Passado

Foto de Fernanda Queiroz

Afinal, o que é o conto?

Afinal, o que é o conto?

Conto é a designação que damos à forma narrativa de menor extensão e que se diferencia do romance e da novela não só pelo seu tamanho, mas também por possuir características estruturais próprias. Ele possui os mesmos componentes do romance, mas evita análises, complicações do enredo e o tempo e o espaço são muito bem delimitados. O conto é uma narrativa linear, que não se aprofunda no estudo da psicologia das personagens nem nas motivações de suas ações. O conto é uma narrativa breve; desenrolando um só incidente predominante e um só personagem principal, contém um só assunto cujos detalhes são tão comprimidos e o conjunto do tratamento tão organizado, que produzem uma só impressão

Do que precisa o conto?

Tensão, ritmo, o imprevisto dentro dos parâmetros previstos, unidade, compactação, concisão, conflito, início meio e fim; o passado e o futuro têm significado menor. O flashback pode acontecer, mas só se absolutamente necessário, mesmo assim da forma mais curta possível

Fernanda Queiroz

Foto de iDinho

Marcas de uma paixão


Não. Não me queiras por minha juventude,
O passado se encarregará de levar minhas lembranças.
Debaixo deste travesseiro guardei meu telefone por vezes
A esperar uma ligação que jamais recebera.

Tua meiguice um dia chegou a me encantar,
Quando por vezes mostrar-te-me a pureza do sorriso teu,
Envolto em belos traços deste semblante
Que a lua por fim houve de copiar.

Guardo te ti doces momentos onde juntos,
Por mais que o dia voltasse sempre a raiar
Chorávamos inconsolável e incansavelmente,
A partida um do outro ao seu findar.

Mas ora! Por qual motivo chorávamos então?
Chorávamos nós, pois havia a negra e insolúvel
Certeza de que um dia, com o findar dessa breve estadia carnal
A saudade viria transformar nosso ninho em puras e doces...

Marcas de uma paixão.

Foto de joão jacinto

Saudade

Necessito voltar ao passado,
viver um breve momento,
o mais comum,
o menos importante...
Só para sentir-te,
amar-te.
Aproveitar esse presente.
Nesta pena revivo,
pedaços isolados
de tudo o que sou.
Choro com saudade
o que não serei,
sem conseguir retornar,
ao longuínquo passado
e mudar o teu presente.

Foto de Anjinhainlove

Poema da solidão

Espero a hora da tua chegada
Mas o relógio bates horas erradas
Deixo rolar uma lágrima incerta
Na certeza da tua ausência
Chamo por ti na escuridão
Mas os meus gritos são mudos.
Entrego-me a ti
Mas sofro um abandono imcompreensível
Sonho com um sorriso
Que outrora me fez feliz
Anseio por um olhar
Que no passado me dizia "Amo-te" em cada pestanejar
Desejo o teu toque
Que me elevava ao limite da vida e da morte
Mas tu não vens...
Olho o horizonte em busca de um sinal
De uma sombra
Uma rasto
Algo que te pertença
Mas depressa entendo
Que não virás
Pois o coração que antes me pertencia
Partiu
E já não volta atrás...
E no mais pesado desespero
Desejo
Não ter de te dedicar este poema...

Foto de Joao Fernando

Poema de algodão...

Vou fazer de você um poema de algodão
Pra que o vento leve distante daqui
As sementes que dia eu plantei, mas colhi só ilusão,
Foi só dor e sofrimento de pensar em ti.

E quando essa saudade levada ao vento passar,
A dor que sinto um dia não machucar mais...
Finalmente vou poder navegar
Com o meu barco a procura de um cais.

Tu serás apenas recordação... Nada mais!
Olharei pra ti e nada mais sentirei.
Será apenas um vulto do meu passado.
Alguém que um dia de verdade eu amei.

Vou dar carta de alforria ao meu coração,
Libertar-me dessa escravidão tão rude
Que um dia me entreguei com emoção,
Pensando ter achado um amor sincero e humilde.

Vou juntar os meus cacos espalhados
Pelo terreno baldio dessa paixão que só me fez delirar.
Vou procurar outra morada distante dessa tormenta
Que um dia meu frágil barco insistiu em navegar.

