Mulheres

Foto de Sonia Delsin

PELA PORTA ABERTA

PELA PORTA ABERTA

Ah, que distraída eu fui!
Deixei a porta aberta.
Deixei.
Por ela entrou um sol que me sorriu.
Entrou alguém que no meu coração sempre existiu.
Entrou meu amor primeiro.
Daqueles tempos idos.
Distante amor da minha primeira manhã.
Ele veio e tomou minha mão.
A beijou.
Nunca mais daquele beijo minha alma se libertou.
Que distraída eu fui!
Deixei que adentrasse.
Que se instalasse.
Que se instalasse pra todo sempre no meu coração.
Se ele me faz feliz?
A mais feliz das mulheres.
E a mais triste.
Porque ele insiste.
Em me dizer não.
Quando eu quero um sim.
Mas é ele tudo.
Tudo pra mim.

Foto de Rosinéri

TRAIDA EM PENSAMENTO

Teus olhos cor do mar
Me encantaram quando os vi
Teu cabelo cor da noite
Me veio ensombrar a vida

Vivo esta paixão doentia
Toda a noite e todo o dia
Não consigo tirar-te da mente
Desde o primeiro dia

Ao sol recordo tua pele
Bronzeada e tão macia
Á noite quando me deito
Sinto um cheiro que inebria

Sei que me amas
Sei que me queres
Mas sinto que pensas
Nas outras mulheres

Recorda o momento
Em que escrevo este poema
Pois será o primeiro dia
Do resto das nossas vidas.

Deitada no nosso leito
Com a minha cabeça em teu peito
Sinto que já fui traída
Nem que seja em pensamento.

Foto de pttuii

Monta-me

As letras eram bem desenhadas. Perfeitas de mais.
Um preto afirmador parecia realçar cada curva.
Sete letras, e um tracinho pelo meio, escritos ao fundo de umas costas que brilhavam ao sol do meio da tarde.
Monta-me
Assim se lia semelhante palavra. Chegou à terra a dona da referida incrustação, na única carreira rodoviária de que o povo dispunha. Nada tinha de cavalo, embora uns traços de mula até que assentavam bem no todo que galgou os dois degraus da coxia da viatura.
Ventava um pouco, coisa que até veio por bem em dia de semelhante calma. E a mulher a mostrar o umbigo. Na praça central, junto ao coreto onde o autocarro normalmente pára, estava sentado o homem mais velho da povoação. E o
Monta-me......,
saltou logo à vista.
Pouco instruído, Ti Gama de sua graça dominava as letras o suficiente para perceber coisas pouco habituais. E se aquilo era pouco habitual. Saltava à vista um pedacinho de tecido curto, pouco abaixo do peito da fêmea. Quarenta graus, e dois bicos tesos como as tetas de uma vaca a pedir ordenha.Chegou armada com uma mochila dos estrangeiros. Aquelas coisas enormes, que quase só se vêem na televisão às costas do ‘cámonis’ de pêlo louro. A bagagem era maior que aquela meia leca. Ti Gama não conseguiu ver os olhos à pequena. Mas o sol.
O raio do reflexo que aquilo fazia no fundo das costas da moça.A bengala do velhote cravou-se na poeira do alcatrão, o homem levantou-se....e andou. As botas cardadas pesavam em dia de torreira, mas Ti Gama não descravava os olhos do preto daquela coisa. A jovem entrou na cabine da Rodoviária da terra. Pareceu ter ido comprar o bilhete de regresso.A cena, em poucos segundos, transferiu-se para um tascozito rafeiro. Coisa sem classe, mas que ia aguentando por ser o único na aldeia.
- Indicava-me o WC?
Voz maviosa tem a rapariga. Ti Gama estava hipnotizado. Sentou-se ao balcão e esperou. Tirou do bolso das cerolas um estojo dourado. Lá dentro meia onça de tabaco. Uns restozitos assentaram nos dedos do velhote, e foram cair em cima da mortalha. Enrolou o cigarrito, e antes de o acender já a jovem tinha voltado.
- Uma cerveja sem álcool, por favor.
O dono do tasco, cujo nome não vem ao caso, disse que não tinha. Só ‘mines’. A rapariga pediu uma cola. Ti Gama esperou que o gargalo se encostasse aos lábios da cliente, e disparou, ....sem pudores.
- A jovem desculpe, mas é alguma égua?
Resumindo uma longa história, em poucas palavras, quem sofreu foi a bochecha direita do idoso. A menina saiu à pressa, Ti Gama deixou cair o cigarrito, e o dono do tasco brindou-o com um:
- Você não tem mulher em casa?
Ti Gama nem respondeu. A bengala cravada no soalho, as botas cardadas a arrastar, e uma dúvida a assombrar-lhe a moleira debaixo da boina...Terá Deus criado mulheres cavalos?

