Prazer

Foto de Raoni

Como eu te amo (Raoni)

Esta oculta paixão, que mal suspeitas

Que não vê, não supõe

De mim não saberás como te adoro

Não te direi jamais

Se te amo, e como, e a quanto extremo chega

Esta paixão voraz !



Se andas sou o eco dos teus passos

Da tua voz, se falas;

O murmúrio saudoso que responde

Ao suspiro que exalas.

No odor dos teus perfumes te procuro,

Tuas pegadas sigo;

Velo teus dias, te acompanho sempre,

E não me vê contigo !

Oculto e ignorado me desvelo

Por ti que não me vês

Aliso o teu caminho, esparjo flores,

Onde pisam teus pés

Mesmo lendo estes versos que me inspira

Não pensará em mim

Imagine se puder, por meus lábios

Não te dirão jamais !

Sim, eu te amo; porém nunca

Saberás do meu amor

A minha canção singela

Traiçoeira não revela

O prémio santo que anela

O sofrer do trovador

Sim, eu te amo; porém nunca

Dos lábios meus saberás,

Que é fundo como a desgraça

Que o pranto não adelgaça,

Leve, qual sombra que passa,

Ou como um sonho fugaz !

Aos meu lábios, aos meus olhos

Do silêncio imponho a lei

Mas lá onde a dor se esquece,

Onde a luz nunca falece,

Onde o prazer sempre cresce,

Lá saberás se te amei !

Raoni

Foto de Raoni

O Mal do Amor (Raoni)

Acordo com batidas na porta no meio da madrugada

Madrugada que dá medo, madrugada sinistra

Abro a porta vejo uma senhora que só de olhar me arrepia

Eu então pergunto: O que quer, por qual motivo me fez acordar de repente

Ela então responde: Venha meu rapaz temos muito o que conversar pela frente



Assim se inicia o diálogo:

( eu ) Quem é você ? O que faz ? Eu não a entendo

(a senhora ) Você já vai saber quem sou. O que faço ? Eu acabo com o sofrimento

(a senhora) Sei que sofre do coração

(eu) Do coração? Desculpe – me mas a senhora está fazendo alguma confusão.

(a senhora) Não estou não, sei de algo que quando escuta sai em disparada para olhar e seu coração começa a palpitar.

(a senhora ) É um mal que todo mundo está sofrendo.

(eu) Ah já sei é falta de dinheiro

(a senhora) Não seja bobo, falo de uma coisa que ao sentir todos os sentimentos começam a surgir

(eu) Ahá é vontade de fazer xixi, pois quando isso acontece desperta todos os sentimentos ansiedade, raiva, agonia ai depois que agente termina vem aquela alegria.

(a senhora) Meu deus quanta besteira, bem meu rapaz vamos seu tempo está para se acabar.

(eu) Como assim ? Ir aonde ?

(eu) Alias você não me respondeu quem é você ?

( a senhora ) É seu tempo acabou você está mesmo sem sorte.

( a senhora ) Ah me desculpe quem eu sou ? muito prazer eu sou a morte.

( eu ) Xiiiii ! danou – se, mas você vai me matar assim sem dor ?

( a morte ) Meu bom homem não existe algo no mundo que faça sofrer mais de dor quanto ao mal de morrer de amor.

Raoni

Foto de LEOANDRADE

Universo (Leonardo Andrade)

Cada vez que a ouço, todo nosso passado retorna, como se você jamais houvesse se ausentado, apagando tudo que aconteceu desde que você se foi até aqui.

O seu perfume preenche o ar e o desejo corre como louco pela veias incendiando meu corpo e querendo romper seus limites para desaguar no seu coração.

Quando nossos olhos se encontram há um perfeito himeneu, nem sei mais onde começa você e onde termino eu.



O amor vence distâncias, rompe barreiras, afoga mágoas e enlouquece a razão.

Aqui estamos nós, sós, num Dèja Vu eterno e cíclico, como as ondas que nos assolam, balançam e depois sôfregas lambem nossos pés e acumulam a areia molhada que nos sustenta.

Aqui não há razão, a emoção é a base do nosso universo composto de camadas e camadas de amor, do nosso amor e suas derivações.

Se existiram erros , eles desapareceram engolidos pela fome desenfreada de nossas bocas, ávidas uma da outra.

