Sensação

Foto de bruabrantes

Esse amor é um presente

Dizem que apenas se apaixonamos
Ou amamos uma única vez
E que quando isso acontece
Tudo se transforma
O mundo se torna outro
E o que você conhecia muda

Os olhos enxergará o amor, o coração baterá
Por um alguém inexplicavelmente
Que modificou apenas num instante
Seu interior e sua vida
Foi assim que aconteceu
Quando eu te vi pela primeira vez

Eu sorri, não acreditei
Que estava me apaixonando
E me perguntei porquê?
Porque não havia te encontrado antes?
Estar contigo é estar com a felicidade ao lado
A melhor sensação foi ter-te encontrado

Eu pertenço a você
Percebi isso quando te disse eu te amo
Anos e anos podem se passar
Esse amor estará presente em mim
Estará presente em você
Sempre presente em nosso alma

Foto de Carmen Lúcia

Ver o tempo se perder

Ter que ficar querendo ir
sabendo que o tempo passa veloz
ou que velozes, por ele, passamos nós.
Nostálgica sensação de não ter sido,
não ter tido, não ter ido...
Em vida, morrido.
Querer voar tendo os pés plantados,
apenas idealizando um futuro
que já pertence ao passado.
Perdendo-me em irrealizações,
tempo longínquo arcado de esperas,
trazendo o presente carregado de quimeras.
Hoje, estrada curta pra tão longa caminhada,
aspirações tamanhas esboçadas
em avenidas traçadas rumo ao sol.
por tudo o que deveria ter andado
não fosse o peso das asas quebradas
arrastadas por dias ausentes de arrebol
e o arrependimento de não ter ousado,
não me ter ao mundo atirado,
não me ter perdido e me deslumbrado
sentindo as vibrações do inusitado,
vivendo a intensidade dos momentos
cabíveis aos sentimentos mais profundos.

_Carmen Lúcia_

Foto de Fernanda Queiroz

Fugindo de mim

A paisagem passa depressa
Patas velozes rasgam o caminho como flecha
Diminuindo a distância entre mim e o mundo
Meu corpo se eleva em ritmado balanço
Pés firmes desprovidos de açoite
Mãos apertadas junto ao cabresto livre
Desprovido de freios
Ganhando liberdade
Correndo para o mundo
Ou do mundo fugindo
Correndo contra o tempo
Ou do tempo fugindo
Fugindo de mim
Ou do que restou de mim
Apenas vultos em minha paisagem
Cores se confundem
Cinzentas se agitam ou gritam
Como se tivesse vozes na cor
Como se entendesse de dor
A velocidade aumenta
Voar é minha meta
Mais depressa
Tenho pressa de chegar
Mesmo que seja o abismo
Meu destino certo
Onde tudo é incerto
O ar que foi brisa
Tornou-se vento
Que mesmo em tormento
Calça-me de coragem
Tira a dor de minha bagagem
Preciso continuar
Fugindo de mim
Ou do você que existe em mim
Do meu passado presente
Ou do meu presente passado
Do meu vazio intenso
Onde transborda solidão
Apenas por um momento
Senti a sensação
Que seguravas em minha mão
Mas eram as rédeas do destino
Que se encarregou de atá-las
Que fecundas como as marcas
Batentes cravadas no solo
Impõe-me o peso real
Da realidade mortal.
Eu não posso voar.....

Fernanda Queiroz
Direitoa Autorais reservados

Foto de natalia_m

Sinto isso e sinto agora

Quando o amor invade o ser ele destrói,
Cada veia que pulsa o sangue ao coração,
A adrenalina cada parte do corpo corrói,
E traz a mais pura e prazerosa sensação.

Pois o amor que se sente quando ama,
É insubstituível até que a matéria destrua ,
Cada rastro de sentimento que do ser emana,
Nas lembranças desse Sol e dessa Lua.

Que puderam ver tais sentimentos,
E são a prova que um dia existiram,
E amores enquanto amor, sem lamento,
São para sempre, e para sempre viveriam.

