Pessoas

Foto de Anderson Maciel

SABADO SOMBRIO

em uma noite de sabado numa noite de escuridão tremenda já não vejo luz ao meu redor e a chuva começa a engroçar e a cair mais e mais sobre meu pobre leito não tenho aonde me repousar a dias que não como algo nem sei o que é me alimentar enquanto carros passam sobre a rua e eu os observo diante da chuva e da escuridão deste sabado expresso em meu sentimento de dor de angústia de querer me suicidar pois pra mim nada importa nesta vida não queria nascer assim uns nascem pra vencer e outros ja nascem pra perder e sofrer é o meu caso ja não quero mais ter que pensar vou embora pra nunca mais voltar esta é a resposta minha mais não do meu coração vejo neste sabado sombrio o frio no coração aonde não se tem agasalho pra esquentar vou morrendo aos poucos minha alma ja grita socorro de misercórdia pois meu sentimento é este de morrer por alguma coisa ou viver pra fazer nada pois aonde moro e aonde vivo nada me contem e nada me faz ter alegria nem mesmo as pessoas ao meu redor pois vivo no dia da agonia aonde não consigo nada para sobreviver pois sou um pobre morador de rua e todos me indagam não sou ninguém para aqueles que passam a minha volta mais procigo meu caminho parado na linha do tempo neste sabado sombrio esperando alguém me ajudar. Anderson Poeta

Foto de NEOQJAV

Frases de Efeito NeoqJav

A maturidade não está na menoria de vezes que erramos, mas na maioria de vezes que reconhecemos nossas falhas. ( NeoqJav )

A sua boca emite sons, mas as suas decisões revelam quem você é. ( NeoqJav )

Dentro do amor existe a tolerância, dentro do egoísmo a ignorância. ( NeoqJav )

Com quanto mais intensidade seus discursos se harmonizarem com as suas ações, com menos frequência você terá de escrevêlos e assiná-los ( NeoqJav )

As pessoas não são justas por terem convicção do que acontece depois da morte, mas por não ignorarem injustiças acontecerem no ambiente em que viver. ( NeoqJav )

A frequência de decisões edita a personalidade. E por isso passamos a vida inteira definindo quem somos por cada momento de existência. ( NeoqJav )

Por acaso a ignorância sempre foi enganada pelo óbvio, mas obviamente o amor sempre enganou o acaso. ( NeoqJav )

Você morreria para tornar o mundo melhor? Então viva para isso! ( NeoqJav )

O que nós temos de mais importante são as nossas decisões, e a longo prazo elas influenciam fatalmente no modo como encaramos a vida. ( NeoqJav )

A oportunidade se antecipa para as pessoas que se esforçam em conhecer, e aprendem a gostar do que realmente precisam. ( NeoqJav )

É de extrema importância compreender as regras para seguí-las, mas é fundamental seguir as regras para compreendê-las. ( NeoqJav )

No carro da vida, os erros são a embreagem para a marcha do amadurecimento. ( NeoqJav )

Até mesmo a maior das grandes idéias, seria insignificante se fosse decorada por todos,e refletida por mais ninguém. ( NeoqjJav )

Dos leitores da bíblia, satanás procura a maior razão, dos praticantes dela, Deus procura a mínima intenção. ( NeoqJav )

Quem não está bem consigo mesmo, não consegue encorajar o seu próximo. Quem não está bem com o seu próximo não consegue agradar a Deus. Quem não está bem com Deus só se sente encorajado a agradar a si mesmo. ( NeoqJav )

O maior passo que podemos dar em direção ao certo, é recomeçar com sabedoria para corrigir um erro. ( NeoqJav )

O amor e a ignorância estão em todas as religiões cristãs, porque convém que o trigo cresça junto com o joio. ( NeoqJav )

Não é o medo do castigo que te ensina a livrar-se do erro, é a vontade de corrigí-lo.(NeoqJav)

É loucura acreditar que os desejos são aleatórios e que não se pode escolher seus sentimentos, pois você decide que vontade tem, sempre que a vontade vem, e você tem que se decidir. ( NeoqJav )

O maior sinal de derrota é quando injustiças acontecerem e o fato de as outras pessoas não se preocuparem deixar de ser sua preocupação. ( NeoqJav )

