Palavras

Foto de Rosita

CARTA DE AMOR – 4

Amor, meu grande amor,

Fiquei imensamente feliz ao ler tua carta. Meu coração apaixonado transformou-se em criança e começou a brincar em meu peito, batendo acelerado.
Que dizer diante das palavras doces, ternas, carinhosas que escrevestes? Somente repetir o que já sabes há muito tempo e que por diversas vezes escutastes minha voz repetir: Te Amo! Te Adoro! Te Quero! Te Desejo!
Querido, como é delicioso saber do teu amor, dos teus sentimentos para comigo. É infinitamente gratificante ler palavras descrevendo teus sentimentos, teus anseios, e até mesmo teus receios.
Amor quero teus poemas, quero tuas cartas de amor, quero teus carinhos, abraços e beijos, quero ser para sempre tua musa inspiradora.
Vou ficar sonhando com o momento do nosso próximo encontro. Enquanto isto, meu príncipe que não tem os olhos azuis e nem cavalo branco, ficarei sonhando com teus lábios beijando os meus apaixonadamente, com teu abraço apertado fazendo explodir este amor represado.
Amo-te e amar-te-ei sempre.
Beijos, abraços e todos os carinhos possíveis e imagináveis,
Rosinha Barroso
15/03/2008

Foto de Gideon

A deusa da minha paixão

As coisas tomam formas diferentes dependendo do ângulo em que são vistas.
No meu ângulo, tempos atrás observando embasbacado uma escultura falante, viva, alegre, ligeira e inteligente, posta em um lugar poético e historicamente cultural, o elegante Café do Odeon.
Ela, a escultura, a medida em que eu a observava fazia surgir em minha mente formas em revoluções sobrepostas, meio psicodélicas que passeavam pelo meu interior desarmando-me e imobilizando-me completamente.

Restava-me, ali, indefeso, continuar inebriado e imobilizado pela beleza dinâmica da deusa.
Claro, o trato era, e acabou sendo cumprido, o de estudar português do Décio, prof. da Academia dos Concursos.
Foi produtivo, e não poderia ser diferente. A eficiência dela é inigualável.
Entrego-me confiante ao seu ritmo, certo de que ela sabe o que faz.
Ainda não assimilei completamente o impacto da beleza que invade o meu interior.
Esta beleza que embala as minhas noites e intrometida apodera-se da minha mente impondo uma nova arrumação, espanando com certa arrogância lembranças obsoletas que já deveriam ter saído de lá há muito tempo.
E assim ela vai apoderando-se dos meus pensamentos.

“Meu Deus! Não me desampare nesta hora poética!” Talvez gritasse o salmista Davi, em seus passeios matinais pelos montes de sua inspiração.
Não ouso orar como Davi, mas o sentimento talvez seja bem parecido.
Ele era um homem sempre apaixonado, diria até meio exagerado a ponto de se apaixonar pela mulher de Urias, o coitado capitão e guerreiro de seu exército.
Mas, com a mesma valentia com que enfrentava o inimigo também, quase que candidamente, tangia de forma magistral a sua velha harpa, elevando-se ao nível dos deuses poéticos…

“Meu Deus, traga-me de volta à terra dos homens mortais!” Oro agora desesperado querendo retornar do devaneio que a imagem da deusa me remeteu.
Mas isto tudo foi ontem, somente por duas horas corridas que confirmaram as teorias de Einstein, sobre a relatividade do tempo.
Como passou rápido, voando! Mas foram suficientes para presentearem-me com uma noite descansada e revigorante, depois de tocar a minha guitarra até meia-noite, claro, embalado pela imagem da deusa, que àquela hora já se apoderara completamente da minha decência e vontade.

Talvez ela ao ler isto assuste-se pela impetuosidade das palavras, mas digo-lhe: Leia somente, é tudo muito leve e respeitoso, sem planos ou esperança de qualquer conseqüência.
É o fenômeno humano atuando em um homem que de repente depara-se diante de uma beleza poética que a deusa, talvez, nunca imaginara inspirar nos homens.

Aliás, ela nem sabe que é uma deusa.

Foto de Ana Botelho

MIRAGEM POSSÍVEL

MIRAGEM POSSÍVEL

Atordoada, mil palavras me envolveram,
Recostei-me então, ao tronco da oiti,
Com a mente fervendo de tantas imagens
Adormeci e este primeiro soneto eu teci...

Minha cabeça rodou e voou para longe,
Viajou por seqüentes montanhas e prados
De repente, parou numa antiga estalagem
Onde inúmeros felizes pares enamorados

Recitavam os versos do mestre Khayyan
Que ao Deus Baco faziam total alusão,
À meia-luz e sentados em macios divãs.

