Ritmo

Foto de poetisando

Hoje eu fiz amor contigo

Hoje eu fiz amor contigo
Deitado na minha cama
Havia espaço demais para mim
Então fechei meus olhos
E visualizei a tua imagem
Dava para ver a tua alma
Puxei-te para o meu lado
Tirei-te o teu vestido
Deixando o teu corpo nu
Fiquei te observando
Parado diante do teu corpo
Como eu o contemplava
E com o toque suave de minhas mãos
Percorri todas as tuas linhas
Todas as tuas curvas
E por mais que explorasse o teu corpo
Em cada investida descobria
Novos detalhes, novos segredos
Depois cansado de percorrer o teu corpo
A minha boca implorava a tua
Queria sentir o teu gosto
Cedi então aos meus instintos
E numa loucura infinita
Percorri novamente aqueles
Caminhos que já conhecia
Me perdi entre os teus braços
Desejava-te naquele momento
Ouvia apenas o teu gemido
E o bater do teu coração
Descompassadamente
Era apenas um corpo no mesmo ritmo
Éramos puro tesão
E somente aquele momento importava
Nada mais tinha sentido
O teu corpo, o teu cheiro, e teus gemidos
A tua boca na minha boca
O roçar das nossas e línguas
Então abri os meus olhos
E tu não estavas ali
Mas não importava
Eu fiz amor contigo
Como jamais fizera
E nada mais fazia sentido
De: António Candeias

Foto de Fernanda Queiroz

Antes que o Ano Termine

Falta um dia para que o ano termine. Um dia intenso que pode mudar toda minha existência. Só preciso ter coragem e ir até onde você está... Antes, 450 km, agora 50 km. Por que veio para cá? Queria me confundir ainda mais? Estaria esperando que a proximidade me fizesse ser mais mulher... mais corajosa? Sabe que meu destino está traçado. Não me deixaram editá-lo. Sabe que não posso voltar, então porque não vem... Rouba-me, Toma-me, Leva-me para nosso mundo de sonhos; onde tua ausência presente foi marco de nossa história.

O sol está se pondo, o alaranjado de céu é o contraste perfeito com a relva que se estende verde e úmida pelas chuvas de dezembro. Tanta calmaria vem de contraste a minha alma conturbada e sofrida. Posso sentir meu coração batendo forte, tão forte quando o podia ver por aquela janelinha mágica do computador, cenário de nossa história, testemunha de nosso amor, cúmplice de nossos segredos, arquivo de momentos que perpetuarão dentro de mim. A brisa suave sopra. Parece querer brincar com meus cabelos, alheia a tempestade que envolve meu coração. Deixo a mente explorar o passado... Tão presente... Teus olhos, tua mania constante e única de apoiar teu rosto nas mãos. O sorriso espontâneo, a cara emburrada, os olhos se fechando de sono, e a vontade de ficar um tempo mais...e mais ...até o galo cantar...a madrugada... o sol nos encontrar ...felizes ou tristes...juntos.

A noite traz a transparência de minha alma, negra, sem luzes, sem amanhecer. Preciso me movimentar, sair deste marasmo de recordações. Thobias, meu companheiro de peripécias, que um dia correu tanto quanto no dia em que estouramos uma colméia; está selado, entende o que me vai à alma, conhece meu estado de espírito, sabe quando é preciso deixar as paisagens para trás, mais rápido, mais rápido, até se tornarem uma massa cinzenta, sem cor, ou forma retratando o mais profundo que existe em mim. Agora, no embalo do cavalgar, meus sonhos se afloram. Estou indo ao teu encontro, nossas mãos se tocarão, nossos corpos se unirão, nossos corações baterão em um só ritmo. A brisa tornou-se um vento tão gélido quantos minhas mãos que seguram as rédeas de um futuro-presente. Gotas de chuva descem sobre minha face, misturam-se as minhas lágrimas. Tenho a sensação de não estar chorando e sim caminhando para você. Na volta para casa nem o aconchego da lareira, o crepitar constante elevando as chamas transmite liberdade, as sombras sobrepõe à realidade que trará o amanhecer, elevo ás mãos solitárias tentando voltar ao tempo de criança onde elas davam vidas retratadas na parede imagens de bichinhos animados, mas não se movimentam, parecem presas ao aro de ouro reluzente que por poucas horas trocarão de mão fecundando o abismo que se posta diante de nós. O cansaço e as emoções imperam. Entre sombras e sonhos, meu pensamento repousa em você, na ilusão, nos sonhos, na saudade pulsante de momentos mágicos vividos, onde nossas almas se encontravam, onde nossos corpos não podiam estar. De desejos loucos e incontidos de poder realizar, antes que o ano se finde, antes que as horas levem tudo que posso te dar.

