Sempre

Foto de alexandrefaleiro

O meu poema

Amo-te e procuro sempre encontrar sinais da tua paixão nas pequenas coisas do dia-a-dia. Pois é aí que o amor reside.
Quando me sinto estranho comigo próprio, e nem a mim mesmo consigo explicar o que sinto, é o teu carinho que me põe em ordem;
Quando me sinto triste com o mundo, tu não hesitas em tentar compreender-me, mesmo até quando isso é difícil;
Nunca estamos longe um do outro, porque para ti não há limites nem fronteiras entre nós dois.
E procuras-me. Procuras-me sempre para me ofereceres o teu sorriso doce de menina;
Desde que te conheci nunca mais soube o que é estar só. Lembro-me do teu rosto luzidio e essa é a melhor companhia que posso ter.
Ter-te, é um privilégio que me foi concedido por “Vénus”, Deusa do amor, e eu espero estar a altura de merecer tal preciosidade.
Que mais posso eu querer, se tenho a tua amizade e paixão todos os dias?

Amo-te, como o mar ama a lua, as flores a chuva, ou Romeu amou Julieta.
Nunca creias que eu te esqueça um dia, acredita sim, que não viverei se não tiver o teu amor, que não sorrirei se perder a tua paixão, mesmo que um dia o sol ilumine apenas a minha casa e todos os sítios por onde eu possa caminhar.

Isto não é um poema, e eu nem sequer sei o que é ser poeta, mas se ser poeta é conceber e descrever a exaltação da vida, então o meu poema és tu.

És o meu poema quando me sorris,
És o meu poema quando me tocas,
És o meu poema quando me amas,
Serás sempre o meu poema.
Só os apaixonados escrevem assim

Foto de yeliel

Análise duma poema de Luís de Camões

Alma minha gentil, que te partiste
Tão cedo desta vida, descontente,
Repousa lá no Céu eternamente
E viva eu cá na terra sempre triste.

Se lá no assento etéreo, onde subiste,
Memória desta vida se consente,
Não te esqueças daquele amor ardente
Que já nos olhos meus tão puro viste.

E se vires que pode merecer-te
Algua cousa a dor que me ficou
Da mágoa, sem remédio, de perder-te,

Roga a Deus, que teus anos encurtou,
Que tão cedo de cá me leve a ver-te,
Quão cedo de meus olhos te levou.

