Ritmo

Foto de CarmenCecilia

SEQUENCIA POEMA DUO

Sequência...

Continuo...
Apesar dos pesares...
Tudo tem ritmo
Há sempre um maestro na batuta
E se quisermos continuar na luta
É bom nos adequarmos à orquestra...
E seguirmos cada tarefa...
Dos acordes de cada um...
Na pauta as notas para cada instrumento,
Os músicos nem sempre afinados...
Uns... soprando o sofrimento,
Outros... tirando do teclado
A força para continuar a luta,
Enquanto o Criador na batuta
Dá suporte a toda orquestra
Ensejando que a vida seja uma prazerosa festa.
Um stradivarius chora as dores do mundo,
Enquanto o piano arranca suspiros profundos!
E assim em grande sintonia
Vamos restaurando a harmonia
Criando a mais linda sinfonia
Que é a vontade de viver e ser feliz!

Carmen Cecília e Carmen Vervloet

Foto de Fernanda Queiroz

O Show

Em meio aquela multidão eu me sentia perdida. Por mais que imaginasse nunca cheguei a pensar que pessoas poderiam ser tão apressadas e barulhentas.

Na hora de reservar meu ingresso optei pela geral, pensei que assim passaria despercebida, a idéia de camarote não me inspirava privacidade e sim destaque e como jamais tinha assistido a show de uma Banda famosa ou qualquer outra tudo era novidade. Minha experiência se resumia nas quermesses organizadas pela Associação Comunitária da Vila onde o som da banda dominical entoava valsas enquanto desfilávamos entre barraquinha de jogos e doces e aguardávamos os fogos, estes sim eram a estrelas das festas. Ficar olhando para cima vendo um pequeno zumbido se transformar em imensas partículas colorida era um espetáculo, mesmo que ás vezes acarretasse lembranças nostálgicas, eu amava aquele céu pontilhado de luminosidade.

Enquanto tentava entrar em um enorme recinto, daqueles que se vê somente pela TV, empurrada para lá e para cá por uma multidão que parecia não conhecer as normas da boa educação, estava pensando o que tinha me levado a tomar esta decisão.

Já havia se passado quase dois anos desde que falei com ele pela última vez, neste tempo tão forte quanto às lembranças que sobreviveram estava meu medo de saber o rumo que ele tinha dado a tua vida.
Afastei-me completamente do mundo das manchetes, onde certamente ele sempre seria destaque. Não lia revistas, jornais somente seção de investimentos e cultura, TV canal fechado sobre economia e agricultura, assuntos fundamentais em meu trabalho.
É claro que sem que eu pudesse evitar ás vezes os ouvia cantando, no radinho de pilha de algum operário, nas grandes magazines de eletrodomésticos na cidade, na faculdade onde os rapazes bonitos e famosos fazem à cabeça das garotas que até tatuavam em teus corpos nomes juntamente a desenhos exóticos.
No principio sofria muito por isto, depois sabendo que nada podia fazer, passei a ignorar, afinal quem tinha mandado me apaixonar pelo ídolo do Rock?

Finalmente tinha conseguido entrar no estádio onde a multidão se aglomerava onde estar á frente era certamente um privilégio para expressar o fanatismo que alterava o comportamento das mais diversas maneiras.
E agora estava ali, há poucos minutos e metros de onde ele entraria, duvidando de minha sanidade em ter tomado a decisão de ir vê-lo. Talvez se não fosse próximo à cidade que estava a trabalho há dois dias, jamais teria ido. Fui exatamente para ficar dois dias resolvendo questões de Marketing, mas era impossível não ver todos os outdoors espalhados pela cidade. Minha primeira reação foi de pânico, queria voltar sair correndo ao fitar ele entre o grupo sorrindo, como sorriu muitas vezes para mim... Deus...as lembranças voltavam em avalanche fazendo meu corpo estremecer, meu coração disparava, como aquele ressoar de buzinas que soavam atrás de mim, foi quando me dei conta que estava atrapalhando o transito e com mãos tremulas segui em direção ao hotel onde me hospedara, parando somente em uma loja especializada onde adquiri um potente binóculo, se fosse levar esta loucura a frente ele seria necessário, pois pretendia me manter mais distante possível e algo dentro de mim gritava para ir...Eu iria.

Já se passava 1 hora do horário grifado nos cartazes, a multidão que formara era tudo que jamais tinha visto, parecia uma disputa de quem conseguiria gritar mais alto, ou agitar mãos blusas lenços ou faixas mais altos. De onde estava bem retirada da multidão a tudo assistia ocultando minha ansiedade.

