Mães

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O GRANDE DIA - POR GRAZIELA VIEIRA

O Grande Dia

20 de Julho 1953.

Ás quatro da madrugada, quando a pálida luz d’aurora ainda mal fazia a sua aparição, já minha mãe me arrancava aos braços de “Morfeu” onde eu na véspera, prometera a pés juntos não mergulhar.

Chegara enfim o grande dia. O dia do acontecimento mais relevante dos meus franzinos dez anos. Ia, enfim, fazer o meu exame da 4ª classe a Mirandela.

Mirandela!!!!!!!! Uma Vila que eu só conhecia em sonhos, ou de ouvir falar. A azáfama dos últimos preparativos e conselhos dos familiares orgulhosos, as últimas recomendações da senhora D. Ermelinda Rafael, minha professora e irmã do ilustre médico Dr. Mário Rafael, tinham feito com que adormecesse mais tarde e àquela hora, francamente, não me apetecia nada levantar.

- Anda filha que são horas: já tens o caldo na malga. Põe-te a dormir e depois come do sono. Olha que o exame não espera por ti e temos muito que palmilhar. Se tínhamos! É que dos Avidagos, minha terra, até Mirandela são cerca de 24 km os quais tínhamos que fazer a pé:

-Porquê? Pela simples razão de não haver dinheiro para a Camioneta, ida e volta, para a chita do vestido novo que a minha tia Mariana me fez, para os sapatos comprados para a ocasião, para pagar a Pensão onde teria que ficar, etc. Os meus pais para suprir as despesas mais prementes, tiveram que segar manual e prematuramente duas jeiras de trigo e vender o grão ao senhor Regedor.

O sacrifício foi enorme, mas o orgulho de ter uma filha que ia fazer o exame da 4ª classe quando ainda não era obrigatório, compensava-os plenamente.

Engoli o caldo á pressa e pusemo-nos a caminho eu e minha mãe. As nossas socas brochadas faziam barulho nas pedras do caminho quebrando o silêncio matinal. De vez em quando sacudia uma ruga, imaginária, do vestido novo. Por vezes, levava a mão á cabeça a ver se a fita cor-de-rosa que a minha avó materna me oferecera para a ocasião, ainda lá estava. Querida avó! Tinha vindo das Varges aos Avidagos a pé só para me presentear com a fita. Ela queria que a sua neta, fosse a mais bonita de todas. Não estou bem certa, mas penso que a distancia por ela percorrida por caminhos tortuosos, devia rondar os nove ou dez quilómetros, senão mais.

Comecei a tomar noção da responsabilidade em não defraudar, com um chumbo, as expectativas e esperanças que os familiares em mim depositavam.

-Ó mãe ainda falta muito?

-Não, é já ali.

Relógio? Que é dele. Isso era um luxo dos ricos, mas pelas minhas contas, havia mais de duas horas que a minha mãe dizia, é já ali. Eu nunca antes tinha feito uma caminhada daquela envergadura. As minhas fracas pernas, começavam já a acusar o cansaço. Sem querer, invejava os meus cinco irmãos mais novos que haviam ficado no aconchego da cama. O sol começava a despontar no horizonte cobrindo as já louras searas de trigo e centeio que ondulavam com a fresca brisa matinal como se fosse um mar gigantesco de ouro salpicado de papoilas vermelhas mais fulgurantes que rubis. As cotovias, melros, rolas e picanços, saudavam o astro-rei com os seus melodiosos gorjeios, num agradecimento á mãe natureza o fausto banquete que esta pusera á sua disposição e das respectivas proles. De vez em quando, uma lagartixa espreitava por entre as pedras do caminho, curiosa com o sincronizado das nossas socas, trepa que trepa. Ao longe, um ou outro rancho de segadores começava o seu árduo trabalho com os rins dobrados sobre as searas que as seitouras iam dizimando. De repente um frémito de alegria percorreu o meu já cansado corpito ao avistar uma povoação. Aligeirei o passo e pergunte

-Ó mãe, ali já é Mirandela?

-Daqui lá não me doa a mim a barriga, respondeu a minha mãe já agastada de tantas vezes responder, á contínua pergunta de, ainda falta muito?

-Ali são as Lamas, falta quase outro tanto para chegar a Mirandela e temos que andar mais depressa para estar lá ás nove horas senão, não fazes o exame.

Prossegui calada deitando um olhar de esguelha á saquita que a minha mãe levava á cabeça onde a par dos livros e da merenda, iam os sapatos novos que só calçaria á entrada da Vila para fazer jus ao rifão. Menina da aldeia, á entrada da Vila calça a meia A malga do caldo de cebola? Onde é que ela já ia.

Reparando nas minhas espiadelas á saquita e como caminhássemos ao longo de uma parede que circundava uma horta, a minha mãe disse:

- Sentemo-nos só um cibinho para comer que depois já temos força para andar mais depressa. Ó que mágicas palavras para os meus ouvidos. Levantei o vestido quase até á cabeça para não o sujar ou enrugar na parede de xisto, e á fatia de pão centeio, que minha mãe cozera na véspera, e ao punhado de figos secos, foi um ar que lhe deu.

Reconfortada com a frugal refeição e com cinco minutos de descanso, pusemo-nos novamente a caminho. De súbito ouvi o trotar de uma cavalgadura atrás de nós. Voltei-me devagar e disse:

-Ó mãe, vem ali o ti João Vinhais com o filho a cavalo no macho. Na verdade, não era meu tio, mas na minha aldeia, os mais novos tratavam os mais velhos por tios e tias.

-Bom dia senhora Adelina! Madrugaram!

-Bom dia senhor João, que remédio!

Deixei de ouvir o resto dos cumprimentos e concentrei-me no Francisco Vinhais, um rapaz da minha idade e que todo janota em cima do anafado macho também ia fazer exame. Eu bem me saracoteava para ver se o Xico olhava para o meu vestido novo e para o laço que me prendia os curtos cabelos mas o Xico não reparava e eu saltitando, quase me punha á frente do macho. Ó! Vaidade feminina, que tão precocemente te manifestas em futilidades. O ti João vendo os olhares constantes que eu deitava aos cavaleiros e atribuindo-o ao meu cansaço, apeou-se e disse:

-Monta no macho enquanto vou um bocado a pé para esticar as pernas.

-Obrigada senhor João, disse minha mãe: Ela só já ia a ganir que lhe doíam as pernas

-E tem razão, com o estiraço que já fizeram não é para admirar.

Ele mesmo, pegou nos meus vinte e cinco quilos e pô-los em cima do macho. Nunca lhe agradeci o gesto nobre e bondoso que tomou naquela ocasião. Hoje ainda me pergunto se chegaria a tempo do bendito exame sem a sua intervenção. De vez em quando eu, com pouca vontade, ainda lhe dizia:

Ó ti João, quer montar que eu desço?

-Deixa-te ir que vais bem.

O Xico repontava; ó pai, ela não vai quieta com os ovos daqui a pouco caímos os dois.

O que o Xico nunca soube, é que para não amarrotar o vestido, eu estava sempre a puxa-lo debaixo do assento desequilibrando-me.

