Mãos

Foto de TrabisDeMentia

De repente

Assim,
Não mais que "de repente"
Passaste por mim
Me atropelaste com tua sofreguidão
Me deixaste ali, desfalecida no chão
Lábios sangrando, no corpo as marcas das tuas mãos
Que mal eu te fiz?
Para largares em mim o cheiro do teu suor
E este sabor que não me larga a boca?
Passaste por mim com uma ansia louca
E com uma brutalidade sem fim me tomaste á força.
Pra quê? Pra me deixares sofrida?
Sai de vez minha vida.
Sai de cima de mim.

Foto de TrabisDeMentia

Mãos

Qual é a mão que prefere?
Aquela que poemas lhe escreve?
Aquela que acaricia seu rosto?
Ou aquela que entre as pernas lhe faz o gosto?

E qual é a mão que detesta?
Aquela que lhe escreveu: "não presta"?
Aquela que lhe marcou a pele?
Ou aquela que depois da festa lhe repele?

Qual destas mãos lhe aceita?
Qual destas mãos lhe rejeita?
Qual é a que mente, qual é a perfeita?
Será a esquerda? Ou a direita?

Foto de jgdearaujo

Romance

Maria Rita de Cássia,
Cabloca d’olhos de mel,
Cabelos como os da Mãe D’água,
E boca feita a pincel;
Faz tempo, andava taciturna,
Nas mãos carregava um papel
Olhava que olhava, e não lia
A mensagem que viera com um anel.
Logo, duas lágrimas azuis,
Escorriam dos olhos de mel
E as feições bem feitas de Cássia,
Ganhavam contornos de céu,
Por mais doce fosse seu sorriso,
Tinham, agora, gosto de fel.

É que o José da Farmácia
Mulato bem posto e fiel,
Vira Cassinha na rua,
Na festa da Mãe do Céu
E seus olhos pretos como noite
Embriagaram-se daquele mel.
A boca imaginou o gosto
Dos lábios feitos a pincel.
E o olfato gravou o cheiro
Dos cabelos sob o véu.
O coração bateu forte
Firme feito nó de cordel
Agora e sempre seria Zezinho escravo
Daqueles olhos de mel.

Rápido, foi Zezinho ao boteco,
Pediu caneta e pincel.
Rabiscou meia dúzia de versos
Juntou a eles um anel.
Molhou com água de cheiro,
Chamou o moleque Chechéu.
Disse c’os olhos marejados,
Passando ao moleque o papel:
Entregue à cabocla Cassinha,
Aquela d’olhos de mel.
Diz que é o Zé da Farmácia,
Quem manda bilhete e anel.
Daqui ficarei reparando,
Os pensamentos ao léu

Correu ligeiro o moleque...
Cassinha recebeu o anel.
Sorriu feito noite de lua
Com medo, abriu o papel,
Mas os seus olhos não viam
A mensagem que trouxera Chechéu...
É que Cassinha, coitada
Nunca experimentara um pincel,
Nunca fora a uma escola,
Nunca lera nem cordel.
Por inteligente que fosse,
Jamais decifraria o papel...
Por isso, os olhos que olharam Zezinho,
Não transmitiam o seu mel.

Cassinha voltou pra roça
Nas mãos sempre o papel...
Então foi pedir ajuda
À Professora Isabel,
Que logo pegou o bilhete
E viu que não eram letras ao léu:
“Cassinha, cabocla bonita,
Encantei-me pelos teus olhos de mel.
Como prova do meu encanto,
Envio-te um beijo e um anel,
Que uses na mão esquerda
E juntos construiremos nosso céu”.

Cassinha olhou o bilhete,
Olhos vidrados no papel.
Como que enfeitiçada,
Segurou as mãos de Isabel.
Pediu que lhe ensinasse os segredos
De como decifrar o papel.
E daquele dia em diante
Tornou-se a aluna mais fiel...

Hoje, passados seis meses
Cassinha não larga Isabel.
Conhece já alguns segredos,
Da caneta e do papel,
E até escreveu um bilhete
Que mandou junto a outro anel.
Quem entregou pro Zé da Farmácia,
Foi o moleque Chechéu:
“José, você é bonito,
Brilha como as estrelas do céu...
Ah! Eu trago todos os dias,
Na mão esquerda aquele anel”

Foto de jgdearaujo

De pele

Um quase toque...
Lábios macios em sintonia
Respiração rápida
Percorrendo o corpo, sem tocar
Hálito quente. No pescoço
Sob os cabelos.

Os olhos... o olhar no olhar.
Olhos vendo mais do que olham
Firmes. Profundos
Pensamentos transmitidos
Os olhos e a boca
Sedenta. Suculenta
Um quase beijo. Desejo!

As mãos... medrosas.
Quase tocam. Percorrem
O corpo, sem tocá-lo
Seguem as curvas
Observam os segredos
Desejam os seios...
Quase tocam. Quase...
O olhar no olhar...

As mãos que procuram as mãos
Mãos que decidem, mãos que obedecem.
Confundidas, fundidas, cúmplices.
Agora o toque. Leve
O tecido leve, branco
Erguido pelo toque...
A cintura dentro das mãos.

O olhar sempre no olhar
As mãos no rosto, ombros
Tocando agora.
A boca, sem resistência
Bocas se fundem. O beijo
Desejo!
Lábios, línguas, boca
Intenso, total, um beijo.

E um abraço, forte.
Um laço. O tecido leve
Tão leve que flutua quando cai
E aparece o corpo. A pele de bronze
As curvas, os seios.
Ah! Os seios...

