Percepção

Foto de Fernando Poeta

O Castanho de teu Olhar

Caminhei longos anos,
Busquei em muitos caminhos,
Em muitas pessoas,
Minha alma aflita.

A parte que faltava,
Que era a parte em que deveria estar,
Os bons pensamentos e sentimentos.
Nunca os encontrei.

Em todos os anos de minha vida,
Espírito inquieto e infeliz,
Apenas com a percepção,
De que tudo estava perdido.

E a vida seguiu rápido seu caminho,
Dias, meses e anos conturbados,
Indiferente a minha dor e sofrimento,
Indiferente e insana.

E busquei abrigo no calar, e escrever.
Para alguém, para ninguém,
Apenas para deixar seguir,
E não amargurar o coração.

E segui então por caminhos desconhecidos,
Caminhos que deixaram-me em novos horizontes,
Que ensinaram-me a enxergar novas cores,
Que trouxeram-me o castanho de teu olhar.

E percebi que não estou só,
Que não sou apenas um,
Que mais alguns acreditam que o amor existe,
E que vale a pena esperar.

E agora descobri,
Que recupero parte de minha alma aflita.

Foto de angela lugo

Bailando na chuva das lágrimas

Dançando entre os pingos da chuva quente
Que caiu de repente
Você vem e abraça-me fortemente

Vez ou outra vem o choro calmamente
Choro um amor contido
Ainda bem que tu me olhas docemente

Não podes imaginar meu sonho partido
Por te amar escondido
Um amor sem ser correspondido

Dançando na chuva vejo teu bailar descontraído
O amor nos dá maior percepção
Para sabermos quando estás distraído

Queria que tu tivesses sobre o amor mais informação
Sem deixar-me aqui nesta chuva em solidão
Bailando contigo e sustentando a minha condenação

Meu amor por ti é honesto e cheio de retidão
É alentador e acomodado
E quero que um dia ele saia da escuridão

Declarando a ti este sentimento que está sufocado
Dentro do meu coração
Não precisa ser aqui na chuva neste bailado

Pode ser em um dia quando tiver mais emoção
Quando você não estiver em clima de tensão
Procurando justamente por uma afeição

Sentir-se sozinho e não querer da vida somente ilusão
Então poderei te oferecer meus sentimentos
E assim doar-te o meu amor sem dimensão

Quando acontecer viverei intensamente todos os momentos
E quando assim em teus olhos encontrar o amor por mim
Enfim estarei ao teu lado com a alma repleta de contentamentos

Foto de Lou Poulit

Trovão e o Sabiá Sereno

Aos Leitores e Amigos.

Antes de qualquer palavra, quero dizer que será um prazer partilhar com vocês os meus textos e que sou grato ao Poemas de Amor pela confiança que em mim depositaram.

Há alguns anos venho escrevendo contos. Mas vinha fazendo isso como quem armazena sementes, ou seja, sem permitir que elas brotassem antes da hora. Quando esse Site me ofereceu o blog, quis crer que não mais se justificava guardá-los só para mim. Até porque, talvez a partir de agora eu possa ter percepção de como eles tocarão outras subjetividades, diferentes da minha. Alguns serão postados tal como foram criados, enquanto que outros serão adaptados para que se tornem mais congruentes com os objetivos do Site, que não eram prioritários para a formação original da identidade do escritor.

Espero que gostem já desse primeiro conto, pelo menos tanto quanto eu. Mas como não vejo no conjunto deles, ainda, uma maturidade completa, antecipo que conhecer o que despertam nos leitores será motivo de gratidão da minha parte.

Abraços a todos e, desde já, muito obrigado pela gentil acolhida.

LOU POULIT
______________________________________________________________

Sentada sob alpendre da mansão colonial, sua fortaleza de toda a vida, Sinhá havia se perdido em seus pensamentos. O dia havia se despedido há pouco, na apoteose fugaz de um céu prestante de cores e texturas, que de tudo o que pode tentou fazer para merecer a atenção da moça. Nem a sinfonia da passarada fez efeito. Tudo em vão, restaram as estrelas que nem sequer se aventuravam. A passarada se calou para dar a vez aos grilos, sapos e outros barulhentos notívagos. Sinhá revirava mecanicamente os fartos rendados da saia à sua volta, pois de fato não estava ali.