Este poema não intitulado, escrito por Luís de Camões, apresenta como tema principal a paixão do sujeito poético para coma sua amada, que, para tristeza, morreu jovem. Como a amada do sujeito poético já se despediu para sempre, o tom desse poema é simplesmente revoltado por um ambiente amargo e triste. O poema também tem a função de revelar a saudade do sujeito poético à sua amada que, provavelmente, o pode ouvir do céu. O poema é constituído por quatro estrofes, duas quadras e dois tercetos. As duas quadras apresentam rima interpolada e emparelhada e os dois tercetos rima cruzada.
A primeira estrofe introduz a situação dos amados. Logo no início do poema, o sujeito poético invoca a sua amada emocionadamente através da designação amorosa “alma minha gentil”, dando-nos a conhecer que o poema é dedicado a uma pessoa que ele ama com alma. Depois desta apóstrofe, também no primeiro verso, revela que ela já tinha falecido. O verbo “partiste” neste contexto tem o significado de morrer, mas o sujeito poético não quis utilizar “morrer” para nos dizer que a sua amada só partiu para um mundo diferente, mas continuará viva. No segundo verso, o advérbio de intensidade “tão” reforça o adjectivo “cedo” dizendo-nos que ela morreu ainda muito nova. Nos dois versos seguintes o sujeito poético mostra outra vez que acredita que a sua amada continua viva através do verbo “repousa”; o determinante demonstrativo “lá” fez o céu parecer não tão misterioso por ser o local onde ela vive. Note-se que “Céu” é escrito com maíuscula referindo-se ao “Paraíso”. Os advérbios “eternamente” e “sempre” são muito intensos, ambos são sem fim, com a ausência da noção do tempo. Os dois amados estão assim separados pelo céu e terra, pelo que não se vislumbra reencontro.
Na estrofe seguinte, o sujeito poético faz um pedido para a sua amada não o esquecer. O “assento etéreo” é referido como “céu”. Ele suplica para que no céu as pessoas vindas da terra continuem a ter a memória do que se passou com eles quando estavam na terra, para que a sua amada não se esqueça “...daquele amor ardente / Que já nos olhos meus tão puro viste” (es2,vs3-4). A expressão do “amor ardente” está a realçar o quão apaixonado o sujeito poético está pela sua amada, amor que está escrito nos olhos puros dele. Como o adjectivo “puro” significa sem mistura, e os “olhos” são a porta para a alma e coração, caracterizando os seus “olhos” como sendo “puro(s)”, ele quer dizer que tudo nele é somente a paixão verdadeira e honesta por ela.
O terceto que vem a seguir diz exactamente como ele ficou depois de ela ter morrido – doloroso, magoado e sem remédio, que são apresentados em forma dum assíndeto no último verso da estrofe “da mágoa, sem remédio...”. A amada do sujeito poético é como se fizesse parte física e psicológica dele, porque, depois de a perder, ele ficou “sem remédio”.
Na última estrofe do poema, o sujeito poético pede a sua amada para pedir a Deus para que ele morra também mais cedo, para poder ver a sua amada. Na segunda parte do primeiro verso, houve uma inversão “..que teus anos encurtou”. O verbo “encurtou” está, mais uma vez a referir que a morte da sua amada é jovem de mais, a sua vida foi curta de mais. O segundo verso é o pedido que ele quer que a sua amada faça a Deus, o advérbio de intensidade “tão” serve para enfatizar “cedo” que ele também quer morrer, e o desejo que ele quer ver a sua amada. Finalmente, o sujeito poético não se esqueceu de relembrar outra vez a insatisfação que sente pelo facto de o destino ter levado a vida da sua amada demasiado depressa. “Meus olhos” é uma sinédoque, “olhos” é apenas uma parte do corpo mas está a representar o corpo todo, os olhos não podem ver a sua amada é mesma coisa de estar separada dela. Neste verso também o advérbio “cedo” que se está a referir à morte da sua amada, este “cedo”, juntamente com o do verso anterior, formam uma epanalepse. Por fim, a utilização de vários pronomes de segunda pessoa “te” ao longo do poema faz-nos pensar que no pensamento do sujeito poético, no mundo só existia ele e a sua amada.

Foto de Edson Rodrigues Simões Diefenback

Portas...

Portas são barreiras que protegem...
Mas são também as que impedem...
Fechadas ou lhe oferecem guarida...
Ou então não lhe permitem a passagem...

Fechadas nada lhe oferecem da vida...
Morrem os prazeres e os sonhos...
Seus dias se tornam muitos amargos...
Afasta-lhe de forma cruel os amigos...

As portas do coração quando abertas...
Deixam passar os mais nobres sentimentos...
Tornam sua vida muito mais feliz...
Permitem sair dele todo seu amor...

Sem sorriso você é como portas fechadas...
Nada transmite, vive cinzentos dias...
Amargo, de todos desconfia e sofre...
Encurta a vida e em nada progride...

Portas abertas do sorriso enleva...
Faz surgir dele às coisas mais belas...
Derrama alegria por todos os cantos...
Enche as medidas e é sempre feliz...

Se de portas fechadas só conhece a dor...
Fique de portas abertas para o amor...
Deixe passar por elas toda a energia...
Vamos abra o coração e não se esqueça, sorria.
*Diefenback*

Foto de cricket_ba

Teu olhar

No teu olha eu procuro as respostas.
As perguntas que não tenho coragem de fazer.
As duvidas que me provocam pensamento.
As caricias que desejo ter.

