqueto “úteis”, por sentir que não dou valor ao que tenho quando partes. Nunca consegui viver para ninguém senão para ti. Todas as outras são desnecessárias, produtos escusados e de nenhum interesse. Ainda quero mesmo que me abraces aos Domingos, dias úteis, feriados e dias inventados no nosso calendário. M…”

Quis o meu fado que aquele "M" permanecesse isolado, sem o "as" que o completaria... e quis uma coincidência que o dia seguinte fosse 24 de Março... e eis como uma carta de despedida, que sem o "Mas", se transformou ali, para mim e para sempre, numa carta precisamente um mês após me teres sacrificado todo aquele sentimento nosso.
Ela nunca me esqueceu... não voltou a namorar como fizemos... e ainda hoje, quando ouço os seus passos aproximarem-se do meu eterno palácio de papel onde me vem chorar, ainda que morto, o meu coração sangra de dor...



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