Então, passos arrastados vindos de dentro precipitaram-na do etéreo, de volta ao corpinho magoado pela posição pouco cômoda. De tão surpresa e assustada, não teve coragem de se virar. E esperou apenas, como seu sangue esperava dentro das veias. Aos poucos uma luz tênue, mas capaz de expulsar soberanamente a escuridão, se aproximou. Depois mais um pouco. A moça temeu que se aproximasse ainda mais e explodiu em gritos nervosos: Saia já daqui! O que quer de mim, demônio? Eu não lhe chamei aqui!

A pouca distância um caboclo mulato de aspecto impressionante, pele muito morena e os olhos claríssimos de uma onça enterrados no rosto embrutecido, como pequenas gemas raras no emboço úmido da terra adubada pelos séculos. O velho Sereno segurava a candeia, tentando compreender, tão próxima, a moça que à distância vira crescer, como flor única naquelas glebas. Durante parcos segundos, Sinhá não conseguiu balbuciar uma palavra. Tentava decifrar como aquela figura estranha havia invadido seu silêncio, que significado poderia ter dentro dele e se seria perigoso para as coisas ricas que guardava em segredo. Porém, achando que o silêncio era ainda mais insuportável, a moça voltou à carga: Quem lhe deu o direito de estar aqui? Ele tentou explicar: Vim só alumiá o negrume da noite pra vosmicê, Sinhazinha... Carecia de se assustá não... Não tenho medo de nada, ela empinou a própria fragilidade. Como poderia temer um empregado dentro da casa do senhor meu pai? Ademais, estava aqui com meus pensamentos...

O homem olhava com segurança os olhos escorridos de lágrimas da moça, cheios de brilhos amarelados pela chama da candeia. Sentia pena dela, mas sabia pelas décadas de convívio que não se devia manifestar piedade para com os senhores. Sereno sabe que está triste, Sinhá. Ma num pode fazê nada não, disse ele abaixando os olhos. Mas como pode saber disso? Não lhe dou esse direito. De onde você saiu?... Ainda com os olhos baixos, ele respondeu: Sempre estive aqui, Sinhazinha. Vim pra essas terras do senhor seu pai na barriga da minha mãe, que se foi embora amarrada naquele pé-de-jurema-branca, bem ali na direção onde a lua vai nascer já. Eu era desse tamaninho, cabia no cesto onde o alazão comia o seu mio. Naquele tempo o capataz era um homenzinho muito do ruim... Ela só queria alimentar a sua cria...

A moça se refez da letargia quando o ouviu falar no alazão, tornando a gritar: Não me fale do meu alazão. Eu amava o Trovão como se fosse uma pessoa! Ninguém montava nele além de mim! E acabaram de trazê-lo num arrasto de pau-de-mangue... Ele estava morto! E eu vou matar quem fez isso com ele... E a chorar convulsivamente ela recostou-se no portal, até sentar-se de novo no degrau do alpendre. Sereno continuou calado, imóvel, com os olhos cravados nas lages do chão. Como se sua alma cansada procurasse uma brecha para um imenso arrependimento.

Tentando descobrir em seu próprio silêncio o que deveria fazer naquela situação triste e constrangedora, o velho caboclo foi lentamente até a arandela pendurar a candeia. Não sabia o que fazer a mais. Durante quase vinte anos quisera ajudá-la em muitas situações de perigo, mas sempre chegava alguém antes. Sereno trabalhara sempre na plantação, às vezes tratando dos cavalos doentes e outras como mateiro. Amava a menina, antecipava os riscos que ela corria, mas haviam outros mais próximos dela. E agora o mesmo sentimento de proteção lhe parecia palpável de tão denso. E ironicamente, embora estivessem ali apenas os dois, simplesmente não sabia o que fazer.