Foto de Luiz Islo Nantes Teixeira

POR QUE AS ROSAS SAO TAO LINDAS?

POR QUE AS ROSAS SAO TAO LINDAS?
(Luiz Islo Nantes Teixeira)

Por que as rosas sao tao lindas? Hoje estive me perguntando
E cheguei a mais sublime e perfeita conclusao
Sao porque cada uma delas possuem um belo coracao
E sao voces mulheres que passam a vida inteira nos cativando

O que seria de meu coracao sem os teus amores para preenche-lo?
O que seria de minha alma sem os teus sorrisos doces e alegres?
O que seria de meu corpo sem os teus toques de amor cheios de zelos?
O que seria de mim sem os teus perfumes embriagando as nossas peles?

Ah! Se todos os homens soubessem como cultiva-las ,minhas preciosas rosas?
E como trata-las com o amor maior que possa existir neste mundo?
Ah! O mundo seria um imenso jardim de flores mulheres e maravilhosas

E eu as amo por existirem em nossas vidas e em nossos coracoes
E eu as amo por serem tao amigas,lindas,companheiras maravilhsoas
E eu sempre as amarei por me trazerem as melhores e mais sagradas das paixoes

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Foto de Luiz Islo Nantes Teixeira

DUAS MULHERES NUAS

Duas Mulheres Nuas
(Luiz Islo Nantes Teixeira)

Olhando atraves das janelas abertas
No sol da manha dourada
Vejo duas mulheres esbeltas
Completamente nuas na piscina azulezada

Brincam com as aguas transparentes
Que acariciam suas curvas nuas
E mergulham bem contentes
Expondo as duas pequenas meias-luas

Se divertem atras do muros proibidos
Como se estivessem sozinhas no mundo
E os meus olhos atonitos e atrevidos
Me levam ate a piscina, bem la no fundo

Duas mulheres nuas, duas obras primas
Embelezando a paisagem natural
Na manha dourada
Todas as duas tao divinas
Tao belas, sorridentes, que visual!
Que guardo na memoria extasiada

Parecem que nao sabem dos meus olhos furtivos
Que filmam todas as cenas
Ah! Meu coracao, meus olhos estao cativos
Enfeiticados pelas duas mulheres nuas e morenas

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Foto de Luiz Islo Nantes Teixeira

AS DUAS GEMEAS

AS DUAS GEMEAS
(Luiz Islo Nantes Teixeira)

O sonho de todos os homens se assim posso dizer
E ter mais de uma mulher
Ah! Se eu pudesse tambem te-las
Nao que se sejam so para dar prazeres nas camas
Mas que sejam como duas damas
Que todos possam respeita-las e reconhece-las!

Todos os homens tem fantasias com duas femeas
Talvez duas irmas gemeas
Ah! Eu nunca pude esquece-las
Aquelas que brincaram um carnaval comigo
E que ate se desnudaram no meu abrigo
Ah! Como eu sonho um dia ve-las

As vezes sinto a animacao daquele passado
E e como se sentisse os labios daquelas mulheres
E quanto mais a saudade bate no coracao acelerado
Mais recordo aqueles mil prazeres

O sonho de todos os homens sao sonhos iguais aos meus
E todos somos filhos de Deus
Ah! Seu eu pudesse ter de volta minhas duas gemeas
Eu as amaria pelas horas que passei sozinho
Pelo meu corpo que sente a falta daqueles carinhos
E eu seria como um rei entre aquelas duas femeas

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Foto de Luiz Islo Nantes Teixeira

A MAIOR ALEGRIA E VIVER CHORANDO

A MAIOR ALEGRIA E VIVER CHORANDO
(Luiz Islo Nantes Teixeira)

A maior alegria e viver chorando sozinho
Porque so um coracao que chora conhece a dor
E conhece as pedras do caminho
E sabe que amar e bom, mas precisa-se mais que amor