Por fim, chegamos á entrada da ponte. Já se avistava a Vila de onde sobressaía a então famosa Casa Verde. Depois de deixar o macho entregue a uma pessoa conhecida, o ti João cheio de paciência, esperou que eu calçasse os meus sapatos novos, dois números acima do tamanho indicado para me servirem daí a muito tempo, e começamos a atravessar a ponte, a caminho da escola onde iam ter lugar os exames.

-Ó mãe, deixe-me ir ali a Senhora do Amparo fazer uma promessa para eu ficar bem no exame

-A promessa, dou-ta eu. Se ficares mal, á vinda para cá atiro-te da Ponte abaixo.

-Ó senhora Adelina!.......Disse o ti João apaziguador: Não diga isso á rapariga, que ela pode-se enervar e fazer mal a prova.

-Eu cá sei as linhas com que me coso, isto é falar por falar.

Só alguns anos depois é que me apercebi que a minha pobre e querida mãe ia mais nervosa que eu, e que os meus pais, tinham sido criticados por fazer tantos sacrifícios para que eu pudesse fazer a 4ª classe. Se ainda fosse um rapaz, vá lá, que sempre fazia falta para arranjar um emprego! Agora uma rapariga pobre para que é que queria o exame? Melhor me mandassem ir servir para aprender a ser uma mulher como devia de ser. Isto, diziam aquelas senhorecas de meia tigela que mal sabiam assinar os próprios nomes, e que queriam quem as servisse a troco dos restos da comida que deixavam nos pratos. As “comadres” que as há em todas as aldeias e não só, essas diziam que parecia mal uma rapariga sozinha no meio de quatro rapazes propostos a exame, e outras coisas no género próprias dos meios rurais. Mas a minha ânsia de aprender aliada à boa compreensão de meus pais tudo superaram; o compreensível receio da minha mãe, era que eu ficasse reprovada e depois ter de ouvir as línguas viperinas a rirem-se de nós depois de tantos sacrifícios.

Por meu lado, estava consciente que a oportunidade se não repetiria mas tinha a certeza de estar bem preparada. Graças á minha boa Professora que sem esperar qualquer recompensa além da gratidão, depois das horas de aula oficiais, dava-nos em casa dela mais umas horas de explicações todos os dias. Nunca até essa altura, ela tivera um aluno seu reprovado; e essa era a sua gratificação interior. A meu ver, bem mais valiosa do que se recebesse algumas “luvas” coisa de que nunca houve conhecimento. Nos tempos que correm pode dizer-se que era um exemplo raro de dedicação ao ensino.

Chegamos á Escola dos exames um pouco cedo, mesmo assim já lá estavam algumas dezenas de alunos. Com olhar de lince vislumbrei a nossa Professora e dirigimo-nos para junto dela. Depois dos cumprimentos devidos, perguntei se os restantes rapazes já tinham chegado.

-Ainda os não vi e já estou a ficar preocupada. É que depois da sala de aula fechada para a prova escrita, não entra mais ninguém. De repente, o Francisco Vinhais, aqui já não era Xico, porque a Professora exigia que todos nos tratássemos pelos nomes próprios em vez das usuais alcunhas disse:

-Ali vêm eles.

De facto, o Casimiro, O Viriato, e o Luís Filipe, parecendo os três da vida airada, depressa chegaram junto de nós. Depois das últimas recomendações, e com uma disposição parecida à de quem vai para a guilhotina, entramos para dar início á Prova Escrita. Na Sala repleta de alunos de todas as Aldeias do Concelho, o silêncio era sepulcral. Só se ouvia o raspar dos aparos das canetas de pau, molhadas nos tinteiros brancos, no papel.

Ditado, Problemas, Contas, Redacção, etc., tudo seguia os seus trâmites sincronizados. Os pais ou acompanhantes, esperavam do lado de fora, quem sabe, pedindo a Deus para que nenhum dos seus fosse reprovado. Após três longas horas, abriram-se finalmente as portas e em silêncio, todos esperavam sofregamente os resultados. Ninguém arredava pé. Mais algum tempo e eis que os almejados resultados eram afixados. Começaram os empurrões, o esticar de pescoços, o por em bicos de pés a ver quem primeiro chegava junto dos resultados. A minha mãe teve que pegar-me ao colo para eu ver o meu resultado uma vez que ela não sabia ler e sendo eu tão pequenina, corria o risco de ser esmagada pelos mais matulões ou pelos adultos. Depois de muitos encontrões e pedidos de desculpas, lá chegamos aos famigerados resultados. Olhei atentamente e ao descortinar o meu nome, gritei:

-Mãe!... Fiquei bem! Ela ergueu-me bem nos braços e disse:

-Vê bem filha, não te enganes.

Tornei a olhar e confirmei. Fiquei bem, mãe, é verdade.

Quando me poisou no chão, fiquei como que petrificada ao ver rolar as lágrimas pela face de minha mãe. Intrigada, perguntei:

-Então a mãe está a chorar porque eu fiquei bem?

-Ó filha, não. Tu não sabes que também se chora de alegria? Pois o que eu sinto agora, é uma alegria enorme como há muito tempo eu não sentia. Deus te abençoe.

Entretanto os quatro rapazes, com um sorriso de orelha a orelha, davam também a boa nova. A nossa Professora que se associava á nossa alegria, lembrou.

-Agora toca a ir comer e descansar para estarem fresquinhos para a Prova Oral que é amanhã á tarde.

Não sei onde os outros se hospedaram, quanto a mim, a minha mãe levou-me a uma Pensão pequena, tipo familiar, que embora retenha o seu interior na memória, não fixei o nome da rua onde a mesma se situava. Levava vinte escudos por dia, com direito a três refeições e dormida. A minha mãe pagou o estipulado e preparou-se para o regresso a casa pelo mesmo caminho.

-Então a mãe não come aqui?

-Não, come tu que eu como o resto da merenda pelo caminho. Tenho que ir fazer o caldo para o teu pai e para os teus irmãos mas amanhã cá estarei para assistir á Prova Oral. Entretanto a senhora da Pensão já trazia para a mesa, uma fumegante travessa de batatas cozidas com congro. Lembro-me como se fosse ontem. Comi que me fartei. Á noite, fui para um grande quarto onde estavam duas camas e dois colchões no chão. A mim, calhou-me um dos últimos. Entraram depois uma senhora e duas meninas que rondavam a minha idade pelo que o motivo devia ser o mesmo. Aldeãs para exame. Apoderando-se cada qual do respectivo lugar. Em menos de um credo, já eu dormia o sono dos justos sem sentir as dores das bolhas que os sapatos me haviam feito nos calcanhares. Quando acordei na manhã seguinte, o quarto estava já vazio e arrumado. Ao dirigir-me á casa de banho, vi num relógio de parede que já eram onze horas. Depois do almoço, furtei um guardanapo da mesa, e fui para o quarto puxar o lustro aos sapatos com ele atirando-o depois para debaixo de uma cama. Pedi para me arranjarem o laço do cabelo e toda prosmeira, fui ter com a senhora dona Ermelinda que já me esperava á porta para me acompanhar ao local das Provas Orais. Reparou a Professora que eu andava devagar e com passo inseguro, como quem pisa ovos.

-Que é que tens rapariga? Vais com medo ou fizeste xixi na cama?

