Percepção

Foto de Iris Naque

Pessoas são como quebra-cabeças!

Na vida encontramos pessoas de todos os tipos em nosso caminho, pessoas que vão e que ficam, que deixam muitos ensinamentos já outras que não deixam nada, algumas que se tornam amores avassaladores e outras que pouco significaram, mais todas essas com certeza acabam modificando de alguma forma nossa vida, e principalmente nossa forma de ver e entender as pessoas.
No entanto passamos a vida toda procurando pessoas perfeitas, fáceis de conviver. Certo dia conversando com uma amiga de trabalho, num fim de tarde, em que acabávamos mais um dia de trabalho com nossos alunos, comentávamos sobre pessoas complicadas! Veja só, pessoas complicadas, difíceis de conviver, de trabalhar, de manter relacionamentos, em fim complicadas. E muito calmamente não só falei para ela, mais para outras colegas que estavam presente naquela sala, que não existem pessoas complicadas e sim pessoas que não são bem compreendidas, que estão em busca de alguém disposta a lhe escutar, que na verdade pessoas são como um quebra-cabeça!.
Ora quebra-cabeça, um brinquedo tão comum entre as crianças. E quem nunca teve um na vida? Mais quem falou que pessoas não são comuns em nossas vidas, não no mesmo sentido do brinquedo claro, pois essas são comuns, mas importantes. Já os quebra-cabeças, esses tem sido substituído por brinquedos mais belos, mais tecnológicos, com mais atrativos para aqueles dispostos a comprá-lo. Será que não estamos fazendo o mesmo em nossas vidas? E com as pessoas que por ela passam? Qual será o tipo de pessoas que estamos procurando para estarem ao nosso lado? Perguntas aparentemente simples não? Talvez, pois se pararmos um pouco e prestarmos atenção no nosso dia-a-dia acabamos fazendo o contrário do que pensamos, o contrario do que aprendemos em nossos lares e em nossas crenças seja ela qual forem. Culpa nossa? Ou da sociedade em que estamos inseridos? Estamos hoje em uma sociedade em que temos pouco tempo, tudo passa muito rápido, aquele tempinho que tínhamos quando crianças ou mesmo adolescente de montar um quebra-cabeça, já não temos mais, pois eles necessitam de concentração, empenho, criatividade, percepção, carinho com cada pecinha que o compõe e tempo! Esse fundamental.
Ora e as pessoas que chamamos de complicadas? Será que essas não necessitam das mesmas coisas? Muitas vezes nós é que colocamos as complicações em alguém que não queremos empregar nosso tempo, que por algum motivo não achamos necessária a presença em nossas e vidas, ou apenas não simpatizamos e por isso torna-se mais fácil e mais cômodo chamá-la apenas de complicada, quando na verdade somos nós que não estamos dispostos a montá-la como um quebra-cabeça, que só conseguimos ver quão era fácil ao terminar de montar. Na verdade essas pessoas estão apenas esperando uma pessoa que se proponha a montá-la, que a compreenda, uma pessoa que a escute, que sirva de companheira, e que principalmente viva com ela os bons e os maus momentos de uma vida, e tenha certeza que no dia que isto acontecer em sua vida, ela deixará de ser complicada.
Agradeço muito a essa minha amiga, pois pelo seu questionamento tive a oportunidade de refletir sobre as pessoas que passaram em minha vida e sobre a minha vida. A conclusão? Ora queridos não poderia ser diferente, sou um grande quebra-cabeça! Complicado para uns, fáceis para outros, como qualquer outra pessoa neste mundo. Sim, pois muitas vezes o que parece ser complicado para mim, não é para você ou para seu amigo, isto é muito relativo. Há quem prefira quebra-cabeças pequenos, outros preferem aqueles enormes de trezentas peças, outros os clássicos das historias que embalaram suas noites antes de dormir, como o da Cinderela, ou o que está na moda como o do Senhor dos Anéis, em fim, a gosto para tudo queridos. Já com as pessoas em nossas vidas existe afinidade, amizade, relação de carinho para que nos ponhamos dispostos a entendê-las.
Então façamos antes o exercício de montar primeiro o quebra-cabeça de nossas vidas, no intuito de descobrir se não existe nenhuma peça faltando, se está tudo em ordem, só assim teremos condições de nos conhecer melhor, e ao final descobrir o quanto somos belos mesmo com todas as nossas falhas, que somos únicos e que não existe outro igual. A partir daí poderemos entender melhor as pessoas que por nossas vidas passarem, lembrando sempre que você talvez já tenha sido um quebra-cabeça complicado na vida de alguém, portanto tenha o mesmo carinho e tempo para com estas o mesmo que você gostaria que tivessem com você.