Passados alguns poucos e imensos minutos, a moça quebrou o silêncio, mais calma, porém sem perder a altivez da voz: Como se chama? Sereno, Sinhazinha - disse ele. E porque está aqui, nunca lhe vi dentro de casa?... O velho empurrou a aba do chapéu para trás e coçou a calva rala e branca, como sempre fazia quando se sentia inseguro. Demorou um pouquinho mas respondeu: Eu vim de pés lá de trás da serra dos pastos... O senhor seu pai mandou que me alimentasse e ficasse por aqui até amanhecer. Ela insistiu: Mas por que veio de pés? Ah, Sinhazinha, parei no meio da mata para ouvir o sabiá-da-mata, tava cantando bem em cima de mim. Desde menino adoro os sabiás, num gaio da mangueira, por cima da minha palhoça tem um que fez ninho agora. Quando passo o café da tarde ele tá arrebentando os peitos, de tanto chamá uma fêmea pro seu ninho novinho e arrumadinho. Mas me distraí, meu cavalo assustou-se com a onça e saiu desembestado, nem sei pra onde. Mas vou lá buscar, pro seu pai meu senhor num ficá num prejuízo maió. Não é um bicho caro, é até meio capenga... Mas é um bom companheiro, num sabe? Vendo a perplexidade dela, ele perguntou: Que foi Sinhá, com essa boca aberta, quem nem peixe morto? A moça sussurrou: Onça?... Que onça é essa, Sereno?

O velho respirou profundamente. Não haveria mais de esconder. Ela que soubesse a verdade e que fizesse o que achasse justo. Disse a ela com segurança: a mesma que pegou o Trovão... Aquele sangue todo foi porque quando cheguei ela já tinha garrado no pescoço dele – disse caboclo limpando instintivamente as mãos grosseiras nas calças. A moça mostrou-se inconformada: E você não fez nada para ajudar o coitado? Não tinha uma arma, Sereno? Sinhazinha, ele caiu por cima da bicha, esperneava como um porco endemoninhado... Endemoninhado é você, miserável! Ele era o alazão mais valente que conheci... Só que havia uma onça mordendo o seu pescoço... E um homem medroso e inútil assistindo a sua morte desesperada! Que queria que o Trovão fizesse?... Sereno, se calou constrangido. E ela quis saber mais: E depois, Sereno?... Sinhazinha, num é nada fácil chegar perto de dois bichos grandes e raivosos... E eu só tinha mesmo o meu facão de mato e não queria ferir ainda mais o Trovão. Sim, mas o que você fez? – ela implacável. Eu nada, Sinhazinha, a onça é que resolveu desaparecer. Onça é um bicho covarde. Só pega pelas costas, sangra e espera morrer. Mas se sentindo insegura ela larga e fica de longe só espiando. Esperando a hora de comer sossegada. E o outro, que também é bicho, sabe que vai morrer e que ela vai vir lhe rasgar as tripas. É só uma questão de tempo... O mundo dos bichos é assim mesmo, Sinhá. Ninguém muda não. Vosmicê ta triste e eu também... Mas o Trovão tá não... Só tá esperando os primeiros lampejos do dia, pra correr por essas terras sem fim, pelos campos e pelas matas fechadas, num tem mais nada que lhe impeça... Vai conhecer todos os lugares onde nunca tinha ido, vai beber água do rio grande e vai saltar nas ondas da praia... Enquanto isso nós vai fica aqui chorando de tristeza, porque num pensa que ele ta livre como nunca foi... É que como nós só sente o sentimento da gente, só pensa com a cabeça da gente, então acha que o trovão ta sentindo e pensando a mesma coisa, Sinhazinha... Não tenha raiva não... Que ele não pode aparecer pra vosmicê e lhe contá como que é lá donde ele vem, ele vai ficar triste por causa da sua tristeza...

A moça se esforçava para aceitar aquela sabedoria estranha, que quase desdenhava os seus mais puros sentimentos, todas as coisas que aprendera a sentir. Mas, embora não tivesse coragem de dizê-lo, até que gostava muito de imaginar seu querido Trovão suando da correria que tanto amava, brilhando ao sol e ao luar. Ele amava o vazio dos espaços, os obstáculos que vencia, amava o vento revirando as suas crinas, enchendo-lhe os pulmões no peito enorme e musculoso, e depois expirava com força fazendo seu próprio vento, era quase um deus da natureza... Ah, como ele gostava disso... – dizia a si mesma. Alagada da própria ternura, disse então ao velho: Ele lutou até o último instante não foi, Sereno?

