Melancolia

Foto de Elias Dall Agnol

Ausência

Pressuponho que a ausência seja a não existência e não o afastamento...
Ausência se confunde, muitas vezes, com melancolia...
A não existência provoca vazio, atormenta a alma...
Por maior que seja a distância, se existe um alguém, jamais haverá ausência...
Pois a saudade acontece, mas quando fecha-se os olhos, lembra-se que existe alguém...
O calor desta presença percorre o corpo acalentando a alma...
A tormenta da ausência se dissipa, a saudade acalma-se e o amor floresce transformando qualquer resquício de ausência em presença de espírito...
Se não houver a lembrança, a saudade, aí sim haverá ausência, vazio frio da solidão...
Não há vitalidade teimosa que resista a falta de saudade...
Apenas persiste, uma esperança triste e distante de, quem sabe um dia, sentir a saudade de alguém...
Pobre do ser, que mesmo sem querer, não sabe amar...

Foto de Naja

E CHEGA A RAZÃO

E CHEGA A RAZÃO

Durante a vida da gente, desde logo adolescente, começamos a amar. São tantos amores eternos, tantas lágrimas a rolar e logo outro amor encontrar.
Um dia se conhece alguém e o mundo pára, pois não haverá mais ninguém. Se juntos ou separados; o amor fala mais alto e os dois passam a vida a se amar.
E assim passam os anos, esse amor continuando, sabendo-se que não terá bom final; mas impossivel é esquecer por feliz ter sido na vida, com grande amor no coração.
E num dia de solidão. tristeza, melancolia, encontra-se alguém, que nem se conhece bem e lá o amor vem. É amor sem futuro, como o outro bem pior, pois o amor é de um só.
Mas quando chega a razão, falando alto desta vez, ao pensarmos logo vemos, que
agora chegou o final. Um final bem radical, onde será proibido se pensar, lembrar, sonhar, devanear. É seguir pelo caminho, trabalhar e com carinho, cuidar-se e muito se amar, em vez de seu coração ...a pessoa errada doar.
naja
Publicado no Recanto das Letras em 13/11/2007
Código do texto: T736362

Indique para amigos
Denuncie abusos

Foto de Daemon Moanir

O fundo do poço.

O fundo do poço é sujo,
É nojento e irascível.
O fundo do poço é frio,
É duro e desprezível.
O fundo do poço é vazio,
É só e doloroso.
É uma fossa horrorosa de sofrimento
Onde caiem todas as chuvas amarguradas
Por desventuras já estragadas.
O fundo do poço é pura melancolia.
O fundo do poço é mentira coberta,
É página de caderno fechada
Onde nunca mais vai ser aberta...
Ou, talvez, seja página rasgada
De frustrações e quimeras passadas
Que, sem piedade, adoram ser relembradas.

Foto de Naja

AMOR DE PERTO...AMOR DE LONGE

Amar é o que pode de melhor existir, ainda que o amor nao possa acontecer, bem pior é ter o coração vazio. È certo que se não há correspondência, amar sozinho, é sinônimo de sofrer. Mas há uma grande diferença entre se amar uma pessoa que nos está bem perto e uma que é dificil se ver.
Digo isso porque quando amamos alguem e encontramos, conversamos, podemos sentir a quimica entre os dois, se houver um dessentendimento, estamos próximos, conhecemos bem a pessoa, olhamos olho no olho, sentimos bem as sensações de agressividade ou desepero. Nos tocamos, nos sentimos e sabemos bem o que o outro é capaz...
Quando amamos uma pessoa que nem podemos ver tanto, é dificil, é complicado, usamos muito a escrita e o sentir de perto é humano, é sentido pleno, sensação e visão...mas ao longe...as palavras são frias. Se sairmos do "te amo" e escrevemos algo mais. essa proximidade que falta, fará toda a diferença. pois as palavras não soam do modo que queremos e a pessoa que lê, nao pode saber se aquilo foi uma grande agressividade ou uma tremenda dor de perda..
Quando juntos, bem perto, geralmente as brigas acabam em incríveis abraços, muito choro e muitos beijos; mas ao longe, fica a frieza de palavras mal escritas, nao se pode olhar olho no olho, mostrar a nossa alma..nosso sofrer, medo, tristeza, ciúme, e fica apenas as que magoam. Assim, amores que poderiam ser ; não eterno enquanto dure,...poderia ser eterno. Um amor assim nunca deveria acabar. Duas pessoas que se gostam, sentem falta uma da outra, nunca deveriam se separar.
A vida fica vazia., arranjamos bastante trabalho, quanto mais melhor, para evitar o pensamento. Mas quando chega à noite, o cair da tarde., vem aquela melancolia e uma tristeza se fim, quando vemos o dia já vai clarear e nosso sono não veio.
Mas veio uma saudade tão grande, uma dor tão verdadeira que se sente doer no
corpo. Ninguém deveria sofrer assim. Não quando tem o coração , a alma, nos olhos em tudo que vê, a lembrança de seu amor..
naja
Publicado no Recanto das Letras em 31/10/2007
Código do texto: T717928

Foto de uhum

Medo de amar...