Foto de Lou Poulit

UM INCENTIVO À REFLEXÃO DE TODOS OS PROSADORES TÍMIDOS

Continuando uma conversa, esquecida noutro lugar...

Dei-me conta de um outro conceito integrante do curso, que também tem tudo a ver com essa reflexão sobre os nossos personagens na vida. E avança sobre fazer arte, sobre percorrer um trajeto evolutivo, lucidamente. O que inclui escrever prosa (a arte da palavra fluída) de modo mais artisticamente pretensioso, e não exatamente presunçoso...

Depois de entrar no ateliê, com a coragem e a desenvoltura de quem entrasse no castelo de Drácula, e tentar compreender alguma coisa da parafernália que havia ali, que equivalia a uma avalanche de informações visuais e olfativas nem sempre esperada, pinturas e esculturas por toda a parte, rascunhos espalhados como que por alguma ventania, uma infinidade de miudezas, coisas difíceis de imaginar e fáceis de fazer perguntar "pra que serve isso?"... O aluno iniciante dizia, como se ainda procurasse reencaixar a própria língua: eu não sei desenhar nada, sou uma negação, um zero à esquerda, nem sei direito o que estou fazendo aqui...

Eu tentava ser simpático, e sorria sem caninos, para provar que não era o Drácula. Depois pedia ao rapaz espinhento (convenhamos que o fosse neste momento) que desenhasse aquilo que melhor soubesse desenhar, entregando-lhe uma prancha em formato A2 e um lápis. A velha senhora (agora convenhamos assim) procurava uma mesa como se houvesse esquecido a sua bússula, e a muito custo conseguia fazer a maior flor que já fizera, de uns 15 cm numa prancha daquele tamanhão, e muito distante do centro da prancha. Claro, eu não conseguia evitar de interromper, se deixasse ela passaria a tarde toda ali improdutivamente. Aquele desenho já era o bastante para que eu pudesse explicar o que pretendia.

O executivo que arrancara o paletó e a gravata para a primeira aula, depois do expediente, com a gana de quem subiria num ringue para enfrentar um Mike Tison no maior barato e cheio de sangue no álcool, olhava pra mim, a interrompê-lo, como quem implorasse deixá-lo continuar! Queria mostrar talvez que eu deveria investir nele, que estava disposto a tudo, e que ele estava ali para que eu fizesse com ele o que bem quisesse. E eu finalmente explicava: não é necessário, já vi que você pode fazer. Me diga, quantas vezes você estima que já tenha desenhado esse mesmo Homem-Aranha que acabou de rascunhar?... Ah, não contei, mestre... Claro que não, mas talvez possa fazer uma estimativa, em ordem de grandeza. Uma vez? Uma dezena? Uma centena? Mil vezes?...

O velhote, com jeitão de militar reformado, pôs a mão no queixo. Mas em vez de estar fazendo alguma conta para responder, na verdade tentava avaliar (com a astúcia que custa tantos cabelos brancos) que imagem a sua resposta produziria, na cabeça do jovem mestre. Afastou as pernas uma da outra e naquele momento eu pensei que ele pretendia bater continência para mim, mas não, aquilo era um código comportamental. Sempre fui antimilitarista, mas procurei entender o seu personagem íntimo. Afinal, ele resolveu arriscar: Mais para mil vezes... Alguém poderia acreditar nisso – perguntei a mim mesmo? Se o velhote houvesse desenhado Marilyn Monroe, vá lá que fosse. Ou a bandeira do Brasil, um obuz, uma bomba atômica, ao menos um pequeno porém honroso canivete suíço!... Mas não. Um militar que estimava ter desenhado quase mil vezes o Papa-Léguas – antigo personagem de quadrinhos e desenhos de televisão – ou tinha algum grave desvio (talvez culpa do canivete) ou estava construindo naquele momento um personagem específico para a sua insegurança, o que mais convinha deduzir. Antes que ele dissesse “Bip-bip” e tentasse correr pelo ateliê, eu tratei de prosseguir com a minha aula.