Foto de Cris Cas

Descobri

Descobri...
Descobri q ñ pode implorar o AMOR
Descobri q migalhas de sentimento magoam muito mais q o odio
Descobri q dizer q ama ñ significa nada, pode se dizer a quem lhe convém
Descobri q a palavra amor pode ser absulutamente uma palavra e só
Descobri q atitudes dizem muito mais q "EU TE AMO"
Descobri q qdo se ama, perde totalmente a noção, até de principios q pareciam nunca poderem serem ultrapassados
Descobri q acreditar deveria ser a essencia, e todos deveriam dizer a verdade
Descobri q as pessoas vivem para propria conveniencia, ñ importa os sentimentos
Descobri q a falta de dignidade do outro acaba com vida d quem o ama, e com isso das pessoas q as rodeam
Descobri q a falta de coragem pertence a pessoas pequenas
Descobri q a verdade pertence aos grandes
Descobri q ter inocencia pode significar sofrimento
Descobri q pessoas ruins aproveitam de boas, para sentir como reagem qdo são massacradas
Descobri q existem má indole disfarçado de generosidade
Descobri q lagrimas foram criadas para purificar a alma
Descobri q recomeçar é o necessario
Descobri q cada ciclo tem o tempo adequado
Descobri q o meu tempo ñ é nada, mas o tempo certo é o de Deus
Descobri q a oração faz a diferença, descobre qquer farsa, e coloca a verdade sempre em nossas mãos
Descobri q msm na dor, posso e tenho o q agradecer
Descobri a grandeza de ser amada de verdade..

Foto de Nina G

Amor

Amor...será isso o que sinto por vc? Não sei bem ao certo em desde o primeiro olhar senti algo diferente em mim, mas naquele momento não dei tanta importancia para aquele sentimento... O tempo foi passando a convivencia, me mostrando todas as suas qualidades e defeitos...e mesmo assim fui me apaixonando...Hoje é um sentimento tão confuso, sonho acardada com vc, com seu olhar, com a sua voz me dizendo MEU BEM, a como queria que suas palavras fossem mais a fundo...como queria que os seus sentimentos fossem como os meus; quer dizer não tão confuso quanto os meus...já sofri muito por pessoas que pensava que amava, hoje já nem sei se já amei algum dia, e não sei dizer se esse sonho que é essa forma de te amar, se encaixa em amor...
Só posso te dizer, que você me traz uma paz tão grande, uma tranquilidade, e ao mesmo tempo uma inquietação constante...vontade de te beijar esquecer o mundo, olhar no fundo dos teus olhos e me ver lá , seria a realização de um grande sonho...
Não sei bem se isso vai passar...só sei que já faz um tempo que esse sentimento esta aqui em mim... e ele é grande o bastante pra esperar vc e ver no que vai dar...
Se entregue a mim, como eu me entreguei a você?"!!!!!

Foto de Wolf of night

Quanto te amo

Quanto te amei,
E quanto ainda te amo,
Não importa para onde eu vá,
Ou quem eu estou,
Estás sempre no meu pensamento,
As cidades estão sempre vazias,
Os sons são só ruídos ocos,
E as pessoas meros fantasmas,
Quanto chorei,
E quanto ainda sangro por dentro,
Meus olhos já não enxergam beleza,
As cores me abandonaram,
A saudade é a minha única amiga,
E a solidão minha inimiga,
Hoje vagueio sem rumo,
Como um barco perdido,
Vivo num deserto de miragens,
Em que tu és sempre minha ilusão,
És a luz que procuro,
No meio da escuridão,
Hoje vivo de uma pergunta,
Porquê me deixas-te,
Quando me pediste para não te abandonar,
Hoje vivo de uma esperança,
De te encontrar,
Hoje vivo para te esperar,
Porque ainda continuo a te amar.

Foto de Cido Zil

UMA ORAÇÃO AO FINDAR DO DIA.