Foto de Carmen Vervloet

Promessas Vãs

Aquela promessa cor de rosa,
que saiu de um coração apaixonado,
e me deixou feliz e toda prosa
afogou-se neste mar tão agitado.

Hoje a sensação do nunca vivido,
as palavras se perderam no imprevisto,
lembranças que me deixam aturdido,
deixaram no coração o seu registro.

Hoje não me vejo nos seus olhos.
Acabou a magia de um sonho...
A minha decepção desfolho,
e o meu porvir já é tristonho.

Foto de João Victor Tavares Sampaio

Setembro - Capítulo Final

Amanheceu e chegou setembro. E quando setembro chega, por essas bandas do hemisfério sul, a primavera se faz presente e espalha as suas flores de plástico que não morrem, as pessoas ficam felizes, elas renascem das angústias e amansam seus ímpetos, elas colocam enfeites nas janelas, esperam a banda passar, alçam os pensamentos ao mais alto Parnaso e para a mais verdejante Arcádia. Os corpos se aqueciam, como se um forno tivesse sido aceso na sua mais adequada temperatura. Tudo parecia lindo.
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A turma do pastoreio gritava em sonoros brados:

- Baco! Dionísio!

Os tambores ressoavam o vento dos leques, os Miami Bass dos moleques, os maculelês dos pivetes. Sonos eram interrompidos pela festa popular. Num determinado momento, dois ou três já desfilavam sem roupa. Quando a balbúrdia foi notada, os ditos dominantes trocavam de pele na rua. Não se obedecia a nenhuma hierarquia estabelecida. As pessoas nasciam e morriam no torpor da natureza humana, viva e bruta como a de qualquer outro animal, os instintos eram deflagrados, nem Freud e nem Jung eram mais uns reprimidos. Lembrava em certo ponto até o Brasil.

- As flores! Não se esqueçam nunca das flores!

Os miseráveis eram coroados e os nobres decapitados, mas ninguém deixava de ser alegre. Um tarja preta virtual assegurava a plena satisfação dos envolvidos na comédia. O paradeiro de muito era desconhecido. O que importava isso agora? Me diz? É dia de rock, bebê. Se você não entende a sensação de atravessar a Sapucaí e repetir o batuque da bateria, então vá embora, o seu lugar não é aqui. Dona Clarisse, com seu erro ortográfico e seu rosto reconfigurado, até arriscava uma derradeira conclusão.

- Eu nunca mais quero acordar desse sonho...
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Luís Maurício, que não havia se manifestado até então, pede a palavra:

- Amigos, é chegada a hora da reconciliação. A hora em que seremos livres de todas as nossas culpas e arrependimentos. Eu declaro anistia geral! Constituiremos desde já uma nova república, uma democracia quase que direta, uma pátria do Arco-Íris e do pote de ouro, um paraíso na Terra, um novo Éden, a Canaã que deu certo!

Clarisse recosta-se ao palanque improvisado.

- Eu posso ficar...? - Silaba.

- Evidente.

- Que sim ou não?

Feito isso, ela coloca-se para se despedir de Dimas.
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Um homem estava parado no meio da multidão. Ele dava alguns passos para trás, com o devido cuidado de não deixar nenhum folião o encochar. Ele andava de lado, como quem ia para fora. Clarisse o viu perto do portão pelo qual se sai para sempre da Sociedade.

- Espere... Eu tenho que te falar mais algumas coisas...

- Diz.

- Eu não te amo e nunca vou te amar um único segundo da minha vida.

- Eu sempre soube e nunca me iludi do contrário.

Tânia, incógnita até então, não se sabe observando de longe ou entretida com outra orgia, puxa o lixo pelo braço e faz cara de que se estivesse com ciúmes.

- Ele é meu, ouviu? Meu! Dá o fora logo sua vaca! Vai procurar o homem dos outros! Ele já tem a quem comer, tá, queridinha! E não adianta dizer que ele tá te querendo, que se você tentar alguma coisa, eu mato os dois! Sua puta, sua piranha! Você não me conhece! Não sabe o que sou capaz de fazer! Eu sou mulher de verdade, sua vagabunda! Rapa fora daqui!

