Monstros

Foto de solidão

Trem Fantasma

empre ouvir dizer que: " a dor é inevitável, mas o sofrimento opcional".
Acredito quem disse isso não sabia realmente o que estava dizendo.
Sabe quando estamos em parque de diversões? Tantas emoções vivenciamos nesse lugar.
Sim, vamos na roda gigante e quando estamos lá em cima tem aquele friozinho na barriga,
porém quando paramos no topo da roda nos sentimos donos da cidade. O nosso olhar alcança tudo.
Tem o trem fantasmas, que por mais que a gente saiba que aqueles monstros não são reais,
temos medo e mesmo assim
fazemos questão de ir para provar nossa coragem.
Hoje estou em um trem fantasma, mas não provando minha bravura.
Hoje não consigo abrir os olhos enquanto o trem desliza pelos trilhos.
O medo me apavora.
O medo me consome.
O medo me destrói.
E o carrinho vai seguindo como se não existe uma saída.
E pior do que não ver a saída é perceber que onde estou apavorada
também é o lugar onde me sinto segura.
Sim, o monstro que me causa medo
O monstro que me causa dor
O monstro que me causa desespero, sim, é único que me conforta.
Então me pergunto: Será que nesse cenário também sou um monstro?
É como a síndrome de estocolmo. Sei do perigo, mas me apaixonei pelo sequestrador
dos meus sonhos e só com ele me sinto segura.
Por favor, eu só quero parar o carrinho. Só quero fazer parte do fantasma.
A porta de saída me parece mais assustadora do que continuar aqui.
Por favor, a dor daqui de dentro me conforta mais.

Foto de Jardim

eu já conheço os passos dessa estrada

eu já conheço
os passos dessa estrada
pela cidade esquiva.
vejo suas indignações,
suas traições,
seus gritos abafados,
sua imensa idade,
sua profanação.
conheço suas acusações,
suas necrópoles,
suas ruas insepultas,
sua arrogância e a aspereza
de sua alma.

eu já conheço
os passos dessa estrada.
cidade furtiva,
ultrajante,
medíocre.
sem compaixão devoras
o que não te decifra.
os credos, o espanto
aqui fundiram-se
em raças, mentiras, mitos,
inexplicáveis farsas e doutrinas.

eu já conheço
os passos dessa estrada.
cidade austera,
teus monstros
armados até os dentes
com fuzis e baionetas
já não assustam.
corrompidas trevas
a se moverem
por tuas rápidas trilhas,
por teus becos obscuros.

eu já conheço
os passos dessa estrada.
cidade arrogante
em tua torre de marfim
estão impressos
teus segredos,
desvendam tua face
ornada de vaidade,
acalenta
tua indignidade.

eu já conheço
os passos dessa estrada.
qual teu destino?
qual a parcela
de tua grandeza?
uníssona e tardia
digeres
tuas crias.
por tuas calçadas
nos resta suportar
tua esplêndida virulência.
ó cidade profana
o vento que nos varre
é o mesmo que nos traz o amanhã.

Foto de Derinho

Promessas

A solidão é estranha, sinto-a a falar comigo, diz que não presto, que sou uma pessoa inútil, que ninguém me quer, ninguém precisa de mim, e no final de contas vem alguém dizer que precisa, como posso eu acreditar? Como posso acreditar em alguém que me conhece há uns tempos? Não há provas, não consigo acreditar nas ações, nas promessas. Promessas… que nostalgia, palavras tão inúteis, sem sentido, palavras de boca para fora guardadas no baú da memória com raiva e ressentimento. A cara dessa pessoa ficou gravada, nunca me irei esquecer de tanta promessa feita e quebrada. Se não conseguem cumprir, porque falam? Não tenho moral, eu sei, tanto que prometi e ainda não cumpri. “Vou fazer alguém feliz” pensava eu… que ingenuidade a minha, nunca irei ser capaz de fazer alguém feliz, nem nenhuma pessoa será capaz de me fazer a mim feliz. Somos todos uns monstros, uns animais com espírito demoníaco. Nada nem ninguém é capaz de se unir a outrem para fazer o bem.

Foto de LordRocha®

Sussurrar da solidão.