Amar e abrir a porta para a amada
Quando simplesmente ir ao um banco
Amar e consola-la , quando frustrada
Porque lhe quebrou o novo tamanco

Amar e comprar flores todas as semanas
Mesmo que tu penses que nao seja preciso
Pois a mulher que tu queres e amas
Sempre tem que provocares o sorriso

Amar e estar sempre do lado da cama
Quando ela estiver com febre ou gripe
Amar e elogia-la que estar linda e bacana
Mesmo se te parecer que ela esta triste

Amar sao coisas bem simples ,mas vitais
Por que as mulheres vivem de pequenos detalhes
E se amar nao e dar nossa atencao demais
O amor vai como os rios pelos vales

A maior alegria e viver chorando baixinho
Refletindo enquanto esta sozinho
Para uma melhor atencao
Porque quando se erra no amor
O primeiro que e atingido pela dor
E nosso velho coracao

Amar e como dividir as mesmas digitais
Falar a lingua da paz
E ser uma so carne, um so corpo, um so louvor
Porque quando o amor e doloro demais
A melhor alegria e chorar sozinho, mas
Feliz com o que a vida te reservou!

Amar nao e da boca pra fora
Mas de dentro do coracao
Quem diz que ama
Porque houve desde os tempos de outrora
Esta caminhando para uma ilusao

Mas sempre ha uma esperanca
Que a alegria que se esconde na dor
Nos ensine esta licao
E para o novo amor, eu suponho
Sera a nova retencao

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Foto de Luiz Islo Nantes Teixeira

AS BUNDAS

AS BUNDAS
(Luiz Islo Nantes Teixeira)

Admiro muito uma bunda, aquelas duas metades divinas
Sejam loiras, mulatas, negras ou brancas , as bundas favoritas!
Elas sao a melhor parte do traseiro das belas meninas
Que desfilam diante dos meus olhos com suas caras bonitas

Admiro muito uma bunda, mesmo das orgulhosas argentinas
Mas conheco bundas que deveriam ser enxertadas ou esquecidas
As bundas magras, desengoncadas , as chamadas bundas caidas
Que nao vejo nas duas preciosidades que sao as minhas primas

Acaricio e beijo todas as bundas de uma boa distancia
Mas so com os meus olhos e coracao que continua admira-las
Bundas perfeitas para acalmar a minha ansia!

Pois assim fico livre de sofrer um tapao no rosto
De mulheres ofendidas de bundas que quero aperta-las
E desfrutar destas duas metades divinas que tanto gosto

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Foto de LUCAS OLIVEIRA PASSOS

AS ESTRELAS

As estrelas Lucas Oliveira Passos

As estrelas estavam lá, no pedaço de céu que me cabia apreciar pela janela, naquele leito de hospital em que eu me encontrava, arrasado e sem entender nada...mais uma vez minha vida mudava completamente, numa guinada imprevizível...a necessidade da cirurgia, a gravidade da doença, e por fim a notícia que tentaram me passar e que me recusava a entender, sabia que era algo terrível, algo que teria que me lembrar e aceitar para o resto da vida, mas naquele momento o bloqueio não permitia, eu não conseguia pensar, apenas aquela imensa tristeza, e um gigantesco desejo de morte que nunca havia sentido antes em toda minha vida.

A enfermeira se aproximou sem fazer qualquer barulho, e cuidadosamente fechou a pequena janela, próxima ao meu leito, minha única referência para o mundo exterior, minha única fuga para os pensamentos terríveis que invadiam minha mente.

- Tenho que fechar a janela, os outros pacientes estão reclamando do frio, me desculpe, sei que é a única coisa que parece lhe interessar...

Assim, todas noites, meu céu quadrado e pequeno, contido nas dimensões daquela janela, se apagava irremediavelmente, as estrelas, que eu tanto estudara e pesquisara, por puro deleite, em certa etapa da vida, eram agora meu único consolo, me faziam pensar no tão pequeno que eu era, naquela imensidão tamanha do universo.

Não sabia quanto tempo já se passara desde o dia em que me internei com câncer e uma hérnia abandonada por muito tempo, calculava algo em torno de uns seis meses, tudo fora um sucesso segundo os médicos, mas meu corpo não era mais o mesmo, meus 75 anos pesavam bastante no processo, o restabelecimento era lento, a angústia era grande, havia algo medonho a ser encarado, assimilado e entendido...um amargo na garganta, um peso imenso no peito...por que meu cérebro se recusava a processar a notícia que foram me dar? Minha filha Aninha, por que não aparecia mais no hospital para me visitar?