MEDO DE AMAR....
Medo de amar ? estranho néah ? é tão fácil dizer "eu te amo", mais o que realmente é importante é o que eu sinto por dentro...e o que eu sinto por dentro?...Xiiiiiii essa pegou de jeito....o que eu sinto por dentro? Eu sinto um monte de coisas...raiva...(por q raiva?) quando você não aparece....medo...(medrosa!)quando você diz certas coisa uéh....(MeLdEls)..angústia...(angústia?)...é claro, quando eu penso que disse algo errado...(dãã)Tristeza...(há naum tristeza, por q?) Por que eu sei que uma hora eu vou ter que ir...( talvez ele que vá T_T)...impaciencia...(impaciencia? quando?) quando eu sei que você vai aparecer...mais demora mtuuu ( até vc chegar jáh num tenhu mais unha) alegria...quando vejo que finalmente vc chegou...(aleluia)...amor....quando finalmente eu percebo que você me ama..(amor que por sinal é mtu bem retribuido).....isquisito néah ? esse tanto de coisa num ♥ tão pequeninho....(pois é...eu que o diga...)

E depois de passar issu eu digo que te amo...(e amo mesmo)
Cai um lágrima...(ai que melancolia) mais é verdade...(táh, continua)e eu tenhu que ir....
Combinamos outro dia agente se ver...e....( e o que ?)........e.....(fala loguuu) eu digo xau...(aaaaaaaaaa pensei outra coisa hehe)...q mente você tem....prontu...começa a choradeira...por que mesmo depois de todas as declarações eu tenhu medo.....e naum pergunte por q .....(por q ?)....num sei...algo dentro de mim...sente medo...num sei...só espero que esse medo naum me atrapalhe....(Deus ajuda)...

E assim eu passo a noite em claro..pensando em você.....(de vez em quando eu num consigo e durmu....rsrsrsr....num tenhu culpa néah?)

Mais aí fico louka pra chegar o dia marcado da gente se encontrar....

Lesgal...(aham)
Amei...(eu tbm)
Maneiro...(táh bom eu jáh entendi!!!)
E fui eu q fiz.....( mais legal ainda)

Bju pra quem táh lendo, e mais uma coisa......Mechendo no meu orkut néah??Danadinhuuuu......(ou pode ser minina tbm....q coisa feia...rsrsrs))

Complicada...porém perfeita...quem conhece naum esqueçe e se esqueçer....(tem problema de memória).....O_*

Hááá´mais uma coisa (outra?? kreduuu)
Se quiser um textinhu pra você é só pedir......

Foto de Fernanda Queiroz

Esperança de outrora.

Muitas vezes,
sou arremesso no tempo.
Em um mundo diferente,
paredes nuas e cruas,
ornamentam uma visão.
Pessoas de rostos inexpressivos,
desfilam plácidamente,
incógnitos á minha dor.
Apenas um frio corredor,
opaco na cor
sem vida ou odor
me faz perdida,
reabre ferida.
Como se fosse dono,
ou imperador,
de momentos vividos,
jamais esquecidos.
Mutila tuas pernas,
na lentidãodo momento,
impregna de inércia
tira dos braços os movimentos,
coíbe pensamentos,
espalha fragmentos,
anestesia sonhos,
faz da cama o abandono,
onde apenas o coração,
cravado em um punhal afiado,
desafia a melancolia,
saindo da letargia
gritando sem rendição,
faz do apelo uma vocação.
E como um ternor agudo,
mais forte que uma canção,
ecoa um forte grito,
por esperança, por união.
Grito que resseca a garganta,
umedece os olhos,
que copiosamente choram
diante da incapacidade
de ser mais que amor,
mais que carinho.
Que atravessa a porta
em uma hora morta,.
porque sem você,
nada mais importa.
Veja-me, estou aqui,
segure em minha mão,
deixe eu ser proteção
sem ser ilusão.
Olhe em meus olhos,
penas por um momento,
transforme este sofrimento,
na esperança de outrora.
Deixe-me dar-te minha vida,
Ou na morte me leve embora.

