Primavera

Foto de Carmen Lúcia

Mais um dia

Hoje, mais um dia
dessa minha jornada
em busca de me sentir feliz.
Mais um dia ofertado,
enrolado no branco a ser esboçado
o que ainda não fiz...
O que me escapa das mãos
e traz a sensação do inacabado.

Sonhos que tenho sonhado
e à noite me têm assombrado
acusando os que não realizei.
Sentam-se à beira da cama,
projetam em minh’alma
o que ela reclama
quando o dia termina
e há muito por fazer.

O amigo que não abracei,
a flor que jamais cultivei,
o vizinho que fica ao meu lado
e despercebido, nem é relembrado.
O certo mantido calado,
o errado bem alto, bradado,
e agora não têm mais razão de ser.
Certo ou errado?
Quem pode julgar ou ser julgado?

A tristeza de minha poesia
que às vezes mantém o leitor afastado.
A alegria que meu eu contagia
e em meus versos nem sempre é exaltada.
As lágrimas que deixo rolar
sem a humildade de as compartilhar...
A primavera que em mim existia
e hoje já não me encanta mais.
Quero com ela renascer...
Ser flor, ser cor ou simplesmente ser.

Hoje me é dado mais um dia...
Dia de ver os sonhos realizados.

_Carmen Lúcia_

Foto de leandro landim

Seu ser por inteiro

Que a solidão vá embora
Junto com a saudade
E a tristeza sem demora
Dê lugar a felicidade;
Que o tempo passe sem pressa
Quando eu estiver ao seu lado
Quando em meus ouvidos você confessa
Que sou o seu amado;
Que seus medos sejam suaves
E que amar não seja um jogo
Uma porta sem chaves
Uma chama sem fogo;
Quero seu ser por inteiro
Na primavera das flores
No verão de janeiro
Porque somos merecedores.

Foto de Carmen Lúcia

Sobre belezas naturais

O mar vem me saudar em ondas
que se quebram ao beijar meus pés
num doce afago que me apraz,
abraça meu corpo e o ascende à paz.
Águas tingidas pelo azul do céu,
onde o branco das espumas brinca de ir e vir.
Sem embarcação, muita empolgação, me entrego.
E navego...

Ante a flor desabrochando,
prenunciando a primavera
expectativas invadem os campos
verdejantes pela espera.
Despedem-se do inverno,
o frio do coração do mundo
e me vejo florescer também
em meio a tulipas e jasmins
e o perfume de mato em mim.
E espero...

A melodia dos riachos
faz a dança dançar em minhas veias,
em passos harmoniosos me acho,
entre cascatas me entrelaço
luzindo luzes cristalinas,
permeando verdes e azuis turmalinas
brotadas do ventre da terra
num recital de suaves versos
a emergir poesias.
E me extasia...

O céu começa a se fechar,
o sol brilhará n’outro lugar...
Aves migram em bandos, chilreando
num bailado improvisado, inusitado.
Matizes cruzam espaços, buscam suas cores
espalhadas em multicores pelos cantos,
beleza exclusiva do fim de tarde.
E me invade...

Nessa mistura real e surreal
eu me perco, me enlevo, me levo...
Tiro os pés do chão, alço a emoção
e me elevo ao ar...
A voar...

_Carmen Lúcia_

Foto de Carmen Lúcia

Incomparável

Comparo-te ao outono,
ao dourado de meu sonho,
às folhas que se esvaem
num tempo bem ameno
de sol que às vezes brilha
acarinhando o dia
em outras que desmaia,
e brilha a nostalgia.

Comparo-te à chuva miúda
gotejando vida...
Em mim brotando alegria,
afastando qualquer melancolia
ao desabrochar da primavera...
Envolvente e mágico perfume
e a inquietante espera
da tua presença com teu lume...

Tens o fascínio do mistério
e a chave da revelação
da eterna mutação da natureza,
sedução da estação que preconiza
a suave inquietação de tua beleza.

Comparo-te ao ritual do fim de tarde
quando o tempo parece parar
e por detrás de uma vitrine embaçada
observa folhas amareladas, outonais,
ladeando a passarela de sonhos irreais.