Mas qualquer que fosse o aluno, eu pedia então que sentasse nas almofadas que ficavam pelos cantos do espaço, e em seguida me sentava no chão, sem almofada. E perguntava: você já ouviu falar no Maurício de Souza, o “pai” da Mônica?... Sim, das revistas... Isso mesmo. Sabe que ele é capaz de desenhar a Mônica (mas talvez não outro dos vários personagens que assina) de olhos vendados?... O aluno tentava refletir, mas eu não esperava pela resposta. Garanto a você que ele faz isso. Sabe por que?... Acho que não, assim de surpres... Por um motivo muito simples e óbvio: ele já fez tantos desenhos semelhantes, que não precisa mais se preocupar em construir nenhuma imagem do desenhista que ele é. Muito menos com o desenho que vai fazer.

Eu não estou pretendendo estabelecer nenhuma comparação com a sua pessoa, mas somente adiantando para você uma espécie de chave para quase todas as perguntas inerentes a aprendizados. Você pode achar até que é um zero à esquerda, quer diga isso ou não. Não é. Mas a sua memória técnica é. E essa seria a principal razão de você achar que não sabe desenhar, ou não ser capaz de ver-se como artista. Todo mundo nasce com alguma sensibilidade, percepção para o belo, capacidade de fazer associações psíquicas, afetivas, emocionais e tal. Isso tudo é inato, intrínseco à natureza humana. Contudo para transpor o que está dentro de você (imaterial) para fora, de modo que outros, além de você próprio, possam compreender através de alguma sensorialidade, é preciso usar um meio físico, também chamado de veículo. Para fazer essa materialização você terá que lançar mão de uma técnica, e a técnica não é inata (salvo em raros casos).

Essa é razão mais elementar pela qual está me pagando. Mas eu não fabrico desenhistas. Apenas, com base na minha própria experiência e na minha memória técnica, vou traçar um atalho para você chegar ao que definiu como suas preferências, na nossa conversa inicial. Bastará que você faça apenas algumas coisas simples, mas que podem exigir alguma disciplina: que não faça os exercícios como faria um robô, que preste atenção com intuito de memorizar o que vou lhe dizer (como se fôsse um robô!) e que não jogue fora nem mesmo o pior dos seus resultados, pelo menos até que termine o curso. Os seus resultados de exercício, em ordem cronológica ou pelo menos lógica, por mais que pareça entulhar a sua vida, serão como os frames de um filme que só existe na sua memória, e que serve para estruturar a sua memória sensorial. Será a mais eficiente forma de avaliar o processo de aprendizado, e poderá estar sempre disponível para reavaliações.

Sua verdadeira obra, será construir um arcabouço de informações técnicas. Muito naturalmente e sem começar pelo fim ou pelo meio, você irá armazenando o conjunto da sua sensorialidade ao exercitar. Não irá memorizar tão somente o desenho em si, mas a interação entre os materiais, os sons, o cheiro, a impressão tátil de manusear e pressionar, enfim, tudo será memorizado, e a partir de certo ponto, além de saber, você estará compreendendo o que faz. Contudo, não tem que esperar o fim do curso para estabelecer uma relação mais madura consigo próprio, enquanto artista. Poderá começar a amadurecer (e reorientar) desde logo o seu foco preferencial, a sua linguagem e estilo próprios, seus conceitos e o seu próprio personagem de artista...

Isso mesmo, o artista, seja pintor, músico ou escritor, tem um personagem próprio. Para as pessoas que só podem conhecer a sua arte a partir do veículo e não a sua pessoa, será inevitável eleger atributos para agregar referencialmente ao seu nome, ou para humanizar o seu nome, e torná-lo mais compreensível. As pessoas “tocam” o produto artístico como se tocassem a pessoa do artista subconscientemente. Por isso, se você não quiser criar lucidamente o seu personagem e torná-lo compreensível para eles, os admiradores da sua arte o farão instintivamente e você só saberá depois, ou talvez passe pela vida sem saber como é visto, ou pior ainda, imaginando o que não corresponda nem de longe à realidade.

Não importa muito a linguagem artística que se escolhe. O processo evolutivo é muito semelhante. E todo aquele que reluta em mostrar seu trabalho e predispor-se a um julgamento que não se submete ao seu próprio, apenas retarda a sua própria evolução.