Busquei a Deus em oração, para que Ele me desse as palavras certas, pois queria orar por você e não sabia o que pedir a Ele e como agradecê-Lo. Precisava também orar por mim, então encontrei nesta oração, grande inspiração e tudo o que eu precisava dizer na minha conversa com Deus. Ela não é minha originalmente, mas faço dela as minhas palavras.
“Senhor Deus dono do tempo e da eternidade, Teu é o hoje, o amanhã, o passado e o futuro. Ao acabar mais um dia, quero dizer obrigado por tudo aquilo que recebi de Ti. Obrigado pela vida e pelo amor, pelas flores, pelo ar e pelo sol, pela alegria e pela dor, pelo o que foi possível e pelo o que não foi. Ofereço-Te tudo o que fiz, o trabalho que pude realizar, as coisas que passaram pelas minhas mãos e o que com elas pude construir. Apresento-Te as pessoas amigas, as amizades novas e os amigos mais antigos. Os que estão perto de mim e os que pude ajudar, as com quem compartilhei a vida, o trabalho, a dor e a alegria. Mas também , Senhor, hoje quero te pedir perdão. Perdão pelo tempo perdido, pelo dinheiro mal gasto, pela palavra inútil e o amor desperdiçado. Perdão pelas obras vazias e pelo trabalho mal feito, perdão por viver sem entusiasmo. Também pela oração que aos poucos fui adiando e que agora venho apresentar-Te, por tudo que olvidei, descuidei e silenciei, novamente Te peço perdão. Que os próximos dias sejam sempre abençoados. Paro a minha vida diante do calendário, te apresento meus dias, que somente Tu sabes se chegarei a vivê-los. Hoje, Te peço para mim, meus parentes e amigos, a paz e a alegria, a fortaleza e a prudência, a lucidez e a sabedoria. Quero viver cada dia com otimismo e bondade, levando a toda parte um coração cheio de compreensão e bondade. Fecha meus ouvidos a toda a falsidade e meus lábios a palavras mentirosas, egoístas ou que magoem. Abre sim meu ser a tudo o que é bom. Que meu espírito seja repleto somente de bênçãos, para que as derrame por onde passar. Senhor, os amigos que estão lendo esta oração, enche-os de sabedoria, paz e amor. E que nossa amizade dure para sempre em nossos corações. Enche-me também de bondade e alegria, para que todas as pessoas que eu encontrar em meu caminho, possam descobrir em mim, um pouquinho de Ti. Dá-nos sempre dias felizes, e ensina-nos a repartir a felicidade. Com a benção do Teu Filho que intercede sempre por nós.
Amém.

Foto de Angelgoiabinha2

Crônica- O Dia a dia

O dia a dia

Estavam ali,todos apertadinhos,tinha uns que até esticavam o pescoço ao máximo,para tentar respirar um pouco. No ambiente, até tinham janelas,mas não era o suficiente,era um respirando o gás carbônico que o outro soltara,poderia até estar chovento e frio no ambiente externo,lá não,esquentava muito,e aqueles que tiravam suas blusas e jaquetas,ao ir embora,teriam de colocá-las,seria muito perigoso ter um choque térmico!!!
Essas pessoas que se aglomeravam lá,eram de todos os tipos,roqueiro,gótico,patricinha,estudantes e trabalhadores ou mesmo aqueles que estavam de lazer,até madre encontrava-se lá.
Esse lugar é alvo de rotina dessas pessoas e de muitos que o havia perdido,mas continuava a espera de um que logo aparecera.
Esse lugar,na verdade é um veículo de locomoção chamado de "metrô" ou "trem",se assim achar melhor!

Angelgoiabinha
Angélica Macedo

Foto de Ayslan

Mais um capitulo sem você

Hoje a noite é fria o céu escuro é chegada minha hora de te escrever... Estou esperando o telefone tocar... Sabe a algo sombrio na distancia algo que só os corações podem dizer algo além da saudade uma dor sem lagrimas externa... Dor de alguém que sempre te esperar dor de um amor que precisar do seu calo. Hoje quero olhar fora do meu quarto... Vejo as pessoas todas com propósitos desenhados em balões em cima de suas cabeças todos então indo há algum lugar... Eu preciso voltar estou longe do meu destino preciso começar a escrever naquele caderno frio e triste preciso chegar ate você. Hoje percebo que não importa o dia do ano tão pouco a horas que o relógio marque não vou poder está com você... Minhas palavras foram tocadas pela escuridão do céu as linhas deste caderno dês de então ficaram desordenadas as palavras de paixão não existe apenas dor saudade e solidão. Eu repeti durante noites um único nome frente e verso em todas as folhas (Priscila) Lembro-me de suas palavras “Nem que seja em sonho, mas vou está com você hoje”
Dês de então eu te espero... Todas as noites...
Eu continuo recordando todas as noites a todo instante nossa historia e hoje eu escrevo mais um capitulo sem você mesmo assim em todas as paginas eu escrevo dizendo pra você “Eu te amo Priscila”

Para: Priscila

Foto de Lou Poulit

UM INCENTIVO À REFLEXÃO DE TODOS OS PROSADORES TÍMIDOS

Continuando uma conversa, esquecida noutro lugar...