Foto de Anjinhainlove

Eu era tão jovem

Eu era tão jovem
E tão cega.
Levaste-me do meu lar
E nem me aconchegaste.
Fui levada por um amor cego.
Oh! Porque não vi mais cedo…
Que era tudo uma mentira
Cada beijo uma flecha
Cada toque uma pancada
Cada palavra trocada em vão
Foi atirada ao vento.

Eu era tão jovem
Mas nunca consideraste
Levaste a minha vida contigo
E não ma deixaste viver.
Agora vivo um futuro
Que já deveria ser um passado.
Levaste a minha vida
Sem remorsos
Sem amor
Levaste a minha vida
E nunca ma devolveste
Resta-me viver uma nova.

Eu era tão jovem
Tinha uma vida pela frente.
Mas nunca vi nada
Pois foi um futuro negro.
Ensinaste-me o que era o sofrimento
Ensinaste-me o que era a dor
Mas o amor, esse
Foi o meu maior professor.

Eu era tão jovem
Mas só agora vivo a minha juventude
Longe de ti, longe de tudo
Vivo uma esperança renovada.
Dezassete anos de tristeza
E só agora abri os olhos
Ao arco-íris da vida.

Eu era tão jovem
Era apenas uma menina
Fizeste de mim uma mulher
Com garra suficiente para vencer.

Eu era tão jovem
Mas só agora me sinto viva.

Foto de sonhos1803

Hoje

Hoje,
Sai com a fúria do mundo,
Vivendo sob um escudo,
Para proteger meu corpo mudo,
A correr sem ver,
A falar sem palavras,
Pra que lutar?
Pra que lugar?
Caminho por caminhar,
Não tenho mais em meu olhar,
O desejo de tanto amar,
Meus sonhos são mais uma chuva fina,
A molhar teu carro que dobra a esquina,
Meus passos são lentos,
No mais suave veneno,
Vou ao ritmo de quem dormita,
A confundir a noite com o dia,
Sou um camaleão machucado,
Vou entendendo aos poucos o recado,
Não mais mudo,
Nem me escondo sob o muro,
Fico ou me perco,
Em cada beco,
No estreito,
Entre o caminho do meu peito,
Respiro o transpiro,
Da tua boca morna,
Mas a esta hora?
Rio como um louco que comemora,
A verdade que me apinhá-la,
Na realidade velha ferida gasta,
Lambo minhas dores,
Perco meu pudor,
Como uma manha sem calor,
A enrolar nos lençóis,
Suspiros de quanto estamos a sós,
Relembro,
O velho passado,
Com o desalento,
A curtir teu talento,
A uma verdade planejada,
Pela minha janela gasta,
Em um mundo de mentiras.

Foto de TrabisDeMentia

Minha amiga

Nada mudaria em meu passado
Porque ao brincar com o destino
Poderia não mais me cruzar contigo
E o simples fato de te conhecer
Me leva a crer que estou no meu caminho
Um caminho que não trilho sozinho
Um trilho que é meu abrigo
Um abrigo a céu aberto
Um céu aberto, estrelado e negro
De um negro que só teus olhos negros podem igualar
Então porquê mudar o meu passado?
Se eu fosse mago...
Que poderia eu querer mudar?
Eu já te tenho tão perto, tão em mim
Quem sabe se ao mudar não seria assim
E estaria eu caminhando ao relento
Com um círculo gasto sob meus pés
Desconhecendo este sentimento
Não fazendo ideia de quem tu és.
Mas eu sei que és, sei que estás, onde e porque estás!
Então para quê mudar o meu passado
E te ocultar ao coração?
Tu, só tu me dás
Alegria em cada vez que dás
Um passo desses passos que dás
Com a tua mão em minha mão!
E nessa mão de criança
Que infelizmente a vista não alcança
Eu sei que existe uma linha
Que começa aí e termina aqui
Aqui onde termina a minha!
Por isso, repito, não mudaria
Uma virgula sequer á minha vida
Meu amor, meu abrigo, minha amiga!

