Palavras

Foto de angela lugo

DEPOIS DOS BEIJOS

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Sussurrando palavras de paixão no teu ouvido
Olhando nos teus olhos fazendo juras de amor
Nada pode nos deixar sem este colorido sentido
De amar com este sentimento tão sonhador

Fechando os olhos quando estamos nos beijando
Sentindo o sabor do ritmo da paixão acelerando
Mãos deslizando cada pedaço do corpo afagando
Sentindo cada movimento de amor nos deliciando

É bom sentir tudo o que vem depois dos beijos
Todos os sussurros, os gemidos de prazer
Saciando aos poucos todos os desejos
Só temos mesmo que ao Amor agradecer

Amor que nos toma nos braços docemente
Paixão que penetra em nossa carne quente

Foto de Arnault L. D.

Das coisas que são suas

Tenho medo das minhas facas
tenho medo das minhas palavras
tenho medo do meu instinto
tenho medo da minha fome
tenho medo da minha escolha
tenho medo do meu desejo
tenho medo do meu rancor
tenho medo do meu ódio

Tenho medo do escuro

E todos eles são meus
todos formam um outro

Quando a luz abaixa
quando o sórdido corrói
quando perco o receio
das coisas que são minhas

Não me queira cheio de coragem
não me queira cheio de mim
não me queira dono de tudo

Queira-me confuso
queira-me com medo
queira-me em parte

Ou vai conhecer mais do que busca
ou vai conhecer menos do que espera
ou vai conhecer além do que pode

Se me considera seu, tenha cuidado
Destas coisas que são suas

Foto de Arnault L. D.

Irmãos em poesia

O poema pode ser dito inédito,
mas, não se engane, ele não é novo.
Os temas são os mesmos a todo povo
e não há páginas para tanto crédito.

Tudo que falei, a muito foi dito,
do hieróglifo na pedra, ao computador.
Desde lá o amor rimou com flor e dor;
no salmo do santo, ao sabá do maldito...

A lágrima a muito tempo já molhou
e as juras, algumas foram cumpridas,
cartas chegaram e extraviaram não lidas,
qual aquele velho e-mail que enviou.

Penso onde estará o outro poeta,
que me emprestou aquele mesmo tema.
E que viveu a mesma cina e dilema
de tentar transpor o que a pele afeta.

Deve ter sido apaixonado e sonhador,
em seu tempo total contemporâneo.
Diferente de mim, de ar subterrâneo,
deslocado, antiquado, apaixonado sonhador...

Me pergunto, como igual ser diferente?
A mesma palavra noutra boca, um embuste.
Tantas milhas e cada luz em seu poste,
iguais em tudo e o todo é diferente.

Não compreendo onde está a poesia,
sei que se repete, mas não em palavras,
embora o peito saiba onde estão as lavras
não me revela, talvez n'alma seria...

Paralela parceria de futuro e nostalgia
dos poetas que não se sabem irmãos,
mas, que nas linhas sinuosas de suas mãos
“Escreveu” versos que o mútuo plagia.

Foto de Felipe Ricardo

Definição I - Para Uma Menina Que Amo -

Então aqui me mostro o pensante Silfo
Que assim me entrega sua vida em palavras
Mas lhe falo que sou perigosa e cruel, pois se
Me enganeres te mostrarei toda a escuridão
Da lua, já que dela tiro meu sorriso que te atrai
Ao meu precipio que voce chama de coração

"Então me digas o que tanto quer comigo, diga
Logo, pois se eu quiser contigo faço, mas se não
Logo com voce brinco de te devora aos poucos"

Mas não se espante... Não tenhas medo de meu
Sorriso e nem de meu olhar, pois sei que deles faço
Tua morte e vida, mas te digo oh carinhoso silfo
Meu perigo é apenas minha forma de me proteger
Já que tanto fui machucada e não quero mais tristeza
Apenas desejo me ver livre desta musica me minha vida fez [...]