No teu olhar eu encontro o conforto.
Dos teus carinho que sempre encontrei.
Dos teus beijos que me fazer sonhar.
Dos teus pensamento que nos fazem viajar.

No teu olhar eu descobrir que vale a pena.
Ser criança a brincar.
Ser tolo em amar.
Ser homem a te desejar.

No teu olhar eu sinto o calor.
De um sol interno e profundo.
De uma fogueira a queimar.
De uma brasa que nos fundi em paixão.

No teu olhar eu desejo ter esperança.
De uma sedução incontrolável.
De uma sensação de prazer.
De uma vontade de ter você.

No teu olhar eu falo as besteiras.
De quem ama sem saber amar.
De quem deseja sem saber o que desejar.
De quem encontro o que não estava a procurar.

No teu olhar eu vejo a criança.
Que existe em tua alma.
Que nos ensina a viver.
Que nos mostra a pureza de viver.

No teu olhar me entrego.
Aos pensamentos loucos de uma paixão.
Aos desejos de ter um coração.
Aos infinitos sonhos de uma ilusão.

No teu olhar eu.
Procuro e encontro.
Descubro e sinto.
Desejo e falo.
Vejo e me entrego.
A uma paixão que me faz viver.

Foto de cricket_ba

Voando nos pensamentos

Voamos em pensamento quando sonhamos com quem amamos.
Aquela pessoa que nos tira da realidade.
Aquele amor que nos faz respirar uma esperança de alegria.
Aquela pessoa que nos transporta para as nuvens da paixão.

Voamos em pensamento quando acordamos e vemos que temos alguém.
Alguém que nos dar carinho e alegrias.
Alguém que amamos e cuidamos.
Alguém que desejamos fazer feliz.

Voamos nos pensamentos sempre que temos um amor ardente.
Ardente nos desejos.
Ardente nos anseios.
Ardente nos pensamentos.

Voamos nos pensamento quando vivemos um amor no tempo.
Tempo para dedicar-se aos nossos filhos.
Tempo para dizer que amamos.
Tempo para mostrar ao mundo que amar é maravilhoso.

Voamos nos pensamentos assim que conhecemos o que é amar.
Amar nossa paixão recém descoberta.
Amar a vida a cada segundo de sua existência.
Amar o mundo como nos foi ensinado por nossos pais.

Voamos no pensamento pelo simples motivo de voar.
Voar nas idéias de que podemos viver eternamente.
Voar nos projetos de vidas com alguém que nos ama.
Voar nas palavras que alimentam nossas almas de esperanças.

Voar nos pensamentos é algo que não podemos deixar de ter.
Pois é através deste vou que o homem sonhar com o melhor da vida.
Pois é neste momento que vemos que somos bons e dignos.
Pois é nestes vôos que aprendemos o quando o amor nos faz bem

Foto de Jaque_m

Tudo Roda

Na roda da vida tudo roda, tudo gira, tudo muda de lugar, de figura, nada é mais do jeito que foi, nem a mesa, nem a cama, nem a sala de estar, nem meus olhos e tão pouco o meu olhar... O ponto de vista já não é mais aquele de ontem, mudou! O que eu pensava ontem não penso mais hoje e nem me lembro como cheguei a conclusão de pensar o que penso, não me lembro o que me fez pensar assim, pensar que isso ou aquilo é a melhor opção, a melhor coisa, o melhor acontecimento, a melhor visão do mundo, das coisas, da vida, de tudo... A roupa que eu usei ontem, hoje eu detesto, não tem nada a ver comigo, com minha personalidade, com meu jeito de ser, de ser? Mas quem sou eu hoje? Quem pode me garantir quem eu serei amanhã? A única coisa que sei é que não tenho certeza do que sou e do que quero para mim, pois hoje o que ´lindo amanhã é muito feio, o que é legal, depois fica muito chato e me incomoda, me irrita, me estressa, enche minha paciência e eu não quero mais... O que hoje eu não quero, amanhã posso querer, posso ir atrás... Mas hoje eu tenho medo do novo, tenho medo de não dar conta do novo, tenho medo da novidade, e então penso que é melhor as coisas ficarem como sempre estiveram, do mesmo jeito, no mesmo lugar, da mesma cor, com a mesma forma... Agora quero tudo novo, cansei do velho, quero novidade, quero desafios, quero saber que posso ir mais além, que sou capaz de conseguir... E assim a vida roda, tudo roda e eu não saio do lugar, pois cada vez que dou dois passos para frente, o medo me abate e dou mais dois passos para trás, quero me livrar disso, quero me libertar, quero quebrar as correntes que me amarram a essa realidade irreal...queor sumir, quero ir embora, quero fugir, quero ficar, quero permanecer, não sei mais o que quero, quero viver, quero morrer, quero ser eu e ser outra, quero poder ser duas para cada uma fazer uma coisa, só assim daria conta de ser tudo o que quero...

