Monstros

Foto de João Victor Tavares Sampaio

Lamúria - Parte 3

Ah, paz no mundo que nunca chega...

Escrevo, como já perceberam, não com inspiração, mas sim com angústia. Vejo o tempo que passa por entre os dedos, que se esvai como água fervente, que some como algo que já perdi.

Doze famílias perderam suas crianças, ou melhor, douze. Douze famílias choram uma saudade que não terá fim, que é a falta do futuro, outrora ainda esperançoso, aqui abreviado na tragédias que todas as favelas enfrentam. Mata-se muito fácil nesse mundo. Você pode aguentar por anos a busca de brandas paragens, e ver seu esforço todo reduzido à uma esquina, uma bala, um motivo bem banal. Os monstros, como alguns tentam nos fazer engolir, para esconder os próprios erros, os monstros não existem: o que existe é a frustração do homem em não ser o Deus que almeja, em não ter o destaque que os bem-sucedidos acham que fará importância depois do orgasmo com o rosto alheio, o que existe é a perda de instantes preciosos com a falta de carinho, que levanta nações e heróis, por batalhas enganosas.

O que existe, na verdade, é o que resiste.

Ah, paz no mundo que não chega nunca!

Foto de Carolvazzz

Metade do caminho

Ando perdendo meus pesadelos,
Já não vejo mais todos os monstros no escuro.
Na ultima viagem perdi minha toda a minha coleção de selos.
E nunca mais fiquei em cima do muro.

A rotina já me faz bem.
O tédio não me trás mais perturbações.
Eu e mais ninguém.
Olho pro céu, e escolho minhas ações.

Eu já nem quero nada da vida,
Minha paz vai aumentando com o tempo.
Deve ser o peso da partida,
Vim pro deserto pra aprender o poder do vento.

Foto de Danilo Matos

Desabafo Intrínseco

Ah! Como eu queria ser forte
Forte? Sim. Forte! Ser forte suficiente
para não seguir a rota que a vida me obriga
e com apenas um passo decidir minha vida.

Lacunas se fazem presente no meu ser
são as consequências de atos, acasos, de abafo
consequências que me levam a pensar:
como encarar e a vencer os monstros que eu mesmo faço.

Coisas acontecem sem minha permissão,
invadem o meu espaço sem pedir licença
e com toda ousadia
tira as minhas crenças.

Crenças que me faziam sentir vivo
que me levavam a acreditar, a almejar, a me encantar
com coisas que não tinham sentido,
mas que me davam mais alento para continuar avindo.

Com esta certeza encerro este poema
a vida é cíclica!
E para viver bem
é só não se preocupar com sua lida.

Foto de Tehana Madra

Por que Um só homem faz tanto estrago?

Ao Povo Árabe,
Eu sei como tendo sido difícil para vocês passar tempo convivendo com esses governos ladrões, peversos e infiéis. Já era tempo de se rebelar contra esses monstros egoístas, cruéis e assassinos. Eles não sabem o que é acordar pela manhã e não ter dinheiro para nada. Os bêbes chorando com fome, com febre e vocês mães com as mamas secas (sem leite) para alimentar seus filhos. Tudo isso é fruto desses tiranos corruptos que pegam o dinheiro do povo para comprar carrões, construir palácios e comprar relógios de ouro. Enquanto isso, o povo tem que conviver com a fome, o desemprego e a falta de liberdade, não da para aceitar tudo isso passivamente, o povo árabe merece viver de forma digna e ser feliz. Já dizia um pensador que agora não me lembro o nome: "quando o povo se levanta os tiranos caem". E, é isso que está acontecendo no mundo árabe, o povo cansou de sofrer e resolveu lutar por direitos fundamentais ao ser humano, não é mais possível ver esses traidores do povo pegar o dinheiro do petróleo e gastar só com eles e a família, isso é incompatível com esse momento que mundo atravessa. Fora corsários! estamos lutando agora por moradia, alimentação, educação, saúde e liberdade já!
Tehana Madra

Foto de Jessik Vlinder

SEM CURSO

SEM CURSO

Tenho estado muito sozinha ultimamente
Isso tem feito eu me perder um pouco
Me perder dentro de mim mesma
Em meio de todas as minhas direções

São vários caminhos
E estou parada em frente a todos
Sem saber por qual prosseguir
As decisões não vem, por mais que elas gritem

Na verdade é por isso
Todas gritam ao mesmo tempo!
Todas me atingem num ponto fraco
Mas nenhuma encontra meu ponto forte

Me vejo como uma menina indefesa
Com medo de tudo que é ignoto
Que a qualquer hora, num descuido
Pode ser tragada pelas veredas da vida

Quero fechar os olhos e agachar-me
Esconder a cabeça entre os joelhos
Cantar uma melodia suave
E pensar que os monstros não existem

E agora? Por onde vou?
Não posso ficar assim parada!
O tempo não vai me esperar
E se fosse, por quanto esperaria?

Nesse caos de dúvidas eu permaneço
Sem me mover, olhando para os lados
E enquanto não me guio
A angústia paralisa meu verso

Tenho estado muito sozinha ultimamente
Isso tem feito eu me perder um pouco
Me perder dentro de mim mesma
Em meio de todas as minhas direções...

