Prata

Foto de Carmen Lúcia

Bailarinas

Leves, tão leves, mais leves que a própria leveza,
Comparadas a uma linha tênue, sutil,
Levadas por um sopro, aragem febril,
Girando sempre, eternamente, sem partir,
Sem ferir,sem dissuadir, sem iludir,
Sem realmente ir...

Asas invisíveis, voos indescritíveis,
provam a si mesmas
a não gravitação entre Terra e céu,
entre corpo e alma,
entre céu e léu,
entre tudo e céu...
mundo a parte que reparte
enlevo,entrega,beleza, o surreal...

Pisam sem pisar, lançam de mansinho
sentimentos a fluírem em suave virada,
chuva de prata, tamanha é a força da arte
que dança, alcança o tudo e o nada
povoando o vácuo com a postura
de quem sabe, quem inspira, quem lidera,
quem ganha altura,
quem espera o momento exato de descer
e tristemente encarar a vida
a girar sem rodopios,
a contundir a essência
da coreografia –ironia –
maculando as rimas, os versos
a sonoridade da melodia,
a poesia nascida das bailarinas.

_Carmen Lúcia_

Foto de Carmen Lúcia

Rua do Imprevisível

Na Rua do Imprevisível parei...
Não era larga, nem estreita,
sem esquerda ou direita,
só começo sem fim...
Para os sonhos, perfeita!
Traçada para ser assim.

Pela Rua do Imprevisível andei...
Pensei ser feita de nuvens...flutuei
e na imensidão azul cheguei.
Estrelas cintilavam ao redor da lua
que lançava o seu prata, feito açoite,
à luz do sol...
confundindo dia e noite.

Na Rua do Imprevisível
tudo é possível...
Da dor se faz melodia
tocada ao som de violino;
da harmonia compõe-se hino
e do insensível transborda amor...

Na Rua do Imprevisível busquei...
Um olhar singelo,
um amigo sincero,
um confronto com o belo,
o sonho que tanto quero.
E mais que isso, encontrei:
a paz que me fugia,
a vida que jazia
nas calçadas da imaginação,
onde poesia e solidão
se dão as mãos.

Na Rua do Imprevisível
nada se prevê,
tudo se vê...
nada se esmorece,
tudo acontece;
nada se espera,
tudo se revela...
Não é feia, nem bela...
A magia passeia nela;
basta fechar os olhos
e caminhar por ela.

_Carmen Lúcia_

Foto de Diario de uma bruxa

Lua de Prata

Lua de prata no céu... Estrelas nas águas...
Preciso te contar um segredo, não sei se já é a hora certa pra dizer...
Primeiro a lua tem que descer na terra e é só ela que pode testemunhar tudo que tenho pra ti dizer.

Deby N. M.

Foto de Carmen Lúcia

Enfim, é Natal!

Há uma luz diferente no céu!
Tão intensa que transpassa todo véu,
que de azul-marinho se faz prata a brilhar,
entremeado com o prata-lunar
deixando o planeta mais bonito e feliz!

Anjos parecem surfar...
Na mansidão daquela imensidão
preparam-se para encantar a Terra
com suas harpas e cânticos de amor...

Fazem das nuvens, tobogã...
E escorregando vêm ao mundo
em doce missão de alegria e paz...
Expectativas de novos tempos,
embaladas por sonhos e sinos a tocar...

Esperanças renascem
em cada coração, a cada oração...
Parece que o Amor se espalha
como fragrância que exala
em cada canto o seu encanto...

Pensamentos se juntam: Paz!
Afastam o desencanto do mal...
A luz se intensifica mais e mais...
Enfim, é Natal!

Carmen Lúcia

20/12/2007

Foto de Carmen Lúcia

Tempo de Natal...

Os sinos bradam alegremente...
Anunciam um suposto novo tempo,
tentam arquivar no esquecimento
os contratempos que marcaram a vida,
agentes de todo o mal...

Querem incutir o bem
num esforço supremo de alegrar alguém,
como se a dor instalada no peito
pela saudade que nada dá jeito
se esvaísse com as badaladas,
ressuscitando pessoas amadas
ceifadas do âmago de nosso contexto.

Estrelas se põem à mostra
acendendo um céu
que de marinho se borda.
O mesmo céu onde a lua aporta
inundando os lugares de prata angelical
de um mundo manchado de vermelho,
molhado de lágrimas, desolado, aviltado
em contraste com a suavidade da noite
inocente, a ofertar a paz celestial.

Tempo de Natal...

Árvores são enfeitadas com aparato,
luzes coloridas faíscam com recato,
exterioridades expõem beleza e luminosidade
que não alcançam os interiores escuros,
não abrangem o significado da data
nem apontam o caminho da simplicidade
onde o amor transita com humildade.