Foto de Edson Rodrigues Simões Diefenback

Medo

Era uma palavra... Apenas uma palavra e, no entanto, os meus lábios selaram anos de inconformismo e dor.
Como se o organismo se recusasse a ser feliz, a fazer as coisas bem...
Sabes que deixar de ser "eu", para ser nós é um processo lento e nem sempre bem sucedido.
A mente é dona de estranhos buracos e armadilhas.
Penso que também sabes isso.
Por isso torna-se inútil dizer-te palavras que conheces e mesmo assim recusas entender.
Dói-me lembrar-te ajoelhado a meus pés a implorar perdão por um pecado que nem sabes que cometes. Dói-me porque queres apagar as minhas lágrimas com as tuas.
Era apenas uma palavra... uma palavra a negar a estranha necessidade de ser teu sem o ser.
Sabes que quis fugir? Fugir de ti, fugir do amor que te tenho e me prende as asas... Fugir de ti e consumir-me nesta infelicidade mórbida.
Ainda assim, agarraste-me com força, as lágrimas a escorrerem-te pela face, a desfazerem-te o coração.
Sabes que sou cobarde? Sim... profundamente cobarde.
Estupidamente cobarde e, no entanto, amas-me assim. Ou aprendeste a amar-me.
Qual das duas foi, interrogo-me... Mas por muito que o faça nunca vou descobrir.
Porque as tuas mãos se selaram em volta das minhas, os teus braços esmagaram a minha cobardia, o meu medo de amar.
Ser feliz nem sempre é fácil, sabias? Ser feliz, às vezes, também dói. Porque ter-te a meu lado é toda a minha felicidade, a minha única felicidade e, no entanto, por vezes, parece-me tão distante, tão hercúleo.
Mesmo quando abafas as minhas lágrimas nas tuas.
Já te disse que ficas lindo quando choras? Na infelicidade também existe poesia. Nos teus olhos perfeitos de lágrimas também existe amor. E, por isso, é belo.
É nas tuas lágrimas que vejo o meu coração. Porque ele está dentro de ti. Numa profundidade que só as lágrimas alcançam.
Sim... é em ti que vivo e no entanto quis fugir de ti, trazendo a morte no regaço.
Porquê, perguntas-me tu, e deitas-te em mim, e sufocas-me de beijos e amor.
Porque amar-te é a única coisa que não sei fazer. Porque me surpreendo a cada dia com este amor. Porque ele me ultrapassa e me enche de maresia.
E por isso amor, tenho medo. Medo da grandiosidade. Medo de precisar de ti mais do que precisas de mim. Medo de acordar de um sonho e morrer a recordar os teus lábios...
Medo do medo de amar.
E ainda assim, enlaças-me em ti.
Quero-te, dizes tu. E eu sei, estranhamente, que é verdade. Sei... e assim silencio o medo, apago as lágrimas e adormeço em ti.