Fernanda Queiroz
Direitos Autorais Reservados

Foto de Stacarca

Satã

Satã

Ei-lo, obumbra a sânie lisa,
Míngua de soluços dolorosos,
Corno dos exórdios chorosos
Soluços pitorescos que giza.

Contemplativas, ó sacrílego,
Formidolosas contemplativas,
Idéias, compêndios, inativas
Castas, extremoso coligo...

Conglobadas noções pitorescas,
Ah Funesto pancalismo imundo,
Débil, ó sentimento inundo
D'áurea elegíaca funambulesca.

Ó formas, figuradas felozes
Que fanam, fulgurando fiéis
Formas fúlgidas, felosas féis
Formas flamejantes, ferozes.

Indefiníveis flébeis de rasa,
Choro, lamúrias indefiníveis,
Augusto da insânia, eiveis
A'çucena ao mefítico que vaza.

Ah! Horrorosa, esquisita, feia,
Magnífica, avultada, linda,
Tantas formas, formas qu'inda
Pálpebras duvidam sobre teia¹.

Palavras que abismam medonho,
Fracas, fortes, sorumbáticas,
Teogonias imagináveis, áticas,
Escuros, leis, parvo tardonho.

Caveiras, defuntos, fantasmas,
Sarau imprescritível de beleza,
Lésbia lamentosa, delicadeza
De lamentos lesbianos, asnas.

Préstito solene d'um ressupino,
Defeitos, belos e feios defeitos
Criados, vis, molemente feitos
Da ingenuidade, cantos de hino.

Cantante da crença reclinada,
Ululadas por padres idiotas,
Professores da burrice, rota
Abismada e d'cadência assinalada.

Que céu, que inferno, que afã,
Pugilato da fé e pululante,
Que entoada, que desgastante
As limitadas litanias de satã.

Risos, gargalhadas réprobas
Da chafurdaria, gargalhadas,
Ó ridículas, ó exorbitadas
Cachinadas anátemas de probas.

Ó insânia, doudice da doudice,
Tomada p'la lúgubre orbe maldita,
Ó Sofreguidão bonita, bendita
Vida medonha, como a bela dixe².

Ah! Pungente vida fulgente
Purgada. Ah! Vida pungente!
Pungida. De figuradas entes.
Vida, vida punida fedente.

Clamores ridículos do futuro,
Futuro ridículo de clamores,
Ante a fé, de medonhos amores
Molestados do frágil aturo.

Ah finito, finito glorioso,
Eflúvio de essência infinita
Do que é zimbório, que incita
O ímpeto abstruso, lamentoso.

A calma, raiva, interrogações,
Quantidades acerbas, tratadas
De limitações treplicadas...
Languidez, ah! Lamentações

Lamentações lânguidas, funérea.
Sacrossantos versos belizes,
De rimas nevoentas, infelizes,
Pavorosos, de idéias férreas³.

Genuíno de métricas falazes,
Oh podridão falaz, cautelosas
Elocuções verrinas, chorosas
De sentimentos, audazes.

Que nesse entendimento, vã.
Onde tudo vai, onde passa
A esboroada forma da graça
Empunha. Ah! Que seja sã.

Ah! Nas Noutes, nos luares,
Nas formas, na calmaria,
Na felicidade, na melancolia,
No medonho, no degredo de ares.

Na reza embutida de quimera,
Quiméricas palavras sofridas.
Sofrimento d'enganações lidas.
Ilusões bonitas, do que não era.

Evangélicas ubérrimas d'opaco,
Labutas da religião fedorenta,
Oh! Oh! Imaginação lazarenta
D'áurea combinação. Ataco!

Atacante da crença, o tuteles
Da negridão, de idéia suspirada
Por ditas idéias conspiradas.
Assim como eu, tu, Mefistófeles.

Abastados da burrice mórbida.
'Inda gerados da fatuidade;
Maldade, maldade, maldade.
Quanta desagregação, hórrida.

Quando no préstito andar torto,
Defuntos, fantasmas e caveiras
Nela terão fé, na traiçoeira
De tudo que está vivo, morto!