Nada mais é real além de nós dois, obrigados a viver num mundo de marionetes funcionais e situações fictícias, somos meros tintereiros que não precisam de platéia.

Meu Universo é você.

Seu corpo é meu continente, onde vivo, morro e renasço em noites infinitas de amor.

Sua alma, o oceano onde mergulho cada vez mais fundo desvendando e me encantando com deliciosos segredos e preciosidades abissais.

Sua boca, louca, minha fonte de água e desejo onde mato minha sede e sorvo meu prazer.

Sem você, sou apenas um corpo solto no espaço, sem vida, destinado a vagar num caminho escuro, num caos eterno.

O passado desaparece para sempre ofuscado pelo brilho ímpar da felicidade esmeralda de seus olhos.

Em breve astrônomos descobrirão uma nova constelação , formada pela união de dois planetas que colidiram e se tornaram um, em formato de diamente, perfeito e inquebrável.

Mais um segredo indecifrável do Universo ...

Leonardo Andrade

Foto de quimnogueira

Queria ser o teu relógio...(Quim Nogueira)



...serei o teu relógio...

...dizia-te eu , há pouco...

...o relógio da tua alma e do teu próprio corpo...

...o relógio do teu sabor e do meu sentir...do meu riso...da minha voz...

...incendiando os teus desejos...

...serei o teu relógio...

...dizia-te eu, há pouco...

...o relógio da fruição sonora ecoando dentro de ti...

...não te fazendo esperar como os minutos desta hora deste relógio que há em mim...

...ecoando em ti...

...numa ânsia de libertação de desejos apaixonados...

...num libido mental em constante crescendo...

...serei o teu relógio...

...dizia-te eu, há pouco...

...o relógio das horas alucinadas e felizes dos encontros esperados e desesperados...

...duma espera na ânsia de que o relógio pare...

...e os nossos corpos se encontrem num momento eterno de paixão...

...e ardor, sentindo teu corpo leve de pele acetinada feito...

...deleitando-me com o fogo do teu querer...

...e também da minha vontade de ti...

...serei o teu relógio...

...dizia-te eu, há pouco...

...o relógio das horas sem repouso num corpo morno...

...denso e arrebatador...

...numa onda frenética de prazer e dor...

...nos momentos em que o relógio não conta os momentos de em ti deixar...

...todo o meu amor...

...e... o relógio pára...

...pára, para que o tempo não se esgote...

...pára, para que os nossos corpos se fundam

num misto de agonia...

...num misto de prazer, êxtase e dor...

...e não mais exista a monotonia das horas vividas sem ti...

...e no fim, em espuma me espraiarei sobre o teu corpo lindo...

...deixarei de ser o teu relógio...

...o tempo deixou de existir...

...passarei a ser a tua própria existência...

Quim Nogueira

Foto de quimnogueira

Queria ser o teu sonho...(Quim Nogueira)



... Em frente ao espelho da cómoda do teu quarto, sentada num banquinho forrado a tecido de cortinado vermelho, penteavas os teus cabelos, num ritual que funciona mesmo sem dares por isso...

... a escova passava ora uma, ora duas vezes, de cima para baixo e alisava os teus cabelos sedosos, cor de mel e de marfim... brilhavam no espelho e te revias momento a momento numa expectativa de mudança, o que não acontecia pois não podias ficar mais bela do que aquilo que já eras... a beleza em ti não residia nem morava ... era!...

... a tua camisa de noite, acetinada bege, de rendas sobre o peito alvo de seios firmes e redondos, deixava transparecer a cor da tua pele suave e doce ao olhar sem ser preciso tocar...

... a tua cama de lençóis de prata, aguardava o teu corpo numa ânsia lasciva de quem à noite, só, te espera num desespero de intocabilidade ... e tu, demoravas...

... da cómoda tiraste um frasquinho de perfume e te ungiste com ele o que provocou um agradável respirar a todos os móveis que te rodeavam ... e a tua cama, ansiava pela tua presença... e o teu corpo demorava a conceder-lhe esse desejo...

