Mãos

Foto de Gideon

Frio, chocolate e saudade

A saudade esfria o meu coração
triste como é o sabor da solidão.
Como é amarga a saudade de você
que faz o meu coração gelado tremer.

Meus pés congelaram ontem,
zero grau subiu ao coração já frio,
meus olhos tinham preguiça de chorar.

As luvas pretas de algodão
tentavam barrar, em vão, as correntes geladas
que irrompiam nas minhas mãos.

Graças ao bom Deus congelar não permitiu
pois, para aquecer, eu esfregava
os meus pensamentos aos seus.

Logo estarei no fim da barra de chocolate
aí quero deixar o gostinho amargo bem guardado
prá beijar os seus doces lábios melados
e esquentar de vêz o meu coração gelado.

Quisera poder mexer no tempo
e fazer uma máquina de nuvens quentes
prá levar-me até você.
Tentarei hoje à noite
quando os meus olhos em sono profundo cerrarem-se.

Ah, mas não é assim, os devaneios da madrugada
não seguem as ordens de nosso coração
por mais vontade e saudades
que tenhamos de nosso amor.

Mas eu descobri um jeito de ficar perto de ti
por mais longe que estejas, farei poesias brancas,
coloridas, altas, baixas, cheias, vazias, alegres e tristes...

Os versos da poesia acariciam a minh'alma
como se as suas suaves mãos
cá estivessem ninando o meu coração.

Foto de Gideon

O Trem da minha sina

O sentido da vida
jamais poderemos saber,
os dias corridos e apressados
jamais poderemos reter.

Observo os outros, próximos,
que ao meu lado movem-se
pelo instinto do viver.
Vão e vêm sem perceberem
que uma sina oculta
cumprem sem merecerem.

Eu também da minha sina
não consigo fugir,
de tudo fiz, de tudo aprendi.
Faculdade de gente rica,
como diziam lá na vila,
profissão de família boa,
que não se consegue à toa.

Pois bem, por mais que tentasse
e tudo fizesse ao meu alcance,
cá estou em pé no trem parador
seguindo obediente pro meu labor.

A trilha do ruído dos trilhos
remete-me às histórias de meu pai,
que cumprindo por si também a sua sina
nos mesmos trens paradores e diretos
apertado e inconformado subia e descia.

Não, não entrego os pontos assim facilmente,
da bolsa de couro macio
saco a caneta e o caderno, paciente.
Anoto as expressões dos pobres coitados
e transformo-os em atores,
essa gente de recursos tão parcos.

Pelo vagão procuro feições tristes
prá rechear os meus tristes escritos,
mas sorrisos ingênuos e olhares candentes
surpreende a minh’alma de poeta reticente.

Volto-me para a minha própria condição,
passageiro desta tão pobre e nobre condução.
Na chupeta pendente agarro a minha mão,
pro balanço do trem não jogar-me na solidão.

Por de trás de meus óculos, disfarçado,
observo Maria de cabelos ondulados
e tosca roupa na moda dos rebolados.
Mastiga um chiclete já meio deformado.

Ela serve, quem sabe,
prá ser a minha heroína dum conto qualquer,
que insisto escondido ali existir,
e naquele cenário tão pobre
tento ainda alguma arte produzir.

Com uma das mãos sustento o caderno
com a outra a caneta retiro do terno.
Próximo à porta apoio as minhas costas.
As histórias de Maria
vou tentando dar forma
com letras tortas.

A sina da vida sofrida de Maria
insisto incluir no meu conto,
mas ela é bonita demais
e distraio-me com o seu encanto.

Um lugar prá Maria, enfim,
não encontro no meu conto.
Contudo logo percebo,
que o personagem que descrevo
sou eu mesmo,
que do trem da Central do Brasil
ainda é prisioneiro.

A sina da vida, insisto,
ainda quero incluir no meu conto.
Mas não é a realidade que de fato vivo?
Pergunto-me com desencanto.

O sofrimento do enredo
que sobrepõe a minha inspiração
vai desfazendo daquele conto
que não consigo continuação.

A minha sina parece que segue
no trem da minha vida
e cá estou de caderno fechado,
caneta no bolso borrado,
observando Maria que com charme
o chiclete ainda mastiga.

O balanço desse sofrimento
atormenta o meu coração
que é solitário de paixão,
Maria, quem me dera,
que prá ter o seu olhar tudo faria
mesmo que fosse por compaixão!