Foto de Ayslan

Amo Você

Priscila até a saudade de ti mim faz feliz... Mim faz lembrar o quanto você é linda e especial. Essa mesma saudade que ti trás aqui para junto de mim leva você embora e não mim permite ti abraçar.
É essa tal saudade que me permite imaginar e ficar sonhando acordado em contigo estar...
A saudade que mim faz lembrar-se de seus abraços cheios de amor, chega a ser impossível não sorrir ou chorar ao sentir seu coração pulsar.
Sabe o mundo para quando estou contigo, sinto uma paz interior... Na trajetória ate sua casa venho olhando e torcendo que esteja mim esperando na calçada... Quando chego e você estar trabalhando sentada no sofá simplesmente linda... Você dormindo com a cabeça no meu colo e eu só queria sentir sua respiração junto dos batimentos de seu coração e eu respondia dizendo baixinho para não ti acorda “Eu te amo Priscila”
Ficar ti olhando conversa e dizer que acho lindinho ouvir você falar, segurar na sua mão enquanto você está concentrada no filme que assistimos juntos e beijá-la suavemente assim como digo pausadamente e devagar varias vezes antes de abrir olhos “Eu te amo Priscila”
As palavras se acovardam, meus sentimentos se resumem meu coração grita e escrevo sem noção afinal são palavras do coração e só as vejo quando abro os olhos... Abro os olhos e o sonho não termina e mesmo sem rima um conto ou uma poesia de olhos fechados seja longe ou pertinho de ti quero sempre ti dizer Amo você.

Para: Priscila

Foto de David--Ávila

Palavras

Palavras
Simples palavras
Efeito das emoções e sentimentos
Contido dentro do coração.

Palavras, belas palavras, sábias palavras
Trazem alegria ao mundo
Incentivam-nos à exercer a bondade
Fazem brotar a semente do amor
Fazem renascer as flores mortas.

Palavras, arrogantes palavras, nocívas palavras
Provocam a fraqueza nas pessoas
Obscurecem a beleza do mundo
Plantam a semente do ódio e desilusão
Envenenam as flores.

Foto de David--Ávila

Em Tuas Asas

Na luz do luar
No nascer e pôr do sol
Na imensidão do mar
Na diversidade das rosas
Na pureza das flores
No azul do céu
No verde das árvores
Nas cores do arco-íris
No toque suave do vento
Na alegria dos sorrisos
No calor de um abraço
Nas perfeitas gotas de chuva
No cheiro agradável de terra molhada
Na doçura das palavras
No encanto dos sonhos
Na magnificência dos sentimentos
No fugor das estrelas
Na maciez das nuvens
No mistério da vida
Em tuas asas.

Foto de Ayslan

Apenas três palavras

Mais um dia se passou dês de quando você se foi... Talvez você tenha partido bem antes só eu não percebi... Assim que meu coração parar de perguntar por que você não se despediu eu consiga viver. Fico lembrando-se do passado, promessas feitas entre nós... Todo dia eu mim pergunto como o amor foi acabar. Sinto que ele não acabou e começo a chorar, lagrimas que mim nego enxugar. Onde quer que você esteja mesmo nós estando distante você sempre estará em meu coração... Você não estará sozinha. Se você disser... Eu irei ate você... Diga em silencio três palavras e eu segurarei em sua mão... E direi que estive te esperando.

Foto de Marsoalex

ENCONTRO-ME EM TI

ENCONTRO-ME EM TI

Quando me procuro,
Sempre me encontro em ti.
Em tua tristeza, em tua alegria,
Em tua solidão, em tua companhia...

Estou em teu olhar absorto,perdido, distante...
Nas recordações do passado,
No vazio do presente, na incerteza do futuro...
Estou em teu sorriso enigmático,
Na lágrima retida,
Na insônia cheia de presença...

Estou na música que ouves, no livro que lês,
No carinho que expressas,
No que externas, no que escondes...
Estou em teu desejo, em teu medo,
Em tua lucidez, em tua loucura,
Fora dos teus limites,
Além de tua imaginação...

Estou reduzida ao teu ontem,
Esgueirada no teu hoje,
Projetada em teu amanhã...
Estou em tua emoção mais sincera,
Em tua tristeza mais profunda,
Em tuas recordações mais felizes...

Estou em teus sonhos sem fantasias,
Em tuas ilusões inconstantes,
Na saudade que finges não sentir...
Estou em teus devaneios passageiros,
Nas tuas buscas inconscientes,
Na memória de tua pele,
No desejo de tua boca,
Que ainda guarda o sabor
E a avidez dos meus beijos...