... levantaste-te de fronte do espelho e te miraste novamente de corpo inteiro e gostaste da tua imagem alva e bela naquele quarto iluminado pela tua presença ... olhaste de soslaio e ... sorriste ...
... sentaste-te na beira da cama e esta suspirou docemente perante a antevisão de que em breve te possuiria. Tiraste os teus pézinhos leves de dentro dos chinelos de cetim vermelho, levantaste um pouco o lençol e te entregaste total e lentamente ao prazer de estender do teu corpo e da entrega final ao teu leito...

... a tua cama nem sequer se mexeu ... aquietou-se para não te perturbar, para que não te arrependesses daquilo que acabaras de fazer, com medo que te levantasses e ela te voltasse a perder...

... a tua cama inspirou baixinho a fragrância do cheiro da tua pele e deixou-se ficar aguardando o teu próximo movimento...

... deitada de bruços te deixaste finalmente ficar e tua cabeça leve pousada de mansinho na almofada, arfava lentamente o teu respirar de prazer por mais uma noite de descanso... e de sonhos...
... teus olhos semicerrados viram a lâmpada acesa e teu braço se estendeu ao interruptor da mesinha de cabeceira para a desligar. Os teus movimentos eram propositadamente lentos para que o tempo demorasse ainda mais do que aquele que já existia...

... e a tua cama sentia... na obscuridade do teu quarto, teus olhos semicerrados olharam o tecto e se fixaram na sua alva cor que permitia uma réstia de luz no meio da escuridão...
... olhaste a janela e pelas frinchas da persiana, divisaste a luz cinzenta duma lua crescente ... avizinhava-se uma noite de lua cheia e teu corpo descansou por um momento... a tua cama então suspirou e te abraçou fortemente...

... em suas mãos te acabavas de entregar... e o sono chegou.... adormeceste...

... não sei mais o que se passou... a noite decorreu, teu corpo diversas vezes se moveu...
... a tua cama não se movia, com receio de te acordar; abraçava-te sempre para não te deixar fugir ... sentia-te sua e possuía-te num sonho imenso de impossibilidade, de impotência, de raiva, por não te conseguir ter tendo-te ali...

... tua mente adormecida, movia-se e sabia-se que sonhavas...
... a tua cama te tinha ... ali, indefesa, sozinha...
... sonhavas e eu aqui, nada mais te pedia ... nada mais desejava...
... queria apenas ser o teu sonho..

Quim Nogueira

Foto de quimnogueira

Ouvindo a noite...(Quim Nogueira)



alguém a ouve?...

...sentado nesta cadeira de frente para o meu computador, numa mesa de madeira, branca de sua cor, eu teclo nas letras paradas ao redor dos meus dedos...preparo um texto, sem contexto, com uma textura qualquer, talvez de amargura...não me preocupa a forma, nem as palavras que me vão deslizar pelos dedos e destes para o écran que, de vez em quando, olho prevenindo um possível erro de escrita...não me preocupa o tema, mesmo que sem lema não se torna um dilema neste plural sistema de escrever prosa ou poema...

...trata-se de fazer deslizar apenas o teclado pelos meus dedos e deixar sair as palavras da minha mente numa constante busca da semente do significado para aquilo que estou a fazer neste momento...e que faço eu, nesta hora, aqui, sozinho e agora, batendo lento ou apressado nas teclas do meu teclado...olho em frente e vejo um relógio que marca as horas lentas que passam por mim e que marcam o tempo de viver a sorrir e a amar...tudo e todos, sem olhar a quem...somente por amar...

...e que espero eu obter desse amargor doce da alma que sofrendo não chora, pelo contrário, vive e implora...e que espero eu senão encontrar o caminho mais leve que me percorra o corpo como quente neve branca como o luar que lá fora, no céu cinzento, teima em espreitar numa noite fria de chuva que se aproxima do meu solitário estar...

...não percorro os corredores do dia que passou nem choro as lágrimas que retive dos acontecimentos que por mim passaram como uma brisa leve pousando no lugar onde estou e me sinto pairar dentro do meu próprio eu...

...procuro o sentido da vida que não encontro, numa procura constante de mim mesmo, na luta insana da loucura que afasto de mim nem que seja por um instante...

...e esse instante está chegando na forma da noite que se aproxima, daquele estado de espírito que me anima, pois a solidão resta a meu lado sem um mudo som nem qualquer grito abafado de dor...

...e aqui fico...