Na estação da Central
o meu sofrimento fita o chão.
O olhar de Maria se foi na multidão.
Meu caderno de escritos agora
descansa triste na minha mão.
Ainda ouço, ao longe, com emoção
o clamor da última pregação.

Anúncios saindo dos alto-falantes da estação
ecoam agora inundando o saguão.
Eu caminho apressado
esbarrando nos braços
de tantas marias
e em tantas mãos.

O poeta desce pro Metrô, frustrado,
e na escada rolante, agarrado.
desvia-se dos braços de esmola, esticados,
pendendo o seu corpo pro lado.

O conto sobre Maria
e o trem dos amontoados
ficarão prá outra viagem.
Quem sabe um dia sem esperar
a inspiração virá
e outras marias com outros penteados
serão heroínas do poeta,
que segue a sua sina
no trem dos desafortunados.

Foto de Graciele Gessner

Amado, Venha! (Graciele_Gessner)

Amado, me deseje...
Possua-me como nunca fizemos.

Se vicie com minhas curvas arriscadas,
Esperando por seus carinhos, por suas mãos másculas,
Pelos toques das suas mãos viajando pelo meu corpo.

Venha logo, me amar sem fim.

Não deixe para depois o que pode ser feito agora.

Amado, venha! Não tenha receio.

Achegue-se e me possua.

11.05.2007

Escrito por Graciele Gessner.

* Se copiar, favor divulgar a autoria. Obrigada!

Foto de Sirlei Passolongo

Pra Meu Sorriso Germinar

Eu sei que mais do que ninguém me conheces
E sabes o que vai dentro de mim
Sabes dos meus sonhos e alegrias
Dos meus segredos e das minhas agonias...
Eu sei que em tuas mãos estou segura
Nas horas que te clamo és minha cura
E mesmo quando não te chamo estás por perto
Envolve-me em teus braços quando durmo
Leva-me pela mão quando amanhece... Eu sei
És meu manto quando nada mais me aquece
És minha luz quando tudo evanesce...
Eu sei que estás sempre a me zelar
De um jeito único que só um Pai pode zelar
Por isso, coloco-me na tua presença
Pra dizer que eu preciso do teu colo
Que sou apenas uma sementinha neste solo
E preciso de Ti pra meu sorriso germinar.

(Sirlei L. Passolongo)

Direitos Reservados a Autora

Foto de Cecília Santos

FOTOS ESPALHADAS

FOTOS ESPALHADAS
.
.
.
Fecho os meus olhos, não quero
ver o tempo passar.
Sinto tanto a tua falta.
Sinto tanta saudades de você.
Espalhei suas fotos pela casa.
Na doce quimera, de que sofreria menos.
Ledo engano foi o meu,
pois a saudade só aumentou.
Pra todo lado que olho,
me deparo com teu lindo olhar.
A realidade foge pra longe,
dando lugar pra ilusão.
E nesse mundo ilusório,
tenho-te, ao alcance das mãos.
Posso tocar teus cabelos,
sinto teu perfume no ar.
Entre as brumas dos meus sonhos,
ouço tua voz a me chamar.
Nesse emaranhado de loucura,
você pra mim é tão real!
É como se o tempo voltasse,
e trouxesse você pra mim.
E nesse devaneio sigo,
com receio de acordar.
Pois quando meus olhos se abrirem,
sei que não vou te encontrar.
A única coisa que terei, são tuas fotos
espalhadas, a me olhar.

Direitos reservados*
Cecília-SP/06/2008*

Foto de Teresa Cordioli

NAS ASAS DA POESIA...

*
NAS ASAS DA POESIA...
*

O beija flor que saiu do ninho
Já não tem forças para retornar,
Tão pequeno, tão franzino,
Chora por estar sozinho,
Querendo reaprender a voar...
Dos seus sonhos de menino,
De menino passarinho,
Sobrou a saudade
Que hora me invade
Querendo ouvi-lo cantar.
Poesias eram suas asas,
Hoje da chuva tão molhadas
A fizeram mui pesadas
Já não o trazem em revoadas
Para do mel do amor saborear.
Foram as chuvas de lágrimas,
Derramadas pela estrada da vida,
Que fizeram seus versos secar.
Vôo ao teu encontro,
Carregando nas mãos uma rosa
Em forma de versos, ESSA PROSA!
Para te alimentar.
Dar-lhe-ei também um ramalhete
E muitas pétalas de enfeites
Para suas asas secar.
Assim, volte beija-flor,
Recite seu amor,
Para essa Flor alegrar...