Estou perdida em tua descrença,
Esmagada pelo teu desamor,
Distorcida em teus conflitos,
Escondida nas tuas dissimulações...
Estou inteira em teus pedaços,
Cravada em teus espinhos,
Espedaçada em tua complexidade...

Estou concreta em tua verdade,
Diluída nas tuas mentiras,
Real em tua abstração...
Estou em algum lugar de ti
Onde ninguém nunca esteve,
Em caminhos por onde ninguém andou,
Em estradas que ninguém se atreveu a percorrer...

Estou em teu sim, no teu não,
No teu ir, no teu vir, no voltar...
Estou intácta em tua pureza,
Pura em tua inocência,
Iluminada pela visão mágica do amor do menino,
Refletida na maturidade, na racionalidade,
Na lógica do homem...

Estou nas tuas perdas, nos teus ganhos,
Fóra de tua vida, dentro de teu viver,
Desmentida pelas tuas palavras,
Reafirmada pelos sentimentos...
Estou como quem nunca deixou de ser
Ou como quem sempre esteve
Apesar de nunca ter estado...

Estou no teu tudo, no teu nada, no sempre...
Estou apagada de teu programa mental
Mas refeita em holograma
Que vives a deletar e os neurónios
Continuam a refazer a imagem
Arquivada no profundo da mente
Onde o pensamento não alcança
Para a razão desfazer definitivamente...

Quando me procuro em ti
Sempre me encontro,
Mesmo que me negues, que finjas,
Que mintas, o amor faz de cada negação
Uma afirmação, e eu me vejo em ti
Cada vez que me procuro...

O destino me riscou de tua vida
Para me escrever na tua história
E me fez poeta,
Para que eu fizesse dessa história
O mais belo poema de amor
Que alguém já escreveu...