_Carmen Lúcia_

Foto de Fernanda Queiroz

Antes que o Ano Termine

Falta um dia para que o ano termine. Um dia intenso que pode mudar toda minha existência. Só preciso ter coragem e ir até onde você está... Antes, 450 km, agora 50 km. Por que veio para cá? Queria me confundir ainda mais? Estaria esperando que a proximidade me fizesse ser mais mulher... mais corajosa? Sabe que meu destino está traçado. Não me deixaram editá-lo. Sabe que não posso voltar, então porque não vem... Rouba-me, Toma-me, Leva-me para nosso mundo de sonhos; onde tua ausência presente foi marco de nossa história.

O sol está se pondo, o alaranjado de céu é o contraste perfeito com a relva que se estende verde e úmida pelas chuvas de dezembro. Tanta calmaria vem de contraste a minha alma conturbada e sofrida. Posso sentir meu coração batendo forte, tão forte quando o podia ver por aquela janelinha mágica do computador, cenário de nossa história, testemunha de nosso amor, cúmplice de nossos segredos, arquivo de momentos que perpetuarão dentro de mim. A brisa suave sopra. Parece querer brincar com meus cabelos, alheia a tempestade que envolve meu coração. Deixo a mente explorar o passado... Tão presente... Teus olhos, tua mania constante e única de apoiar teu rosto nas mãos. O sorriso espontâneo, a cara emburrada, os olhos se fechando de sono, e a vontade de ficar um tempo mais...e mais ...até o galo cantar...a madrugada... o sol nos encontrar ...felizes ou tristes...juntos.

A noite traz a transparência de minha alma, negra, sem luzes, sem amanhecer. Preciso me movimentar, sair deste marasmo de recordações. Thobias, meu companheiro de peripécias, que um dia correu tanto quanto no dia em que estouramos uma colméia; está selado, entende o que me vai à alma, conhece meu estado de espírito, sabe quando é preciso deixar as paisagens para trás, mais rápido, mais rápido, até se tornarem uma massa cinzenta, sem cor, ou forma retratando o mais profundo que existe em mim. Agora, no embalo do cavalgar, meus sonhos se afloram. Estou indo ao teu encontro, nossas mãos se tocarão, nossos corpos se unirão, nossos corações baterão em um só ritmo. A brisa tornou-se um vento tão gélido quantos minhas mãos que seguram as rédeas de um futuro-presente. Gotas de chuva descem sobre minha face, misturam-se as minhas lágrimas. Tenho a sensação de não estar chorando e sim caminhando para você. Na volta para casa nem o aconchego da lareira, o crepitar constante elevando as chamas transmite liberdade, as sombras sobrepõe à realidade que trará o amanhecer, elevo ás mãos solitárias tentando voltar ao tempo de criança onde elas davam vidas retratadas na parede imagens de bichinhos animados, mas não se movimentam, parecem presas ao aro de ouro reluzente que por poucas horas trocarão de mão fecundando o abismo que se posta diante de nós. O cansaço e as emoções imperam. Entre sombras e sonhos, meu pensamento repousa em você, na ilusão, nos sonhos, na saudade pulsante de momentos mágicos vividos, onde nossas almas se encontravam, onde nossos corpos não podiam estar. De desejos loucos e incontidos de poder realizar, antes que o ano se finde, antes que as horas levem tudo que posso te dar.

O amanhecer desponta, caminho a esmo, no escritório, ao lado direito da janela que desponta para colina verdejante (cenário de nossa história). O computador me atrai.. Você está off, está há apenas 50 km, mas em meus arquivos de vídeo teu rosto se faz presente, tua boca elabora a mímica de três palavras mágicas “EU TE AMO”.A musica no fundo é a mesma que partilhamos tantas vezes juntos COM TI RAMIRO, gravada em meu studio amador ao som de flauta. As notas enchem o ar, a melancolia prevalece, meu coração se enternece, “POR FAVOR, VENHA ME BUSCAR”, não vou conseguir sozinha, você sabe disso, é exigir demais de quem só soube amar, sem nunca saber lutar, sem nunca poder gritar, com um destino a cumprir, um dever de tempos idos e protocolados nos princípios de toda uma existência. O dia se arrasta imortalizando o passado. Estou diante do espelho, o rosto moreno não consegue esconder a palidez, o vestido branco de seda cai placidamente sobre meu corpo inerte. Vestido que outrora minha mãe usara com os olhos brilhantes de felicidade. Os meus não têm brilho, este fora reservado às perolas que adornam meus cabelos negros, sempre me achei parecida com ela, mas a imagem reflete somente uma semelhança física onde a mortalidade de meu semblante contradiz a vida de tempos passados.