Foto de Gilbertojúnior

INCERTEZA

É a incerteza da vida
Que minha ilusão oferece
Que se fecha e que esquece
Do coração que padece
E só me deixa ferida

É do sentimento deixado
Num passado tão distante
Feito navalha cortante
Na alma de um gigante,
Gigante amor acabado

Tece-se aqui a canção
Se choro não tenho culpa
Pois amor também machuca
Por isso não há desculpa
Vou mudar de oração

É da incerteza da flor
Que foi criado o espinho
Pra proteger com carinho
Não vou mais chorar sozinho
Vou procurar um amor

Um amor que com clareza
Me tenha com liberdade
Que eu possa sentir saudade
Sem angustia, sem maldade
Sem me deixar incertezas!

Foto de betoquintas

Primeira sagração (Sarcanomia)

Chamado
Hino das vestais aos deuses

Acabou a estação de estio,
O gelo derrete,
Vem a névoa e o orvalho.
No solo, as sementes aguardam,
Sobem os vapores,
Juntam-se as nuvens.
Os deuses preparam a chuva,
Venham e propiciem a fertilidade!
Venham sobre nós,
Façam de nossos corpos
O terreno arado e pronto.
Venham em nossos sulcos
E derramem dentro de nós
O néctar vitalizante,
Que despertará as sementes do torpor,
Para que todos aproveitem a safra.
Mostre a divindade pela verga,
Prove a autoridade pela soma.

Vesperal
Hino das vestais aos campineiros

Vinde, obreiros da colheita!
Vede que os deuses não demoram,
Cedo vem as nuvens
E os campos devem estar prontos.

Tragam as enxadas
E firmem os moirões.
Removam as pedras do passado
E as raízes do remorso.

Não podemos atender aos deuses,
Nem honrá-los com nossos serviços
Sem sua vigorosa ajuda.
Abram nossos véus sagrados
E depositem sua força em nosso templo.
Façam com seus corpos musculosos
A sagração de nossos veios,
Amaciem e preparem nossas carnes,
Para receber a dádiva divina.

Ato de labor
Hino dos campesinos às vestais

Formosas damas, eis-nos!
Nunca fugimos às obrigações,
Mal nos chamaste
E nossos membros já atendem.

Somos homens rústicos,
Simples e brutos.
Não possuímos riquezas,
Senão nossas mãos,
Nem temos nobreza,
Senão nosso trabalho.

Ainda assim nos recebe,
O templo sagrado se abre,
Nos revelando segredos e mistérios
Que são negados a reis.

Recompensados com tal honra,
Oferecemos em profusão dessa seiva
Que seus corpos pedem
Em sagrado frenesi.

Monção
Hino dos deuses aos devotos

Eia, fruto de nossos amores!
Nós viemos de longas distâncias,
Escutamos o chamado da carne
E nos preparamos para nutrir este mundo.

Eis a verdade,
O que está embaixo
É igual ao que está em cima.

Benditas são as vestais,
Que com seus véus dançam,
Chamando para si os campesinos,
Para que esta festa na terra
Se reflita no firmamento.

Assim se juntam as nuvens
E nelas derramamos o sagrado néctar.
Enchei os ventres das vestais
Com sua virilidade, campesinos,
Para que, do mesmo modo,
Derramemos a nossa seiva
No ventre da Grande Mãe.

A ninguém seja permitido
Separar e discriminar a vida.
Material e mundana,
É a mesma vida,
Espiritual e sagrada.

Partida
Hino de gratidão dos devotos aos deuses

Grandes e respeitáveis deuses!
Aos que reconhecem a paternidade
E não fogem da responsabilidade,
Nós agradecemos a propiciação!

Manifestada seja a lei,
Amor e irmandade.

Somos espirituais e carnais,
Como vós são carnais e espirituais.

Tal como vieram à Grande Mãe,
Vem os homens às mulheres.

Tal como à dádiva do amor
Não se impõe regra ou forma,
Nos unimos ao festim,
Para que o espirito se torne carne
E a carne desperte sua alma.

Não pode haver separação,
São uma e mesma essência.
Portanto venham em nosso meio
Na próxima temporada,
Enquanto continuamos a seguir
O ciclo sagrado e eterno.

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