-Não minha Senhora, foram os sapatos que ontem me fizeram bolhas. Se calhar, vou-me descalçar.

-Nem penses, quero lá agora uma aluna minha descalça no exame. Calça as socas.

-Não as tenho cá, a minha mãe levou-as.

Ao cabo de uns minutos que me pareceram séculos devido ás dores, lá chegamos ao local. Já estava o que me parecia a mim, um mar de gente junto da Escola, para assistir ás Provas Orais. Naquela época, mesmo quem não tinha familiares a fazer exame, gostava de assistir ás Provas Orais para ver as habilidades dos alunos conhecidos e não só.

Como não descortinasse a minha mãe em parte alguma, trepei ao muro para ver melhor em todas as direcções. Que grande desilusão! Não estava em parte alguma. De certo não pode vir. Era tão longe! Ainda na véspera fizera a pé o caminho de regresso, e com certeza não aguentara outra viagem.

Envolta nos meus pensamentos, nem me dera conta de que já todos tinham entrado.

A sala estava cheia até à porta. Saltei o muro e precipitei-me para a entrada onde algumas pessoas não me queriam deixar entrar.

Que queres tu daqui? Não vês que não podes entrar? Vai brincar para a rua.

-Mas eu vou fazer exame, respondia em altos gritos. As pessoas olhavam para o meu corpo franzino, que não aparentava mais que seis anos, e riam-se.

Chô: - Cresce e aparece.

No meu desespero comecei a distribuir pontapés a torto e a direito, e furando por baixo da amálgama de pernas que vedavam a entrada da sala de Aulas, lá consegui chegar ao meu lugar. Mesmo a tempo… Estavam a chamar pelo meu nome.

Muito esbaforida, com os livros a monte dentro da saquita e toda despenteada, devido à entrada forçada, encaminhei-me para a mesa do Júri. Por instantes, esqueci a minha mãe, e concentrei-me na enorme responsabilidade do momento.

-Abre o livro de leitura.

Fiz o que me era mandado. O livro abriu-se na Lenda da Laranjeira de Santa Isabel. Li com gosto e com voz bem timbrada, era uma das minhas lições preferidas. Até ali, tudo bem

-Vamos à História.

Mentalmente, pedia a Deus que me fizessem perguntas sobre D. Pedro IV de Portugal e I do Brasil que me fascinava e do qual eu sabia tudo de cor e salteado como se costuma dizer. Calhou-me em sorte D. Dinis. Parecia de propósito, era o rei de quem eu menos gostava.

-Que cognome teve el-rei D. Dinis?

Mas porque cargas de água me haviam de fazer perguntas sobre um homem, mesmo sendo Rei, que era mau para a Rainha Santa? Na minha fértil imaginação, um homem que proibia a Rainha de dar esmolas aos pobres a ponto de ela ter de invocar a protecção divina para que o pão que levava no regaço, se transformasse em rosas, não podia ser boa pessoa. Se eu mandasse, que é o que aqueles que não mandam pensam, se eu mandasse, esse Rei não entrava para a História.

Fez-se silêncio na sala. De novo a pergunta era repetida.

-Então, não sabes?

-Não sei o quê? Perguntei como se tivesse chegado de longínquas paragens.

-Que cognome tinha el-rei D. Dinis

-Sei sim minha senhora, era o Lavrador. E antes que perguntassem mais alguma coisa, comecei a desenvolver o tema ainda mais do que seria preciso. Que tinha reestruturado a agricultura, que mandara plantar o pinhal de Leiria e tudo mais que lhe dizia respeito.

-Então se sabes tudo tão bem, porque não respondias?

-Porque não gosto dele.

-E pode-se saber porquê?

Expliquei as minhas razões acima citadas. Gargalhada geral na sala.

- Silêncio se fazem favor, pediu um professor que de imediato me chamou para avaliar os meus conhecimentos de Geografia.

-Ora vamos lá a apontar aqui no Mapa, o rio Douro e seus afluentes.

Depois de satisfeito com as minhas respostas, levou-me ao Mapa cor-de- rosa.

-Agora diz-me: estamos em Mirandela, queremos ir para Luanda, como fazemos?

-Resposta pronta, não podemos.

-Não podemos porquê?

Porque aqui não há mar e tínhamos que ir primeiro para o Porto ou Lisboa.

Novas gargalhadas na sala.

-Silêncio por favor, senão mando evacuar a sala.

-Então explica-me como poderemos ir para Lisboa.

- Com o dedo, lá apontei no Mapa o percurso dos Caminhos – de - Ferro que nos levaria ao cais da Capital para apanhar o barco que nos levaria a Luanda.

-No Mapa cor-de-rosa, também não me saí mal bem como em Ciências Naturais.

-Podes ir para o teu lugar, e fazer o teu trabalho manual.

Ao voltar-me, vi minha mãe ao fundo da sala, sentada numa cadeira. As mãos postas, como se estivesse rezando e com lágrimas que se assemelhavam a pérolas, deslizando pela face, precocemente enrugada devido ás agruras da vida, mais se assemelhava a uma santa de altar. Afinal, ela estivera ali desde o início, enquanto eu cá fora tentava localizá-la.

Como tivesse chegado muito cansada de tanto andar a pé, pedira para a deixarem entrar mais cedo a fim de arranjar lugar sentada. Fiquei feliz por vê-la.

Fui para o meu lugar e peguei na meia de renda de cinco agulhas. Era o meu trabalho manual. A mãe da minha professora é que me ensinara a fazer aqueles arabescos complicados, mas de um efeito espectacular.

Muito embrenhada na minha tarefa sobressaltei-me ao ouvir a voz da Professora encarregada da avaliação dos Trabalhos Manuais.

-Muito bem, mas que meias tão bonitas que estás a fazer.

-A senhora gosta?

-Gosto sim.

-Então quando as acabar, eu mando-lhas.

-Ficaria muito contente.

Nunca cumpri a promessa. Primeiro, porque não sabia a direcção da simpática Professora. Depois, parece-me que nunca cheguei a acabar as meias.

-Acabaram os exames, podem sair:

Um suspiro de alívio percorreu toda a sala. Já no recinto da Escola, encontrei minha mãe que conversava com um senhor, que ao ver-me fez sinal para me aproximar, o que fiz de imediato, embora um pouco intimidada com a elegância e a respeitabilidade que emanava daquela figura, que me parecia austera. Interroguei-o com o olhar.

-Parabéns pelo seu excelente desempenho disse: Acto contínuo, meteu-me na mão cinco escudos que desapareceram para dentro da saquita dos livros em menos tempo que o diabo esfrega um olho.

-Estava aqui a dizer á senhora sua mãe que se fosse um rapaz, eu encarregar-me-ia de lhe custear os estudos. Sendo uma menina, não poderei fazê-lo porque a responsabilidade a longo prazo, seria enorme.

-Obrigada pelo grande favor, disse mordaz, e voltei-lhe as costas com vontade de arrancar-lhe a gravata, que devia ser de seda, e fazer-lha engolir juntamente com o que acabara de dizer.

-Mãe, vamos embora.

-Não sejas mal-educada, vem pedir desculpa ao senhor doutor.

-Desculpa, porquê? De não ter nascido rapaz para lhe fazer a vontade? Sou por acaso culpada de ter nascido rapariga? Sufoquei na alma um grito de raiva e impotência, que as lágrimas não deixavam de todo esconder.