Cantavam os prazeres da entrega total,
Parecia estarem em nirvana eterno,
Uma visão, um postal, que quadro divinal!

Foto de Gideon

Sem Rascunho

Veio-me a palavra “rascunho”...
é isso mesmo: “rascunho”…
Não deu tempo de fazer rascunho.
Não deu tempo de ensaiar palavras bonitas.

Não deu tempo de comprar um perfume novo,
Ajeitar o cabelo (pode? risos)
Ensaiar gestos no espelho…
Nem dar uma corridinha para sentir-se atleta…
Não teve rascunho…
isso mesmo, sem “rascunho”!

O turbilhão de sentimentos
Pôs-me de ponta-cabeça,
Como dizem os paulistas,
E nem as unhas dos pés tive tempo de aparar…

Não teve rascunho e nem terá…
Tudo é novo, diferente,
E completamente desconhecido para mim…

Questiono hoje se eu amara antes…
Pois o que sinto agora não tem nada a ver
Com o que já sentira no passado…

Meu coração teve de ensaiar, às pressas,
novas batidas, novos ritmos...
A minha mente não teve tempo
De convocar faxineira
Para varrer lembranças esquecidas por lá…

A enxurrada da paixão invadiu-me dentro afora
E está lavando tudo…
Acho que terei de aprender novas palavras,
Comprar novos mapas… tudo novo..

Não teve rascunho,
Só lamento, meio desajeitado,
Não poder ter preparado um poema rimado,
Metrificado e bem formatado…

Não teve “rascunho”...
E nem terá com esse amor urgente
Que arrebata o meu ser sem piedade.

Foto de Gideon

A Solidão e o Celular

Bip do celular. A Solidão tomou um susto.

- Afinal, quem ousa invadir a minha guarda. Pensou ela, rapidamente
Outro bip no celular. Ele, o celular, está lá, sempre bem perto de mim. Não sei pra quê. Não toca nunca. Vazio, feio, sem graça e sem capa. Bateria já meio fraca, mas está lá. Ganhei de presente de amigo que queria me achar. Reclamava que nunca me encontrava. A bem da verdade, ele já estava na estrada de ida, mas era amigo de coração.. Cruzou por mim e se tornou amigo, mas o seu destino era lá pro outro lado… bom amigo.

Bip novamente. Outro susto na Solidão. Ameaço atender o celular. Ela fica ali, olhando e tentando ouvir. Má educada. Que coisa!. Apanho o celular. Ela se apressa em chamar sua irmã, a Decepção. Esta, cheia de liberdade, arranca-o de minha mão.

Ah sim, deixa-me contar. A Decepção é irmã mais velha da Solidão. No início eu a estranhava. Tinha cara feia e jeito de debochada. Não ia muito com a sua cara. Mas, enfim, a Solidão, minha velha e boa companheira de longos anos, queria, que queria me apresentá-la. Enfim, um dia cheguei cansado e desesperado. Lá estavam elas. A Solidão ao lado da Decepção me esperando para dar-lhes um pouquinho de atenção. Disse-me ela, mais tarde, que desde cedo estava ansiosa para a minha chegada. Já vinha insistindo com a sua irmã, há tempo para vir morar conosco.

Neste dia, lembro bem, eu estava me despedindo de coisas que tanto acreditava. Que tanto me fizeram feliz. E que, agora, ruíam, acabavam e transformariam profundamente a minha rotina. Meu coração estava ferido. Não tanto como hoje, mas era o início de uma ferida profunda...

Bem, mas como eu ia dizendo, sentei-me no sofá, como sempre fazia quando chegava em casa pra acolher a Solidão। Levantei os olhos, assim meio sem vontade de cumprimentá-las. Não queria mesmo me tornar íntimo da Decepção. A Solidão me bastava e já fora difícil aceitá-la na minha vida. Já havíamos conversado longamente sobre este assunto. Estava vivendo um momento que parecia feliz, e na minha vida não teria espaço para mais ninguém. A Solidão, sim, esta eu já me convencera que jamais me deixaria apesar de várias tentativas frustradas no passado. Ela é muito insistente, e parece um carrapato. Quando gruda não quer sair nunca mais, mas pra dizer a verdade, uma grande companheira.