Foto de Carlos Henrique Costa

Desejo de sonhar

Cálido horizonte flutuante de amargura,
Que vagueia na percepção penosa do olhar,
Abstrai lentamente um pedaço do lugar,
Onde o forte ego canta, clama e sussurra.

Esplendorosa formação de colorida figura,
Que incendeia o coração de quem amar,
Modificai brandamente o desejo de sonhar,
E redige o silêncio alegre da formosura.

Em risos murmurantes no solo sedento,
Veste-se a alva no sufrágio do branco véu,
Despe-se da roupagem do egoísmo intento.

Respira teu bondoso perfume sobre o céu,
E passeia na aragem que sopra pelo vento,
E nesse momento a terra toda tira seu chapéu.

Foto de Marcelo Henrique Zacarelli

ANDARILHOS NA TEMPESTADE

ANDARILHOS NA TEMPESTADE

Andarilhos na tempestade
Caminham sem vaidade
Em busca de algo que os surpreendam
Um grito preso na garganta
Caminham sozinhos
Sem alguma esperança...
Andarilhos na tempestade
Distantes da verdade
Lado a lado com a realidade
Caminham como crianças
Um nó preso na garganta...
Andarilhos destemidos
Caminham sem destino
Em busca da porta da percepção
Algo que conforta o coração
Andarilhos sem razão...
Andarilhos na tempestade
Caminham sem destino certo
Como cães jogados sem osso no deserto
Rompendo barreiras em busca da liberdade
Andarilhos da saudade...
Andarilhos na tempestade
Caminham sem vaidade
Pensamentos escondidos
Entre o amor e a guerra
Andarilhos divididos
Desta força que os supera
Andarilhos iludidos
Caminhando sobre os trilhos
Renegados da paixão
Desarmados e despidos
Pobres andarilhos
Que caminham sem razão.

Pelo autor Marcelo H. Zacarelli e Marcelo Martins
Agosto de 2001 no dia 14
Itaquaquecetuba (sp)

Foto de pttuii

Luxos Importados I

Minuto de sonhar baixinho. Instante passado a perceber que o real somos nós, a passear em brasas incandescentes.
O mundo pára.
A vida descoordena-se.
A percepção destas coisas dificulta o palmilhar em cima de assuntos que se desprendem de infracções mal resolvidas ao acto de viver. Nunca pertenci, não quero radicar-me, nem me sinto parte de soluções mitocôndricas, para problemas que são um desafio ao desafio da criação.
A vida é gritar, porque sorrir é o contrário de gostar de viver. O chorar é,....é a alma a desfazer-se em soluções ácidas.
Grito sim. Mas grito à minha maneira. Soluço quando tenho de prestar contas à mágoa. Berro, se berrar for sinónimo de passar sem dor de espírito. E sonho. Sonho baixinho, se quero aproximar-me do real medido em sonetos de amor falhado.

Foto de Graciele Gessner

Mais Um Natal. (Graciele_Gessner)

Então, chegamos a mais um Natal. Mais um dia que estaremos comemorando ao nascimento do Filho do Altíssimo.

Contudo, sabemos bem que muitos não têm esta mesma percepção. Hoje, na véspera do Natal venho com alguns questionamentos: O que seria do comércio se não existisse Natal? O que seria deste momento natalino sem papai-noel? Ou será que o papai-noel foi realmente uma história inventada pelas pessoas de pouca fé?

Peço desculpas pela forma que escrevo, mas não consigo fechar os olhos e não perceber como muitos venderam a sua alma, a sua fé, sua esperança pela falsa riqueza do materialismo. E te pergunto: o que levaremos desta vida? A vida não se resume somente aos presentes. A vida se resume aos risos, às fiéis amizades, aos pequenos e grandes momentos, a confraternização, e principalmente a família. É muito mais valioso receber um abraço verdadeiro, do que receber a hipocrisia embrulhada num presente.

Sim, a hipocrisia está embrulhada. Muitas pessoas fingem sentimentos que não existem em seus corações. As pessoas não sabem o significado do amor, do respeito, da solidariedade, do perdão. Perdeu-se o caráter, a dignidade das boas ações. O Natal perdeu o verdadeiro sentido em muitos lares.

Mais um Natal, e não vi nada de especial este ano. Simplesmente vi o interesse político; a ganância do materialista; vi também muitas desgraças e desastres em muitas famílias e cidades.