Nunca tinha sido tão humilhada. Primeiro, porque me tratou por senhora e na minha idade, isso era uma ofensa para mim. Depois, parecia que me estava a acusar por eu não ter nascido rapaz. Na boca das ignorantes “comadres”, não era de admirar o dizerem que a um rapaz nada se lhe pega e que nunca aparecia prenho em casa; agora que um senhor doutor pensasse da mesma maneira, era inadmissível.

Posteriormente, vim a saber que o senhor em questão, sendo rico e sua mulher não lhe podendo dar filhos, já havia custeado os estudos a três rapazes de poucos recursos; mas a sua filantropia e altruísmo não se estendia ao sexo feminino.

-Mãe! Vamos embora que se faz tarde e chegamos a casa já de noite.

-Trouxe as minhas socas?

-Eu não! Então não queres os sapatos? Andavas toda encha com eles!

-Pois, mas fizeram-me bolhas e não os aguento. Vou descalça.

-Tu hoje ainda ficas na Pensão que já está paga e amanhã, vais na Camioneta da Carreira até ao entroncamento, que de lá até casa são só três km e o teu irmão estará lá á tua espera. Eu é que me vou já embora a ver se ainda chego a casa antes do anoitecer. Toma lá o dinheiro para a Camioneta; agora perde-o.

Deu-me o dinheiro certo, sem fazer alusão aos cinco escudos que o tal senhor doutor me dera. Se calhar nem os viu, pensei eu.

Ainda ela mal tinha voltado as costas, já os sapatos estavam na saquita misturados com os livros. Descalça, percorri grande parte da Vila embasbacando-me diante das montras. Nunca vira coisas tão bonitas! E depois, a alegria de saber que no dia seguinte ia andar da Camioneta, era o culminar da suprema magia. Eu, como a maior parte das minhas amigas, nunca tinha-mos posto os pés dentro de um carro; quando eu lhes contasse a aventura, iam-se roer de inveja. De repente, ali perto do Mercado, estava na montra de um estabelecimento uma boneca com um vestido quase igual ao meu. Não é que ela parecia que se estava a rir para mim? Os cinco escudos dentro da saquita começaram a pesar como chumbo. Muito hesitante, e olhando para todos os lados, entrei e perguntei o preço.

-Quatro e quinhentos, respondeu a senhora atrás do balcão.

Nem me dei ao trabalho de regatear, depositei o dinheiro no balcão e esperei que a boneca viesse aos meus braços.

-Queres que embrulhe?

-Não é preciso, obrigada. Ia a sair disparada quando a senhora me chamou.

-Toma lá o troco rapariga, olha que a boneca não foge.

Saí dali direita á Pensão que parecia um foguete. Era a minha primeira boneca a sério. Sá as havia tido de trapos, confeccionadas por mim. Não mais a larguei e será escusado acrescentar que dormiu comigo.

Na Camioneta de regresso a casa, mil sensações estranhas me assaltavam. A paisagem vista de cima, parecia irreal. Era a Camioneta que estava sempre parada, ou eram as serras, árvores e casas tudo a andar para trás? Passados os primeiros minutos de novidade embriagadora, voltei a pensar no que a viagem e a boneca me fizera esquecer.

Se fosse rapaz!...Se fosse rapaz!...Se fosse rapaz!...Malditas palavras; haviam-se cravado na minha alma como uma ventosa de onde não conseguia arrancá-las. E eu que ainda fora comprar a boneca com o dinheiro de quem se me estava a tornar odioso. Se a janela estivesse aberta, atirava a boneca por ela fora. Se fosse rapaz!...Se fosse rapaz!...

Comecei a chorar. Ia sentada a meu lado uma Freira que se dirigia ao então asilo para meninas pobres de Pereira, que ficava a um km mais ou menos dos Avidagos que ao ver-me chorar perguntou:

-Tu que tens minha filha? Reprovas-te no exame?

Não Irmã.

-Então, se ficas-te bem e ganhas-te essa boneca tão bonita, porquê essas lágrimas?

Limpei as lágrimas ao lenço de cinco pontas e disse:

-É precisamente por causa da boneca. Estava quase a contar-lhe a verdade, quando “tardiamente” me lembrei do meu egoísmo. Gastei o dinheiro que tinha na compra da boneca e não me lembrei de comprar nada para os meus irmãos e fiz um ar de Madalena arrependida.

-Quantos irmãos tens?

-Cinco, e todos mais novos que eu.

A Freira, meteu a mão numa maleta e deu-me um bom punhado de rebuçados e bombons:

-Toma lá, divide p’los teus irmãos.

-Muito obrigada minha santa. Ela sorriu. Um sorriso tão angélico que não voltei a ver outro igual.

Já a pé, a caminho de casa, parei nas duas capelinhas que ficam de um e outro lado da estrada no cruzamento que vai para Pereira, um km antes dos Avidagos, para com uma pequena oração, agradecer o resultado do exame.

Quando cheguei a casa, estava reunida toda a parentela mais chegada, para me felicitar e participar numa refeição melhorada para a qual tinham sido sacrificadas duas das melhores galinhas.

Passados os primeiros momentos de euforia, a minha mãe começou a relatar toda orgulhosa, as peripécias do exame. Olhem que até os professores estavam admirados com ela. E como todas as mães, até exagerava nos elogios perante as pessoas presentes: quando acabou o exame, até um senhor Doutor, blá, blá, blá

-Era demais. Levantei-me da mesa para não ouvir novamente as palavras que me estigmatizaram ao longo da vida!...Se fosse rapaz!...Se fosse; Outra vez não, por amor de Deus.

Dei a boneca á minha irmã mais nova que delirou com o presente, impondo-lhe como condição, de que nunca brincasse com ela á minha frente senão eu queimava-lha.

Não sei se a minha mãe se apercebeu do meu drama íntimo, quero querer que sim, mas nunca mais tocou no assunto.

Já se passaram muitos anos, mas se Freud ainda vivesse, de certeza que eu desmentiria uma das suas teorias da “Mente”. É que as meninas, segundo ele, não desejam secretamente ser rapazes por no subconsciente terem inveja do pénis, mas sim, por terem inveja da liberdade que os rapazes têm.

Felizmente que as mentalidades no que respeita a sexos opostos está a mudar, ainda que a passo de caracol.

As condições de vida também melhoraram. Os alunos, já não têm que percorrer a pé vários km, sujeitos aos rigores do Inverno ou ao sol escaldante do Verão para irem para a Escola como iam os do Carvalhal, Palorca etc. que por caminhos de cabras faziam diariamente esse percurso para virem para os Avidagos. Segundo as estatísticas, o número de estudantes do sexo feminino, já ultrapassa o masculino. Fico feliz por poderem usufruir de algumas oportunidades que me foram negadas. No entanto, uma pergunta se impõe. Porquê tanto insucesso escolar? O que é que está mal? De quem é a culpa?

Por mais que me esforce, não consigo descortinar respostas adequadas, e julgo que a maioria dos portugueses também não.

