Noite

Foto de Carmen Lúcia

Noite sombria

Noite de breu, sem lua,
Estrelas não querem acordar,
Mistérios pairam no ar...
Fantasmas assombram
Esquinas vazias, sombrias...
Nos becos, sombras a vagar...
Vaga-lumes receiam piscar,
Corujas espreitam, não piam,
Lobos se escondem, não há luar...
O silêncio acentua a escuridão
E sugere, insinua à solidão.
E os poetas, onde estão?
Mais uma noite em vão!

Foto de Marta Peres

Velha Cruz Solitária

Velha Cruz Solitária

Sozinha na estrada por onde ando
Sempre encontro chorando, só e triste,
Esquecida na vida, a velha cruz solitária!

Na solidão vive dia e noite, dia após noite
Esquecida do mundo, sem alguém que por lá
Passe e pare levando um cadinho de flor,
uma oração a favor.

Quando o dia finda e a noite vem baixando,
Lá nas bandas da várzea funda, onde a cruz
Foi erguida, passarinho solitário canta e dança
Ao seu redor, deixando lindo o cenário.

Ao lusco-fusco, na penumbra das moitas,
piscam pirilampos ou vaga-lumes,
escondidos no ermo dos campos brincando
e beijando a cruz.

Ela, sozinha na ponta da estrada parece chorar,
Não há viva alma que acalente seu olhar,
Apenas borboletas coloridas, voláteis
Voando e enxugando as lagrimas teimando ficar.

O amor que busca esta cruz pequena,
Entre choros e penas, sofrimento atroz,
O gozo e o riso, seu sonho há de encontrar,
Numa rosa tristonha, nascida ao pé da cruz.

Marta Peres

Foto de CarmenCecilia

VIDEOPOEMA SE EU PUDESSE

SE EU PUDESSE!

Se eu pudesse falar...Tudo que vivemos...
Essa história que escrevemos...
Mostrar tudo que nos atrevemos
E contar todos os momentos!

Toda a ventura...Aventura!
Essa maravilhosa loucura!
Ai se eu pudesse!
Voltar no tempo e ser seu templo...
Você que a todo tempo contemplo...

Ai meu Deus ...Dizer daquele amor!
Que me tirou o ar...Arriscar...E em ti aterrisar.
E atravessar o mar pra te encontrar
E ali você estar pra me buscar...

Nem o céu mais iluminado e estrelado
Nem a lua testemunha desse enredo
Ficaria a guardar segredo
Desse sentimento alado...Alucinado!

E vem essa noite de inverno
Trouxe-me de volta esse amor terno...Eterno!
Aquele vinho tinto...Só instinto...
Das saudades que agora sinto...

E do frio....Que em teus braços foi calor!
Vivenciou nossos corpos como cobertor...
E a lareira em labaredas...
Desenhando nosso ardor...Sem pudor...

Tive que atravessar um continente
Para ficar ciente do amor que és semente
E agora se reflete no meu semblante
Tu que me descubriu como amante...

E que me delineou a ficar contigo incontinenti
Olho insistentemente para o horizonte
Contando os minutos da sua chegada
Pois pra mim não importa mais nada...

CARMEN CECILIA

Foto de Carmen Lúcia

O catador de pensamentos

Mal amanhecia o dia
Lá ia seu Rabuja,
Com ar de ranzinza,
trajado de cinza
com um saco na mão.
Passava sob as janelas
de todas as ruelas,
caçando ilusões.
Suprimir sofrimentos,
catar pensamentos
caídos no chão.
Havia de todos os tipos;
alegres, pesados, sofridos,
sombrios,l eves, vazios,
em grande profusão.
Catava-os com muito carinho,
colocando-os um a um
dentro do saco, no chão.
E antes de cair a noite
voltava para casa,
com enorme satisfação.
Embora cansado, queria
fazer de seu sonho, realização.
E nas prateleiras da sala,
distribuía com gala,
pensamentos mil...
Dispostos em ordem alfabética,
Sem nada de rima ou métrica,
com gesto febril.
Na A, pensamentos de Amor,
Na B, de beleza interior,
Na C, compaixão, comunhão,
Na D, desapego, doação...
Os pensamentos doentes
eram todos separados,
pois, por ele eram tratados,
com zelo, cuidado e aparato.
E quando chegava a hora
era o momento de glória...
Num raro jardim secreto,
plantava todos pensamentos
já livres de sofrimentos.
Com um sorriso discreto
tratava-os com grande afeto.
Então vinha a Primavera
com seu poder de transformação;
cada pensamento virava
linda rosa em botão...
E de seu Rabuja, o jardim,
Era beleza sem fim...
Canto de passarinhos
que saíam de seus ninhos
Pra voar por entre as flores,
rosas de todas as cores.
E quando de lá partiam,
em seus biquinhos cabiam
as mudas que então espalhavam
em cada canto da cidade.
As rosas se multiplicavam,
os pensamentos se uniam
num misto de amor e felicidade.

Foto de Carmen Lúcia

Se queres...