O amanhecer desponta, caminho a esmo, no escritório, ao lado direito da janela que desponta para colina verdejante (cenário de nossa história). O computador me atrai.. Você está off, está há apenas 50 km, mas em meus arquivos de vídeo teu rosto se faz presente, tua boca elabora a mímica de três palavras mágicas “EU TE AMO”.A musica no fundo é a mesma que partilhamos tantas vezes juntos COM TI RAMIRO, gravada em meu studio amador ao som de flauta. As notas enchem o ar, a melancolia prevalece, meu coração se enternece, “POR FAVOR, VENHA ME BUSCAR”, não vou conseguir sozinha, você sabe disso, é exigir demais de quem só soube amar, sem nunca saber lutar, sem nunca poder gritar, com um destino a cumprir, um dever de tempos idos e protocolados nos princípios de toda uma existência. O dia se arrasta imortalizando o passado. Estou diante do espelho, o rosto moreno não consegue esconder a palidez, o vestido branco de seda cai placidamente sobre meu corpo inerte. Vestido que outrora minha mãe usara com os olhos brilhantes de felicidade. Os meus não têm brilho, este fora reservado às perolas que adornam meus cabelos negros, sempre me achei parecida com ela, mas a imagem reflete somente uma semelhança física onde a mortalidade de meu semblante contradiz a vida de tempos passados.

Pedi que me deixassem ir só, queria ficar com meus pensamentos, onde você é soberano. Que bom que ninguém pode me tirar isto: tua imagem, teu sorriso, tua forma única de existir para mim, mesmo que em sonhos, mesmo que em lembranças, mesmo que em minha morte para a vida que se inicia. A escada imperial e central se desponta com teu corrimão de prata por onde desci tantas vezes lustrando-o com minhas vestes. Minhas mãos se apóiam nele, trêmulas, frias, para que eu não quede diante da realidade... Apenas trinta degraus? Deveria ser trezentos, três mil, ou trinta milhões? Eu os percorreria com gosto, antes de pisar na relva verde coberta por um tapete de pétalas de rosas que conduziam à capela. Porque desfolhá-las? Porque enfeitar a vida com a morte? Rosas brancas, pálidas como minha alma, desfolhadas e mortas como minha vida. Ao lado o lago que outrora me fazia sorrir, brincar e acreditar....queria parar...descalçar o pequeno sapatinho branco e sentir a frescura das águas elemento mais forte e presente da natureza em minha vida...mas agora não posso parar a poucos metros está minha rendição, meu destino onde o oculto será sempre meu presente, onde o passado será minha lembrança futura, onde você viverá eternamente, onde ninguém poderá jamais alcançar. A capela parecia lotada, não guardei rostos, somente sombras. No altar uma face, feliz, despreocupada, livre, sentado em uma cadeira de rodas estava papai, tuas pernas não mais suportavam me conduzir, teus braços que muito me embalaram, já não mais me apoiavam...segui em frente. Pensei em me voltar ..olhar para trás, mas não iria te encontrar. Palavras ditas e não ouvidas... trocas de alianças...abraços de felicitações....buquê lançado ao ar, festividades...todo ar de felicidade.

Faltavam dez minutos para findar o ano...minha existência já tinha terminado, o celular em cima do piano da sala...8 minutos...mãos tremulam ao aperta a tecla da re-discagem...minutos eternos...do outro lado a apenas 50 km, tua voz ...doce...amada...terna, parecia querer ouvir o que eu queria falar e não podia...engolindo as lágrimas. Apenas um pedido: seja feliz, seja feliz por nós dois...uma resposta que mais parecia um lamento, que por mais suave, parecia um grito...Seja feliz também.....um tum tum era o sinal de desligado....zero hora. Fogos explodindo no ar...