Então, logo mais, estaremos numa gostosa ceia com a nossa família, esbanjando comida e trocando presentes, e será que lembraremos de fazer uma oração? Será que lembraremos que o aniversariante é o Menino Jesus? Enquanto muitos outros estarão desperdiçando, outros estarão passando um Natal de dificuldade, de fome, da falta de abrigo, da falta de sonhos... Desejo e torço que cada um repense em seus atos e suas atitudes.

Por que perdemos a essência humana? Por que ficamos sentimentais somente no Natal? Por que não colocarmos um pouco da nossa solidariedade todos os dias? Penso que Natal não se resume apenas no dia 25 de dezembro, mas sim, o ano todo, nos 365 dias.

Mais uma vez chegamos ao Natal, e eu desejo em minhas orações que muitos de vocês leitores se sensibilizem e repensem em tudo que acabou de ler.

Finalizo a minha mensagem desejando que todos tenham uma profunda reflexão e um Abençoado Natal!

24.12.2008

Escrito por Graciele Gessner.

* Se copiar, favor divulgar a autoria. Obrigada!

Foto de pttuii

Palestra com paleta sem cores

Se eu começar a fumar, simplesmente ignorem-me. Luto por ser politicamente incorrecto, e nada melhor que subir a esta tribuna, e sacar de um cigarro. Estou consciente do meu trajecto enquanto ser que respira, e pensa às vezes. Já nasci, talvez seja este o meu apogeu, e não tarda nada começará o meu declínio. O círculo desenha-se lentamente, e fecha-se no dia em que se sente o clique. Segue-se a escuridão, e do lado de fora um lamentado 'desculpe, mas este é o meu dever. aqui estão as chaves'. Ninguém ainda me garantiu que morrerei porque antes deste cigarro, já me passaram milhares pelos lábios secos, e com certeza mais passarão. Quando sentir o ranger das cordas, nas quatro estruturas de pinho em meu redor, com certeza que não me porei a pensar que o meu fim esteve pré-definido no dia em que simplesmente disse que sim ao grupo, e comecei a fumar. Mas apetece-me hoje estar aqui a falar sobre isso com vocês, porque teorizar sobre o acto de fumar, é o mesmo que discorrer sobre o imperativo categórico de Kant. Impõe-se, e nada há a fazer.
Sobre o amor, é que as coisas não são assim tão fáceis. O amor nada tem de filosófico, porque é subjectivo. E se um filósofo um dia teimou com alguém que estava a ser objectivo, com certeza que não o fez pensando em amor. Lamechices são aquelas transpirações que escorrem do amor, quando este se sente acossado. Uma explosão do nada criou o universo, e uma implosão do tudo fará com que ele um dia, desapareça. O amor é precisamente o contrário disto.
Quando o tudo se sente pouco inteligível, difícil de ser percepcionado à maior parte das sensibilidades, então aceita que lhe chamem amor. As partes tornam-se escorregadias, quando um carácter é tomado pelo amor.
Falando em evolução do ser humano, o amor até ajuda. Continuaremos todos aqui, enquanto um homem e uma mulher continuarem a embeiçar-se um pelo outro. Mas e se as coisas, mais uma vez, funcionassem no oposto desta simplicidade. Se perpetuar, fosse apanhar o primeiro gâmeta oposto que nos aparecesse pela frente, e ao fim de nove meses nascesse um fruto dessa animalidade? O mundo nunca foi antropocêntrico, por isso o homem querer pintá-lo consoante os seus apetites 'racionais', não será um pouco abusivo?
O que nos rodeia, o feio que nos repugna, o belo que nos deleita, é evolutivo. O homem será um ser espiritual no dia em que perceber que nada pode fazer para contrariar esta realidade, E a morte é prova disso.
A medicina é um reflexo do 'não quero ver, para não ter de chorar à conta disso' humano. Serve só para adiar o fecho do círculo de que vos falei, e que pelas vossas caras não se encaixou na percepção axiológica do mundo que partilham entre vós.
Agora adeus, e lembrem-se de duas coisas. Primeiro, Deus existe para vos livrar dos vossos falhanços enquanto auto-proclamado mundo antropocêntrico. E segundo, a vida é gira, vista de perfil. Se a virmos de frente, ficaremos repugnados com a verruga que lhe pende do nariz.
Querem saber como se chama essa disformidade? Psicologia. Não olhem muito para ela, porque eu já tentei. E hoje ganho a vida a dizer às pessoas que elas são realidades que, não tarda nada, desaparecerão.