Os lábios exploram o corpo
Cada centímetro, beijos
Toques: pescoço, colo
Seios, barriga, umbigo
Coxas... virilha...
Beijos medrosos. Respeitosos
Beijos e beijos. De admiração.

Agora a pele confundindo-se
Fundindo-se...
Sem controle, com fome.
A pele na pele, cada centímetro.
E...
O que palavras não podem mais descrever...

Foto de sonhos1803

Sol

Quando o sol nasce,
Luz cristalina,
A derramar seu calor,
Como um colar de perolas cristalinas,
Brilhando,
Pulsando,
Era ma minha pele,
Macia a ser acariciada,
Nas tuas mãos,
Sinto, transpiro,
Meu coração a pulsar,
Querendo alcançar,
O centro desta chama,
Que queima em meus olhos,
Encandeia minha alma,
Na textura da tua pele,
Na loucura a que isso se refere,
Quero abrir-me,
Sentir o sol a banhar,
Meu corpo nu,
Derreter o frio,
Fino gelo que cobre,
Aplaca em meus olhos,
A solidão me é um remédio amargo,
A correr como um véu,
No meu coração destroçado,
Queria juntar os pedaços,
Te ter outra vez ao meu lado,
Cheio de vida,
A trazer, a pulsar,
No castanho de teus olhos,
Meus sonhos congelados,
Em teu peito descansar,
A tua falta.

Foto de Mell_22

Uma folha em branco

O amor começa assim
linhas a serem preenchidas,
mas nem sempre apagadas,
nós escrevemos a nossa historia,
abrimos o nosso coração,
mostramos a nossa alma,
dividimos aoenas um caminho,
pensamentos, momentos ...
pessoas nao preenchem o meu vazio,
eu te espero,
eu te sinto,
eu te chamo,
mas você não vem,
é estranho estes sentimentos,
por mais que eu tente eles permanecem,
não aguento mais me sentir assim,
você me marcou em vidas passadas,
cruzou os nossos corações,
entrelaçou as nossas mãos,
espero que saiba o que esta fazendo
o tempo nos pertence,
a caneta esta em nossas mãos,
a folha a nossa frente,
mas ainda nao estamos juntos...
e isso sempre dói...

Foto de Amália Lopes

O CETIM DOS LENÇÓIS

O CETIM DOS LENÇÓIS

O beijo ficou entre a sombra
e o nada.
O teu vasio já não faz parte
dos meus sentimentos.
A sombra do teu andar dissipou-se
na madrugada, numa sinfonia de silêncio.

Soltando as estrelas,
desviando os ventos,
num caminho de mistério
esperei-te demasiado, e transformei
cada emoção,
num ideal ao pôr do sol.
Tinha as mãos cheias de sonhos, sonhos
ocultos em nenufares azuis, que enfeitaram
o pulsar do meu coração,
numa melodia perfeitamente infinita.

Guardei o direito de sonhar.
Guardei as pétalas azuis da noite, onde
o cetim dos lençóis, sorriu, porque
o cheiro da tua sombra,
desenhou no céu do meu quarto,
o meu nome em flôr
sobre os meus lábios...

Amália Lopes

Foto de docesletras

Sonho meu

Aconchego-me no teu regaço,
esquecendo-me de quem sou,
sinto na leveza de um corpo
e no olhar dum rosto anónimo
ansiedade, medo e melancolia.

Caminhamos de mãos dadas.
Solto os meus cabelos ao vento
e juntos saboreamos o silêncio,
mergulhamos num mar de flores
banhados pela suavidade do luar.
Sou a tua cúmplice no tempo vazio.

Colori as minhas esperanças
de te fazer feliz.

Abro os olhos ao meu redor
vejo tudo vazio.

Sonho, sonho meu...

Foto de ederator

Drapacídio mórbido temporário

Constante deturpação, arreda o engôdo, traça em arco uma ponte;
na tortura pela ausência, na ausência nauseabunda, triunfante caminha;
Pequena infante, suicida, irrigada, tolerante, progressiva;
Construo castelos de ossos, em um paraiso de abelhas famintas;
Tirânia solene, da insanidade colegial;
Preponderância maxima de outrem;
Ès imagem nevasca mórbida, morde o canto superior dos lábios;
Sangra com sede, e com volupia aperta as mãos;
Em sinal puro gestual de oração difama a própria glória;
Grita insistentemente, derruba paredes sólidas;
Prende cordas, conecta fios de cobre;
Sangue suga, apregoam pedaços de carne viva no alto de sua ignobel presença;
Renuncia a vigilância, vai como se estivesse vindo;
Abre os braços, com as mãos grossas de sangue e argila;
Notavél criança mau amada; sustenta vicios ludicos em busca do real deturpador;
Carrasco infame observa ao longe, seu reflexo condicionado, imovel, mudo.
Transmutação original metamorfose,
Mudam-se estações, transmições de pensamentos interrompidas;
Telepatia, comunicação precária, sem sinal, narra alucinações perdidas;
Interrupção, luz apagada;
Drapacídio Mórbido Temporário;
Interrupção radical do racional

Foto de Karine K.

Faces

Um toque que não conheces
Uma face que acaricia apenas com borbulhas
Um cheiro que somente podes imaginar

Teu tórrido desprazer de um passado breve
ardido

Tuas mãos ficaram prezas
em um corpo murmurante
que assombra hoje suas lástimas

Meu anseio elucubra como uma sombra
os paralelos de teus feixes
Sensações delicadas
para uma velha bruxa
vestida de borboleta com asas coloridas.

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