________________________
¹- s. f.
²- s. m.
³- fig.

Foto de angela lugo

Foi amando você

Foi amando você
Que tomei conhecimento da dor
Dentro dela aprendi a gemer
Por tanta ingratidão
Pelo seu chamado que não vinha
E, eu ainda persistia
Como pude te amar tanto
E esquecer que eu existia
Você é pura melancolia
Que chateia os meus dias
Mas prefiro-os chatos
A não tê-lo no dia-a-dia
Perco muitas vezes a luz do sol
Esqueço de abrir as cortinas
Meus olhos teimam em ficar cerrados
Perco muitas noites prateadas
As lágrimas são como névoa
Nada me deixando ver
E penso... Penso em você
Que em todo o tempo que passou
Eu perdia tudo e não perdia nada
Porque o meu tudo é você
E sem você nada tenho para perder

Foto de Fernanda Queiroz

Antes que o ano termine...

Conto Literário

Falta um dia para que o ano termine. Um dia intenso que pode mudar toda minha existência. Só preciso ter coragem e ir até onde você está... Antes, 450 km, agora 50 km. Por que veio para cá? Queria me confundir ainda mais? Estaria esperando que a proximidade me fizesse ser mais mulher... mais corajosa? Sabe que meu destino está traçado. Não me deixaram editá-lo. Sabe que não posso voltar, então porque não vem... Rouba-me, Toma-me, Leva-me para nosso mundo de sonhos; onde tua ausência presente foi marco de nossa história.
O sol está se pondo, o alaranjado de céu é o contraste perfeito com a relva que se estende verde e úmida pelas chuvas de dezembro. Tanta calmaria vem de contraste a minha alma conturbada e sofrida. Posso sentir meu coração batendo forte, tão forte quando o podia ver por aquela janelinha mágica do computador, cenário de nossa história, testemunha de nosso amor, cúmplice de nossos segredos, arquivo de momentos que perpetuarão dentro de mim. A brisa suave sopra. Parece querer brincar com meus cabelos, alheia a tempestade que envolve meu coração. Deixo a mente explorar o passado... Tão presente... Teus olhos, tua mania constante e única de apoiar teu rosto nas mãos. O sorriso espontâneo, a cara emburrada, os olhos se fechando de sono, e a vontade de ficar um tempo mais...e mais ...até o galo cantar...a madrugada... o sol nos encontrar ...felizes ou tristes...juntos.
A noite traz a transparência de minha alma, negra, sem luzes, sem amanhecer. Preciso me movimentar, sair deste marasmo de recordações. Thobias, meu companheiro de peripécias, que um dia correu tanto quanto no dia em que estouramos uma colméia; está selado, entende o que me vai à alma, conhece meu estado de espírito, sabe quando é preciso deixar as paisagens para trás, mais rápido, mais rápido, até se tornarem uma massa cinzenta, sem cor, ou forma retratando o mais profundo que existe em mim. Agora, no embalo do cavalgar, meus sonhos se afloram. Estou indo ao teu encontro, nossas mãos se tocarão, nossos corpos se unirão, nossos corações baterão em um só ritmo. A brisa tornou-se um vento tão gélido quantos minhas mãos que seguram as rédeas de um futuro-presente. Gotas de chuva descem sobre minha face, misturam-se as minhas lágrimas. Tenho a sensação de não estar chorando e sim caminhando para você. Na volta para casa nem o aconchego da lareira, o crepitar constante elevando as chamas transmite liberdade, as sombras sobrepõe à realidade que trará o amanhecer, elevo ás mãos solitárias tentando voltar ao tempo de criança onde elas davam vidas retratadas na parede imagens de bichinhos animados, mas não se movimentam, parecem presas ao aro de ouro reluzente que por poucas horas trocarão de mão fecundando o abismo que se posta diante de nós. O cansaço e as emoções imperam. Entre sombras e sonhos, meu pensamento repousa em você, na ilusão, nos sonhos, na saudade pulsante de momentos mágicos vividos, onde nossas almas se encontravam, onde nossos corpos não podiam estar. De desejos loucos e incontidos de poder realizar, antes que o ano se finde, antes que as horas levem tudo que posso te dar.
O amanhecer desponta, caminho a esmo, no escritório, ao lado direito da janela que desponta para colina verdejante (cenário de nossa história). O computador me atrai.. Você está off, está há apenas 50 km, mas em meus arquivos de vídeo teu rosto se faz presente, tua boca elabora a mímica de três palavras mágicas “EU TE AMO”.A musica no fundo é a mesma que partilhamos tantas vezes juntos COM TI RAMIRO, gravada em meu studio amador ao som de flauta. As notas enchem o ar, a melancolia prevalece, meu coração se enternece, “POR FAVOR, VENHA ME BUSCAR”, não vou conseguir sozinha, você sabe disso, é exigir demais de quem só soube amar, sem nunca saber lutar, sem nunca poder gritar, com um destino a cumprir, um dever de tempos idos e protocolados nos princípios de toda uma existência. O dia se arrasta imortalizando o passado. Estou diante do espelho, o rosto moreno não consegue esconder a palidez, o vestido branco de seda cai placidamente sobre meu corpo inerte. Vestido que outrora minha mãe usara com os olhos brilhantes de felicidade. Os meus não têm brilho, este fora reservado às perolas que adornam meus cabelos negros, sempre me achei parecida com ela, mas a imagem reflete somente uma semelhança física onde a mortalidade de meu semblante contradiz a vida de tempos passados.
Pedi que me deixassem ir só, queria ficar com meus pensamentos, onde você é soberano. Que bom que ninguém pode me tirar isto: tua imagem, teu sorriso, tua forma única de existir para mim, mesmo que em sonhos, mesmo que em lembranças, mesmo que em minha morte para a vida que se inicia. A escada imperial e central se desponta com teu corrimão de prata por onde desci tantas vezes lustrando-o com minhas vestes. Minhas mãos se apóiam nele, trêmulas, frias, para que eu não quede diante da realidade... Apenas trinta degraus? Deveria ser trezentos, três mil, ou trinta milhões? Eu os percorreria com gosto, antes de pisar na relva verde coberta por um tapete de pétalas de rosas que conduziam à capela. Porque desfolhá-las? Porque enfeitar a vida com a morte? Rosas brancas, pálidas como minha alma, desfolhadas e mortas como minha vida. Ao lado o lago que outrora me fazia sorrir, brincar e acreditar....queria parar...descalçar o pequeno sapatinho branco e sentir a frescura das águas elemento mais forte e presente da natureza em minha vida...mas agora não posso parar a poucos metros está minha rendição, meu destino onde o oculto será sempre meu presente, onde o passado será minha lembrança futura, onde você viverá eternamente, onde ninguém poderá jamais alcançar. A capela parecia lotada, não guardei rostos, somente sombras. No altar uma face, feliz, despreocupada, livre, sentado em uma cadeira de rodas estava papai, tuas pernas não mais suportavam me conduzir, teus braços que muito me embalaram, já não mais me apoiavam...segui em frente. Pensei em me voltar ..olhar para trás, mas não iria te encontrar. Palavras ditas e não ouvidas... trocas de alianças...abraços de felicitações....buquê lançado ao ar, festividades...todo ar de felicidade.
Faltavam dez minutos para findar o ano...minha existência já tinha terminado, o celular em cima do piano da sala...8 minutos...mãos tremulam ao aperta a tecla da re-discagem...minutos eternos...do outro lado a apenas 50 km, tua voz ...doce...amada...terna, parecia querer ouvir o que eu queria falar e não podia...engolindo as lágrimas. Apenas um pedido: seja feliz, seja feliz por nós dois...uma resposta que mais parecia um lamento, que por mais suave, parecia um grito...Seja feliz também.....um tum tum era o sinal de desligado....zero hora. Fogos explodindo no ar...