Será que fazem falta, umas tantas Donas Ermelindas Rafaéis para se orgulharem de nunca terem um aluno seu reprovado? Que incutia nos alunos o gosto pelos estudos, sacrificando tantas vezes a sua vida pessoal, para se dedicar inteiramente á nobre arte de ensinar? Pode ser uma das causas, mas de certeza que não é a única. Haverá alguém que sem se escudar nos meandros políticos tenha as respostas?

Uma coisa é certa. Há que fazer algo urgentemente para mudar este estado de coisas, nem que para isso se tenham que criar prémios especiais para os mais aplicados.

Se nada for feito, corremos o risco dos homens e mulheres de amanhã, nos acusarem da incúria de hoje.

Graziela Vieira

Abril de 2000

Foto de Dirceu Marcelino

ABANDONO, mais que uma covardia

*
* Autorizado e inspirado em poesia
* de Rose Felliciano a quem homenageio
*
Abordaste um tema de complexidade
Amiga e grande poetisa, Rose Felliciano.
Encanta-nos nessa obra tua simplicidade
Leva-nos a refletir o contemporâneo.

Será que José e Maria pais da cristandade,
Serviriam como exemplos a tanto abandono?
Aos pais tão covardes e às mães sem bondade?
Se a Santa Maria, que viveu há muitos anos,

Sempre foi e será exemplo da dignidade,
Da sabedoria, santidade e devoção,
A todos, ou seja, a toda humanidade:

Ao homem ou mulher que vive sem ambição,
Aos que abandonam pelas ruas da cidade,
Os filhos rejeitados por seu coração!?

Foto de Carmen Lúcia

Castelo Azul

Ali ela vivera os dias mais felizes de sua infância. Acordava cedinho, fazia seu desjejum, um pedacinho de pão e um copo de leite que seu pai guardara para ela, na noite anterior,
beijava os pais e ia para a escola, onde ficava toda a parte da manhã.
Era aluna exemplar, alegre, sorridente, cativante. Aprendia com facilidade, amiga de todos.E todos a amavam.
Apesar das dificuldades, pai desempregado, mãe com problemas de saúde, ela amava a vida.
Chegava da escola e ajudava o pai nos afazeres de casa.Morava num casarão antigo, que mais parecia um esconderijo, em um beco e que ela chamava de “Meu Castelo Azul”, pois assim imaginava que fosse.
Enchia a mãe de cuidados e carinhos, como se fora um bebê.Não sabia ao certo o nome do mal que a atingira, que a fizera ser diferente de todas as mães, mas lhe dispensava um grande amor.Ouviu falar em “ Alzheimer”, mas não sabia o que era, nem conseguia pronunciar tal palavra.
Procurava fazer seu pai sorrir com suas tagarelices e brincadeiras. As tardes eram sagradas para ela.Reunia os amiguinhos e ali mesmo, em frente ao seu castelo azul, tornavam-se personagens de contos de fadas. E os cantos vazios do lugar enchiam-se de risos, de alegria, de vida.Havia princesa e príncipe, rei e rainha, as malvadezas da bruxa má e a bondade da fada-madrinha, com sua varinha de condão.
A velha escadaria do casarão tornava-se luxuosa, com suntuoso tapete vermelho, por onde deveriam passar o rei e a rainha, frutos da imaginação fértil das crianças. À noite, fechada em seu quartinho, sob a paupérrima iluminação de uma lampadinha, relatava em seu precioso diário, os acontecimentos do dia.E vibrava com isso.Guardava- o como a um tesouro.
Hoje, a menina já crescida, sofrida pelas dores da guerra, já não sonha mais.O ódio, a ambição, o desejo desmedido pelo poder,levaram seus sonhos, pisotearam seu coração, destruíram seu “Castelo Azul”,quando seu pequeno mundo foi atingido por uma bomba vinda do céu.
Voltava da escola e ao ouvir o barulho terrível, correu para sua morada...e não achou mais nada, além dos escombros e de algumas pessoas que procuravam resgatar os corpos de seus pais. Entregaram-lhe algo encontrado no meio das ruínas:seu diário.
Tornou-se uma moça linda, porém uma grande tristeza habita seu olhar e uma grande dor, o seu coração.Fora morar com um casal amigo de seus pais, que se compadeceu de sua história.
Consegue abrir um lânguido sorriso, quando à noitinha, abre seu relicário, o grande tesouro que lhe restara, o velho diário e lhe vem a lembrança nítida de seu “Castelo Azul”. Pequena fresta de esperança!

Carmen Lúcia

Foto de Cecília Santos

PELO DIA DAS MÃES(SEM PECADO)

SEM PECADO
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MÃE...
Sei que hoje não é o dia das mães!
Mas pra mim, todo dia é o seu dia.
Hoje bateu-me uma doce saudade sua.
Resolvi lhe escrever esse poema!
Sei que deveria ter feito isso à muito
tempo atrás, mas só agora eu consigo.
Expressar meus sentimentos escrevendo.
Por mais que eu te amo, sei que te fiz sofrer.
Sei que mesmo sem querer te magoei, todo
filho acaba fazendo isso, eu bem sei!
Nunca te vi chorar, mas sei que por trás,
do seu lindo sorriso, escondia uma lágrima.
HOJE mais que ONTEM te comparo com a
Virgem Maria, mãe de todas as mães.
Em beleza, em grandeza, em abdicação,
sobretudo em coragem.
Pois ambas sofreram as mesmas dores.
Embalaram seus filhos nos braços.
Sofreram por eles, choraram por eles.
Quantas noites mal dormidas, vocês tiveram!
Sabe Mãe! Eu queria ter tido ONTEM a
maturidade que tenho HOJE.
Tenho certeza, que teria te amado muito mais!
Teria feito você sofrer, muito menos!
Teria aproveitado do seu aconchego, muito mais!
Hoje tenho plena certeza, que você como todas
as mães do mundo, jamais serão julgadas por Deus.
Pra você Mãe não existe o Ajuste Final.
Pois Deus sabe que Mãe, é uma alma sem pecado!!!

Direitos reservados*
Cecília-SP/02/2008*..
03/05/2008*

Foto de Ricardo Barnabé

Guerra de loucos

Guerra de Loucos
Cidades de Mouros

Inocentes transformados em alvos
por batalhas de petróleo,

Noites iluminadas pelo fogo das balas
Hotéis feitos em quartéis,
Inocentes feitos em muralhas,
Dedos de gatilhos, olhos de miras,
e palavras faladas entre fogo cruzado,
País guerreiro, povo desfeito
Memórias lançadas, à fogueira de uma sina,
Esperanças esquecidas, entre a miragem da justiça
Glorias de alma, gentes na palma da mão,
Lágrimas de Sangue, coroas de saudade
Ruas desabitadas, aldeias destruidas,
bares fechados, portas trancadas, janelas cerradas
abrigos escondidos, casas habitadas pela solidão
Joelhos no chão, vestes rasgadas, costas curvadas por uma migalha de pão
Mães assassinadas protegendo os seus filhos do rumo da bala
E pais de mãos atadas e tornados reféns, pelos soldados da farda da "Paz"

Mundo, de cobardes, inocentes vitimas de crueldades de uma guerra sem chão!