Dei-me conta de um outro conceito integrante do curso, que também tem tudo a ver com essa reflexão sobre os nossos personagens na vida. E avança sobre fazer arte, sobre percorrer um trajeto evolutivo, lucidamente. O que inclui escrever prosa (a arte da palavra fluída) de modo mais artisticamente pretensioso, e não exatamente presunçoso...

Depois de entrar no ateliê, com a coragem e a desenvoltura de quem entrasse no castelo de Drácula, e tentar compreender alguma coisa da parafernália que havia ali, que equivalia a uma avalanche de informações visuais e olfativas nem sempre esperada, pinturas e esculturas por toda a parte, rascunhos espalhados como que por alguma ventania, uma infinidade de miudezas, coisas difíceis de imaginar e fáceis de fazer perguntar "pra que serve isso?"... O aluno iniciante dizia, como se ainda procurasse reencaixar a própria língua: eu não sei desenhar nada, sou uma negação, um zero à esquerda, nem sei direito o que estou fazendo aqui...

Eu tentava ser simpático, e sorria sem caninos, para provar que não era o Drácula. Depois pedia ao rapaz espinhento (convenhamos que o fosse neste momento) que desenhasse aquilo que melhor soubesse desenhar, entregando-lhe uma prancha em formato A2 e um lápis. A velha senhora (agora convenhamos assim) procurava uma mesa como se houvesse esquecido a sua bússula, e a muito custo conseguia fazer a maior flor que já fizera, de uns 15 cm numa prancha daquele tamanhão, e muito distante do centro da prancha. Claro, eu não conseguia evitar de interromper, se deixasse ela passaria a tarde toda ali improdutivamente. Aquele desenho já era o bastante para que eu pudesse explicar o que pretendia.

O executivo que arrancara o paletó e a gravata para a primeira aula, depois do expediente, com a gana de quem subiria num ringue para enfrentar um Mike Tison no maior barato e cheio de sangue no álcool, olhava pra mim, a interrompê-lo, como quem implorasse deixá-lo continuar! Queria mostrar talvez que eu deveria investir nele, que estava disposto a tudo, e que ele estava ali para que eu fizesse com ele o que bem quisesse. E eu finalmente explicava: não é necessário, já vi que você pode fazer. Me diga, quantas vezes você estima que já tenha desenhado esse mesmo Homem-Aranha que acabou de rascunhar?... Ah, não contei, mestre... Claro que não, mas talvez possa fazer uma estimativa, em ordem de grandeza. Uma vez? Uma dezena? Uma centena? Mil vezes?...

O velhote, com jeitão de militar reformado, pôs a mão no queixo. Mas em vez de estar fazendo alguma conta para responder, na verdade tentava avaliar (com a astúcia que custa tantos cabelos brancos) que imagem a sua resposta produziria, na cabeça do jovem mestre. Afastou as pernas uma da outra e naquele momento eu pensei que ele pretendia bater continência para mim, mas não, aquilo era um código comportamental. Sempre fui antimilitarista, mas procurei entender o seu personagem íntimo. Afinal, ele resolveu arriscar: Mais para mil vezes... Alguém poderia acreditar nisso – perguntei a mim mesmo? Se o velhote houvesse desenhado Marilyn Monroe, vá lá que fosse. Ou a bandeira do Brasil, um obuz, uma bomba atômica, ao menos um pequeno porém honroso canivete suíço!... Mas não. Um militar que estimava ter desenhado quase mil vezes o Papa-Léguas – antigo personagem de quadrinhos e desenhos de televisão – ou tinha algum grave desvio (talvez culpa do canivete) ou estava construindo naquele momento um personagem específico para a sua insegurança, o que mais convinha deduzir. Antes que ele dissesse “Bip-bip” e tentasse correr pelo ateliê, eu tratei de prosseguir com a minha aula.