...esperando a noite chegar para nela me agachar e aninhar...povoar nela os meus sonhos de aqui me sentir e de aqui gostar de estar, neste lado do meu mundo, sozinho, de dia ou de noite, a mim próprio mentindo...

...mentindo-me em constante delírio duma busca que ufana luta me provoca na mente que, pensando, não me escuta...

...e não me oiço a pensar, nem quero sequer isso imaginar; oiço apenas a noite chegar e a sua escuridão me abraçar, sem me possuir nem me ter, apenas me rodeando de um leve prazer por ouvir os seus sons sobre mim verter...

...e vertem-se esses sons em pancadas surdas de palavras mudas, livres e desnudas de sentido ou de intenção...

...a noite traz paz ao meu coração...ouvindo-a, fico sossegado e dou a mim próprio a minha própria mão...segurando-me para não a possuir...para ficar aqui e não ir...

...senti-la apenas num, pequeno que seja, luxuriante som...

...ouvindo a noite, parto para o êxtase do meu ser, não pretendendo ver, apenas ouvi-la...

...dentro de mim, a bater...

Quim Nogueira

Foto de quimnogueira

Poema à mulher (Quim Nogueira)



em prosa...

Os meus olhos pousam em ti e todos os meus sentidos te olham num delirar mútuo de atenção.
Vejo o teu corpo e deleito-me na tua alvura. Cheiro o teu cheiro e aspiro a tranquilidade da tua paz.
Ouço o teu respirar lento, como um lamento que não lamento.

As minhas mãos tocam os teus cabelos e envolvem-se neles.

Acerco-me de ti e te toco. Te sinto global e ali inteira frente a mim. Beijo a tua boca e tudo se torna como num festim de doces carícias e sabor a sal.

Estou inteiro no teu corpo inteiro e me sinto nele como sinto o teu corpo em mim. É apenas um abraço, um enlace de braços que apertam sem apertar, sentindo apenas o teu respirar.

Minhas mãos percorrem a tua pele acetinada linda.

Fecho os olhos procurando apenas sentir.

E sinto o desejo crescer em mim e o teu arfar sobe de tom.

Como é bom. br>
A minha boca se cola na tua boca e a minha língua se funde dentro dela como se da tua se tratasse. É apenas mais um enlace. Sinto o teu peito quente junto ao meu e beijo teus mamilos num acto de procura da loucura.

Loucura que me invade lentamente, premente ali presente ou então como se tudo mais estivesse ausente.

Meus braços te envolvem e se descobrem momento a momento como se fosse a primeira vez que no teu corpo se movem.

Sinto o cálido odor do teu corpo quente de amor, oferecendo-se como numa espécie de orgia sem pudor.

Minhas mãos tacteiam centímetro a centímetro toda a tua pele, todos os recantos de teus encantos e se encontram, de repente, sobre o teu ventre quente, dolente.

Afago tuas coxas e as tuas ancas e as aperto contra mim.

Procuro o teu sexo e o acaricio.

Beijo-te completamente num único beijo e me torno desejo do teu próprio desejo.

Te envolvo num abraço mais e te penetro.

És tu que me possuis. Não te tenho, és tu que me tens.

Movimentos doces se entrelaçam como se não fossemos dois mas um só. Os nossos corpos se fundem num arfar profundo de prazer e loucura. Já não sei o que sou, apenas em ti estou. Eu sou tu e tu és eu numa fusão de ser e estar.

Na verdade és tu que me possuis pois eu não te tenho, és tu que me tens pois em ti eu me dou.

Em ti me eternizo.

Quim Nogueira

Foto de LEOANDRADE

Inútil Resistência (Leonardo Andrade)

Não adianta cobrir seu coração com essa camada de gelo fino, nossa noite fria não será eterna e os primeiros raios de luz que nascerão dos seus olhos de sonhos inundarão nossas almas e corpos de desejo.



O que você congela não mata, criogeniza, prepara
para uma nova primavera, para mais uma fase do eterno ciclo da vida ... do amor.

Você não pode guardar nosso amor de modo inacessível, ele sempre lutará para poder ser livre, para viver plenamente.

Não perca seu tempo tentando esquecer, ninguém
foge de si mesmo, nem consegue esconder de seu espelho seus desejos mais profundos e enraizados, mesclados a ânima.