É como se depois da tempestade,
da bravia tormenta e da neblina
com o arco íris se encontrasse
encantando-me a retina.
A noite vem de repente...
Véu negro pontilhado de prata.
Traz fantasia, sons e odores inebriantes
que arrebatam...

Pergunto-me: És deus? Um mito?
Surreal? Metafísico?
E sinto romper a linha tênue
atada à lógica e à emoção
e me amparo ao desequilíbrio
insano da incompreensão.

Perco-me na imensidão do meu medo
sem saber ao certo a dimensão
desse enredo...
Apenas enveredo-me nesse sonho
que transita entre o real e o irreal
nessa aventura inigualável...
Nesse sentimento sem palavras...
Para sempre Incomparável!

_Carmen Cecília e Carmen Lúcia_

"Obrigada, querida Carmen Cecília, pela parceria que nos deu o 3º lugar no torneio de parcerias, na Navegantes das Estrelas."

Foto de Cesar Jardim

Amor-primavera

Amor, a linda flor na primavera.
Calor, chamas que agora invadem o meu coração.
Flor, a que eu roubei para você em um lindo jardim.
Feliz, é o que existe quando vejo cada sorriso seu.
Seu, é o que sou por toda a eternidade.
Minha, é a alegria de fazer você feliz a cada dia.
Alma, é a minha que se completa ao seu lado.
Verdade, é o que meus olhos te dizem ao te ver.
Sentimento, o mais puro e perfeito amor.

Foto de Carmen Lúcia

Corrida insana

Da janela semiaberta observo a vida
acelerada, apressada, incontida...
Em movimento cíclico
voltando sempre ao ponto de partida
pra de novo recomeçar...
sem saber onde chegar,
sem saber como parar,
onde parar...

Passos incertos conduzem as pessoas
num vaivém desnorteado, descompensado...
A incerteza do caminho as levam a perambular,
vontade insana de chegar...
Em desalinho procuram uma porta,
ansiedade é o que se vê em cada olhar,
entre tropeços e arremessos elas se trombam,
mas não importa,
sonham chegar em primeiro lugar...

Nessa corrida cega e obsessiva
regada à ambição desmedida
desprezam paisagens significativas,
o belo em cada canto contido,
as cores pintadas pela primavera,
flores que sempre estão a nossa espera...
Canções entoadas pelos rios,
a relva que seus pés acaricia,
mas seguem em frente sem se importar,
sem ver o pôr do sol, tampouco o amanhecer,
indo sempre em desencontro ao amor,
sem dar a ele o mínimo valor...

Queimam as etapas mais bonitas da vida
numa competição desenfreada e descabida
sem tempo de parar e observar,
sem tempo de se render e absorver...
Sem nunca amenizar essa corrida,
sem perceber o real sentido da vida...