Como explicar as coisas inexplicáveis do ato de viver;
Como idealizar os momentos inesperados do sofrer;
Como afirmar aquilo que se mostra mas não aparece;
Estar só e com vários monstros a incomodar;
Estar em meio a multidão e simplesmente se sentir só;
Buscar o que gostaria de encontrar sem poder se achar;
Achar o que não procura e não encontrar o que precisa;
Estar cheio do que dar e vazio do que se necessita;
Chamar a atenção por não ter atenção almejada;
Lembrança do esquecido, ausência do que se viveu;
Esquecimento do bem viver, pela presença do sofrer;
Sofrer que saí do âmago, transpira pelos póros;
Solidão que não abandona, mas que causa abandono;
Ver o lindo sem enxergar que é lindo pelo simples existir.
Alegria presa pelo cárcere da ausência perdida;
Perda imensurável do que não se pode mensurar;
Como explicar as coisas inexplicáveis do não viver;

§corp¥on®
06 Maio 2014

Foto de Joice Lagos

Mãe

Eu devo ser uma pessoa muito especial perante Deus para tê-la merecido, por poder chama-la de mãe e por poder reinvicar seu colo sempre que necessário... Para chorar ou para contar minhas alegrias.
Tudo que sou hoje eu devo a você, por todos os anos que me dedicou, por todas as vezes que esteve do meu lado (todas), por sempre acreditar em mim e por me ensinar a acreditar também.
Quando era pequena e tinha medo, você estava lá! e todos os monstros enormes se tornavam pequeninhos! Ainda hoje os monstros somem quando estou do seu lado.
Quando tive meu filho chorei, porque entendi naquele instante o que significava aquele amor incondicional com que me presenteava todos os dias.
Quando me formei fiquei mais feliz em poder te ver orgulhosa do que por estar alcançando um sonho.
Passar no concurso e a vaga na Pós só fizeram sentido por você.
Se alguém me perguntar se tenho heróis, sim eu tenho!! Você mãe, minha heroína... Somos oito e o pai foi embora cedo demais para ajuda-la... e mesmo assim nenhum de nós deixou de ter exemplo de pai e mãe.
Heroína sim! Porque de tudo que desejo na vida, o que mais quero é ser como você um dia... Talvez metade já me bastasse...
Sabe que tens uma família imensa e cheia de amor por você, sinto ciúmes às vezes por ter que dividi-la, mas é tão bom saber que você é tão amada mãezinha!
E não são só os da família, todos aqueles que te conhecem não podem deixar de amá-la, e mais uma vez tenho que dividi-la, mas não importa, és especial
Eu queria dar-te o mundo mãe! Mas no fundo eu sei que o que mais desejas é nos ver bem e em paz!
Dedico a você este dia porque dizem que hoje é o dia das mães, mas para mim todos os dias são, porque se estou triste grito: - mãe me socorre se estou feliz: - mãe to tão feliz! Mãe! Mãe! Mãe!
Acho que para mim desde o dia 06 de janeiro de 1983 é dia das mães, porque desde então todas as coisas que faço na vida tem sempre um pedacinho de você.
Obrigado mãe, por ter transformado o significado de mãe em anjo e por ter me tornado o que sou!
Te amo...

Foto de CarmenCecilia

MEU OUTRO LADO

Meu outro lado...

Vem subitamente...
Instantaneamente
Toma conta da minha mente...
E eu nesse meu avesso...
Sou recomeço...
Não meço
Tudo que me mostra...
Esse outro lado...
Que demonstra
Meus medos...
Meus monstros...
Encontros e desencontros...
Sou afável...
Sou fel...
Sou teu mel...
E também aventura
Não levanto muros...
Sou leve e breve...
Peço que a tudo relevem...
Mas não revelo...
Esse novelo...
Em que cada dia mais enredo...
As portas fechadas
Segrego meu segredo...

Carmem Cecilia

Foto de P.H.Rodrigues

Centurião: Rio

Seguia o Centurião em mais um dia de sua jornada.
Nas margens de um rio, um barco, em um tronco amarrado.
Sem tripulação, ou aviso. Simplesmente, largado.
Ao nada. Ele pensa, e vê, que o barco pode lhe ajudar.

Sobe. Porém, nada tem para remar, e não sabe ao certo,
onde tais águas o irá levar. Inapropriado, mas usa sua espada.
Mesmo cortando as águas turvas, e quase não saindo do lugar,
uma direção tem que tomar.

Desce o rio observando a paisagem. Vê várias formas Bizarras, outras elegantes.
Algumas, tão belas, que nem parecem ser reais. Sente-se um pobre delirante.
Sente no peito, um aperto de saudade. De algo que ainda não aconteceu.

De textos lidos, que ninguém escreveu. Anceia logo, pelo porto seguro.
Navegará sem parar. É tudo que sabe. Não sente medo dos monstros que há de encontrar.
Sente receio de que não encontre uma costa, para atracar.

Foto de Gomes S

Super-herói existe sim

.
.
.
.
Já sonhei ser um Herói,
Com armadura de metal,
Com um escudo bem brilhante,
E uma asa angelical.

Eu voava onde queria,
Almoçava no Japão,
Descansava no Hawaii,
E morava em Salomão.

Era forte como um touro,
Ágil como leão,
Esperto como uma águia,
Majestoso como um pavão.

Protegia as crianças,
De lobo-mal, bicho-papão,
Saci-Pererê, fantasma e monstros,
E de bandidos sem coração.