Se queres saber como estou...
Pergunta ao vento,
Que espalha no tempo
Um triste lamento
Saído dos lábios meus...
Se queres saber de mim...
Pergunta às flores
Que já não encantam jardins...
Aos pássaros que já não gorjeiam,
Que choram baixinho o pranto que é meu...
Se queres saber onde estou...
Pergunta às estrelas,
Que teimo em não vê-las...
Escondida em meu labirinto
Guardando tudo o que sinto...
Elas sabem da dor longe dos olhos teus...
Se queres saber onde vou...
Pergunta à noite, aos becos, esquinas...
Por onde passa a sombra daquela que fui,
Que vagueia em busca do que perdeu
Que implora carinhos que já foram seus...
Se queres saber se morri,
Pergunta ao meu coração...
Que não mais corresponde
Aos sonhos que um dia já cri...
Aos apelos da alma que clamam por ti...
E só ele responde...
O que já não sei, o que não vivi.

Foto de Raiblue

Madrug(ais)...

.

Ângulos
Espelhos
Reflexos
do amor
que escorre
entre os dedos
Fogo
Velas do desejo
Clareando a noite
e nos guiando
mar adentro...
Penetramos
outras dimensões
desvendamos
caminhos
desvios
puro desvario...
Fuga da realidade
magia
fantasia...
Despimos nossos corpos
e nossas almas
Fusão...
Ponto de ebulição...
Explosão!
Cheiro de amor no ar
néctar na epiderme
deslizamos
nossos sexos
encharcados
gozados...
Espelhos
embaçados
pelo nosso
ardente pecado
madrug(ais)
ensolarados...
sol e lua
encontro marcado...

(Raiblue)

Foto de Carmen Lúcia

Natal na favela

Noite de Natal!
Sentam-se à mesa...
O mesmo ritual...
Os filhos, a mãe, o pai.
De entrada, uma fatia de pão,
A mesma fatia...a sobremesa.
Hora da oração!
"O pão nosso de cada dia..."
E lá se foi a fatia...
Nos olhos parece ter areia.
Vontade de chorar!
Na parede, o quadro da Santa Ceia!

Foto de Raiblue

Seu corpo, meu destino

Anelos
Pensamentos se conectam
Num grito
Num gesto
Confidências
Segredos
Encontro marcado
No meio da noite
Janelas fechadas
Estrelas no teto
Diálogo não verbal
Os olhos ,o canal
Sensações, movimentos
Dos corpos em desalinho
No chão
Na cama
Tudo é chama
Que nos consome
Fome que não cessa
Amor que tem pressa
Sexos latejantes
Encharcados
Delirantes
Gozo que explode
No céu da boca
Mar e firmamento
E o sentimento nascendo
Infinito horizonte
Sem nenhuma
Linha dividindo...
Apenas as curvas do seu corpo
Meu destino...

(Raiblue)

Foto de Carmen Lúcia

Bilhete ao Papai Noel

Sei que vou pedir-lhe muito
Mas para mim não será demais...
Preciso me agarrar ao sonho,
E sem você não serei capaz!
Quero de novo a minha infância
Que me fugiu, não volta mais...
E de novo ser criança
Ainda crer no que você faz.
Quero a rua de pedrinhas
Bem redondinhas e brilhantes
E brincar de Amarelinha,
Quero deixar de ser grande.
Quero toda a magia
Que contagia quando é Natal,
Quero o ressoar dos sinos
Tocando hinos...Tudo igual!
Abraçar os meus amigos
Que estão distantes, não vejo mais...
Nem todo o tempo fará
Que os esqueça...isso jamais!
Desembrulhar os presentinhos
Olhar pro céu e enxergar
Aquela mesma estrelinha
Que no Natal vinha me piscar!
Quero a alegria sã de minha mãe
Sempre ao meu lado...
E se não puder me traga
Só nessa noite, o seu afago!

Foto de Carmen Vervloet

ROSA MAGESTOSA

ROSA MAJESTOSA

Num dia de muita inspiração,
Deus criou com perfeição,
A mais bonita das flores.
Deu-lhe pétalas anacaradas,
Com cores pinceladas
Nos mais variados tons.
Amarelo singelo,
Vermelho carmim,
Rosa chá,
Branca pura,
Rosa escura.
Deu-lhe nome de mulher
Frágil como um cristal qualquer!...
Desabrochava a rosa majestosa,
Das flores a mais formosa!...
Seu perfume era suave
Como à brisa mansa.
Suas pétalas de beleza comovente
Eram beijadas, todas as noites,
Pelas lágrimas do orvalho
Emocionado e enamorado.
Vinha pousar o seu beijo
Em suas pétalas macias.
Quando pela manhã o sol chegava
Fugiam as lágrimas em nuvem branca,
Para voltar à noite como chuva,
Beijando-a outra vez.
Mas para uma flor tão bela,
Admirada nos jardins e nas telas,
Deu-lhe Deus uma proteção.
Encheu-lhe o caule de espinhos,
Que faziam sangrar a mão,
Que dificultava o carinho,
Do mais ousado vilão.
E por isso sobrevive a rosa
Cantada em versos e prosa!...

Carmen Vervloet

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