Ele era valente demais, eu o conhecia desde que era um potrinho muito abusado... Sou lhe muito grata, quero que fique, se alimente bem e descanse bastante. E depois vá buscar o pangaré, antes que essa onça o coma, já que não comeu o Trovão, pois que os homens foram buscá-lo antes disso... Sereno sentia-se mais à vontade agora, já sentado também no degrau de baixo. E completou: Vou Sinhazinha, antes de clariá vou atrás dele. E ai dela que se meta... Faça isso por mim, Sereno – ela pediu com raiva.

Não posso prometer, Sinhazinha... Não Sereno, não se arrisque, leve uma arma... E se ela lhe pegar pelo pescoço, como fez com o Trovão?... Vosmicê num fique triste não, Sinhá... Também sou meio bicho, já fiz muita coisa nesse mundo de meu Deus... Já matei oito onças, seu pai meu senhor pode lhe dizer... Uma delas ia morder era o pescoço dele... É que de uns anos pra cá elas estavam sumidas, que os cachorros farejam a catinga delas de longe... Gato tem raiva de cachorro e vice-versa, num sabe?

Eu prometo, Sereno. Vou contar para os meus netinhos essa estória. E vou me lembrar de dizer que você foi um herói, que não pode salvar o Trovão, mas veio de pés buscar homens, para que ele tivesse um enterro digno. Meus netinhos vão aprender a odiar todas as onças, porque essa matou o Trovão... Mas eis que tais palavras indignaram o velho filho-do-mato, e ele quis ser exato: Não, Sinhazinha... Isso não é certo, não é verdade não... Como, Sereno? Se ela não matou o meu alazão, então quem foi?... Fui eu mesmo, Sinhazinha... A moça de um pinote ficou de pé, com o dedo em riste, enfurecida lhe disse: Seu traidor! Vá embora, suma daqui! Nunca mais quero ver sua cara! Não vou lhe perdoar jamais! Vai... Antes que eu grite por alguém para lhe surrar no pé-de-jurema, desgraçado!

Naufragados novamente em profunda tristeza, ambos se foram. Ela para chorar na cama e ele no mato. Mas nenhum dos dois conseguiu dormir. A moça rolou na cama, sobre o lençol úmido das suas lágrimas, até que lhe viessem chamar para o almoço. Não foi. À tarde, na hora da refeição também não quis sair do quarto, deixando a todos apavorados. Seu pai começou a preocupar-se, vendo que as mucamas não paravam de cochichar pelos cantos. Resolveu-se a sacudi-la. Entrou no quarto como um furacão para intimidá-la e foi querendo saber o porque daquele drama. Sabia o porque, também sentia muito pelo alazão, sabia o valor que tinha, mas não queria perder também a filha. Sinhá estava desolada e não apenas pelo seu Trovão. As horas lentas da madrugada lhe convenceram de que havia sido injusta com o Sereno. Estava agora claro que quisera apenas poupar o animal de mais sofrimento. Não podia carregá-lo nas costas e com certeza não quis que o alazão assistisse a desgraçada da onça comer-lhe as carnes ainda vivas. Ela estava soterrada de remorso e com muito jeito fez o velho concordar em mandar buscá-lo. Assim também concordou em levantar-se para se banhar e voltar à vida normalmente.

