Portugal

Foto de ivete azambuja

IGNORÂNCIA

Quando se tocam sinos e falam alto ao mesmo tempo fica difícil distinguir o som dos sinos,
E pensar, que acreditava que os sinos tocassem mais alto!

Na minha ignorância visual e auditiva, eles podiam alcançar até o ouvido dos surdos.
É, acho que é porque eu os via sempre no alto da torres!

Mas o badalar das palavras é bem mais intenso e me tortura.
É, acho que é porque alcançam o ouvido dos surdos mesmo longe do alto das torres!

Ivy Portugal

Foto de ivete azambuja

GALERIA

E numa enorme galeria foram se transformando...
Cada um, que em seu tempo representou tanto!

Agora, são personagens de uma tela qualquer;

Sem moldura,
Sem colorido,
Sem arte;

Dessas que se encontram nos becos estreitos das cidades, à margem da passagem de gordos burgueses,
anônimas de sol a sol!

Ele,
Um outro,
E ainda outro.

Que agora não tem nome e nem endereço;
Mas um dia, já foram o ar que respirei!

Ivy Portugal

Foto de ivete azambuja

ESCURO NECESSÁRIO

Dentro do escuro do túnel,
Da casa,
Da alma
Fica mais fácil te amar!

É necessário que entre nós haja escuro,
Porque que minha solidão vagueia pelo escuro,
Porque você tateia a minha procura,
Porque eu sou cego de você!

Dentro do escuro do quarto,
Do desejo,
Do túnel,
Nem sempre é fácil te amar!

Mas quando sua chuva consegue molhar meu jardim,
Do escuro total florescem roseiras,
Pois apesar da falta de luz,
Fica muito fácil te amar!

(Ivy Portugal)

Foto de ivete azambuja

CARA DE CORO

”Homens razoáveis
Adaptam-se ao mundo.
Homens não razoáveis adaptam o mundo a eles.
Por isso é que todo progresso
Depende de homens não razoáveis”

O trecho, acima, é perfeito para te dizer tudo que, abaixo, preciso te dizer (mas não é de minha autoria, amor...);
Assim, vou ter que cometer um delito, um plágio!
Portanto, quero desde já, pedir desculpas ao autor ;
Tudo em nome do amor;
Espero ser perdoada, pois direi este lindo verso, em introdução aos meus, aos seus ouvidos, às vezes moucos...

Que eu gosto tanto de você...

Dizer que eu te gosto tanto,
Que te gosto tanto...
E que você é a pessoa
Menos razoável que eu conheço. Sabe por quê?

Você entra na floresta
Como quem entra na casa que habita a muitas décadas...

Da mesma maneira,
Sai da floresta e entra em casa
Como se ela, a casa, fosse a floresta,
Com todo o seu encanto... todo o seu mistério....

Gosto de você porque volta pra casa
Empoeirado, exausto, esfomeado...
Mas feliz...
Porque a floresta te faz feliz...
E quando está em casa,
Ela também te faz feliz
Ao te dar aconchego;
Ao te trazer pra mim,
Menino travesso;
Às vezes, com cara de choro,
Outras com cara de coro;
Mas tentando ser feliz...

Ivy Portugal

Foto de ivete azambuja

AUSÊNCIA

É como as tardes de inverno, ao norte da Irlanda
As noites,
Em que de saudades preciso morrer!

É assim,
Sem você,
A vida!

É sem sol,
Sem barulho de vento,
Canto de folhas,
Sem estrelas!

A vida,
É assim,
Sem você!

(Ivy Portugal)

Foto de ivete azambuja

TERNURA

Tua sutileza me encanta
Assim como me encanta
Tua capacidade de amar
Na medida certa!

Mas, mesmo encantada,
Essa tua capacidade
De se doar e de se manter alheio,
Ao mesmo tempo,
Espanta-me!

Assim como tua capacidade,
Che Guevaresca,
“de ser duro sem perder a ternura”
Encanta-me,
Espanta-me,
Desconcerta-me...!

IVY PORTUGAL

Foto de ivete azambuja

LIBERDADE

Liberdade

Eu não posso limitar meu eu a pequenos vôos,
Eu preciso ir para além do limite do universo,
até encontrar a liberdade tão sonhada.

E onde ficará a ânsia de voar,
se encontrar somente a liberdade relativa das gaiolas?

Saberei ficar quieto?
Entoarei, todas as manhãs, o mesmo canto melancólico?
Apagarei, em mim, essa transcendental força ansiosa?

Não posso!

Meus vôos podados, meus limites limitados à sombra da tristeza das gaiolas?

Por certo virá uma reação. Longe ouvirei o bater de minhas asas e sentirei minhas mãos apalpando a leveza do ar...

É...
Talvez encontre a liberdade tão sonhada!

(Ivy Portugal)

Foto de ivete azambuja

INCERTEZA

INCERTEZA

Para te fazer feliz
Mil peripécias fiz...
No Algarves aprendi sobre os mouros;
Sobre festas juninas, fui aprender no Minho;
No Douro, ah! No Douro...
Lá... Aprendi sobre VINHOS!

Pra te fazer feliz...
Fiz de conta que era poetisa;
Descobri Monalisa... me arrisquei,
Aprendi dar tapas de luva;
A fazer mousse de uva,
Só pra te fazer feliz, sonhei...

Para te fazer feliz;
Até livro comprei;
Que pena! Por um triz...
Você não viu e nem leu
O Quintana que te mandei...

Pra te fazer feliz
Quis cantar em italiano;
Quis até... ser princesa...
Mas na incerteza,
E por medo do desengano;
Acabei voltando ao cotidiano,
Sem saber se te fiz feliz...

Ivy Portugal

Foto de ivete azambuja

ICEBERG

Iceberg

Nas horas mais ansiosas e obscuras,
Em que meu barco vaga,
Eu procuro você...

Que não tem rosto, não tem história, não tem nome.

Que em mim não fez morada definitiva,
Que nem mesmo chegou a me encontrar.

Você que me parece tão invisível, mas que tem a infinidade de um enorme Iceberg,

E eu tento, de todas as formas, tocá-lo com as quentes do meu oceano,

Para cristalizá-lo e depois absorver sofregamente
Todo o teu gelo degelado,

Para que meu barco, sem amarras, não mais balance, mais deslize levemente por seu dorso!

Ivy Portugal

Foto de ivete azambuja

FURACÃO

Furacão

O pouso foi à noite na planície,
Luzes coloriam o escuro povoado.
O cheiro do Calandre impregnava-o e,
ele avançava por um facho de luz adentro...

Ele era como um fantasma. Um domador de feras
enfurecidas, dominando a fúria incontrolável da fêmea.
Ele, que por extremamente alegre que pudesse
parecer, estava perdido em seu próprio emaranhado.

E como cascata, como cachoeira, fazia jorrar palavras,
Desinquietava qualquer partícula passível de movimento,
Aflorava qualquer desejo encoberto ou incestuoso,
Fazia fluir qualquer gesto a muito esquecido.

Ele era assim...

Um furacão em desertos arábicos! Um furacão
desses que varrem o âmago da areia, que
penetra em qualquer espaço invisível, que desatina
qualquer cabeça feita, que ofusca qualquer
espelho, que tem a pele áspera...

Assim era ele... Viajante! Experiente e tolo, amargo e doce, imbecil e
gênio, impiedoso e terno, furacão e leveza de pouso de
pouso de colibri, transparente como vidro,
opaco e desconhecido com Deus!

Assim era ele...
Acabou a viagem. É o pouso da chegada,
É o fim da linha...

(Ivy Portugal)

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