Ninguém escapa de seu destino, de sua sina , somos estação final e única um do outro, partes amorfas separadas e perfeitas quando juntas. Ying e Yang, o Tao do amor.

Limito-me a sobreviver sem sua presença, um mero andarilho perseguindo sua sombra na areia que cada vez mais afunda aos próprios pés sob a oscilante luz da lua que insiste em se esconder atrás de nuvens cada vez mais densas.
Não tente me esquecer, pois a cada noite virei
velar seu sono num raio de luar ou numa gota de chuva, quem sabe até numa brisa que beija sensualmente seu corpo ...

Não lute contra esse sentimento, ele é muito mais
forte do que nós, ele criou o chão que pisamos e estará na atmosfera até o fim dos tempos.
Certamente será a semente que eventualmente gerará uma nova era.

Ele faz com que eu abra mão de tudo para te ter,
apenas e tão somente porque você é tudo que quero e desejo, porque sem seus olhos não há luz, sem seu corpo não há prazer, sem sua boca não há vida.

Porque sem você sou metade.

Sou incompleto.

Sou letra sem música.

Sou poesia que não foi recitada ou o sonho que
jamais se realizou...

Parta esse gelo !

Vamos nos permitir cumprir nossa missão, a de
manter acesa a chama do amor...eternamente.

Leonardo Andrade

Foto de LEOANDRADE

Labirintos (Leonardo Andrade)

Nossos corpos, como que imantados

não conseguem se separar,

como duas metades que separadas não tem vida,

eles precisam se unir, se encaixar...



Preciso beber seus beijos molhados,

me alimentar do seu corpo,

ser abelha num mundo de vespas

e sugar de você seu mais saboroso mel

Te dar a vida

inundando de prazer

seus vales e depressões,

num eterno ciclo de prazer, o cio da nossa terra.

seu corpo é um templo

onde eu , ora conquistador, ora servo

insisto em profanar

para depois adorar... repetidas vezes...

Nessa loucura que nos leva ao mundo de êxtase

numa longa viagem através de suas curvas,

com paradas estratégicas e obrigatórias,

nunca canso de buscar novos percursos...

Explorando cada vez mais os arredores e cercanias

desse universo perfeito do seu corpo

onde me perco e me acho

pelos seus labirintos ...

Cada chegada é o prelúdio

de um novo começo

que tem o infinito como meta,

tanto de prazer quanto de amor...

Leonardo Andrade

Foto de LEOANDRADE

Your Latest Trick (Leonardo Andrade)

Sim, essa era a música , o solo de guitarra tornava-a inesquecível, quase antológica.

Ela tocara a primeira vez que foram juntos para a cama no apartamentinho de três cômodos de fundos que ela alugava.

Chegaram quase sem roupa tal era a ânsia de se terem, iam com a pressa dos amantes de primeira viagem, com a urgência que só o tesão tem, com a voracidade arquetípica dos caçadores de sentimentos ...

Aquela noite era totalmente “unforgettable”, a troca de beijos e carícias rapidamente deu lugar aos movimentos rítmicos e coreografias do sexo. E tudo fluiu tão perfeitamente que quase podia se ouvir aplausos no final.

A calmaria pós-prazer cheia de beijos carinhosos e corpos abraçados foi um justíssimo prêmio a irrepreensível performance de ambos.

Muitas noites seguiram-se a essa, mas para ele, a emoção ia reduzindo, quase imperceptivelmente, mas ia, o que era incontestável lentamente transformava-se numa incerteza.

Seu quadro perfeito de felicidade vinha esmaecendo nas cores, tornando a imagem difusa e ele começava a achar defeitos nele.

Agora, aqui estava relembrando a primeira vez e achando que essa era a última, sua última chance ...

Ele novamente pensou em conversar com ela, a cena aqui descrita era repetição “si ne qua non” das últimas noites e ele já nem lembrava da cena original, mas não suportaria o choro ou as perguntas que ela faria, ele não estava embasado em razões palpáveis para explicar nada, ele apenas não queria mais.

Ela deveria entender isso. Como as mulheres são difíceis!

Olhou para ela, não parecia a mesma mulher-deusa que ele moveu céus e terras para conquistar, parecia tão comum.

Agora ele podia entender quando diziam que a divindade era algo necessariamente cultuado

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