Fernanda Queiroz

Direitos Reservados

Foto de Carmen Lúcia

Prólogo

Folhas em branco aguardam seu destino;
roçam sua face num belo gesto de carinho,
afoitas , mostram-se prontas, puras, nuas,
na ilusão de que registros ditem sua sina.
 
Bailam ao ritmo de simbólica melodia,
  a cada linha traçada,  nova coreografia,
sem reticências, lacunas, restrições nas entrelinhas,
letra por letra, regem o limiar de uma  vida.
 
Prólogo feliz , assim bendiz qualquer começo,
selam-se os sonhos e os remetem aos endereços,
e o branco das folhas  se tinge de utopia
sem prever que a dor tanto espaço ocuparia.
 
E a história traçando a vida anseia um desfecho,
 perde a meta principal, predominam reticências,
 titubeiam meio e fim em desencontro total
e lacunas silenciam o que agora é mistério.

Ainda resta uma folha amarelada
aguardando um fim que certamente virá...
 Sem a ousadia de descrever o destino
ela simplesmente irá esperar.

_Carmen Lúcia_

 
 
 

Foto de Carmen Lúcia

Envelhecer

Corre tão desatrelado o tempo
cumprindo a sina de jamais parar,
atrás vem ela em ritmo lento
sem nunca ter pressa para chegar.

Absorve profundamente cada momento,
recolhe da vida o que ainda há...
E o que passou, instantes que revive
com toda a supremacia no olhar.

Caminha tecendo beirais floridos
entrelaçados aos sonhos por realizar;
poucos, porém hoje mais intensos
que os que um dia deixou desperdiçar.

Abre janelas, vê o mundo lá fora
indiferente aos detalhes que percebe agora,
emoções preenchem os espaços,
transcendem os limites de seus passos.

Trazem a primavera a sua porta
e a alma, sem rugas, se desprende
ante a beleza da estação que surpreende.
É o presente...tudo o que mais importa.

_ Carmen Lúcia_

Foto de Bel Souza

Ser Mãe

É ter que ter pra dar...o sorriso, a cantoria, a dança. Ter alma alegre, afinação de vida e seguir o ritmo da canção. É fazer lenços voarem, os cabelos soltar, é girar como uma bolha de sabão: leve e brilhante, furtando cor e maquiando as arengas do coração. É pentear idéias nos contos, pendurar brincos de princesa, vestir saia de sereia, calçar tamancos invisíveis e seguir na escuta do "quero ser linda como você mãe." Bel Souza

Foto de Gideon

A Dança No Escuro

A dança no escuro

Às vezes a poesia não vem em palavras,
Simplesmente dá uma vontade louca de dançar...
Isto mesmo, dançar...
Olho-me na câmera de meu vídeo,
E pergunto-me, com semblante zombeteiro....
Mas você com esta cara de sério, vai dançar?

Não respondo e começo logo a dançar...
Não, não, não é uma dança qualquer,
De um louco mexendo-se sem um ritmo determinado..
Balançando o corpo ao sabor da loucura...

É uma dança planejada.
Dias destes puxei uns vídeos do Youtube
Com um professor de dança do outro lado...
Sigo os seus passos... claro.. que escondido..
Em meu quarto, trancado...
E com o headphone remoto preso às orelhas...

Fecho os olhos e viajo na linha tênue,
Equilibrando-me no tempo de volta à juventude...
E vou lembrando dos amores, dos beijos,
Dos abraços, dos sorrisos, das mãos dadas,
Da família que se foi...
Dos gritinhos dos meninos
Puxando-me pelas pernas jogados ao chão...
Na brincadeira de super homens..

A dança segue o ritmo do professor do Youtube...
Não sei se estou no passo certo.. estou no meu..
O som do headphone apenas serve para guiar-me
Pelo meu devaneio neste iô-iô da vida..
Que balanço em minha mente...
De olhos cerrados.