De repente os gritos se tornaram mais forte e contínuo em resposta a presença deles no palco.
Minhas mãos suavam tremulas, meu peito parecia que iria explodir lançando meu coração ao palco, por um momento pensei em desistir e sair correndo para meu abrigo, meu canto onde meus segredos me protegiam... respirei fundo, ergui a cabeça, encostei em uma pilastra, como se ela pudesse segurar meu fardo de dor, estava cantando acompanhado eloqüentes pela platéia minhas mãos levantaram o binóculo sem a pressa de quem esperou tanto por este momento, lentamente o ajustei aos meus olhos onde avistei gigantes holofotes, estava tentando me orientar, olhei em volta tentando ajustá-lo. Vi o baterista movimentado ao frenético ritmo que me fez piscar várias vezes, parecia a minha frente, lentamente movi para a esquerda encontrei o saxofonista, voltei-me para a esquerda devagar, quase sem respirar para não perder o foco, quando o vermelho da guitarra coloriu as lentes senti um impacto tão grande que parecia atingida por um soco no estomago.Engoli saliva inexistente, tentei suavizar os ressequidos lábios passando a língua por eles, meu peito arfava e meus olhos buscava naquela potente tecnologia, tua face amada.

Recosta bem no fundo, longe da entusiástica platéia sabia que precisava vê-lo. Determinada, ajustei as lentes tentando reencontrar o foco reluzente de tua guitarra e lá estavam tuas mãos a segurarem firmemente, dedos firmes dedilhando-a, mãos de artista. Fui subindo, encontrei tua camisa alaranjada, Deus eu amava esta cor em você, lembra-se daquele casaco? Quando o vi sabia que tinha sido feito para você. Caiu como uma luva ficou lindo como sempre foi, será ainda que o guarda? Ou estará jogado e esquecido em algum armário?

Pela camisa entreaberta pude ver tua inseparável medalha segura pelo fino cordão de ouro que cismava em colocar entre os lábios quando estava nervoso, como naquela vez que esqueci o celular desligado por toda tarde exatamente no dia que te aconteceu um imprevisto, tinha que viajar, e não conseguia contato. Quando conseguiu falar, a primeira coisa que disse... já mastiguei todo meu cordão... risos, era sinal de perigo... mas também das pazes de teus beijos ardentes de tuas palavras que compunha as mais belas declarações de amor.

Teu rosto... Deus... a barba feita, cabelos desalinhados como sempre te dando um ar de garoto, tua boca em movimento, cantando ... para a platéia...para o mundo, como gostava quando cantava só para mim que entre risos sempre podia ouvir dizer que me amava... muito, fitando-me longamente com este olhos da cor do oceano e infinitamente maior, pois era a janela que me transportava para as portas do paraíso que meus sonhos tanto almejaram.

Deus... é ele, meu eterno amor, há poucos metros de distancia, no palco, no teu show, no teu mundo.
A lente ficou turva, lágrimas desciam copiosamente por minha face, uma dor física me invadiu fortemente fazendo-me escorregar pela pilastra até encontrar o abrigo do chão, pensamentos desatinado trazia o passado de lembranças onde o presente se fundia em uma imagem com o olhar perdido na platéia.

Teus olhos sorriam as manifestações enlouquecidas, gritavam teu nome em todos os tons, gestos, mãos erguidas, cartazes, onde os pedidos nítidos requeriam tua atenção... teus olhos vagavam acompanhando em um misto de alegria e encantamento.
Olhos para o flash, foi como me disse um dia. Que era um olhar reservado á todas outras garotas do mundo... que para mim sempre seria um único e eterno olhar.
E agora? Que olhar era este? De flash? E se pudesse me ver, me olharia de novo como se tivesse me inventado? Como se tivesse me feito nascer a partir de teu olhar?

Levantei-me cambaleante, tonta, ouvindo o frenesi se tornar mais acentuado, você jogava rosas...a toalha que usou para secar teu rosto...como se doasse um pouco de você...e tudo de mim.

Às vezes vivemos em minutos, muito mais que em dias ou meses, minha mente parecia entorpecida diante da lente que deixava você tão perto quanto eu queria estar, teu rosto, teu sorriso, teu corpo... você do jeito que eu sempre amei... no mundo que não conhecia...no palco...na fama...tua vida, tua carreira, teu destino.

Sai caminhando devagar, virar as costas me custou muito... muito mesmo... nunca saberá o quanto...
A menos que um dia queira assistir um show... em um palco diferente... cheio de galhos e flores... talvez se quiser se juntar á platéia dos passarinhos... ouvindo somente o som de minha flauta, que mesmo tocando baixinho pode-se ouvir além do horizonte...