Foto de JORMAR

Amor de outra vida

Amor de outras vidas que voltam, algo inacabado...
encontros podem acontecer no lugar menos imaginado
em momentos não programados
a pessoa percebe que encontrou alguém que já conhece...
que possui os mesmos gostos... as mesmas afinidades
são as loucas paixões... são desafios do amor e emoção
onde não se pode fugir, apenas se sentir amado
e superar a insegurança da esperar dos resultados
viver a febre do prazer e o êxtase da dor nesse
sentimento avassalador.
não se atemorize com o depois, com o que ainda não viveu
o importante é viver tudo que apostou e venceu
tem que viver o máximo das experiências de plenitude
que só um grande amor pode oferecer,
para não sofrer depois o fato de não poder viver sua grande paixão
viver com a universalidade e ausência de limites, algo maior que a razão
sentimentos intensos do céu ao inferno,
conhecer os limites entre o prazer e a dor
o aconchego do amor, no verão ou no inverno
Mas a paixão quando é descontrolada pode ultrapassar o amor,
se tornar ódio, violência, ciúme doentio, medo da perda, dissabor
e todos os monstros devoradores aparecem
mas na paixão não há vencedores... apenas pessoas que se merecem
só quem vive uma grande paixão tem o privilégio de descobrir os segredos da vida
e o importante não é o tempo em que vivemos uma paixão com quem sonhamos...
Mas sim a intensidade com que amamos.
(Marisa Cruz)

Foto de Carmen Vervloet

REINVENÇÃO

Se não sou cega, nem surda
e inquiro tudo que está à minha volta
também não posso ser muda
e congelar num iceberg minha revolta.

Preciso gritar a dor que me sufoca
e não me deixa ser totalmente feliz
cutucar com poesia os monstros que dominam da toca
e ferem a ferro e fogo deixando profunda cicatriz.

Sangra meu coração vendo crianças esmolando
mãos estendidas nos semáforos das avenidas
e os monstros nosso dinheiro esbanjando
deixando ao descaso tantas e tantas vidas.

São botões de primavera que fenecem no alvorecer
que perdem a cor antes mesmo que a flor se abra
tantos talentos que ao país poderiam enobrecer
perdidos nos vícios nas ruas e nas calçadas.

Se o amor dessas pessoas é pouco ou insuficiente
e não vêem a precariedade de tanta gente
o povo precisa ser mais astuto e inteligente
e renovar nossos políticos, urgente.

Carmen Vervloet

Foto de Carmen Lúcia

Delírios de um poeta...

Caminha junto à lucidez e à loucura,
sem nunca recuar, pois sua vida é uma procura...
Ora sóbrio, ora ébrio, sedento de emoção,
galopa sem cavalo, voa sem ter asas, levita sem ficção...

Possui alado o seu coração.

Serra as armaduras de seu peito atravancado,
libera pensamentos inusitados, seres transfigurados,
Monstros, Aliens, Bichos de Sete Cabeças;
mergulha fundo em seu mundo ilimitado.

Pensa no Apartheid, no sentimento infundado...

Como um louco, uiva feito um lobo ao ver a lua;
exige inspiração que abrande sua loucura...
Quando lúcido, em menino se transforma ao se enternecer
diante da beleza da flor que está por nascer...

Sóbrio ou ébrio, canta as amarguras e as venturas.
Vai à guerra, da morte se aproxima...
Relembra angustiado a "Rosa de Hiroshima".
Pede a paz agora, reza, implora, chora...

E assim segue o poeta
pela vida afora...

_Carmen Lúcia_

Foto de Joaninhavoa

Abeira-me!

*
Abeira-me!
*

Versos me tocam fugaz
de tão sublime
E deixam minh`alma mais rica
Abeira-me!
Desfaz os espinhos os monstros
e sombras
Procura a cura! A tua e a minha
Tu és capaz

E depois vem abraçar-me
na penumbra
Entreaberta da vida que tu
me dás
Flutuando sob as ramagens
brancas
Onde a lua é redonda.

E o céu paira sobre o ar
Na sua imensidão
Flor! Em todo seu esplendor

Voamos
Sobre um magnífico ninho
de cucos.

Joaninhavoa
(helenafarias)
04/10/2009

Foto de Robson Fraga

Recomeço

Chega uma hora na vida
em que tudo parece torto:
a música não rola,
o chope não desce,
e a cabeça não pára de rodar.

Qualquer palavra é xingamento;
a resposta ao "oi" é tchau!
Os minutos demoram a correr
e a estrada fica longa demais.
Não há luz no fim do túnel.

A poesia que antes despertava
teima em dar sono.
Os filmes da TV são repetidos.
Na agenda não há sobrenomes
e a linha está sempre vazia.

Na garganta apenas um nó
apertado pela culpa.
As entranhas contorcidas
insistem em gritar,
mas no vento não há eco.

Tô sozinho nessa imensidão.
Olho pro mundo e não vejo estrelas,
pro tempo e ele já se foi...
pra dentro e não vejo saída;
pra alma e quase desisto!

Paro pra pensar de novo.
Insisto em buscar caminhos.
Brigo com meus monstros,
me escangalho por inteiro.
No último suspiro derroto a soberba.
É hora de recomeçar!

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