Cidades Feitas de odio, e ganancia de poder
Mares transparentes, cumprimentados por ondas de sangue

Loucos, perdidos, rivais, religiões de animais
Castigos de dor, Chicotadas de rancor
Familias desfeitas e divorciadas do amor
Mãos estendidas, braços roubados
escondes-te no véu, e no reverso
de um réu julgas com polvora de canhão.
Mortes, palavra já longa,pela marcha guerreira,
dos Soldados pagos para morrer,mas vencidos sem nunca vencer,

Tudo isto numa Guerra que Avança,
Contra a Paz que já foge, na Ponta da Lança.

Batalhas de loucos, Vidas Perdidas, por brigas de Politicas

E Tudo isto numa Guerra que Avança,
Contra a Paz que já foge, na Ponta da Lança.

Ricardo barnabé

Foto de Paulohcoutinho

Filhos e mães

Que me perdoem as outras mães, mas eu sou filho da Dona Zezé, e ser filho da Dona Zezé não é ser um filho qualquer, é ser príncipe. E príncepes são filhos de rainha e um dia serão reis.
E que me perdoem os outros filhos por essa vaidade que esbanjo, é que eu já não sou filho, sou anjo. E não é por mérito meu, mas é que osu filho de uma santa, e quando convivemos com santos experimentamos o céu.
E que me perdoem os outros santos, mas minha mãe é preferida de Deus. É a profetiza lá de casa, intercessora da minha oração. É a tradução do meu silêncio, meu grito quando estou contido. Minha devoção.
Ser filho da Dona Zezé, é pensar e agir com boa inteção. É ser carne em lugar da alma, é alma que sangra coração.
Dona Zezé, minha mãe, tem assim um rosto de sol. Seu andar é suave feito orvalho, e quando rígida é como o tempo. Como bailarina que dança no vento. Voar!
Dona Zezé, minha mãe, é substantivo abstrato de valor incontável. Adjunto adnominal de momento, conjunção do mês de dezembro, e se bem me lembro é também minha fiho. Pois, dá um trabalho...
Seu sorriso são lírios, mas dá um trabalho...
Nove meses até lhe ver, obrigado mãe por nós, por tudo, por Deus. Por você.

Foto de Sentimento sublime

Sobrevida! AIDS! Osvania Souza

Sobrevida! AIDS!

Foi apenas uma picada
Uma seringa já usada.
Amor feito sem camisinha
Não foi falta de informação.
Foi apenas de prevenção.
Você entregou sua vida.
E também seu coração.
Em troca de um sobreviver.
E nas mãos caridosas você foi ter.
Um carinho, um abrigo uma atenção.
Será esse seu maior castigo.
Por você não se amar?
Sobreviver é não poder ter.
Tudo aquilo que os outros terão.
Você talvez verá ou não.
Teus filhos nascer e crescer.
Também com AIDS ou não.
No dia das mães!
A ela você não mais abraçar.
Nos natais e festas você não comemorar.
Pra você!
O colorido da vida acabou.
Em um buraco negro.
As coisas boas da vida você colocou.
Viveu de ilusões perdidas.
Não amou sua própria vida.
Só te resta agora.
Simplesmente sobreviver.

Osvania

Foto de Edson Milton Ribeiro Paes

O DESPERTAR DA RAÇA HUMANA.

O DESPERTAR DA RAÇA HUMANA”

Caros amigos, meus irmãos planetários estou aqui me postando diante de vós na intenção de mostrar esse trabalho que é voltado para o despertar da raça humana, é com muita satisfação que hora apresento as alternativas que dispomos para nossa própria salvação.

A terra esta condenada a cataclismos de origens artificiais criadas pelo próprio homem, a raça humana corre serio perigo de extinção pelo excesso da ganância. O homem atrás do lucro cada vez maior compromete a sua própria descendência, e nós caminhamos feito cordeiros por ladeira abaixo de encontro ao extermínio.

Precisamos reescrever nossa historia, vamos redirecionar nosso futuro cabe só a nós a salvação da terra e de seus habitantes.

"E eis que voz digo um mistério, na verdade nem todos dormiremos, mas todos seremos transformados",1 Corinthios cap. 15 vers 51,quando na Bíblia se fala que nem todos dormiremos, refere-se as pessoas incumbidas de trabalhar no despertar da humanidade, e quando se fala que todos seremos transformados, isso inclue a toda população terrena a ficarem aptas ao grande encontro, isso passa pela alteração do D N A, pelo nível consencial, pelas emoções e nas dotações das para normalidades a todos os escolhidos.

O despertar talvez não seja para todos, mas os escolhidos terão que mostrar aos demais todas as alternativas a que dispomos.

CONCIENTIZAÇÃO

Meus queridos irmãos, na volatilidade das inúmeras formas que já assumimos nas diversas moradas de nosso pai, somos mutantes alados de um universo imenso, errante e acertante no contexto da vida as quais já alinhavamos de diversas formas em enumeros mundos, e esse na qual nos encontramos hoje, e o hoje é bastante efêmero, é nada mais do que apenas mais uma das muitas vidas que ainda viveremos a caminho da essência.

Com certeza um dia deixaremos de gravitar as voltas do núcleo e conseguiremos pairar no centro do universo e evitaremos as hecatombes que poderão dizimar parte da raça humana, hoje quase no ponto da equalização negativa, o padrão vibracional tem mudado muito rápido nos últimos tempos, os valores estão despencando, os homens assim como todos seus interesses estão sendo desvalorizados a cada segundo, cada vez se tem menos compromisso com a integridade e com a decência, raciocina-se com o sexo o tempo todo. O homem descobriu que o sexo é uma grande fonte de renda.

Trabalha-se, estuda-se, constrói-se e se destrói tudo pelo sexo.

A intelectualidade o amor à amizade deixaram de ser interessantes, só o sexo instintivo impera, estamos voltando ao reino animal, aonde multinacionais investem bilhões em pesquisas com testículos de roedores para criarem cosméticos com cheiro de sexo. Sem duvida os apelos sexuais da televisão do cinema e de toda a mídia junto com as drogas afrodisíacas estão acabando com o romantismo, e introduzindo o cio das fêmeas nas mulheres.

Se continuarmos neste ritmo logo se presenciará em praça publica o coito entre humanos, tal e qual acontecem com os cachorros.

Há de se inverter o caminho da decida, e promover a volta da regência das divindades, para que um dia possamos voltar a assumir a intelectualidade o amor e a decência.

Os dias que virão no ritmo atual, serão recheados de incertezas e frustrações, e as noites de medos e amarguras. Já não é sem tempo uma intercessão divina no planeta terra para que sejam promovidas mudanças estruturais na concepção humana, esse modelo que usamos para abrigar a centelha divina é obsoleto e primitivo, tem que ser reativado de tempos em tempos, necessita de uma alteração em seu código genético permitindo que cumpra sua jornada terrena sem oscilações de conduta, a morte da matéria deixara de ser necessária. A transmutação acontecera com mais freqüência e a quarta dimensão ficara mais próxima.

A MISSÃO

O nosso posicionamento se da a partir do momento em que descobrimos nossa condição decadente em relação às outras dimensões e outras moradas, e ousamos parar o retrocesso e investir na reciclagem da raça humana, raça essa criada para colonizar a terra com propósitos superiores e não inferiores com os quais estamos convivendo.