Eu estava muito pra baixo naquele dia, somente queria o aconchego da Solidão. Queria estender-me no sofá, com a roupa do trabalho mesmo. Pegar uma coberta bem pesada, ligar a Tv, abraçar-me com a minha Solidão e ficar ali, esquentando da tarde fria, quieto, durante horas e horas, até dá fome e ter que levantar pra comer alguma coisa…

Mas lá estavam as duas. Não tive escolha, estendi a mão direita, torcendo para que o peso do meu antebraço logo fizesse a minha mão escorregar do cumprimento indesejado, mas a danada da Solidão, deu pulinhos de alegria e também agarrou a minha mão. Agora as duas sacudiam o meu braço como adolescentes brincalhonas.

Enfim, a Decepção estava devidamente apresentada a mim. Besteira minha, essa indisposição de fazer novos amigos. A Decepção se mostraria, mais tarde, uma grande amiga e companheira. Ciumenta que só ela, mas enfim, amigona do peito. Agora eu teria de acomodar as duas. Imaginem, duas criaturas na minha vida. Bem, mas dizem que pra tudo na vida tem um jeito. E tem mesmo. Hoje já não a estranho mais. Até me acostumei com elas. E quando elas não estão por perto sinto muita falta.

Bem, mas voltando para a história do celular, que eu já ia esquecendo, ameacei resgatá-lo das mãos da Decepção. Mas aí desisti e pedi, com um gesto no rosto, para ela me ajudar. Ela, feliz e com cara de vencedora e debochada, que insiste em fazer nessas situações, agora já super íntima, claro, riu no canto da boca.
Sabe aquela cara que dá ódio quando alguém a faz para a gente? Pois é, ela é especialista nisto. Estendeu o celular para eu ver. Olhei. Não consegui distinguir bem quem era.Ela, com aquela postura desengonçada de debochada. Pezinho esquerdo batendo no chão. Braço esticado na minha direção, e com o celular em riste. A outra mão na altura da cintura, ria, mas não muito, ria com aquela carinha de debochada mesmo, como eu disse. Ela já tinha olhado, meio de soslaio, para ver quem era, ciumenta do jeito que sempre foi..

Como eu disse, não consegui enxergar bem, mas fingi que não me importava em saber quem era, e continuei fazendo a minha partitura no Encore. Ela, chata e insistente do jeito que sempre foi e sempre será, levantou mais ainda o celular para eu ver, virando o rosto ligeiramente para o lado...

A Solidão se intrometeu, esticou o rosto e apressou-se em me dizer com a voz pausada e de deboche.

- É a Te-le-mar… Men-sa-gem da Te-le-mar…

Era mesmo a Telemar. Sabe aquelas mensagens chatas que ela insiste em nos enviar, como se tivéssemos tempo e dinheiro para ficar entrando em seus joguinhos idiotas, feitos por programadores idiotas, e concebidos por analistas mal pagos da Telemar… idiotas também!!?.

Calma, calma, calma e calma… É isso, ufa! Sempre que a Telemar subestima a minha inteligência e importância eu fico assim. Irritado.

Espera aí! Eu disse Inteligência? Importância? Não, não disse, ainda bem, só pensei. Senão as duas, iriam me chavecar a tarde inteira. Bem, mas enfim, era a Telemar! Fingi que não via a Solidão ali, parada, pertinho de mim e esperando alguma reação.. Mas a danada, sei lá como, conseguiu perceber a minha cara irritada, e fez questão de dizer em voz alta para eu ouvir…

- Você não tem amigos, seu bobo… quem poderia ser?

Ameacei, com raiva, sem olhá-la, dar-lhe um peteleco.! Ela deu dois pulinhos para trás, se juntou à Decepção, que já tinha se afastado para recolocar o celular no lugar, e ficaram repetindo…

- Você não tem amigos, seu bobo..
- Você não tem amigos, seu bobo..

Fiquei em silêncio, fingindo não ligar. Com um sorriso sem graça, e sem graxa, no canto da boca. Teclava o “j” repetidamente na partitura do Encore, meio esperando elas se irem para continuar o meu trabalho.
Veio-me a lembrança um quase amigo que fizera, dias desses. Deu vontade contar para elas, só para matá-las de raiva.…

Até conversei uns minutos com ele, lembrei. E, p-e-l-o c-e-l-u-l-a-r… Deu vontade falar assim, soletrando mesmo. Para deixá-las morrendo de raiva…
Acho que elas perceberam que eu não estava bem, e então a Solidão se aproximou devagarinho, com medo de outro peteleco, e.chegou bem pertinho. A Decepção também veio, me olhando pelos ombros da Solidão. É sempre assim, quando uma se aproxima, a outra acha que tem o direito de participar, e para piorar tudo, sempre combinam as coisas contra mim. Ufa, que raiva que tenho delas, nunca se desentendem por nada. Enfim, a Solidão me perguntou..