Dimas sorriu, e por um exato milésimo de segundo sentiu-se amado de verdade. Clarisse debochou com a mão, engoliu a tragédia de ter desperdiçado o único sentimento cristalino que já havia presenciado e deu suas costas, andando tropegamente de volta ao seu destino. Uma lágrima furtiva caiu sobre seu cenho? Procurou a corda mais próxima? Não saberemos, e nunca vamos saber. Ela disse que não se importava, e esta ficará sendo a versão oficial. Se falarem alguma coisa sobre o que aconteceu com ela ou então comigo é mentira, o que vale é o que está registrado nessas linhas. Enfim, temos um final.
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- Vamos, amor, ser felizes para sempre?

Tânia e Dimas atravessaram o portal daquele mundo.

Ao que se sabe, não existiriam mais pessoas de sangue frio ou quente naquela realidade. Apenas pessoas, Tudo aconteceria conforme o planejado, por todas as eras, e nunca mais mudaria, pois não era necessário.

O casal apaixonado corria nu pelos prados. Correram até não aguentar mais, até um lugar que parecia longe o distante para que fizessem amor pela eternidade. A tarde caia, e com ela o pulsar atingia seu auge. Tânia e Dimas se abraçaram e deitaram na relva, um beijo selaria a felicidade interminável consagrada naquela união.

- Eu te amo e pra sempre vou te amar! - a Torta nunca fora tão reta na sua declaração.

E ela foi sincera como poucas vezes se viu em toda a existência.

Até que um dia sua pele começou a descascar...

Foto de João Victor Tavares Sampaio

Setembro - Capítulo 11

Outro dia eu estava andando pela rua, e vi um monte de coisas que nada me acrescentaram. Eu vi uma mulher cega, andando com uma bengala. Vi um oleiro fazendo um pote. Um macaco pulando de galho em galho. Um barco com duas pessoas, num rio sinuoso. Uma casa muito engraçada, com seis janelas. Um casal se abraçando, não sei se amavam, mas abraçavam. Um homem que foi atingido, um homem dramaticamente atingido, com uma flecha no rosto, uma brutal sensação. Um bêbado com uma garrafa, seu desejo, vontade indefinitiva. Um homem com uma fruta, uma maça, uma pera, sei lá, o cara estava apegado com uma fruta vulgar e substituível. Uma mulher grávida. Uma mulher dando a luz. Uma pessoa carregando um cadáver. Uma roda. Três venenos. Seis reinos. Um vai e volta que encarnava e desencarnava até dizer chega.
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- Eu sou a Discórdia. Eu não vim para explicar nada. Eu simplesmente aconteço. Eu sou também a vida, às vezes, pelo menos na parte ruim dela quando você está meio sem sorte, ou quem sabe, quando está muito bem. Eu também sou o cara que passou uma porção de coisas sem precisar e agora fica resmungando ao mundo as nossas verdades desnecessárias, como se as necessidades também não passassem com o tempo. Eu moro com a minha mãe, mas meu pai vem me visitar. Eu moro em qualquer lugar.

Eu sou o Dimas, nessa história. Mas na vida real eu sou pior. Eu sou um sonso. Eu sou um cínico que finge saber o que preciso e descartar o que não quero. É claro que tenho qualidades. Tudo depende do ângulo no qual se enxerga as situações. Ser ruim é uma qualidade? Até onde você vai para ser feliz? Engana-se você que ao ler isso pensa que eu falo de respostas. Esse é uma história de perguntas. Habilita-se em respondê-las? Eu até responderia, mas prefiro te provocar. É o que você faz sempre também, mas não admite. Eu estou ganhando tempo me perdendo em continuar, cada inspiração e cada expiração é uma declaração ao mundo que estou aí e vou persistir, enquanto for possível, ou aceitável. Recorda o que te disse e você nem percebeu.
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- Clarisse, eu vou aproveitar que você está fingindo que está me escutando e te falar tudo o que sinto. Eu vou te fazer a maior declaração de amor que você já recebeu. Eu farei como Dante, com menor qualidade, mas não menos paixão. Eu vou contar tudo o que ocorreu sem mencionar o seu nome. Eu vou dizer como você, como os outros são, vou rasgar o verbo sobre tudo o que me está sufocado. Se você gostar mais do que o maldito te disser, azar seu. Se repercutir, ótimo. E quando tudo acabar, eu vou embora sem explicar nada. Eu vou ser feliz com o pouco que me cabe nesse latifúndio. É como eu sempre faço e como a vida sempre acontece. Que se dê o drama!

