Noite

Te vi, te olhei, parei. Em vão tentei articular alguma palavra, mas fiquei alí,muda, sem conseguir emitir um único som . Minha voz não saía, apenas grossas lágrimas escorriam de meus olhos cansados por uma noite em claro, pensando no que fazer, depois que perdi você...
Te enviei uma longa carta, muito escrevi e nada expliquei. Ao te encontrar naquele momento bem na
minha frente, queria dizer de meu amor; meu arrependimento e estou certa que era o que esperavas ouvir, mas a voz não saía...nossos olhares se cruzaram e com as grossas lágrimas caindo pela face, dei um último olhar pra você e novamente parti...sem nada dizer...o que deveria ser dito, ficou no ar ,vazio...
Na garganta, engasgada pela dor, pelo tremor, pela emoção de mais uma vez te perder e novamente te ferir.
Hoje, relembro dessa nossa cena, mas para nós, já é tarde demais.
Só resta a saudade do que fomos juntos, e essa dor imensa da perda de nosso tão lindo amor!..
ANDARELA

O que eu gosto em você...

É esse seu jeito de ser, meio maroto,
Pirraceando feito um garoto, a contragosto,
Zombeteando desse meu modo carente
E meio “careta”de lançar-lhe um flerte.

O que eu gosto em você...

É esse atrevimento em seu olhar,
Tentando me despir, me ver corar,
Olhos de “raio x”, a fim de descobrir
As minhas partes íntimas, o íntimo de meu ser,
E eu nem sei porquê...Elas são todas pra você!

O que eu gosto em você...

É querer ganhar-me facilmente,
Me arrepiando toda, indiscretamente,
Me deixar perdida, maliciosamente,
Me arrebatando o chão, impiedosamente,
E me levando à loucura, inconseqüentemente.

O que eu gosto em você...

É esse seu jeito imprevisível de ser,
É não saber se vem para ficar,
É não saber se vai pra não voltar.
E quando vem, é luz do dia,
E quando vai...noite sombria.

O que eu gosto em você...

É esse seu sorriso escancarado,
Qual porta aberta para o céu e o pecado,
É caminhar em direção ao infinito,
Por terra firme ou beira de precipício.

O que eu gosto em você...

É essa displicência, indiferença,
Quando de amor quero lhe falar
E num gesto sôfrego, me tapa a boca, me deixa louca,
Pra logo em seguida me beijar.

O que eu gosto em você...

São essas investidas tempestuosas
Gerando sensações voluptuosas...
Eu, frenesi do ápice da paixão,
Você, lava de vulcão em erupção!

O que eu gosto em você...

É ter-me ensinado, mesmo sem querer,
O lado gostoso do viver,
Um jeito tresloucado de querer,
Simples e complicado, calmo e agitado.

O que eu gosto em você...
É tudo o que me faz sentir...
Achar que do Big Bang só restou nós dois,
E todo o universo se formou depois...
É ver no arco-íris a oitava cor,
Me entregar de vez a esse louco amor,
É ver o dia amanhecer...resplandecer...
Sem me importar com o que possa acontecer!

O TESOURO DA DESCORDIA

Nao navegarei em mares a procura de qualquer descoberta,
Nem aventurarei em desmentir se o sol eh o centro do universo
Muito menos alavancarei a terra por um ponto de equilibrio
porque sei que meu tesouro finge nao brihar pra me enganar do seu brio
e lembro que em mim tenho esse tesouro como centro do meu verso
e assim ate parece que sao muitos universos e faz da noite coberta
so pra acreditar que sim, nenhum mar me leva a chegar a verdade
de que o mundo eh redondo e sobre ele choramos e fazemos o mar
sorimos e fazemos os passaros cantarem e os rios correrem
gritamos em socorro de amores perdidos soprando ventos
voamos a procura de alento em luas distantes
enquanto sabemos que eh mesmo aqui na terra onde ha os eventos
ponho o mundo em minhas maos atras do meu tesouro
nem precisarei de alavanca muito menos de convencer os que concorrem
para a inverdade de que nao brilha o meu tesouro sobre o Tejo
viverei cada dia destas grandes viagens paradas, e finjo que nao vejo
o tempo passar, e mais outros tesouros a brilharem
e so eu sei a diferenca que reclamo deles nao serem o meu tesouro
nao precisam ser ouro para ser tesouro
eh so um dia, uma noite, uma tarde ouvires o silencio
apalpares o ar que expulsas desse coracao teimoso
nao o deixes escapar, segure e leia as mensagens do poderoso
coracao que insistes em nao curvar para as suas melodias
nao acredito que chegara o dia da rendicao
mas acredito que sentiras, um dia a emocao
que hoje digo sentir sem dor e nunca querer duvidar
por alguem outro, e sim vais no fulgor do que sentes
dar razao a minha alegria de hoje poder viver sem cuidar
esse tesouro que finge nao brilhar
pois o dia que nao brilha, nao eh porque nao brilha
pois os raios que insistem por de tras das nuvens
brilharao forte que romprerao o que lhes impede de dar brilho
farao chover, trovejar e mesmo ai brilharao em relampagos
e voltara a brilhar o dia