Só que um dia um homem disse,
Que super-homem não existe,
Que tudo é ilusão,
Mas eu sei que é mentira,
Pois herói existe sim,
Basta eles perceberem,
Como luto a cada dia,
Contra a dor que mora em mim.

Foto de Carmen Vervloet

Nas Nossas Mãos

Se não sou cega, nem surda
e inquiro tudo que está à minha volta
também não posso ser muda
e guardar em silêncio minha revolta.

Preciso gritar a dor que me sufoca
e não me deixa ser totalmente feliz
cutucar com poesia os monstros que dominam da toca
e ferem a ferro e fogo deixando profunda cicatriz.

Meu coração sangra vendo crianças esmolando,
mãos estendidas nos semáforos das avenidas
e os monstros nosso dinheiro esbanjando
deixando ao descaso tantas e tantas vidas.

São botões de primavera que fenecem no alvorecer,
que perdem a cor antes mesmo que a flor se abra...
São tantos talentos que ao país poderiam enobrecer
perdidos, nos torpes vícios, nas ruas e nas calçadas.

Se o amor destes governantes é pouco ou insuficiente
e não vê a precariedade de tanta gente
o povo precisa ser mais astuto e inteligente
e escolher com critério outros mais sensíveis, urgente!

Foto de Allan Sobral

A Supremacia da Sobrevivência

Já é o mais alto ponto da noite, e a Lua já saúda a madrugada vindoura, o frio paulista é cortante, Homens se ocultam em jaquetas, blusas e tocas que transparecem suas personalidades, ou o mero desejo de ser algo ou alguém. Caminho lentamente entre cães fardados , e jovens vazios e sem amor, sem pressa, pois a esperança para o amanhã está no amanhecer, aprendi que para nossa noite só resta a sobrevivência.
Pois fomos jogados numa terra de ninguém, em corpos frágeis, no meio de feras, com um único instinto que nos manteve vivos, o medo, pois com por medo de sermos aniquilados, nos unimos , e dominamos os monstros, bestas e feras... vencemos! Ao fim leões rugiam em nosso respeito, elefantes nos carregavam em suas costas, e dos tigres fizemos mascotes, mas a fome de superioridade e o medo, fizeram com que nos voltássemos contra nós mesmos, a luta começou, e nos dividimos, por cor, tamanho, localidade, força ou inteligência, nos dividindo em reinos, países, estados, cidades, tribos, famílias. Nos matamos e nos dividimos a tal ponto, que hoje nosso reinado abrange a um único súdito, nossa vida já se baseia na felicidade singular. "Onde cada homem é sozinho, na casa da humanidade, onde cada homem é sozinho, na uni-multiplicidade."
Nos abstemos do amor, e denominamos todas as coisas que não conhecemos por codinomes, chamando-as sentimentos. Justificando erros, ou camuflando nossas frustrações , culpando os sentimentos e chamando as desilusões de acasos. Desculpa, é duro ter que aceitar, mas uma das coisas que São Paulo me ensinou, foi que se as coisas deram errados foi porque você perdeu o controle da situação, ou correu antes que a luta tenha acabado. Não há problema que não tenha solução, mesmo que esta seja árdua, cabe a nós decidir se vale o sacrifício, carregar o peso de um sonho, preservar segundo sua fé os seus princípios.
Mas a pressa e egoísmo nos tentam a escolher o caminho mais curto, que é cobrado com corrupção, e paga com a solidão. Nossa sede de glória é fraca e fútil, pois buscamos saciar a sede daqueles que nos assistem , buscando olhares e aplausos, nos viciando e usando de nossa carência, para transformar a atenção e a fama nas drogas mais viciantes.
A necessidade de destaque nos manipulou, a criar sistemas e articulações, como por exemplo o mercado de trabalho, o estado e o status social, camuflando arenas e coliseus, onde homens se matam em proporções, iguais ou maiores as cruzadas, as guerras e as epidemias. Com algumas poucas diferenças, antes os mais fracos morriam, hoje estes são escravizados com a desigualdade ( com se o igual, fosse algo bom), antes era derramado sangue, hoje derramamos lágrimas.
Sorrisos debochados e forçados são comuns em nossas vidas, camuflando o desespero que já nos domina. Procuramos algum motivo que nos dê forças para continuas tentando sobreviver, lotando as igrejas, os presídios, os manicômios, casas de recuperação , fabricando assassinos com nossa maquina de frustração.
Na subsistência de uma vida, as duvidas enlouqueceram poetas, profetas, sábios e cientistas, em busca da razão da vida, mas hoje vos deixo o recado: Da muita sabedoria, só nos resta o enfado. Do muito trabalhar, aprendemos a resistir e ser explorados. E da vida, cultivamos a sobrevivência.

Allan Sobral

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