As lágrimas brotavam abundantemente nos meus olhos, não devia ser assim...tão acostumados com o sofrimento devido aos anos de trabalho voluntário na ajuda desvalidos...comecei a lembrar palavras que foram ditas...concluí que havia acontecido com Aninha algo terrível, agora ela era apenas uma pequena estrela no céu e ao mesmo tempo uma chaga aberta para sempre no meu peito, para o resto do resto de minha vida, pois minha vida agora só seria um resto, que talvez nem merecesse ser vivido...chorei a noite inteira...nunca fora de chorar, nunca chorava, mas era impossível evitar...comecei a recordar o passado e parei exatamente quando Aninha havia entrado em minha vida...antes de nascer...ainda quando era nada mais que uma promessa de vida no corpo de uma mulher, quinze anos atrás...em um ponto de ônibus em Copacabana...

- Tu podes me ajudar? Estou com fome, estou grávida, meu namorado me abandonou, minha família não quer me ver, cheguei de Curitiba ontem e não como nada a dois dias, preciso que alguém me ajude...

Olhei a mulher nos olhos atentamente, estimei não mais que 30 anos para sua idade, observei todo seu corpo, era bonita, estava maltratada, entretanto vestia roupas de qualidade...seus olhos mostravam que estava em situação de carência e mêdo, o corpo, uma gravidez de no mínimo dois meses, senti muita pena dela, eu nunca abandonaria uma mulher à própria sorte, mesmo sendo desconhecida, e assim me senti envolvido e pronto para ajudar...

- Qual é o seu nome, moça?

- Sonia, mas tu podes me chamar como tu quizeres, se puder me ajudar te agradeço muito...Tu és casado, posso ajudar no serviço da tua casa?

Aquela pergunta me fez lembrar que já fora dezenas de vezes, não no papel, mas a muito tempo este conceito de ser ou estar havia perdido o significado em minha vida, deixava o amor fluir da forma que viesse, amava as mulheres incondicionalmente, deixando-as livres para entrar e sair de minha vida como bem entendessem, aprendi a recomeçar sempre que fosse possível, sem olhar para trás e sem me importar com nada, estivera diversas vezes no topo e na base, e sabia que após tempestades a terra se torna fértil e pronta para a fecundação, e que o importante eram os dias de sol que viriam, trazendo lampejos de felicidade...pequenos momentos que tinham que ser aproveitados antes que se acabassem...não fechava nunca qualquer porta que pudesse permanecer aberta em minha vida, essa era minha filosofia de vida, era como eu me sentia...

- No momento estou morando sozinho, se você quizer, eu te levo para minha casa, lá você pode se alimentar, tomar um banho, trocar de roupa e ficar quanto tempo quizer...até ter um lugar melhor para ir...quando quizer ir...

E assim, desde o primeiro dia morando em minha casa, Sonia se posicionava como minha mulher, sem reservas, na cama inclusive, sem nada perguntar, sem nada pedir, com seu olhar meio ausente e distante, por vezes inquieto.

Comecei a perceber que Sonia seria um pássaro passageiro em minha vida e não demoraria a se lançar em novo vôo, e isto me incomodava, havia me apaixonado mais uma vez e agora amava Sonia e a pequena semente que crescia no seu útero, fecundada por outro homem, mas já adotada totalmente por mim. Passei a visitar minhas tias levando Sonia e a promessa de Aninha, cada vez maior em sua barriga, apresentando-a como minha nova companheira, na extrema tentativa de faze-la gostar daquela opção de vida, mas sentia que o olhar de Sonia estava cada dia mais longe.

Tinha percebido desde o início que Sonia, assim como meu falecido filho Lalo, apresentava sintomas típicos de viciados em drogas, a abstinência estava lhe pesando cada vez mais e chegaria a um ponto em que ela não suportaria ultrapassar...isso me aterrorizava e me fazia passar noites em claro procurando uma alternativa, abri o jogo com ela, mas ela negou tudo e inverteu a situação, dizendo que se eu queria um motivo para me livrar dela e de Aninha. Talvez Sonia nunca tenha sabido o quanto me feriam essas afirmações...o quanto era grande o meu amor por ela.