Foto de Rosinéri

PAI DE VERDADE

Pai de verdade mesmo sabe que ser pai não é simplesmente
recolher o fruto de um momento de prazer, mas sim perceber
o quanto pode ainda estar verde e ajudá-lo a amadurecer.
Pai de verdade mesmo não só ergue o filho do chão quando ele cai,
mas também o faz perceber que a cada queda é possível levantar.
Ele não é simplesmente quem atende a caprichos: ele sabe perceber
quando existe verdadeira necessidade nos pedidos.
Pai de verdade mesmo não é aquele que providencia as melhores
escolas, mas o que ensina o quanto é necessário o conhecimento
Ele não orienta com base nas próprias experiências, mas demonstra
que em cada experiência existe uma lição a ser aprendida.
Pai de verdade mesmo não coloca modelos de conduta, mas aponta
aqueles cujas condutas não devem ser seguidas.
Ele não sonha com determinada profissão para o filho, mas deseja
grande e verdadeiro sucesso com sua real vocação.
Ele não quer que o filho tenha tudo que ele não teve, mas que tenha
tudo aquilo que merecer e realmente desejar.
Pai de verdade mesmo não está ali só para colocar a mão no bolso
para pagar as despesas: ele coloca a mão na consciência e percebe
até que ponto está alimentando um espírito de dependência.
Ele não é um condutor de destinos, mas sim o farol que aponta para
um caminho de honestidade e de Bem.
Pai de verdade mesmo não diz " Faça isto " ou " faça aquilo " , mas sim
" tente fazer o melhor de acordo com o que você já sabe " .
Ele não acusa de erros e nem sempre aplaude os acertos, mas pergunta
se houve percepção dos caminhos que levaram o filho a esses fins.
Pai de verdade mesmo é o Amigo sempre presente,
atento e amoroso - com a alma de joelhos -

Foto de Graciele Gessner

A Nova Mulher. (Graciele_Gessner)

Mulher isto, ou mulher aquilo, já ouvi muito disto. Por que sempre a mulher é o alvo do conceito complicação? Sou mulher e admito que tenham momentos de altos e baixos, mas o homem com a sua falta de compreensão também é um enigma muitas vezes sem respostas.

Muitas vezes me questiono por que estamos acompanhadas por eles? A resposta é simples! Até possa ser difícil de suportarmos certas atitudes deles, mas é impossível ficarmos sem eles. Quando realmente encontramos aquele que nos compreende, sei que não conseguimos ficar sem a companhia desta criatura máscula.

Sei que existem aquelas mulheres auto-suficientes de si, que estão maravilhosamente bem sozinhas. Fico apenas me perguntando, será que a vida de uma mulher é completa desta maneira?

A mulher até pode escolher em não se casar, não ter marido, isto é uma escolha pessoal. Mas como somos seres racionais necessitamos viver com pessoa, nos comunicar, nos envolver, aprender a respeitar a individualidade de cada um, estar em grupo para a integração com as demais pessoas.

A mulher até pode ter invadido o mercado de trabalho, ter conquistado a sua independência, mas em algum momento da sua vida vai perceber que algo está faltando e que a juventude passou e não soube aproveitar adequadamente. Então, além de ficar trabalhando em demasia, viva e desfrute da beleza que existe ao seu redor.

Mulheres! Trabalhem, estudem, namorem, amem, tenham a sua independência financeira, mas jamais anulem a sua essência feminina que Deus nos proporcionou. Jamais se esqueçam da sua sensibilidade, de sua intuição aflorada e de sua capacidade de gerar novas vidas.

A nova geração de mulheres assusta, mas valoriza a capacidade intelectual que muitos anos foram desprezados ou mesmo oprimidos. Mulheres com atitudes e comportamentos ousados; estilo de iniciativa e ação de opinião firme; acaba assustando os menos atentos. Qual é a organização que não deseja uma mulher assim?

Mulher com sua forma sensível promovem uma comunicação ágil e seus pensamentos acelerados operam uma percepção aguçada.

Quem não deseja estar na companhia de uma mulher para desfrutar das mais sensacionais e revolucionárias ideias femininas?