Foto de Ela me faz tão bem

Louca!!

''Me sinto completamente louca
Um animal preso em meu corpo de mulher ..
Corpo este que te chama..
Grita sem cansar seu nome ...

As loucuras de dentro de minha alma
Para vc ja são conhecidas ...
Deu olhar me toca ..
Acaranca de mim meus desejos mais profundos e proibidos

Ficar um momento longe de vc ..
É condenar-me ao pior dos precipicios

Sem tuas mãos em meu corpo,
Sem tua boca a me tocar,
Sem teu cheio em minha pele...
É condernar-me a morte

A mulher ..
Mulher que tornou-se minha dona,
Dona de meu corpo..
Dona de minha alma...

A mulher que mesmo longe...
Aranca de mim os mais doces gemidos e gritos loucos..
Que se tornou dona de meus pensamentos...
Dona completa de meu amor...

Me sinto louca ...
Completamente louca sem ter vc ao meu lado ...
Sem poder sentir vc..do jeito que eu mais quero ...
Sem poder ..te tocar ...
Sem poder calar meus loucos gemidos de profundo desejo em sua boca...

Sem poder experimentar esse desejo proibido..
Tão prometido a mim
de ter vc ..dentro de mim ...em minha alma

Louca ..a cada dia me sinto mais louca
um animal no cio ..
Preso dentro deste corpo de mulher...

Por vc ..completamente LOUCA...''

Foto de Norma Bri

Sonho de Amor

Este grande amor que me transforma
Que faz de mim uma eterna sonhadora
A viver num mundo mágico a cada hora
Como santa num pedestal de pecadora
********
Às vezes seu pequeno gesto inesperado
Faz aumenta a ansiedade do meu coração
E na grandeza de um caloroso abraço
Saio da realidade para viajar nesta ilusão
********
Este amor é um inconstante vento
Que não se prende entre as mãos
Ameniza o calor de um copo sedento
Para depois deslocar em outra direção

Direitos reservados - Norma Bri-

Foto de Rose Felliciano

É tão longo o esquecimento....

.
.
.
.

"Olhando distante o infinito,
Contemplo um céu tão bonito
Pelas mãos de Deus suspenso...
E penso....

É o mesmo universo
Que você olha agora
Embora, tão distante...
Distante de mim....

Já não somos os mesmos
Perdemos os sonhos no tempo...
E esse universo que eu tenho
É tão imenso pra mim....

Assim,
Escondo as estrelas no bolso
Mastigo as nuvens com gosto
E o azul do céu risco em giz...

Por fim,
Corto a lua ao meio
Parte é meu travesseiro
Na outra, deixo de espelho.

E espero,
Por dias e dias inteiros
Até o fim dessa vida
Sua imagem ver refletida...."(Rose Felliciano)

.
*Mantenha a autoria do Poema*

.

- Em um dos poemas do Pablo Neruda (Poema triste ou Poema XX), ele diz que "é tão curto o amor e tão longo o esquecimento..." acho que ele tinha razão...

Foto de Joaninhavoa

PÉTALAS QUE BEIJAIS... (ONDE ESTAIS...)

*
*
Buquês d`flores são também meus amores
Desabrocham da noite para o dia secretamente
Resplendor de adolescente tendo em mente
A luz do Sol! Raios vivos de corpo e alma reluzentes

Já sinto o perfume que lançais de vossas pétalas
Entranhadas na alva barca de bruma e sonho
E deslizando como valsas em coroas áureas
Da mais pura harmonia do amor que eu amo

Branca flor! Delfim de amor na frágil pomba
Voa lá pr`ás alturas onde tudo soa sem soar nada
Teceremos maravilhosos buquês d`flores

Em comunhão com as leis da
natureza
Sobre ondas entre ventos de mãos dadas
Bordadas por mim! Gratas por ti beijadas

Joaninhavoa,
In “O Meu Amor”
(02 de Junho de 2008)

Poema inspirado no poema intitulado
" BOM DIA! ESTRELA MATUTINA",
de Dirceu Marcelino

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