Pedi que me deixassem ir só, queria ficar com meus pensamentos, onde você é soberano. Que bom que ninguém pode me tirar isto: tua imagem, teu sorriso, tua forma única de existir para mim, mesmo que em sonhos, mesmo que em lembranças, mesmo que em minha morte para a vida que se inicia. A escada imperial e central se desponta com teu corrimão de prata por onde desci tantas vezes lustrando-o com minhas vestes. Minhas mãos se apóiam nele, trêmulas, frias, para que eu não quede diante da realidade... Apenas trinta degraus? Deveria ser trezentos, três mil, ou trinta milhões? Eu os percorreria com gosto, antes de pisar na relva verde coberta por um tapete de pétalas de rosas que conduziam à capela. Porque desfolhá-las? Porque enfeitar a vida com a morte? Rosas brancas, pálidas como minha alma, desfolhadas e mortas como minha vida. Ao lado o lago que outrora me fazia sorrir, brincar e acreditar....queria parar...descalçar o pequeno sapatinho branco e sentir a frescura das águas elemento mais forte e presente da natureza em minha vida...mas agora não posso parar a poucos metros está minha rendição, meu destino onde o oculto será sempre meu presente, onde o passado será minha lembrança futura, onde você viverá eternamente, onde ninguém poderá jamais alcançar. A capela parecia lotada, não guardei rostos, somente sombras. No altar uma face, feliz, despreocupada, livre, sentado em uma cadeira de rodas estava papai, tuas pernas não mais suportavam me conduzir, teus braços que muito me embalaram, já não mais me apoiavam...segui em frente. Pensei em me voltar ..olhar para trás, mas não iria te encontrar. Palavras ditas e não ouvidas... trocas de alianças...abraços de felicitações....buquê lançado ao ar, festividades...todo ar de felicidade.

Faltavam dez minutos para findar o ano...minha existência já tinha terminado, o celular em cima do piano da sala...8 minutos...mãos tremulam ao aperta a tecla da re-discagem...minutos eternos...do outro lado a apenas 50 km, tua voz ...doce...amada...terna, parecia querer ouvir o que eu queria falar e não podia...engolindo as lágrimas. Apenas um pedido: seja feliz, seja feliz por nós dois...uma resposta que mais parecia um lamento, que por mais suave, parecia um grito...Seja feliz também.....um tum tum era o sinal de desligado....zero hora. Fogos explodindo no ar...

Fernanda Queiroz

Direitos Reservados

Foto de Carmen Vervloet

Sinfonia do Sonho

Lua cheia... Ela até quer uma noite de solidão,
brilhar intensamente no espelho prata da vastidão!
Mas ao seu redor infinitas estrelas cantantes
solfejam acordes de uma canção romântica
que até me fazem ver o rosto amado
desenhado por um sonho no firmamento.

Foto de Carmen Vervloet

O Violão e o Violeiro

A caixa negra, as cordas cor de prata...
Sobre as cordas cor de prata
dedilham dedos ágeis e talentosos
tirando um som quase impossível
que me deixa em êxtase,
que enternece meu espírito!
O som qual lâmina de prata
corta as veias do coração
deixando escorrer a seiva
do enlevo e do encantamento.

Foto de vânia frança flores

amar

Amar!
É quando não dá mais prá disfarçar
Tudo muda de valor
Tudo faz lembrar você
Amar!
É a lua ser a luz do seu olhar
Luz que debruçou em mim
Prata que caiu no mar
Vontade de cantar
Toma o coração
Vai nascendo uma canção
Pra me lembrar
Da harmonia de te amar
Cada acorde faz voltar
O teu corpo junto ao meu
Eu vou fazer
A nossa canção
Falando de amor
Eu te chamo
E vou gravar você.
No meu coração
Pra nunca esquecer
Que te amo
Vem.me faz feliz.
Ninguém nasceu pra ser só
Viver a dois é muito melhor
Dure o tempo que durar
Vale a pena se arriscar
O coração tem razão
De ser como é
De viver de emoção
De um sonho qualquer.
Me apaixonei
Deixe a emoção me levar..
Amo em silêncio
No meu coração
Guardo essa paixão
Guardo essa paixão
No meu coração...

Foto de Carmen Vervloet

Ao Som da Chuva

A chuva bate na vidraça
e canta com sua voz de tenor,
as gotas deslizam cor de prata
e incitam os pássaros da mata
a aquecer ninhos de amor.

A chuva respinga na janela e
sobre a colcha em seda amarela
nos instiga a namorar ...
Um casal de apaixonados
num abraço, aconchegados
deixando a chuva afagar.

A chuva amiga, tagarela
vai batendo na janela
até a madrugada chegar...
Nossos corpos ainda ardentes,
despedem-se complacentes
eternizando o momento no olhar.

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