MARSOALEX

Foto de Marsoalex

ESTORINHA BESTA

ESTORINHA BESTA

Há muito tempo, num reino bem distante, havia uma menina muito só, mas muito feliz.Ela sabia que era muito diferente da maioria dos habitantes do reino, e até achava engraçado, embora estranho, alguns de seus costumes. Um deles era o uso de máscaras. A menina compreendia que a visão que ela tinha do reino, não era alcançada pela maioria de seus habitantes, porque as máscaras impediam que eles enxergassem o reino tal qual era: um paraíso. Por mais que a menina tentasse mostrar-lhes essa verdade, eles não entendiam, não acreditavam, e se ela insistia era chamada de louca por todos.
O reino, como todo reino, tinha suas lendas, seus deuses, seus mitos. Havia, no entanto, um deus e um demônio muito cultuados e temidos mais do que todos os outros:o deus "Dinheiro" e o demônio "Sexo".
A menina não compreendia porque ninguém percebia que um não era um deus nem o outro era um demônio, tudo era apenas uma visão distorcida pela máscara, pensava. Ela, como não usava máscara, podia vê-los tal qual eram, anjos bons, necessário à vida de todos, sem que fosse preciso cultuá-los, temê-los, amá-los ou odiá-los, bastando apenas conviver com eles de uma forma simples e natural.
Não era difícil para a menina aceitar e conviver com os habitantes do reino, mesmo não os compreendendo, sabia que eles não eram maus, apenas estavam tão acostumados ao uso da máscara, que mesmo tendo condição de tirá-la na hora que quisessem, eles não sabiam como fazê-lo. Isto tirava-lhes o direito de trilhar a estrada coração, uma das mais bonitas e importantes que havia no reino. Esta estrada era a única que dava total liberdade, levando qualquer um que a trilhasse a outros mundos, outras dimensões infinitas. Poucos habitantes tinham acesso a essa estrada, por isso, a menina sentia-se muito só. Mas ela sabia que um dia encontraria alguém que teria a visão tão ampliada quanto a sua, a quem ela se aliaria e seguiria a estrada coração acompanhada por seu eleito.
Um dia, ela encontrou um menino muito só e muito triste. Apesar de toda tristeza que ela viu em seus olhos, ele não usava máscara, portanto, podia, com ela, trilhar a estrada coração, indo além dos limites do reino, em direção à liberdade de mundos infinitos.E eles se deram as mãos e caminharam como se levitassem. Sabiam que o que estava lhes acontecendo não era simplesmente um encontro entre duas pessoas. Era como se um fosse a parte do outro que estava faltando. E, apesar das diferenças, eles se completavam, pois, falavam a mesma linguagem.
Ele foi contagiado pela alegria que dela emanava, que adormeceu a tristeza que havia em sua alma, e juntos, através da estrada coração, atingiram o mundo mais distante do reino. Um mundo mágico que tinha a palavra "amor" como senha. Aquele que conseguia adentrar nesse mundo, era contagiado pelo sentimento imprimido na palavra da senha, permanecendo puro, livre e criança enquanto vivesse.Eles foram contagiados pelo sentimento e viveram juntos o tempo curto, mais longo de suas vidas.
Não se sabe porque o destino resolveu interferir na estória separando aqueles dois que, pareciam ter nascido um para o outro.Ninguém no reino conhecia as leis do destino, e por mais que a menina perguntasse "por que?", sua pergunta ecoava no vazio dela mesmo.
A menina mais só do que antes, e muito triste, resolveu colocar a máscara e tentar esquecer como tirá-la, para não saber como trilhar a estrada coração, pois, sem a companhia do menino, outros mundos, reinos e dimensões, tinham perdido toda a importância para ela. Com o uso da máscara, ela ficou igual a maioria dos habitantes do reino, aparentemente feliz.
Assim, ela limitou-se e dividiu sua vida com outro habitante do reino, que nunca havia tirado a máscara, por isso, não sabia nada sobre outros mundos nem tampouco sobre o menino.
O tempo passou e na rotina dos dias que se transformaram em anos, a menina se habituara à vida limitada do reino, mas era extremamente infeliz. Sabia que o uso da máscara lhe vetara o acesso a estrada coração, e ela tinha muito medo do desejo que gritava dentro dela. Desejo de tirar a máscara, pois vidas estavam em sua depedência. Se ela tirasse a máscara e enveredasse à estrada coração, iria em busca do menino esquecendo deveres e obrigações que a nova condição trouxera para sua vida.Continuou infeliz, mas consciente da responsabilidade assumida seguiu o seu destino resignada, sem revolta.
Mas, como o destino tem suas ciladas, suas artimanhas, de repente, um dia, ela se viu diante do menino. A emoção que ela tentou conter, irrompeu através da máscara, tomando conta de seus olhos, de suas mãos, de sua voz...