O tempo foi passando, dias, semanas, meses e finalmente Aninha nasceu, pequenininha, indefesa, totalmente dependente de tudo e de todos, sem saber em que mundo fora lançada e por quanto tempo...eu tentava esconder as lágrimas que brotavam de meus olhos quando observava a total indiferença de Sonia em relação a Aninha, e comecei quase por adivinhação do que viria, a ler tudo sobre crianças.

Quando Aninha completou duas semanas de vida, cheguei de uma entrevista para um novo emprego e não encontrei mais Sonia, ela havia partido, deixando apenas um pequeno bilhete junto ao berço. Sonia levou quase todo dinheiro de nossas reservas, Aninha passou nesse momento a ser responsabilidade e problema apenas meu. Eu me recusei a acreditar, andava pelas ruas olhando em todas as direções, procurando por Sonia, levando fotos, falando com drogados, mas nenhum sinal de Sonia, devia estar longe...talvez em Curitiba...talvez em qualquer lugar do mundo, bem longe dos meus olhos mas ainda dentro do meu coração, ocupando um espaço imenso e significando talvez a maior derrota de toda minha vida.

Sentia uma imensa agonia e abraçava Aninha toda vez que precisava sair para conseguir algum trabalho, agora eram apenas eu e ela, apenas nos dois para enfrentar o mundo e lutar pela vida. Como conseguiria trabalhar e ao mesmo tempo cuidar do bebe, teria que conseguir uma atividade que pudesse ser feita em casa, que não tomasse todo meu dia...tinha que conseguir voltar ao topo, com bastante dinheiro seria mais fácil resolver as coisas... nunca me importava com o dinheiro, mas agora ele era a coisa mais importante para que eu pudesse cumprir meu juramento, daria o máximo do resto de minha vida para que o futuro de Aninha fosse o melhor possívcel...eu sempre recomeçava...já não me assustava com isso... e assim fui vivendo aqueles dias de angústia e amargura, tendo como único prazer observar a vida e o tempo fazendo de Aninha uma menininha cada vez mais linda.

O tempo foi passando e meu trabalho em casa, com desenho, arte final e fotografia, conseguia manter Aninha na escola, ela estava cada dia mais linda, com seus dois aninhos completos, me chamava sempre de paizinho, o que me deixava orgulhoso, eu já aceitava que iria viver apenas para que aquela criança pudesse ser alguém neste mundo hostíl, e assim evitava agora me envolver com outras mulheres, vivia só para Aninha.

Quando Aninha completou quatro anos, escrevi para minha tia que morava em Porto Alegre, que não via já a uns vinte anos. Informei sobre minha vida e minhas preocupações em relação a minha filha, a incerteza das coisas e a necessidade de ter alguém que pudesse ajudar caso eu ficasse doente ou morresse. A resposta de minha tia veio rápida, “venha para Porto Alegre, só aqui poderemos te ajudar, precisamos de alguém de confiança para a fábrica de tecidos, minha filha Tânia separou do marido e já não consegue tocar tudo sozinha, ele participa do conselho de administração, mas não do dia a dia da fábrica, entre em contato, poderemos nos ajudar, sei que você é competente quando está motivado, te esperamos aqui ”.

O convite me deixou orgulhoso e me fez sonhar com a possibilidade de estar perto de Curitiba e conseguir encontrar Sonia, ainda moradora em meu coração apesar de tudo o que acontecera, e assim, em poucos dias eu e Aninha já estávamos reduzidos a apenas duas grandes malas, que continham tudo que tinhamos na vida, também cheias de esperanças e sonhos de melhores dias em nossas vidas.

Quando os momentos são felizes, passam muito rápido, e assim, Aninha já estava fazendo dez anos de vida. A ida para Porto Alegre fora muito boa para mim, Tânia estava muito abatida com a separação e se dedicou totalmente a mim e a filha, embora tivesse suas duas filhas adolescentes para cuidar. Aninha vez por outra me abraçava e lamentava por mais uma vez não poder ter a oportunidade de conhecer sua mãe. Eu procurava a todo custo esconder as lágrimas que teimavam em rolar de meus olhos cerrados enquanto a apertava fortemente contra o peito, dizendo que um dia isso seria possível, que ela voltaria e seríamos felizes. Estava muito bem posicionado na empresa, como diretor de produção, mantinha dois detetives mobilizados na busca por Sonia que parecia ter se transformado em pó. Não sei até hoje, se foi por me observar sofrendo e sem ninguém para compartilhar, ou se foi para causar ciúmes em Silvio, que a largara para viver com outra mulher, que Tânia começou uma aproximação maior, me fazendo seu acompanhante a festas e jantares e fatalmente acabamos nos gostando e começando um relacionamento amoroso escondido.