Fernanda Queiroz
Direitos Autorais Reservados

Foto de Siby

Fonte de paz

A paz que se procura está em um lugar,
O essencial é silêncio fazer e perceber,
Que existe uma fonte dentro de cada ser,
Basta mergulhar e a paz em si encontrar.

Fonte repleta de paz para a alma lavar,
A paz de espírito tem o poder de vencer,
Meditar e toda paz no silêncio sorver,
Tudo de bom dentro de si vai encontrar.

E quando do mergulho do silêncio voltar,
Vai recomeçar com muita força para viver,
Haverá carinho e muita paz para oferecer,
Braços para abraçar e mãos para afagar.

É na paz do silêncio que se pode escutar,
O ritmo e o som de dois corações bater,
Com os mesmos desejos e razões de viver,
E a fonte a respingar... paz e amor pelo ar.

Foto de Arnault L. D.

Enquanto a música tocar

A frente, o inesperado a espreita,
como é de seu uso, o futuro.
Ora carinho e justa colheita,
nasce o que semeou, germinar seguro...

Induz pensar ser dono da vida feita.
Mas, é olhos fechados numa dança no escuro.

Eu sigo uma melodia imprevista,
danço na penumbra a esquecer do entorno,
improvisando para a vida uma vista,
sem saber do próximo passo, ou contorno.

Uma música que o porvir insista,
quente, gélido, ameno ou morno...

Em nossas mãos, apenas a esperança.
O sonhar que as coisas conseguiram ser,
quando não, desejar que a próxima dança
seja melhor, boa parceira vai trazer...

Não há certeza à nada que se lança,
pois, a canção pode mudar e nos colher.

Num ritmo caprichoso e aleatório,
de encontros e despedidas; de sim e não;
de acerto e erro, fatal ou provisório,
nossos, ou alheios, e os que insondáveis são...

Mas, dançar é o viver, compulsório,
então bailemos a vida, louca canção.

Foto de Rosamares da Maia

A Dois Passos da Vida

A vida que não viveu ficou a dois passos de Ser,
A dois passos de nada...
Bem ao alcance das suas mãos.
Com um paladar de ausência em sua boca.

A vida que não construiu, apenas sonhou,
E que mora logo ali, ao lado da realidade,
Edificada no tom sem ritmo dos seus desejos,
Na falta do som da coragem concreta.

Tudo acomodação do politicamente correto.
A dois passos da Vida

Na vida ficou a dois passos de Ser,
Não viveu e ficou a dois passos do nada.
Quase ao alcance das suas mãos.
Com um paladar de ausência na boca.

A vida que não construiu, apenas sonhou,
Mora logo ali, ao lado da realidade,
Edificou no tom sem ritmo da sua vontade,
Na falta do som da voz, da coragem concreta.

Tudo acomodado e politicamente correto.
Molde e dogma social das vontades alheias.
A dois passos da sua vontade flácida,
Passivamente odiando o politicamente correto.

A dois passos de viver embarcou sem ver.
Viagens distantes, caminhos indeterminados,
Mas sem passos aventureiros, apenas miragens.
Não arredou um milímetro do tacanho chão.

E o tempo de quem não realiza é implacável,
Tem revelações contundentes, próximas demais,
A dois passos do espelho, olhos nos olhos.
Dos cabelos brancos e da pele cansada.

A vontade cordata oculta o caráter pequeno,
Negou a própria história, os amores, os desejos,
A vida escorreu na ampulheta do tempo,
Escreveu na areia fria - politicamente correta,

Os dois passos, traços num beijo frio,
Moinhos de vento que a vida levou,
Castelo plantado na areia que desmoronou.

Foto de Maria silvania dos santos

Canções arranhadas

Canções arranhadas

_ Inúmeras vezes que me ponho a escrever, certamente meu coração está a sofrer,
De uma forma ou de outra, uma forte emoção nele veio nascer...
Em meio as letras embaralhadas, tento dar um novo rumo as canções arranhadas, um novo ritmo as palavras perdidas entre as decepções da vida...
Autora; Maria silvania dos santos

Foto de Rosamares da Maia

BOLHA DE SABÃO

Bolha de Sabão

Este amor é redemoinho, desatino, desassossego,
Que faz minha alma saltar do peito, transbordar.
Rasga o meu invólucro e expõe toda a fragilidade.
Vivo incertezas de um amor transversal, transgressor.
Um amor na contramão que insiste em se expressar.
Há uma emoção que não cala as minhas angustias,
Por que noite e dia é inquietude, doer sem sentido.
Meu amor não faz perguntas é inconsequente,
Irresponsável só quer as respostas dos teus beijos,
Não quer sentido e nem conhecer as tuas razões.
Meu amor vive de sentir paixão, sensações.
E nem tu me negas, respira no mesmo compasso,
No incessante ritmo dos nossos corpos no ato do amar.
Mesmo quando teu medo te torna consequente,
Nosso prazer é desassossego sublime, mesmo amoral.
Em nós tudo explode, se rompe, desmorona e se rende.
Mas, voltamos ao mundo real, como a bolha de sabão.
Recompomos nossa mentira em imagens comportadas,
Para conviver entre os muros do castelo da hipocrisia,
Na loucura do viver furtivamente este amor, dia a dia.