_Carmen Lúcia_

Foto de Bruno Silvano

A Caverna

Seu olhar era triste, talvez pela saudade que estava sentindo de casa, ou por esta se sentindo uma estranha, em um pais desconhecido, sem nenhum amigo. Cursava o primeiro semestre de Moda em uma das maiores universidades de Londres, mas ainda era uma garotinha ingênua e insegura, cheia de expectativas para o que mundo pudesse vim a lhe mostrar, a lhe trazer.
A primavera chegava, e florescia o coração daquela jovem, que por muitas vezes pegava-se a observar o céu estrelado chorando de solidão, da falta que uma companhia lhe fazia. Deitava-se sozinha na rede para acompanhar a transformações das flores, sentia-se como uma, a mais sensível e perfumadas delas, uma daquelas flores que enfurecida com o descaso das pessoas abria somente a noite, onde realmente tinha liberdade para ser somente uma flor.
Costumava banhar-se em um riacho com águas claras, doces, ao som de passarinhos e da goteira que pingava uniformemente da parte de cima da caverna. Era o lugar em que costumava se encontrar com seu interior, em que botava calma na alma, o que ajudava a disfarçar o seu semblante triste.
Sua solidão era cada vez maior, procurava relações de todos os tipos, porém nada fazia com que aquele sentimento tivesse um fim. Sempre procurava cura naquela caverna, aquilo se tornava um vicio, porém em uma de suas idas encontrou algo lá, algo que para ela realmente valesse a pena, a os seus olhos ele era diferente, tinha seu brilho especial, era espetacular, tinha seu toque de humor e simpatia. Foi paixão a primeira vista, fez dele o seu tudo, passava horas com ele, já mais havia sentido tanto amor e prazer quanto o que ele deu a ela, juntos, ela realmente se sentia mulher, algo que não sentiu com mais ninguém.
A caverna tornou-se seu ponto de encontro, não havia alegria maior do que ir todos os dias para lá, e em seu ponto de êxtase deixou-se seduzir de vez por ele, o acariciou com vários movimentos, se deu toda a ele, utilizou de todo os artifícios que havia aprendido em sua vida, deslizou sua mão suavemente sobre todo seu corpo, fazendo-o sentir vibrações, porém ele já não estava com mesmo brilho de como ela a viu pela primeira vez, porém insistiu em acariciá-lo, deslizando com toda sua sedução, a mão até suas partes mais sensíveis, e em um gesto de amor ela pediu “me deixa cuidar de você?”, porém não obteve resposta, o seu brilho foi diminuindo lentamente, até que sem saber o que fazer, ela o deixou ali imóvel, até que toda sua bateria acabasse. Porém não se deixou abater, saiu correndo em direção a cidade e em menos de uma hora já estava com um novo amor, um iphone 4s, que embora seja menos compacto que seu antigo amor ainda trazia lembranças de seu já sem bateria iphone 5.

Foto de Carmen Lúcia

Leva-me...

Leva-me...
Contigo qualquer lugar é inusitado,
fixo-me em ti e o resto é inacabado,
toda beleza pelo mundo derramada
provém de ti...
Em tua presença fica apagada.

Leva-me...
Andemos pela relva, que molhada,
suaviza nossos pés da caminhada,
deixando pegadas pra felicidade...
E subiremos por escadas de nuvens
aventurando-nos ao léu, ao céu...imensidão!
Onde seremos Adão e Eva
reiniciando a Criação...

Leva-me...
Não quero mais ficar sem ti.
As horas transcorrem iguais e frias.
A monotonia pesa minha alma.
A cama torna-se gelada, vazia.
Procuro-te e não estás aqui...
O medo invade, nutre meus fantasmas
e só tua presença os combate e os afasta.

Leva-me...
Serei aquela estrela que veneras,
pra ti serei eterna primavera,
seja qual for a estação que se revela...
Flores cobrirão nossos caminhos,
um grande amor aquecerá o nosso ninho
e será eterno como nossa primavera.
Sem mais ausências e esperas!

(Carmen Lúcia)

Foto de Carmen Lúcia

Outono

Tempos dourados outorgam novo ciclo,
Outonam caminhos, regam a esperança,
douram folhas, desnudam paisagens
que nuas perambulam, a contento,
bailando sem pudor entre o calor e o frio
e de mansinho desaparecem com o vento.

Acordam a nostalgia com acordes de magia
a tecer um tapete de ouro pelo chão
por onde passará com nobreza e distinção
a doce trilogia: beleza, poesia e emoção,
fazendo o tempo deslizar bem devagar, sem precisão.

Da terra brotam sulcos, alcovas das sementes
e silenciosa, a germinação procede vagamente,
acalentando o sono das flores adormecidas,
enquanto o frio do inverno cumprir sua missão.

Mas hoje é outono, tempo de espera,
as folhas jazem mortas... até a primavera,
que cobrirá de cores o cenário amarelado,
de flores e de vida o momento esperado.

_Carmen Lúcia_

Foto de raziasantos

Queria Ser um Pássaro.

Como eu queria ser um passarinho
Assim faria meu ninho pertinho de você.
Voaria além do sol subira o mais alto monte
Correria os riachos seguindo seus passos.

Seguir-te-ia até encontrar a primavera.
No frescor dos montes observaríamos o céu colorido.
Ouvindo o canto do rouxinol.
Enfeitaria teu sono com lindas flores.

Beijar-te ai docemente…
Como eu queria ser um pássaro!
Para cair no seu laço.
E me enroscar em seus braços.

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