Ah, quantos enganos, quantas esperanças
Que mostraram serem fumaças apenas...
O meu quarto está escuro.. o vídeo acabou..
Mas eu continuo dançando na escuridão de minha mente...

Agora sentado ao sofá.. registrando esta dança...
Gideon Marinho Gonçalves

Foto de Gideon

São Poesias Sim...

São poesias sim

São poesias sim, são sim,
Os escarros que expilo de minha vida,
O fel de minhas experiências,
Os desconexos vibratos de minha música
Contemporânea, sem ritmo, atonal, inodora,
Translúcida, sem completude, sem métrica..
Apenas soa, apenas propaga-se pelo ar...

São poesias sim, claro que são...
Não têm métrica nem estilo conhecido,
Nem querem ter.. nem conseguem ter..
Não são expressões de ignorância teórica..
São verdades disformes, como fezes que
Fedem no ambiente, mas que trazem em si
A verdade da existência, senão não seriam..

São poesias, sim, mas que chato, são sim...
Os relatos quebrados, incompletos,
Às vezes incompreensíveis aos lúcidos..
Mas, não escrevo para os teóricos...
Nem para os catedráticos...

A minha poesia abriga-se neste nome,
Porque, mesmo que sofredora, encontra
Nesta sombra, momentos de paz, de expressão...

São poesias, mesmo que não as aceitem,
Elas são evacuadas de minha mente
Sem que eu as force... simplesmente fluem,
Como aquele gás comprimido que precisa
Exaurir-se de seu ambiente...

As minhas poesias não são mais minhas,
Eram enquanto estavam em minha turbulenta mente...
Agora que fugiram, estão por aí,
De quem as chutarem por acaso
Por tropeçarem nela, em suas vidas escuras..

As minhas poesias também não são concretas..
Pois quem as cheira com cuidado, sabem
De onde vieram...

Lambuzem-se com as minhas poesias.
Misturem-nas às suas....
E vaguemos pelas ruelas sombrias da vida...
Que vida.
Gideon Marinho Gonçalves

Foto de Maria silvania dos santos

Cocada!

Cocada!

_ Por minha namorada eu estava apaixonado, para ela
fui um dia comprar cocada, por fim ela estava estragada.
Coitada da minha namorada, era o ritmo da sua jornada!

Maria silvania

Foto de Marilene Anacleto

Homem Fogo - Mulher Ar (Dia dos Namorados)

Das energias que emanam da terra
Incorporam para evoluir, os seres,
Cada qual com seus poderes.

O homem é o fogo, a mulher, o ar.
Nos braços do cavalheiro, em ritmo de valsa,
A dama rodopia, serpenteia, e até pode voar.

À luz da chama, a dama orienta a família,
Prepara e orna o alimento e a casa.
Nessa melodia celeste, todos criam asas.

Se o cavalheiro prende a dama, não há dança,
Tudo é cansaço, tristeza, desavença.
Então, surge a pobreza e a doença.

Se o homem machuca a dama, incontrolável força
O ar se torna. Capaz de decepar florestas inteiras,
Ou jogar as árvores para fora da terra.

Mas, se o fogo enfraquece, o ar acaricia.
Feito mãos poderosas aquece aquelas mãos frias,
Canta, assopra, declara o amor em orações de poesia.

Assim o fogo se recupera e se levanta.
Em tons celestiais, a alegria se encanta,
E o ar rodopia, espirala, serpenteia e dança.

Que cada dia seja um Feliz Dia dos Namorados!

Foto de Carmen Vervloet

Cenário

CENÁRIO

Galos cantam anunciando a manhã!
Pela janela entreaberta do meu quarto
uma brisa leve
acaricia, com mãos delicadas,
meu corpo descansado.

Estrelas derradeiras
despedem-se pálidas e tontas,
cegas pelo brilho da aurora.

Árvores silentes dançam,
no ritmo do vento calmo,
com arte e inspiração...

A lua dá seu último mergulho
nas águas do mar
que refletem sua imagem nua
num espelho de prata.

A paisagem me envolve,
o silêncio seduz!...
A paz se apossa da minha alma
que se enche de amor.
Acordo sorrindo
junto ao sol que se espreguiça!...

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