Era um sábado de manhã, acordei bem cedo pois havia combinado com Tânia um passeio nas regiões serranas, recebi um recado de Tia Albertina, me chamando no seu escritório, não imaginava o que poderia ser, lembro que eu estava muito orgulhoso com as novas máquinas que haviam dobrado a produção, embora a contragosto dela, que achava que as empresas tinham que operar sem dívidas, e que votara contra a compra do novo maquinário financiado. Tânia ficara pela primeira vez em posição contrária a dela e a de Silvio, durante a votação do conselho de administração. Silvio visitara tia Albertina na véspera e falara em reparar um erro e voltar a viver com Tânia. Até hoje não sei se eu estava certo ou não, mas nunca imaginei ouvir de minha própria tia o que ouví alí;

- Canalha, acabou para você, eu confiei em você e você me traiu, não adimito, não posso acreditar que você se envolveu com Tânia, ela é muito mais nova que você, isso é um desrespeito, quero que você volte para o Rio de Janeiro, não quero você mais aqui, já fiz as contas e este cheque é tudo que você tem direito, pegue sua filha e suma daqui, hoje mesmo...

Rasguei o cheque na frente de minha tia e fui buscar Aninha, preparamos as malas, apenas duas grandes malas, largando todo o resto para trás, novamente cheias de esperanças e sonhos de melhores dias em nossas vidas...

Hoje, um ano após sair do hospital, começo a procurar pelos parentes que me restam e pelos vizinhos, só agora consigo falar em Aninha sem que a voz me escape e um pranto enorme me sufoque, foi muito duro tentar recomeçar a vida e tentar entender como tudo se passou, eu e ela fomos vivendo nosso amor fraternal, que aumentava a cada dia, e nos bastávamos, o mundo não tinha mais sentido, até que a necessidade da cirurgia nos separou pela primeira vez na vida, aquela profunda tristeza e o medo da minha morte foi capaz de matar Aninha, de uma forma tão violenta que o coraçãozinho dela, de apenas quinze aninhos, não aguentou a solidão, se recusou a bater e parou para sempre. Eu e meu velho coração, ficamos em coma várias semanas, porém já tantas vezes vacinado pelas angústias da vida, aguentei firme até hoje, embora não consiga aceitar o que se passou e sinto, cada vez que olho as estrelas, que Aninha está lá, linda como sempre foi em sua curta vida, sempre ao alcance dos meus velhos e cansados olhos, minha amada estrelinha...Minha filha Aninha!

Sigo a jornada da vida, cumprindo minha missão, voltei ao trabalho voluntário com os desvalidos, tentando dar um pouco de utilidade a este resto de vida, sei que é questão de pouco tempo, breve estarei com ela para sempre...junto as estrelas...

Foto de Luiz Islo Nantes Teixeira

ADORO OS DECOTES

ADORO OS DECOTES
(Luiz Islo Nantes Teixeira)

Adoro os decotes onde os meus olhos despertam
E nao me envergonho em admitir que desejo o escondido
Deixar que meu olhar devasse aqueles seios, embevecido
Onde esta a esplendida morada dos meus desejos febris

Adoro os decotes ,mas nao sou um homem atrevido
Por amar a perfeicao da criacao divina, as mulheres!
No seio de uma mulher ha tantos desejos e prazeres
Mas estes so serao plenos se ela se entrega por estar feliz

Como um jorro de emocoes que nascem dos coracoes
Rompendo as ultimas barreiras de nossos velhos tabus
Um simples olhar num decote pode nos colocar nus

E entao o desejo torna os beijos mais quentes nos teus seios
E os bicos de teus seios somem nos meus labios cheios
E o teu decote desaparece na noite de infindaveis paixoes

© 2008 Islo Nantes Music/Globrazil(ASCAP)
Globrazil@verizon.net or Globrazil@hotmail.com
Brazil - (021) 2463-7999 - Claudio
USA (1) 914-699-0186 - Luiz

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