Mas qualquer que fosse o aluno, eu pedia então que sentasse nas almofadas que ficavam pelos cantos do espaço, e em seguida me sentava no chão, sem almofada. E perguntava: você já ouviu falar no Maurício de Souza, o “pai” da Mônica?... Sim, das revistas... Isso mesmo. Sabe que ele é capaz de desenhar a Mônica (mas talvez não outro dos vários personagens que assina) de olhos vendados?... O aluno tentava refletir, mas eu não esperava pela resposta. Garanto a você que ele faz isso. Sabe por que?... Acho que não, assim de surpres... Por um motivo muito simples e óbvio: ele já fez tantos desenhos semelhantes, que não precisa mais se preocupar em construir nenhuma imagem do desenhista que ele é. Muito menos com o desenho que vai fazer.

Eu não estou pretendendo estabelecer nenhuma comparação com a sua pessoa, mas somente adiantando para você uma espécie de chave para quase todas as perguntas inerentes a aprendizados. Você pode achar até que é um zero à esquerda, quer diga isso ou não. Não é. Mas a sua memória técnica é. E essa seria a principal razão de você achar que não sabe desenhar, ou não ser capaz de ver-se como artista. Todo mundo nasce com alguma sensibilidade, percepção para o belo, capacidade de fazer associações psíquicas, afetivas, emocionais e tal. Isso tudo é inato, intrínseco à natureza humana. Contudo para transpor o que está dentro de você (imaterial) para fora, de modo que outros, além de você próprio, possam compreender através de alguma sensorialidade, é preciso usar um meio físico, também chamado de veículo. Para fazer essa materialização você terá que lançar mão de uma técnica, e a técnica não é inata (salvo em raros casos).

Essa é razão mais elementar pela qual está me pagando. Mas eu não fabrico desenhistas. Apenas, com base na minha própria experiência e na minha memória técnica, vou traçar um atalho para você chegar ao que definiu como suas preferências, na nossa conversa inicial. Bastará que você faça apenas algumas coisas simples, mas que podem exigir alguma disciplina: que não faça os exercícios como faria um robô, que preste atenção com intuito de memorizar o que vou lhe dizer (como se fôsse um robô!) e que não jogue fora nem mesmo o pior dos seus resultados, pelo menos até que termine o curso. Os seus resultados de exercício, em ordem cronológica ou pelo menos lógica, por mais que pareça entulhar a sua vida, serão como os frames de um filme que só existe na sua memória, e que serve para estruturar a sua memória sensorial. Será a mais eficiente forma de avaliar o processo de aprendizado, e poderá estar sempre disponível para reavaliações.

Sua verdadeira obra, será construir um arcabouço de informações técnicas. Muito naturalmente e sem começar pelo fim ou pelo meio, você irá armazenando o conjunto da sua sensorialidade ao exercitar. Não irá memorizar tão somente o desenho em si, mas a interação entre os materiais, os sons, o cheiro, a impressão tátil de manusear e pressionar, enfim, tudo será memorizado, e a partir de certo ponto, além de saber, você estará compreendendo o que faz. Contudo, não tem que esperar o fim do curso para estabelecer uma relação mais madura consigo próprio, enquanto artista. Poderá começar a amadurecer (e reorientar) desde logo o seu foco preferencial, a sua linguagem e estilo próprios, seus conceitos e o seu próprio personagem de artista...

Isso mesmo, o artista, seja pintor, músico ou escritor, tem um personagem próprio. Para as pessoas que só podem conhecer a sua arte a partir do veículo e não a sua pessoa, será inevitável eleger atributos para agregar referencialmente ao seu nome, ou para humanizar o seu nome, e torná-lo mais compreensível. As pessoas “tocam” o produto artístico como se tocassem a pessoa do artista subconscientemente. Por isso, se você não quiser criar lucidamente o seu personagem e torná-lo compreensível para eles, os admiradores da sua arte o farão instintivamente e você só saberá depois, ou talvez passe pela vida sem saber como é visto, ou pior ainda, imaginando o que não corresponda nem de longe à realidade.

Não importa muito a linguagem artística que se escolhe. O processo evolutivo é muito semelhante. E todo aquele que reluta em mostrar seu trabalho e predispor-se a um julgamento que não se submete ao seu próprio, apenas retarda a sua própria evolução.