E você não me rendeu nenhum milésimo de atenção. Fez bem. Se prestou nota nesse momento, lamento.
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- Eu vou ficar aqui.

- De toda forma vou embora.

- E ela?

- Fica comigo até se cansar e procurar outro cara.

- Eu não me importo.

- Eu também não.

- Eu não sou má. Eu fiz apenas o que era o melhor.

- Fico feliz por você.

- Eu também te amo, de certa forma.

- Isso é você que está dizendo.
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Nós somos jovens. Enquanto estamos vivos somos jovens. As possibilidades de se estar vivo são infinitas. As fichas não acabaram. As fichas não acabam até se estar morto. O que interessa não é se eu vou te amar para sempre ou até a próxima esquina, mas sim o encontro das almas que acontece nessa realidade, a pele que se inflama com os impulsos elétricos e quase enigmáticos do amor e da consciência, os mistérios da fé e da religião, da profanidade, do brilho do seu olhar.
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- Esse traste vai logo ou não vai?

Chegará enfim o último capítulo.

Foto de Mayara Isabel Lima De Oliveira

Te vejo

Te vejo e o coração explode
e não existem palavras que possam descrever
a sensação de como é bom te amar
e ao mesmo tempo a angustia e o medo de te perder.

Foto de Carmen Lúcia

Escrevivendo

Escrevo o dia que se abre
e toda a sensação que me invade
ao sentir que nunca é tarde
e a vida me chama para recomeçar.

Escrevo o ato que se predomina
ao escrever definitivamente o fim,
ou inevitavelmente o começo
e tende a se emaranhar nas entrelinhas.

Escrevo o crível do tosco monjolo
ao debulhar com arte o milho e o café,
escrevo do que vejo o que me convier,
o que ficou marcado no profundo,
na essência da essência do meu mundo.

Escrevo sentimentos, razão de minha fé,
arquivados onde , às vezes, mora a dor
e só vêm à baila no momento exato
em que se rompe o extravasor.

Escrevo, descrevo, reescrevo
a minha própria vida
onde minh’alma está contida...
O ontem, o agora, talvez o depois,
o instante em que vivo agora,
o convívio entre nós dois,
as lembranças do outrora,
o tempo que me desafia.
O resto, escreve a poesia.

(Carmen Lúcia)

Foto de Carmen Lúcia

Mais um dia

Hoje, mais um dia
dessa minha jornada
em busca de me sentir feliz.
Mais um dia ofertado,
enrolado no branco a ser esboçado
o que ainda não fiz...
O que me escapa das mãos
e traz a sensação do inacabado.

Sonhos que tenho sonhado
e à noite me têm assombrado
acusando os que não realizei.
Sentam-se à beira da cama,
projetam em minh’alma
o que ela reclama
quando o dia termina
e há muito por fazer.

O amigo que não abracei,
a flor que jamais cultivei,
o vizinho que fica ao meu lado
e despercebido, nem é relembrado.
O certo mantido calado,
o errado bem alto, bradado,
e agora não têm mais razão de ser.
Certo ou errado?
Quem pode julgar ou ser julgado?

A tristeza de minha poesia
que às vezes mantém o leitor afastado.
A alegria que meu eu contagia
e em meus versos nem sempre é exaltada.
As lágrimas que deixo rolar
sem a humildade de as compartilhar...
A primavera que em mim existia
e hoje já não me encanta mais.
Quero com ela renascer...
Ser flor, ser cor ou simplesmente ser.

Hoje me é dado mais um dia...
Dia de ver os sonhos realizados.

_Carmen Lúcia_

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