Ele estava ali, diante dela, sem máscara. E ela pode ver ver nos olhos dele a mesma emoção que estava sentindo e a mesma pureza do sentimento que eles haviam trazido do mundo mágico, único, capaz de remover a máscara que ela estava usando. A chama que irradiava dos olhos de ambos, deu-lhes a certeza que nada havia mudado. O amor brilhava com a mesma intensidade, com a mesma força e a mesma pureza. Nem o tempo nem a distãncia conseguira desmanchar a magia do sentimento que existia entre eles.
A menina estava presa a uma situação muito comum, mas muito respeitada por ser parte dos costumes do reino. Além desta situação, muitas vidas estavam envolvidas com a sua vida. Vidas que não compreenderiam nada, que não sabiam sequer da existência de outros mundos, e ela precisava ensinar aos pequenos, como evitar o uso da máscara, para que pudessem ter acesso a tudo que a visão ampliada podia lhes oferecer, e isto, exigia tempo, muito tempo...
O menino era livre, não estava preso a nenhuma situação nem tinha vidas em sua depedência. E como ele nunca tinha usado máscara, teve como mostrar a menina que, se a chama continuasse acesa, ela seria livre sempre. Falou, ainda, que ela poderia trilhar a estrada coração quando quisesse estar com ele, mesmo ele não estando junto, estaria com ela, pois nada nem ninguém poderia separá-los, já que eram parte um do outro. E a menina voltou a ser feliz, abulindo definitivamente o uso da máscara de sua vida.
Foram muitas idas e vindas do menino.E quando ele voltava, na chama de amor que havia em seus olhos, a menina encontrava razão de viver e força para continuar presa a situação do reino, mas livre através do que sentia, e que, a cada dia aumentava mais e mais. Quando ele estava perto, bastava se olharem e tinham um mundo só deles, mesmo que não pronunciassem uma única palavra, diziam tudo e se compreendiam mutuamente.
Enquanto isso, as coisas no reino haviam mudado.O demônio "Sexo", se transformara em um deus e estava em pé de igualdade com o deus "Dinheiro". Os dois eram cultuados por quase todos os habitantes do reino de uma forma obsessiva.Com as mudanças no reino, mudaram algumas regras e padrões, costumes e valores. Quanto mais as coisas mudavam, mais os habitantes ficavam desnorteados, confusos, porque continuavam a usar a máscara e as mudanças não se ajustavam a ela. Isso gerava uma confusão tão grande no reino, que ninguém sabia mais o que era certo nem o que era errado. Dinheiro e Sexo eram os únicos objetivos dos habitantes. A menina ficava triste por ver anjos tãop bons transformados em deuses sanguinários. Acompanhava as mudanças sem aderir a nenhuma delas, já que, crescera dentro do reino, mas sempre vivera além dele, e qualquer mudança que houvesse, ela estava adiante, dada a sua visão privilegiada pelo não uso da máscara.
O reino era dividido em muitas cidades, e o menino estava muito distante em algum lugar que a menina não conhecia. Mas através da estrada coração, ele sempre esteve perto e ela se acostumou a tê-lo junto de si, mesmo que quiloômetros e quilômetros os separasse.
Ela sabia que o menino se ligara a uma habitante do reino, numa situação um pouco diferente da sua, mas era algo que ela sabia que mais cedo ou mais tarde, aconteceria. E quando, as vezes, vinha o temor de perdê-lo, lembrava do que ele havia lhe dito: que eles seriam um do outro para sempre, e o temor se dissipava.
Outros anos se passaram para que eles se vissem novamente. E quando aconteceu, foi para viverem um dos momentos mais bonitos de suas vidas.Foram momentos mágicos, quando o amor deixou que o anjo sexo, os envolvesse em suas asas, levando-os, através da estrada fantasia, para o mundo dos sonhos, onde o amor falou a sua linguagem mais bonita: a linguagem do corpo, que vibra de emoção na entrega sublime dos que amam. E o amor se fez corpo, alma e sentidos. Parou o tempo para ser eternidade em apenas um momento...
E a vida seguiu seu curso. Eles foram distanciados novamente, cada um levando suas lembranças...
E mais uma vez, muitos e muitos anos se passaram. O reino estava cada vez mais mudado e seus habitantes cada vez mais confusos. A menina continuava livre, presa dentro da situação que assumira perante o reino. Os pequenos já estavam crescidos, e ela já os ensinara a não usar a máscara. Ensinara também ao parceiro com quem se unira,para que todos que convivessem com ela, desfrutasem de uma visão ampliada, tendo acesso a outros mundos, através da estrada coração. Ela, com toda sinceridade e pureza, que o não uso da máscara lhe proporcionava, deu de si o de melhor, para aqueles que as leis do reino havia colocado sob a sua responsabilidade. Mesmo não levando o seu parceiro ao mundo mágico, levou-o a outros mundos onde conseguiu subsídios que tornou a vida de ambos boa, válida de ser vivida. Levou-o ao mundo da amizade, ao reino da lealdade, a dimensão do companheirismo, enfim, a todos os lugares de onde trouxessem substâncias para uma vida harmoniosa. O mundo mágico pertencia a ela e ao menino, somente com ele, ela se permetia adentrá-lo. O sentimento que acionava a senha para abrir a porta do mundo mágico, fora entregue ao menino, que, mesmo distante, era presente, diário, permanente, e ninguém mais podia substituí-lo em mundo nenhum. Mas isso não impedia qua a menina tivesse uma vida normal, tranquila e em paz. Pois o sentimento era tanto, que preenchia a sua vida de uma forma completa, total.