16.04.2007

Escrito por Graciele Gessner.

* Se copiar, favor divulgar a autoria. Obrigada!

Foto de Boemio

Carta para Bela Dama

Boa noite! Escrevo-te para pedir-te perdão, por que mando poemas a você e não me revelo por mais que saibas quem eu sou. Eu sei que esta minha atitude não convém a sua pessoa por isso venho através desta carta te pedir que me perdoe por esta grande falha mas quando te vejo parece que tudo o que me importa é ficar contemplando o seu rosto, então paro desafiando o tempo que quer me comprimir e passo horas afinco, tentando traduzir em meus poemas o que vejo em você. Quando tento fazer isso, acabo por concluir que a tarefa a qual me propus a cumprir é inglória pois tua beleza não tem fim, teu sorriso tem não tem limites o que a mente humana não pode entender.
Mas, hoje, quero dizer também mais que isso, por que tudo o que escrevo é para você, por isso que vos mando as cartas simplórias e os poemas frutos desta admiração, perdoe-me se isso a incomoda. Não te escrevo a mão por que Deus sabe que minha letra não iria agradar-te muito a visão.
A tua ausência durante a ultima semana fez-me refletir sobre a minha existência, fez-me sentir que o seu sorriso realmente me faz muita falta, que a saudade que estava em ver-te atrofiou meu espírito criativo.
Então tomei uma decisão, que não coloquei em pratica nestes últimos dois dias por que no primeiro fiquei inebriado em vê-la novamente, perdi-me perante tua beleza que de novo se encontrava presente, no segundo tive medo da luz que emana dos seus olhos. É este medo que me faz permanecer distante, medo que sempre me acompanhou, que esteve comigo em momentos bons e ruins, medo que me serviu de coberta nas noites de frio e de companheiro perante a solidão, medo que presenciou minha ascensão e meu declínio imediato, que sorriu quando fiz meu primeiro verso, medo que modelou a arte em minha alma a ferro e fogo, medo que disse não haver volta ao caminho de poeta errante que havia escolhido pois uma vez sentida esta nova visão eu nunca mais voltaria a ser o que era antes, fui empurrado vendado ao mundo das sensações.
Mas até agora somente rodei-te minha verdadeira intenção ao escrever essa carta numa tentativa ilógica e inútil de disfarçar algo que não pode ser disfarçado, colocar de outra forma meu pensamento que é objetivação da vontade, tal como aparece sob as condições da percepção externa. Ou seja, o que quero e o que se faço são uma e a mesma coisa, vistos, porém, de perspectivas diferentes.
A mudança levou um tempo por ser tão veloz, para que não me arrependesse o resto da vida por não ter feito o que devia, precisei da sua ausência para que minha mente assimilasse tudo. Talvez não entenda mas luto contra mim mesmo, contra o que em mim me impede de me aproximar a apresentar-me de modo adequado.
Mas em carta em consigo essa liberdade do mundo de visões que é esta nossa sociedade, pois tudo se trata de como você vê o que se passa ao redor, por isso existem muitas verdades errôneas, e o erro acaba se transformando em procurar alguma verdade, por que sem enxergar como verdadeiramente as coisas são nunca teremos as condições plenas de descobrir essa verdade, sem a liberdade destes preceitos que nos rondam como valores e éticas impostas desde o primeiro suspiro da nossa existência não podemos enxergar aquilo que representa a verdadeira verdade, o que conseqüentemente traz a liberdade.
Por isso que te escrevo, pois na palavra, no canto, no poema, na carta, no texto, as coisas do mundo podem ser o que realmente são, independentes de representação física, somente a expressão que sua essência é, por isso que artistas de todos os tipos são apreciados e pelo mesmo motivo te admiro, por que a clareza do seu ser resplandece fora da representação física a qual todos estamos impostos, que é a sua pureza, livre de visões e preceitos errados e supérfluos.
Se te escrevo antes de conhecer-te é por isso, já que pra mim a arte é a maior expressão do ser humano, para que você através dos meus poemas pudesse conhecer de algum modo, aquele que está por traz dos pensamentos: eu. Como cansei deste demasiado idealismo que me impede de progredir escrevo-te somente para dizer-te:

_ OI! MUITO PRAZER, MEU NOME É DIEGO DUARTE.

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