Alguns dias depois estava novamente sentada no alpendre, mas dessa vez assistiu a obra da natureza que se comprazia em dispor da sua atenção. O dia terminou. Escureceu por completo. Ela se lembrou da noite em que se assustou com Sereno. Dessa vez queria imensamente que ele lhe trouxesse a candeia. Havia preparado algumas palavras para lhe pedir que perdoasse a grosseria. Ninguém lhe dissera uma palavra durante esses dias, tinha a impressão cada vez mais densa de que não lhe queriam falar a respeito. Uma luz veio de dentro, mas pelo andar sem botas não poderia ser Sereno. Era uma mucama, que foi dispensada. Sinhá só queria a luz do velho caboclo, como naquela noite. Agora queria gostar dele, da sua sabedoria e da sua paz. A lua começou a aflorar, derramando seu prateado pelas colinas que pareciam abraçar em segurança a mansão. De repente, algo mexia nas folhas do pé-de-jurema-branca, que pareciam lhe acenar variando o reflexo do luar. Então, para sua imensa surpresa ouviu com nitidez o canto mavioso de um sabiá... Mas como? Sabiá cantando há essa hora? Não pode ser... Não queria aceitar o que seu próprio silêncio lhe dizia, lutava contra com todas as suas forças... Então ouviu de novo, logo ouviu outra vez e de novo tornou a ouvir... As defesas que havia erguido em si própria foram ruindo a cada canto, como se fossem rojões de poderosos canhões. Até que não pode mais sustentar a certeza que preferia. O sabiá só podia estar feliz. Tão feliz que nem se importava com a noite, não queria esperar o amanhecer! Se quisesse vê-lo sempre feliz, devia afastar a tristeza. Libertá-lo do próprio peito para que fosse completamente livre, para que cantasse onde quisesse e quando quisesse. Seu canto não era triste como o de outros, mas vigoroso e doce como o de uma flauta da natureza. A mucama voltou com um semblante pávido, mas quedou-se quando à luz da candeia viu que o de sua Sinhazinha sorria para a lua, já em seu esplendor. A mucama lhe disse: Sinhazinha, o seu pai mandou meu irmão e me primo buscar o Sereno... Mas eles não querem falar, estão com medo. Medo de que? Diga logo... Não fica brava comigo não Sinhazinha... Fala de uma vez, mulher... É que a onça pegou o Sereno também, Sinhazinha...

Completamente perplexa, a mucama ouviu a Sinhá lhe dizer com doçura: Não fique assim tão triste. Há essa hora ele deve estar bem assobiando por aí... Por onde, Sinhazinha?... Pela natureza, pelo céu, pelo rio grande, ou se lavando nas ondas do mar... A pobre mucama não conseguia atinar com aquelas palavras surpreendentes e Sinhá completou: Anda, pode deixar a candeia na arandela e vá pra dentro. Se precisar eu lhe chamo, agora vá. Quando mais tarde seu pai veio lhe buscar para dentro, aliviado pelas falas da mucama, encontrou-a bem disposta, quase feliz para aquelas circunstâncias. Sinhá aproveitara o tempo para fazer uma prece emocionada, repleta de gratidão e amizade, pela alma do velho Sereno. Durante toda vida estivera bem ali e nem o havia notado. Mas havia sido de grande valia justo no momento que mais precisou. Se estava feliz a ponto de assobiar no galho do pé-de-jurema àquelas horas, então deviam estar todos felizes: O Sereno, sua pobre mãe e também o Trovão. Não, não queria mais pensar em tristezas. Foi quando seu orgulhoso pai, sentindo necessidade de participar daquele momento lhe disse: Deixe estar, querida... Aquela maldita onça não irá longe... Eu me encarregarei disso pessoalmente.

Lou Poulit
Direitos Exclusivos do Autor

Foto de angela lugo

Bailando na chuva das lágrimas

Dançando entre os pingos da chuva quente
Que caiu de repente
Você vem e abraça-me fortemente

Vez ou outra vem o choro calmamente
Choro um amor contido
Ainda bem que tu me olhas docemente

Não podes imaginar meu sonho partido
Por te amar escondido
Um amor sem ser correspondido

Dançando na chuva vejo teu bailar descontraído
O amor nos dá maior percepção
Para sabermos quando estás distraído

Queria que tu tivesses sobre o amor mais informação
Sem deixar-me aqui nesta chuva em solidão
Bailando contigo e sustentando a minha condenação

Meu amor por ti é honesto e cheio de retidão
É alentador e acomodado
E quero que um dia ele saia da escuridão

Declarando a ti este sentimento que está sufocado
Dentro do meu coração
Não precisa ser aqui na chuva neste bailado

Pode ser em um dia quando tiver mais emoção
Quando você não estiver em clima de tensão
Procurando justamente por uma afeição

Sentir-se sozinho e não querer da vida somente ilusão
Então poderei te oferecer meus sentimentos
E assim doar-te o meu amor sem dimensão

Quando acontecer viverei intensamente todos os momentos
E quando assim em teus olhos encontrar o amor por mim
Enfim estarei ao teu lado com a alma repleta de contentamentos