- O que foi Gimago, você quer dizer alguma coisa e não está conseguindo?
Então eu disse. Tomei coragem e contei..

- Vocês são umas idiotas mesmo. Dia desses quase fiz um amigo, suas bobas...

Elas recuaram olhando uma para a outra sem acreditarem. A Decepção ainda com aquela cara de deboche, e a Solidão com a cara de espanto exagerada que sempre faz.. Perguntaram-me, quase em coro…

- Quando foi isso. Qual o nome dele?

Eu, relutei, gaguejei, mas tinha de dizer, senão iria passar por mentiroso. Disse meio que enrolando as palavras, para elas não entenderem…

- Foi um tal de E-n-g-a-n-o…

Elas ficaram sem ação e em silêncio. A Solidão quebrou o gelo, olhou para os lados, e disse para a Decepção..

- Acho bom a gente deixar ele um pouco só…

E se foram, não para muito longe, pois sabem que eu preciso delas em todos os momentos.

Foto de Gideon

Um Abismo de Amor

De que é feito um homem, senão da esperança de ter uma grande mulher?
No entanto quando estamos diante de uma grande mulher sentimos-nos pequenos, dependentes.

Muitas mulheres passam, no dia-a-dia, por nós homens.
Diante de algumas delas postamo-nos como superiores, sabichões e até mesmo, às vezes, arrogantes.
Mas quando meio sem esperar nos deparamos com uma grande mulher tudo desmorona, tudo é posto aos pés.
Se falávamos bem e impostadamente agora falamos baixinho, rouco e gaguejantes.
Se tínhamos tantas "conquistas" e vitórias para nos gabar, agora achamo-nos vazios de palavras
e buscamos desesperadamente na memória fatos que possam impressioná-la e nada, nada surge de importante.
E aí, quando pior, desandamos em falar besteiras e baboseiras como verdadeiros idiotas diante de uma grande mulher...

Se sabíamos tantos galanteios e palavras de efeitos, agora não nos atrevemos em tentar pronunciar um elogio sequer.
Ele sai meio avexado e logo baixamos o nosso olhar para não ver a possível reação de desprezo no rosto dela... Enfim, sabemos claramente quando estamos diante de uma grande mulher.

Dias destes estive diante desta grande mulher.
Além de tudo o que escrevi acima tinha vontade de ficar olhando-a infinitamente, reparando em cada detalhe que forma o seu belíssimo rosto, semblante, corpo, mãos...
Ah, as mãos, estas ela me ofereceu como um presente que rápido e sabiamente agarrei-as, e pus-me a acariciá-las. Tentei desesperadamente armazenar na memória do amor cada sentido do contato que experimentei.

Depois das mãos veio o corpo procurando o carinho e o contato acolhedor impulsionado pelo bendito frio do teatro João Caetano.
Senti-me um rei, um super-homem, um feliz-homem, um sei-lá-o-que-homem, mas muita coisa de homem quando a tive em meu ombro algemada às minhas mãos agora sôfregas e impacientes... (sei que ela notou).
A cada frase da Fernanda Torres, que seria meramente uma pronúncia do monólogo frenético que se desenrolava na peça, transformava-se pelos meus dedos em afagos urgentes de carinhos sinceros, de prazer, de vida, de esperança...

O olhar da grande mulher é penetrante, mas paciente.
Entrecortado por um piscar em câmera lenta sem, contudo, desviar o foco do alvo, o pobre e pequeno homem, que tenta encolher-se, esconder-se de diante de tamanha grandeza.

Claro, ela talvez não perceba que seja grande, penetrante, impostadora, perturbadora...
Por outro lado não sou e nem me sinto pequenino e frágil, mas diante da grande mulher cá estou eu meio desequilibrado, trôpego e louco para ser sua vítima mais uma vez.
Vítima talvez do seu amor...

Aonde iria mergulhar? Penso. Será profundo este abismo de amor ou seria apenas um reflexo de uma imagem distorcida pela inflexão da imagem no abismo?

Vou apressar-me em arranjar um pára-quedas para me proteger e tentar pousar suave neste inevitável precipício da paixão, que talvez eu esteja prestes a cair.

Foto de Sirlei Passolongo

Eu só sei te olhar

.

Tenho tanto pra dizer
Mas quando se aproxima
minha boca emudece
as palavras
viram adrenalina
e eu só sei te olhar

Então, o chão se abre
embaixo dos meus pés
em meu peito
o amor não cabe
e mais uma vez...
Deixo tudo pra depois
eu só sei te olhar...