Fernanda Queiroz
Direitos Autorais Reservados

Foto de Ednaschneider

Sou...

Sou uma nuvem negra no céu
Prestes a chover
Sou a letra triste no papel
Que o poeta começou a escrever.

Sou a mulher branca, negra, mulata,
Sou a loura, a morena e a parda.
Sou a mulher magra e a alta.
Sou a mulher pequena e a gorda.

Sou enfermeira
E psicóloga
Sou professora
Sou sexóloga.

Sou a dona de casa e chefe também.
Sou doméstica no meu lar.
Sou guia espiritual que diz amém
Sou eu mesma quem guia meu caminhar.

Sou do Norte e do Nordeste
Represento a mulher brasileira
Sou do Sul, Sudeste, Centro-Oeste;
Sou do Brasil, mas não discrimino a estrangeira.

Sou a tristeza e a alegria
Sou o riso, o choro, a amizade.
Sou a melancolia e a euforia
Sou o abraço da saudade.

Sou a mulher labareda
Onde o fogo foi meu algoz
Sou a vitória e sou a perda
Sou a nascente de um rio e sou a foz.

Sou Joana Darc não tenho medo
Sou a chegada e sou a saída
Sou o calor dos ágeis dedos
Da poetisa que me deu a vida.

JOANA DARC BRASIL

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