Foto de Raquel Rímolli

Sentir

Sinto necessidade de adormecer minhas pálpebras,
Para dar vazão a esse sentimento,

Sinto necessidade de tocá-lo para ter a percepção da realidade,

Sinto a intensidade do pulsar, e tento apenas tento transpor em palavras para você me aceitar,

Sinto a necessidade de ter o que fazer, para de você nunca me esquecer,

Sinto em você o meu Eu, me completando, fazendo feliz os momentos que ao seu lado ando,

Sinto a alegria e ela sempre me toca, dessa forma portanto nunca me solta,

Sinto então a comunhão completa, perfeita e de amores repleta.

Raquel Rímolli 09/10/06

Foto de Juliana Almeida

OS DOIS CAMINHOS

No inicio era só brincadeira.
Era como se a vida, fosse nossa prisioneira.

Mas no silêncio da noite, nas garras do tempo,
As gárgulas do destino, tecem nossos caminhos,
Desenham nosso futuro, nossos descaminhos.

Tramam contra nós.
E nas veredas de nossos desatinos,
Revelam-se as traições, as emboscadas
As armadilhas de nossos corações.

Da cumplicidade terna, do sorriso doce
A alma se devassa. E nas entranhas de nosso ser
Tudo quanto era puro se transforma na chama
Em que faz nossos corpos arder e nossas almas perecer.

E o que era uma só alma em uma só alma
Em uma só alma, serão duas almas e,
Apenas no arder de nossos corpos
Fundem-se novamente nossas almas
Para sermos novamente uma só alma,
Em uma só alma.

O pecado e a virtude. Lado a lado.
Caminham entrecruzando nossos caminhos.
Não sabemos mais : Seguir o pecado
Ou se seguir a virtude!

Ambos opostos, contidos em si
Faces de uma mesma moeda
Prismas de uma mesma natureza.

Porque prisioneiros de nossos pensamentos,
De nossas aspirações, de nossa salvação?
Até quando seremos cativos
Desse algoz sem misericórdia e perdão?

A devassidão poder ser uma virtude
E a virtude pode ser uma devassidão
Devassidão é virtude
Virtude é devassidão.

Ambas são apenas uma verdade.
Uma só realidade, apenas opostos
Para a nossa percepção.
Em verdade compõe juntas
O todo perfeito, a divina criação.

Deixemos romper os vergalhões
As vetustas correntes da libertação
Deixe a verdade ser bússola
De nossos corações.

Que o amor seja uno
A felicidade completa
Seja puro e devasso
Sejam faces da mesma moeda.

A salvação e a perdição
Poder ser perdição em salvação
Poder ser salvação em perdição.

Que a brincadeira se perpetue
Que a pureza se devasse
Sejamos uma só alma
Na perfeição do criador.

Foto de poeta anonimo

Coraçao versos Razão

Penso nas vezes
Que brigamos
Por motivos tolos
Que tornaram-se infelizes

Olho e vejo então
A seguinte percepção
Temos uma contradição
Entre o coraçao e a razão

Quando você
Me pede o perdão
O coração diz que sim
A razão diz que não

Eu fico em duvida
Entre o sim e o não
Mas opto pelo coração
Pois a paixão vence a razão

Posso estar enganado
Mas para mim o que
Manda é o coração
Principalmente quando
Você é amado

Foto de Francisca Lucas

Fantoches e Deboches

Quando chega a paixão
O coração enlouquece
Converte-se em reação
puramente quimica

Tanto o homem,
Quanto a mulher
Ficam caidaços
Alguns viram até palhaços...

Voltam a ser criança
Com a cabeça
Cheia de sonhos!...

"Dizem que amizade
Tem cheiro de flor,
Dela as vezes nasce o amor!..."

Mas a paixão,
É como "tinhorão"
Perde as folhas no inverno
Sumindo chão a dentro.

Assim é a paixão
Chega toda avassaladora
Seja no coração
Do homem ou da mulher
Você faz o que não quer
Pelos carinhos do bem-querer

Perde a percepção
Sumindo coração a dentro,
Bagunçando as emoções,
Deixando as vitimas de quatro
Com a cabeça cheia de ilusão
No peito a dor e o amor
Brigando pelos carinhos
Do bem amado.