Foto de Lou Poulit

O CRONÔMETRO

Há alguns anos, acordei na cama de não sei quem. Eu não sabia o que estava fazendo ali, mas não tinha a menor dúvida sobre o que estava fazendo até adormecer, ou talvez devesse dizer desmaiar. A verdade pode ser muito crua para pessoas que nos amem, e tenham construído uma imagem nossa bem "cozidinha".

Eu não estava seguramente na minha casa, e não havia mais ninguém naquele apartamento. Tomei um banho morno para ganhar algum tempo e por as idéias em ordem, vesti-me, e como ainda não havia chegado ninguém que eu pudesse ver, além das estatuetas de ciganos, bruxas, gnomos e mais uma multidão de sapinhos espalhados (e todos pareciam olhar pra mim!) que acabara de descobrir ali, resolvi ir-me embora. Estranho isso. Ir embora de um apartamento desconhecido, sem despedir-me de alguém, ao menos dizer obrigado...

Na saída, uma espécie diferente de saci (de uma perna e meia, e com dois gorros vermelhos) próximo à porta me estendia a mão. Mais desconfiado do que generoso, eu arrisquei deitar cinquentinha. Mas caí na asneira de olhar mais uma vez para o seu semblante. E acabei deitando cem paus. Antes de bater a porta por fora, olhei pela fresta e, tal como se o moleque fosse eu, vinguei-me: Explorador!... No elevador desconfiei, pelo perfume fortíssimo que dois travecos deixaram ao sair, mas chegando à calçada acabaram-se as dúvidas. Eu estava na avenida Princesa Isabel, a larga entrada de Copacabana (coincidência?), para meu fugaz alívio fora do túnel dito do Pasmado! "Oh, my God! Oh my God... I more don’t want to be fucked"…

À certa distância, na confluência da avenida com o calçadão da praia, uma pequena multidão olhava para um out-door que não estava ali até a última vez. Aproximando-me vi que era um cronômetro eletrônico retroativo, comemorativo dos 500 anos da descoberta do Brasil. Fora inaugurado muito recentemente, deduzi. E eu repeti para dentro, balbuciando: Oh, my God... Em poucos minutos a multidão já não era pequena, e depois de mais algum tempo já me parecia assustadora. Mas não propriamente a multidão. Aquela gente toda, incluindo-se muitos turistas (estes por motivos bem mais óbvios) masturbava-se promiscuamente, para comemorar meio milênio de exploração.

Vagamente eu me lembrava de que alguém se dispusera a fazer algo assim comigo. E o fizera com requintes. Porém a bruma etílica não me permitia lembrar desta mulher mais do que uma meia dúzia de nomes. Afinal, que diferença faria o nome? O fato a moer-me a lucidez que restara, era saber que eu explorara e fora explorado. E ali estava eu cercado de pessoas tão festivas e presumivelmente tão pouco lúcidas, tendo por referência a lucidez que me restara.

Por um quase desespero, vire-me e fui me reencontrar no balcão de um bar. Pedi um café bem preto, alienado, como se estivesse num café expresso. Antes de servirem o café, porém, surgiu, não sei de onde, um negrinho cheio de dentes, com duas pernas normais, e com um pequeno caixote sob o braço, que apontando para os meus chinelos de dedo me pediu para engraxá-los. Lógico, escusei-me polidamente. Então ele fez gestos para que eu lhe pagasse um salgado (com suco). À minha recusa ele aceitaria só o salgado. A seguir disse que aceitaria um trocado mesmo... E para o meu desespero definitivo, a uma nova recusa ele pôs a mão na cintura acintosamente, olhou dentro do bolso da minha camisa, e me pediu um cigarro...

Eu deixei o bar para trás, retomei o caminho da minha casa com quatro certezas: primeira, de que para o negrinho não importava o que me tirasse, desde que tirasse alguma coisa; segunda, de que ele achava que eu era um turista e que tinha medo dele; terceira (oh my God!), aquele cidadão brasileiro aprendera, em no máximo 10 anos, a explorar o medo de um suspeito explorador comemorando os seus 500 anos; e quarta, que me esqueci de tomar o café. Afinal, eu achei que somos poucos, porque nossa população se reproduz a esmo, mas em vez de dias a contagem regressiva devia, ao menos estimadamente, contar as pessoas que se recusam a se abster de votar. Qualquer que seja o voto em algum nome, o sistema se reproduz! Se apossará dos votos branquinhos e dirá que os negrinhos é que se reproduzem como ratos.

(Lou Poulit, 2010)

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