Foto de Edson Rodrigues Simões Diefenback

O ato de escrever

A escrita aproxima as pessoas de uma forma quase assustadora.
É como identificar, nos outros, parcelas de nós mesmos.
Ler nas palavras perdidas em blogs, livros, crônicas, as nossas loucuras, os nossos mais inconfessados anseios.
Os laços que se criam entre duas pessoas apaixonadas pela escrita faz com que se apaixonem entre si e, partilhem, silenciosamente, rasgos mentais.
Um espelho por vezes algo grotesco em que vemos o nosso íntimo no íntimo do outro, o nosso sorrir no sorriso do outro.
E a dor na dor do outro.
Duas pessoas que partilham dor nunca mais poderão ser indiferentes aos vultos dos seus corpos.
Quantos desses encontros fugazes com as nossas metades perdidas no mundo, soltas a voar no espaço da criação?
Quantas palavras ficam por ser ditas nessa mútua compreensão amargamente doce.
Quantas sensibilidades iguais, atrações criadas e recriadas nesse espaço-tempo criativo e sensual?
A escrita é espaço de tentação. De tensões que aproximam e a afastam os possuídos.
Só outro possuído para compreender a possessão.
E não é isso que todo o ser humano procura? Compreensão?
Essa identificação serena e ao mesmo tempo revoltada em que queremos ser o alvo do poema, queremos ser o amor e o amado, queremos ser o destinatário dessas palavras, dessas teias invisíveis e, no entanto, tantas vezes palpáveis.
Sim, a escrita, é um ato sensual.
Uma veste que nos torna tão deslumbrantes aos olhos dos outros... dos que nos desnudam devagar, com profundo deleite.
Talvez tudo se resuma a isso... A um amor imenso que nos assoma e nos entrega nas mãos que seguram a caneta. Nos dedos que batem no teclado.
Sendo dos meus leitores, não sou, porém, de ninguém. E isso torna-me muito mais apetecível.
Muito mais... etéreo e majestoso.
Por isso me escondo. Me resguardo. Para que possam sempre sonhar com o deus que gostam de idealizar.
E que, infelizmente, é tão humano. Tão imperfeito e estupidamente humano.
Visto-me de escrita e danço para vós. Desnudam-me devagar e eu deleito-me, num orgasmo literário, numa sensualidade crescente e viciante.
Quando saio do palco volto apenas a ser eu... Coloco suavemente as minhas vestes num armário enorme e suspiro.
Aqui nos bastidores fico sozinho. E mesmo assim cheio de outras personagens que leio e releio pelos dedos dos que amo ler. Inebriado de criatividade.
E amo... amo a escrita... amo os escritores e as suas palavras.
Mesmo quando estou sozinho... E preenchido de ti.

Foto de Leandrolink

SE EU

Se eu pudesse desejar
Desejaria ter você.
Se eu pudesse pedir
Pediria você.
Como posso escolher
Escolho você.
Se pudesse decidir
Decidiria por você.
Sempre que eu sonho
Sonho com você.
Sou Apaixonado
Apaixonado por você.
Tenho saudades
Saudades de você.
Eu sinto muita falta
Falta de você.
Tenho muito carinho
Carinho por você.
Tenho muitas coisas
Mais não tenho você.
Queria poder voltar
Voltar pra você.
Quero poder beijar
Poder beijar você.
Quero muito lhe dizer
Dizer que eu amo você!

Foto de col_ti

A FELICIDADE DO AMOR

O amor existe para ser vivido
pois sem ele como teremos uma
vida feliz vamos ser feliz juntos

Feliz é estar contigo.
Beijar-te.
Sentir-te.
Toca-la.
Ama-la.
Fazer-te Feliz.

O amor existe para amar não para
sofrer se naum foce para amar
e para ser feliz para q existiria u
amor

O teu amor me enlouquece.
I eu quero essa loucura para todo sempre.

mor xem ti eu naum xeria nada minha pincesa
eu morreria c t perdec dixculpa pla burrada q cometi
prometo q eh a ultima pur toda noxa vida

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