Foto de InSaNnA

Sonhos desfeitos

.. ..e assim viveram felizes para sempre.Tudo mudou..eu cresci,veio o futuro misturado aos desejos abstratos,e foi ai,que meu amor se perdeu..
Onde estará o meu príncipe?Onde estará o meu amor?Talvez,eu peça demais ;atrapalhando o meu destino.Sei que mergulhei bem fundo,perdi a razão..te olhei com olhar de menina..cai de cara na ilusão...Sei também,que nâo existe amor perfeito,pois,não existe pessoas perfeitas,mas,meu amor,existe a entrega perfeita..E eu,não consegui nada de você,pois não foste perfeito na sua percepção..Não me sentes !
Um dia eu sonhei em ser a sua princesa e morar no teu castelo de poesia..eu sonhei demais..
Hoje,vejo,que os bons finais..ficaram lá atrás,nos meus sonhos de menina..e agora,tento chamar a realidade,vestida de razão.Não sou princesa,sou tão real...
Por onde andas,meu principe?Por onde anda você ? nos meus sonhos,ainda..
E eu choro..por mim..pela princesa,que não fui.para você.
Choro pelo final da minha história..que não foi feliz.

Obs:minha primeira tentativa em cartas..desculpem as falhas..rs

Foto de ale_rossetti

Almas Gêmeas

Ninguém jamais conseguiu explicar como foram
criadas as almas gêmeas,
mas eu lembro-me bem dessa história.

Estavam lá no céu, todas as almas, umas eram somente razão,
outras somente emoção, duas filas distintas.

Finalmente chegou a minha vez de ser colocada em uma das filas.
Olhei para ambas e identifiquei-me com a da razão,
acontece porém,
que quando avistei você na da emoção,
meus olhos brilharam,
foi como se fosse um imã a puxar-me.

Aproximei-me do criador e lhe disse:
Eu gostaria de ficar na fila da emoção, pode ser?....
é que existe uma doce alma lá, que encantou-me.
Está bem, falou-me Ele, você até poderá escolher seu lugar,
mas antes quero explicar-lhe algo,
depois então você fará a sua opção.

Existem almas que são gêmeas, tudo nelas é igual,
a única diferença que eu coloquei foi a razão e a emoção,
justamente para que elas possam se completar,
é como se fosse um encaixe.

Possuo uma grande percepção para distinguir
as almas gêmeas e por isso entendi,
que aquela que se encontra ali na fila da emoção , é a sua,
(falou apontando para você)
daí querer te colocar na da razão.
Caso vocês fiquem juntas,
o encanto das almas gêmeas se acabará,
ao passo que se ficarem separadas,
ele permanecerá.

No entanto, devo lhe contar algo,as almas gêmeas,
nem sempre encontram-se,
porém vivem sempre unidas pelo coração e por elas próprias.
Por outro lado quando se encontram,
jamais separam-se,
nem mesmo eu consigo executar esse afastamento.

Entendi naquele momento...
que a razão não sobrevive sem a emoção.
E a emoção por sua vez,
precisa da razão para viver.
Nesse instante fiz a minha escolha:
Prefiro a fila da razão!
Encaminhei-me para o meu lugar,
me posicionei e nesse mesmo instante, você ,
que não tinha até então percebido a minha presença,
olhou-me e sorriu!

Hoje, eu sou a razão, você a emoção,
eu te dou o chão e você me leva à lua.
Hoje , eu entendo o que o criador quis dizer-me com:
.....é como se fosse um encaixe.
Hoje , eu sou a razão correndo atrás da emoção e você a emoção
pedindo aos céus que eu possa pertencer a mesma fila que você.

Mas o que que você não sabe...
é que fui eu mesma quem escolheu o meu lugar,
só para ser a sua alma gêmea.
o que você não sabe é que mesmo antes de pertencer
a qualquer uma das filas, eu já te amei.

Quando voltarmos para o lado de lá,
você há de entender tudo isso e
se eu puder escolher uma das filas novamente ,
eu ainda vou querer ficar separada de você.
A única diferença é que escolherei a fila da emoção
para sonhar como você sonhou...
e que você fique na da razão para entender como eu sofri!

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