Neste amaranhado de vidas, um dia, a menina teve oportunidade de conhecer aquela com quem o menino se unira. Viu, sem nenhuma surpresa, que ela usava máscara. Mas, confiando na visão ampliada do menino, deixou que o destino se encarregasse de reaproximá-los quando fosse tempo.
Algum tempo depois, a menina soube que, como ela, o menino tinha responsabilidade com outra vida, mas continuou confiando na ampliada visão dele e no que sentiam um pelo outro. E foi levando a vida sem drama, sem sofrimento, sem infelicidade, com naturalidade, características peculiares daqueles que têm o privilégio de uma visão sem máscara.
Décadas e décadas tinham se passado quando o destino resolveu que era hora de reuní-los mais uma vez. Quando eles se viram, toda emoção irrompeu novamente através da chama que brilhava nos olhos de cada um, acionando a senha, abrindo a passagem para estrada coração, que os levou ao mundo mágico mais uma vez.
Passado o impácto do primeiro momento, a menina começou a sentir que algo havia mudado no menino, mas ela não conseguia identificar o que era.Ela o olhava e o via do mesmo jeito. Quando o ouvia falar, as palavras eram iguais as que ela estava acostumada a ouvir, mas havia nesta igualdade uma diferença que ela captava mas não sabia definir. Ele sempre se mostrara complexo, ambivalente, paradoxal, contraditório, mas o quê, em suas palavras tão iguais, tinham uma conotação diferente? O quê, naqueles olhos tão transparentes, embassavam o brilho? Por que ele era o mesmo e não era o mesmo?
E um dia a resposta veio deixando a menina atordoada: ele estava usando máscara! Se tornara igual a maioria dos habitantes do reino. A máscara o havia cotaminado, estava tão aderida a ele, que distorcia toda a sua visão. Ele se tornara limitado, padronizado, regulado pelas leis que regiam o reino e deixara de ser livre.Com o uso da máscara, se identificara com a parceira que´há uito tempo estava em sua vida, vivendo num mundo bem menor do que os limites do reino lhe permitia.Não sendo livre, não compreendia a liberdade da menina, que mesmo presa, era tão livre, que podia voar e chegar até à porta de seu pequeno mundo. Ele esquecera totalmente que a ensinara a ter essa liberdade, quando através do amor, mostrou-lhe que o uso da máscara era uma eterna prisão.
O menino tinha aprendido a cultuar o deus Dinheiro, acreitando apenas na força e no poder que esse deus podia proporcionar.Ele deixara de acreditar no sentimento imprimido na senha que um dia lhe abrira as portas do mundo mágico, e ainda debochava da menina, por ela acreditar e viver a força e a beleza de um sentimento, que para ele, não fazia o menor sentido, não tinha a mínima importância e nenhum interesse. Tudo o que eles haviam vivido juntos, era rotulado de "passado", e, as vezes, até vulgarizado por ele, tirando toda pureza, toda beleza, toda magia que envolviam os momentos vividos com tanta intensidade e simplicidade, que seriam eternos para qualquer um que não estivesse contaminado pelo uso da máscara.
E de nada adiantou todas as tentativas que a menina fez para que o menino removesse a máscara e voltasse a ser livre.
Ele não era feliz, ela sabia, mas nada podia fazer. A não ser, ter esperança de que, um dia ele abrisse as portas da própria prisão e voltasse a voar. Mesmo que não fosse em direção a ela, ela ficaria feliz por vê-lo livre outra vez. Era horrível vê-lo tão comum, tão parecido com os outros habitantes do reino. Ela sempre o viu diferente. Se ele fosse realmente diferente como ela o via, bastaria tirar a máscara para que sua visão voltasse a se ampliar, e través dela, ele tiraria de dentro de si, o menino adormecido, para ser livre, puro e criança enquanto vivesse.
A estória não tem final. A menina segue o seu caminho, tentando entender as leis do destino, sem saber porque a sua vida continua entrelaçada a vida do menino, já que hoje há uma enorme distância entre eles, sem nenhuma possibilidade de um dia trilharem novamente a estrada coração. A menina não sabe se esses laços serão cortados um dia, pois, a única coisa que ela sabe, é que o sentimento imprimido na senha que um dia abriu a porta do mundo mágico, continua a existir nela, e através deste sentimento, ela será livre, pura e criança enquanto viver...

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