Nosso criador Deus todo poderoso, usou das mais altas tecnologias para nossa criação. Nosso processo evolutivo obedecia a normas gradativas e rígidas, as quais ao burlamos nos perdemos do caminho evolutivo, por tais motivos foi lançada à semente do despertar, e nós os já despertos temos como missão passar isso adiante.

Se forem obedecidas as leis divinas universais, tudo será distribuído quantitativamente, não faltando nada a ninguém, o que hoje presenciamos é o acumulo de coisas para determinados grupos e a total falta para outros, gerando assim riquezas e pobrezas absurdamente injustas. O despertar acorda o pobre para a aquisição e o rico para a distribuição das condições de vida.

E todo aquele desperto sabe da importância do equilíbrio entre todos humanos, portanto dividindo suas posses financeiras e também intelectuais emocionais e afetivas com seus irmãos planetários a vida ficara mais fácil para todos. Ha. de se observar porem que não é dando o que conseguistes com muito esforço e sacrifício que consertara o mundo, e sim gastando uma ínfima parte com ensinamentos aos que carecem de informações, proporcionando a quem necessitar o vírus do despertar.

A minha parte estou fazendo a partir deste trabalho, e notem que não estou ficando mais pobre por causa disto.

O que cabe a nós os já despertos é a propagação do despertar na mídia, mas, sobretudo através de exemplos, vamos esbanjar competência, espalhar o amor, recriar as amizades , semear a cortesia e distribuir a felicidade por onde quer que passemos, deixando rastros de esperanças em nossas pegadas, nós os escolhidos não podemos nos furtar perante tão nobre missão. O planeta agoniza, não podemos e nem dispomos de tecnologias para sairmos daqui e abandonarmos tudo, precisamos salvar o que ainda nos resta que é muito pouco diante de tudo a que dispúnhamos.

O tempo não espera meus amigos, arregacemos as mangas de nossas camisas e mergulhemos de vez em nosso trabalho que é salvar a nossa casa, a terra, tão comprometida pela nossa própria ganância, deixaremos de lado as condutas destrutivas e assumiremos uma conduta estabilisadora, e depois construiremos novamente a terra com tecnologias mais avançadas que serão acessadas gradativamente há seu tempo conforme nossa evolução e merecimento.

Usaremos cada dia menos produtos ofensivos ao meio ambiente, substituiremos paulatinamente tudo por produtos ecológica e divinamente corretos.

O amor pelo meio ambiente será incentivado em programas estudantis e o ser humano não mais sofrera dos males que hoje os aniquila.

De o primeiro passo a caminho da evolução, recicle o seu jeito de ser, recrie hábitos de cortesia, consuma cada vez menos produtos industrializados, use roupas de tecidos naturais, calce sapatos com solado de couro, obviamente não da para promover uma mudança tão radical e abrupta, mas tente não usar remédios em demasia, substitua-os por ervas, aos poucos e em comunidades aparecerão às opções, de alimentos, de remédios, de transportes e atè de trabalho em comunhão com o meio ambiente.

Esqueça um pouco as programações habituais de televisão, logo aparecerão novas programações, as mensagens subliminares dos programas atuais nos levam ao consumo e a conduta pré-determinadas por seus idealizadores.

Existem produtos que possuem substancias manipuladoras de massas de primeira e de segunda geração.

SUBSTANCIAS MANIPULADORAS DE MASSAS.

Essas substancias foram criadas para acalmar os povos de todo mundo , ajudando-os a pensar em paz progresso e ajuda ao próximo.

Essas técnicas de como inserir comandos em um liquido ou alimento foi absorvida pelos Americanos que ainda hoje as utilizam, embora os acordos, firmados com quem as forneceu tenham chegado ao fim por terem infringido algumas das clausulas, mas eles as detem e as usam para vender cada vez mais produtos e serviços, e quem sabe nos manter em estado de submição, como nos livrar-mos deste jugo?

Parando de consumir produtos batizados, e não é só de produtos ingeriveis que sofremos influencias talvez hoje as áreas que estão mais frágeis sejam nas mensagens vídeo-auditivas as que nos são impostas através de filmes, novelas documentários e comerciais auto-sugestivos. O apelo consumista de uma determinada marca de refrigerante é algo sem precedentes no mundo mercadológico, quem assiste a um comercial sente uma necessidade premente da ingestão do mesmo, Daí entende-se o sucesso dos produtos Americanos, e no esporte os suplementos alimentares os transformam em super-homens, difíceis de serem derrotados por homens normais, talvez nunca tenhamos tais suplementos, pois foi uma experiência extraterrestre que não deu certo, era para ser usado para se sobressaírem dando exemplos de coisas e fatos positivos e não para tripudiarem em cima das outras nações, mais somos sabedores que eles estão estacionados e nós (todos os paises da terra), estamos caminhando uns mais devagar outros mais rápidos para num espaço muito curto de tempo ter o mesmo conhecimento e poder dividir com todos os irmãos inclusive os Americanos a gloria de sermos todos iguais.

Ainda falando sobre as substancias manipuladoras de massas, existem as complementares, um refrigerante que ataca o estomago e causa mau hálito que ajuda a vender o chiclete que acaba com o mau hálito mas produz suco gástrico em excesso que ataca a flora intestinal precisando de remédios assim por diante passando por cigarros sanduíches ate chegar aos Spas tudo com uma sincronia de fazer inveja , e a humanidade vive em função do consumismo desenfreado e direcionado transformando nós humanos em verdadeiros caça níqueis colocados no mundo para produzir consumo , e ai vai uma pergunta porque os paises de terceiro mundo são campeões de natalidade?,E nos paises ricos muitas vezes famílias desejam filhos e não conseguem gera-los. Será que tais substancias são espalhadas só em paises pobres? Ou pessoas mais esclarecidas evitam tais produtos por considerá-los prejudiciais.Já pensaram que esta "dádiva" das mães de paises pobres pode ser plenamente manipulável para que sejam gerados pedaços de carne ambulante para andarem de um lado para outro gerando consumo e riquezas?

É meu amigo você que não tem espaço em sua casa, para plantar, reúna-se em comunidades com o mesmo objetivo e plante seu próprio alimento, tome suco de frutas frescas e construa um filtro para bi - filtrar toda água que precisar utilizar, para beber ou fazer comida, assista a filmes e programações de origem nacional, exercite a cidadania e o patriotismo, valorize seu vizinho, aplauda seus lideres ,colabore com a humanidade nessa época de transição do processo hegemônico Americano, para o processo de libertação do seu Pais, pague se preciso for ,mais caro por produtos nacionais, seus descendentes agradecerão.

SUBSTANCIAS MANIPULADORAS DE PRIMEIRA GERAÇÃO

São aquelas que condicionam o usuário a cada vez consumir mais, tornando-os dependentes do referido produto. Essa química não é tão prejudicial, a sua única contundência se da na medida em que você fica condicionado a consumir cada vez mais os produtos batizados, e a sua total descontaminação se torna possível num curto prazo, que varia de 30 a 120 dias dependendo do tamanho da embalagem de cada produto.

As recomendações te levam a cada dia consumir menos produtos industrializados, reunindo-se em comunidades alternativas que cultivem grãos, legumes e hortaliças sem agrotóxicos nem pesticidas. Existem espalhadas por todo Brasil centenas de comunidades das mais diversas crenças que praticam a agricultura natural, e você poderá se associar a algumas delas para obter os produtos a que desejar.