Rosamares da Maia 27.12.2012

Foto de Allan Dayvidson

LUGAR-COMUM

"Então, calei minha boca por um segundo e pude sentí-lo pulsar..."

LUGAR-COMUM
=Allan Dayvidson=

____/\/\_/\________/\/\_/\________/\/\_/\____meucoraçãoestápulsando____/\/\_/\____meucoraçãoestápulsando

Meu coração é meu lugar-comum
e não vai a lugar algum,
um lar cuja a mobília é minha família.

Sempre encontra rimas em meus versos;
colore meu universo
e em sua paleta, cores, amigos e amores.

(E se você ficar quieto um segundo pode ouví-lo pulsar...)

Às vezes, banco saber o que estou fazendo,
então, ouça mais meu coração e leia menos meus pensamentos,
porque mesmo soterrado em advertências e cimento,
meu coração está pulsando...

E meu coração não é faixa-preta,
mas faz careta e briga por mim.
Aprendeu alguns golpes com Bruce Lee.

Meu coração faz seu próprio ritmo,
e está aprendendo a compor com toda força,
embora tenha sido um rebelde aluno de Mozart.

(E aprendeu com Hamlet a fazer o maior dramalhão!...)

Mas, às vezes, me contagio com o dilema do ouriço,
apenas ignore e me abrace, pois é disso que preciso.
e os espinhos são só fachada para tudo que há entre os choros e risos,
e um coração ainda pulsando...

____/\/\_/\____meucoraçãoestápulsando____/\/\_/\____

Quanto tempo passei ignorando algo que se manifesta fisicamente.
Meu coração tentava me avisar desesperada e insistentemente
que estava sendo violado por minha mente.

(Então, calei minha boca por um segundo e pude sentí-lo pulsar...)

E estou tentando não resistir ao impulso,
não me debater em minhas águas e meu curso,
e não dissecar meu coração tentando medir cada pulso,
(____/\/\_/\____meucoraçãoestápulsando...)
E às vezes, banco saber o que estou dizendo,
então, ouça mais meu coração e leia menos meus pensamentos,
porque mesmo soterrado em advertências e cimento,
meu coração está pulsando...

meu_coração_está_pulsando_____/\/\_/\____/\________________...

Foto de Carmen Lúcia

O planeta chora

O planeta chora
Lágrimas de aço
Que caem sobre os rios
Formando um ciclo plúmbeo, sarcástico,
De dor e de ácido,
Subindo para as nuvens de plástico,
Poluição, fumaça, desgraça...
Num vaivém que nunca passa.

A terra seca se racha,
O que beber nunca acha...
Cicio de cigarras...
Tempo quente, o sol abrasa...
Novas enchentes vêm de repente,
Corpos emergem, cidades imergem,
As camadas de ozônio sequer protegem.

O mar se revolta, sem volta...
E ondas cinzentas, pusilânimes,
Transformam-se em tsunamis...
El Niño (Jesus Menino) roga por preservação,
Mas a ambição, a autodestruição,
Mantém o seu ritmo, num sádico delírio,
Desequilíbrio letal, desequilíbrio mental...

E o planeta chora o triste abandono;
É a lei do retorno...
Almas enlatadas antecipam o final.

_Carmen Lúcia_

Foto de Carmen Vervloet

A Magia do Sonho

Era noite, soprei-o no ar...
E o sonho adormecido
pairou entre estrelas e luar.

Sobre cada estrela coloquei uma emoção
depois com minhas mãos
coloquei na lua meu sofrimento
pedi ao vento que trouxesse bom tempo.

As nuvens curvaram-se diante do vento
e esplendoroso surgiu o sol
e neste intenso arrebol
agora num raio de sol
sem nada que o prenda
vai meu sonho vestido em renda.

Segue sem rumo, sem itinerário,
pois o desejo de um sonho é vário
encanta-se com uma flor
e logo busca o amor
muda de ritmo, de compasso,
vai em busca do caloroso abraço

Procura tudo que o encanta,
enrosca-se numa nuvem branca,
com sua alma de mulher
e um rosto qualquer
jovem ou velho, sem idade,
segue o sonho no rastro da felicidade.

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