E não falo dos planos
que fiz pra nós dois
que todos esses anos
o teu nome eu chamo
antes de dormir...

Com um riso amarelo
vejo você partir...
E sem dizer que te quero
eu só sei te olhar.

(Sirlei L. Passolongo)

Direitos Reservados a Autora

.

Foto de pétala rosa

LENTIDÃO NA TARDE

LENTIDÃO NA TARDE

Os dias, as horas, o sol, tudo passa
e eu ansiosa por um sorriso
no meio deste turbilhão de palavras, que não são minhas
nem tuas,são do bosque interior
duma rosa transparente, dum fulgor branco
onde te encontrei.
Beijo quem não conheço, olho levemente a tua boca
que quero beijar, mas
a respiração são águas onde me deito e sonho contigo.
Quem sou?
uma nuvem, um bálsamo,
no meio duma nudez absoluta e ardente,
a seiva, as lágrimas perdidas no vento, um regato,
uma sombra redonda que se perde no vento brando
na perfeição do sol que arde em soluços
atravessando a lentidão desta tarde tão fragil.
Nesta dança
dum corpo que procura um poema que sobrevive sem mim.
Deixarei tocar a valsa da vida
e sentir os teus passos dentro de mim.
Esta futilidade em que vejo o mundo e seus componentes
perturbam-me o gosto pelas palavras.
É uma luta pelo presente, sem ser o meu presente
quanto mais escrevo emoção menos o mundo
me entende.
Navego na solidão procurando as palavras para encontrar
a emoção, a liberdade, a paz o AMOR...

Domingo, Fevº 2008
Amália LOPES

Foto de syssy

Estranhos

*
*
*
*

Estranhos

Quando tentando te esquecer luto também para manter-me viva,

E de um vazio constante vou moldando o futuro disperso por você;

Das feridas sem cura, de olhos esquecidos pelo carrasco da mentira contada

Por você e por mim...

Joguei fora o que de mim não fazia parte (...)

Avistei socorro longe das tuas flores mortas, das palavras de lábios inermes de nós,

De uma condor de voou livre

fui liberta de nós em brumas de manhãs frias...

Foi culpa de quem o nosso estranho amor sem amar?

Foto de barbara santos

resumo de mim

“A meu favor
Tenho o verde dos teus olhos
Algumas palavras de ódio algumas palavras de amor”
Quero-te meu desconhecido
A ponto de largar tudo para que deixes de ser desconhecido
Somos de mundos tão diferentes
E tem sido esta a grande e tão injusta barreira que não me deixa chegar a ti
Quero-te tanto que nem imaginas
Quero-te mais do que possas contar
Quero-te ao ponto de ser capaz de cometer as maiores loucuras por ti
Será isto amor ou apenas atracção por seres um dos anjos mais belos
Que Ele colocou na terra para nos ajudar a não cair em tentação?
Mas eu estou a cair
Mais uma vez
Devo ser a pessoa que mais sofre por tentações
As tentações ocupam uma área preocupante no todo da minha vida
Tenho medo de sofrer até ao fim por me apaixonar inconscientemente
E não saber traçar limites
Não consegui traçar o limite com aquele anjo sexy
Deixámo-nos levar até ao final da linha
Não havia mais por onde ir
Terá sido uma decisão demasiado precipitada?
Mas não estou arrependida
Gostei
Dei a gostar
E agora não sei o que fazer
Mas por sorte não sou ignorada
Nem ele
Meu anjo sexy
Meu anjo desconhecido
Meu anjo enganado
Meu anjo anónimo
Meu anjo…
As estrelas dizem que o meu anjo está mais perto do que eu imagino
Tudo me afasta do desconhecido
Apesar de ser o que tem o meu coração
Tudo me leva talvez para um enganado
Um anjo que me enganou mas pelas melhores razões deste mundo
As melhores razões possíveis e imaginárias
Mas isto é bom demais
Anjo enganado
Será que me enganas mesmo?
Será que só me enganas por seres bom anjo?
Serei apenas mais uma?
Mas imagino que
Se algum dia tiver a certeza de que és tu
O meu verdadeiro anjo
Já vais estar longe
Já não me vais querer
Já serei apenas a menina do sorriso lindo
A tua princesinha
E aquela a quem irás apenas mandar um terno i simpático abraço
Nesse dia vou perder-me mais uma vez
Mas voltarei a encontrar-me
E voltarei a perder-me
Sempre
Até Ele não mandar mais anjos

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