SUBSTANCIAS MANIPULADORAS DE SEGUNDA GERAÇÃO

Essa é a grande vilã da historia, pois alem de incentivar o seu próprio consumo, dita normas comportamentais, manipulando o cérebro do dependente tal qual lhe convem. O nível de sofisticação chegou a um patamar que é impossível ao viciado neste liquido milagroso pensar com imparcialidade, você só compra o que eles querem que você compre só veste o que eles querem que você vista, só vota em quem a eles interessa, e assim por diante, hoje já se fala que determinados grupos financeiros compram os serviços desta empresa para colocarem seus produtos ou serviços no mercado, inserindo em seu precioso xarope os comandos que os contratantes querem. Como seu produto é consumido no mundo todo, e o "xarope" é fabricado em um único laboratório e distribuído para todas as fabricas, fica muito fácil adicionar os comandos para qual região ou pais interessar aos contratantes. Fala-se inclusive que um candidato a presidência de um determinado Pais da América do Sul, localizado estrategicamente de forma e recursos naturais muito interessantes ao Pais de origem de tal "xarope ", foi assediado para que contrata-se os serviços desta empresa, obcecado pelo poder cedeu as pressões e permitiu que fosse usado em seu Pais a tal substancia manipuladora de massas de segunda geração, na campanha dava festas regadas de bebidas batizadas com tais substancias e o resultado foi mais que o esperado venceu com larga margem de vantagem sobre seu adversário, hoje luta para se livrar do jugo pesado dos manipuladores.

O que hora tento passar a cada um de vocês é da importância de poder retomar a capacidade de escolher em quem quer votar, o que quer vestir, o que quer comer, o que quer ouvir, assistir e assim sucessivamente, ser dono de suas próprias vontades e não massa de manobra, um corpo perambulante, um reles humanóide criado só para gerar consumo e riquezas para encher os cofres alheios.reunindo-se em comunidades, plantando alimentos orgânicos, trocando informações produtos e serviços, você aos poucos se descontaminara e conseguira pensar com imparcialidade.Faça um teste, se livre primeiro do produto que detem as substancias de segunda geração , assim não recebera mais ordens comportamentais, já os produtos batizados com as substancias manipuladoras de primeira geração são inúmeros e praticamente não terás chance de se livrar tão cedo, evite assistir a programações vídeo-auditivas geradas pelo Pais de origem de tal bebida pois elas estão carregadas de mensagens subliminares nocivas a hegemonia nacional.

Cada mililitro desta substancia demora quase cinco horas para perder seu efeito em nosso organismo, calculando que você tenha tomado uma lata contendo 300 ml, você só estará limpo em mais ou menos 60 dias, o fato de ter tomado duas ou mais latas não acrescenta em nada, pois cada unidade tem em seu teor uma química que anula a anterior, sempre prevalecendo as informações da ultima unidade, portanto em dois meses você será dono de suas próprias vontades , nunca se esquecendo de usar calçados com solado de couro e roupas de fibras naturais, o resto é só se preparar para ser feliz saudável e dono de suas vontades que acontecera logo após a descontam inação assim como o amor a harmonia e o sentimento de patriotismo.

Se você teve a paciência e o interesse de chegar ate aqui, com certeza já tem um posicionamento em relação ao despertar, se for do seu interesse divulgue este trabalho para o Maximo de pessoas que julgar com potencial para adquirir tais conhecimentos, com certeza estará fazendo a sua parte nesta distribuição universal de condições e também não ficaras mais pobre por isso.

Na equalização das dimensões e produtos da terra existem lugares e condições de vida para toda raça humana viver com dignidade e fartura, precisamos ocupar nossos espaços.

VIDA LONGA A TODOS!!!

EDSON PAES

Foto de Cesare

Mãe

Obrigado, mãe, por tudo que você me ensinou!

A ser alegre, mesmo nas situações difíceis.
A respeitar aos outros e ser respeitado.
A ser independente, mesmo ainda criança.
A ajudar ao próximo, sem ver classe social ou raça.
A cuidar dos idosos com carinho e respeito.
A defender as minorias, quando estas são atacadas.
A sempre falar em tom baixo, mesmo nas inevitáveis discussões.
A ser educado e cumpridor dos deveres.
A saber o momento de calar ou não nas situações da vida.
A cuidar de nossa educação escolar, ensinando o que sabia.
A apreciar música, tendo sempre uma para cada momento.
A lutar pelo que se quer na vida e não desistir mesmo nas dificuldades.
A amar meu pai e se dedicar a ele de corpo e alma.
A ter me mostrado que a vida é para ser vivida com intensidade!!!

Esta homenagem do Dia das Mães dedico a Você, ELAINE, que, apesar de mais nova que eu, muito me ensinou em vida e ainda ensina, quando lembro dos momentos que juntos passamos. Você que, além de irmã, foi para mim uma amiga e conselheira. Uma verdadeira mãe que, mesmo mais nova, ensinou muitas coisas, principalmente ao menino que existe dentro de mim...

Obrigado!!!

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(*) Minha irmã Elaine faleceu em 2002, nos Estados Unidos, vítima de remédio para emagrecer, deixando três lindos filhos (Mariana, Alexandre e Bruna), meus sobrinhos que amo e a quem também dedico esta homenagem.

Foto de angela lugo

Viva para todas as mulheres

Viva para todas as mulheres
De todas as raças de todas as cores
Com seus amores e desamores
Cada uma na sua maneira de ser
Mulheres do Ocidente ou do Oriente
Da Europa ou das Américas
Todas merecem uma homenagem
Por suas lutas por seus trabalhos
Pelo seu choro nas horas tristes
Pelo seu sorriso nas alegrias
Pelas mãos calejadas pelo trabalho
Pelas mãos delicadas por salvar vidas
Por todas as mãos que acarinham, afagam...
Seus filhos, esposos, irmãos, pais.
Ou mesmo os estranhos nos hospitais
Todas são mãos de mulheres abençoadas
Que acima de tudo não esquecem de amar
Lá trás meninas moças que sorriam
Hoje mulheres crescidas que ainda choram
Com rosas nas mãos imploram
Para Deus por dias melhores
Onde não percam seus filhos
Nas guerras urbanas ou balas perdidas
Nas guerras dos homens por pedaços de terra
Por ideologias jamais compreendidas
Viva para todas as mulheres
Mesmo cansadas de serem traídas
Ainda tem uma palavra amiga
De afeição de perdão pela união
Viva para todas as mulheres guerreiras
Que não cansam de lutar por seus ideais
Que não desistem de serem mães
Que procuram incansavelmente pela paz
Que jamais a exaustão as fará deixar de amar
Flores de todas as cores para celebrar este amor
Que adormece e desperta em seus corações
Viva para todas as mulheres
Do ontem, do hoje e do amanhã.
Que todas unidas façam a realeza do futuro
Unindo a força o trabalho as lutas e os sonhos
Porque a união faz a força
A força dá coragem de se permitir sonhar
Sonhar com um mundo melhor
De reconhecimento destas guerreiras chamadas
Mulheres!

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