Silêncio

Foto de nelson de paula

QUANDO A LINHA ESTÁ OCUPADA ("Vozes do Aquém")

Não pense sempre
que você não consegue se comunicar
com o outro lado.

A linha pode estar simplesmente ocupada,
afinal há infinitos seres tentando
encontrar um ou outro ente querido.

Se assim for,
é só uma questão de esperar um pouco
e tentar novamente
e tentar de novo
e tentar de novo.

Os fios que levam para o outro mundo
atravessam distâncias inimagináveis,
o tempo talvez seja a grande barreira,
já que poucos têm a paciência necessária
e a humildade de reconhecer
que o sinal pode estar fraco
e é preciso fazer silêncio
para poder ouvir alguma coisa.

O aparelho pode vir a ser muito importante,
mas a vontade de receber, é decisiva.

Antes de discar também é preciso
ter o número certo e conhecer bem o prefixo.

Depois tudo depende da sensibilidade
do dedo.

Foto de Edigar Da Cruz

Poesia Em Vida

Poesia Em Vida
Quando estou só reconheço os versos,..
Quando estou só busco inspiração nas faces da vida,
Quando estou só me sinto mais infeliz,..
Quando estou só busco contos nas vozes do silêncio,
Quando estou só as palavras desdenham mais profundas,.
Quando e quando,
nada quando, as palavras que encantam magias..
Quando estou junto ao amor, a poesia nasce livremente feito flores fortes,..
Quando estou feliz as palavras nascem livres e soltas, exaladas de almas de amor.
Quando estou amando a poesia vem em vida, mais feliz,..
Quando estou junto a poesia em vida descubro e declamo o amor..
Quando estou ao lado do amor em pensamentos, sinto a poesia no ar, vindo ao encontro do encanto no peito,..
Quando estou em silêncio! Percebo que o silêncio apresenta, um toque de palavras de amor,.
Que sonha feliz com palavras da vida que se tornam poesias.

Autor:Ed.Cruz

Foto de Pedro Rodrigues1969

Hoje não encontrei palavras…

Hoje não encontrei palavras…

Para escrever para você…
Só o silêncio do meu olhar profundo…
E no meio dele achei um sorriso…
Um abraço, um beijo…
Um pensamento…
Como e grande o amor que sinto por ti…
e descobri ainda que você me faz feliz…

Autor
Pedro Rodrigues

Foto de João Victor Tavares Sampaio

Setembro – Capítulo 4

Engolidores, mais escravos que os escravos. Esse nome foi dado para seres de sangue quente, na sua maioria, que não se opuseram a dominação total de sua espécie e aceitaram seu destino de submissão. Os seviciados levam esse infeliz adjetivo, como uma marca indelével de sua covardia e pavor. Se forem coitados, pouco importa. Os engolidores são ao mesmo tempo vitais e descartáveis.
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- Sou sua amiga. Confie. Vamos sair daqui. Venha comigo.

A voz me era familiar, como se já a conhecesse. Os gestos eram familiares, os jeitos e trejeitos, a aura que emanava do corpo, seus olhos alaranjados e incomuns tão convencionais ao meu admirar. Ela era fria, brisa gélida que suspirava os meus lábios ao seu beijo. Sabia quem era, por milésimos, sem certeza. Mas sabia ainda que sem saber.

- Sim. Obedeço.

Eu estava sendo heróico e lamentável naquele ato.
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A senhora que me resgatara do cativeiro tinha as chaves para a saída da prisão com a qual eu me acostumara a suportar. Ela carregava apenas a si mesma, enquanto eu transportava anos de humilhação e resignação. Num silêncio que não escondia o sorriso do despertar para um sonho, eu subia para nuvens depois de um infernal período de insatisfação. Eu exultava, exorcizava o demônio do temor, até sermos cercados.

- Então vai fugir...?

O Luís Maurício nos olhava com um misto de nojo e tara.

- Não vou fugir. Você nos expulsou.

- Como assim, os expulsei? Eu te expulsei, mas não ao escravo.

- Pode ficar com esse lixo, só o trouxe para sacrificar em meu lugar.

Eu estremecia de rancor.

- Cínica. Você é tão covarde como esse traste.

- Não, eu aprendi a ser sórdida contigo.

- Não estou nem aí. Pode ir embora, agora você vale a mesma ninharia que os engolidores. Lá fora, sua corja é repudiada. Você vai ser relegada ao gueto, e isso se preferir não morrer. Seu destino está maculado. Sua sina é passar fome, é ter a necessidade e não saciá-la, é ser linchada e escarrada por não ser mais do nosso convívio. Será lembrada como louca e perdida, e isso se mencionarem seu nome. Diga adeus a sua vida, chegou sua hora.

Dona Clarisse calou-se. Pela primeira vez algo que ela não queria lhe descia pela garganta.

- Dimas, não deixe que ele me toque.

Ela saiu correndo à minha frente e largou-me aos chutes do meu cruel superior.
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A porta não fora fechada. Em fúria, meu chefe me espancava e extravasava os nervos que lhe explodiam. Mas desta vez eu não me encolhi. Tentei um primeiro revide, do chão com um pontapé. Ele nada sentiu e de cima pisou meu rosto. Tentei mordê-lo. Ele golpeou meus dentes com os cadarços que o sobravam. Uma alavanca rasteira o derrubou. Acertei seu olho esquerdo. Descobri que meu patrão também sentia dor. Arrastei-me até uma foice, estávamos no jardim da residência, agora florida de uma irônica primavera. Ele pisou minhas mãos. Com um puxão escorregou, estatelado junto à lâmina. Ele dedilhou o cabo da agora arma. Sorriu e hesitou na sua vitória iminente. Subi sob suas costas, o acotovelei e esfreguei sua face no solo. Enfim a foice era minha. Enfim eu tinha a possibilidade de matá-lo. Mas era mais prático arrancar seu braço. Foi o que fiz.
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O Luís Maurício uivava e alguns perceberam indo ao seu socorro. Dona Clarisse era linchada. Eu corria para não ser encontrado em direção ao meu desconhecido gueto. Eu me esgueirei enquanto os brados procuravam seu culpado. O pânico tomava as então plácidas alamedas dos dominantes. Vinha a tona todo o furor selvagem sufocado pela supremacia instalada na nossa realidade. Um embevecido decidiu tacar fogo na cidade incontrolada, para solucionar pela facilidade. Acabou piorando o caos. Os seres, tomados e extasiados, puseram-se a brigar entre si. Tudo estava por ser quebrado. Um instinto me indicava o caminho do tal gueto, o intocado e tranquilizado gueto. Não havia paralisia que diminuísse meu ímpeto. Tudo estava por ser destruído. Uma toca me escorregou sem que eu quisesse. Mas eu sabia que estava seguro. As mãos que me sugaram da superfície eram trêmulas e vibrantes. Eram mãos quentes, que até ardiam as minhas canelas. Nessa escuridão me vi logo inconsciente.
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Uma humilde vela acendia. Vi cenhos me pedirem senhas. Nenhum código me ocorreu. O que parecia o chefe deles pediu a palavra por possuí-la de verdade. De fato era o líder em seu nome celebrado.

- Não nos conhece, irmão, mas o acolheremos. Prove que merece nossa confiança e não será incomodado. Agora você está conosco. Discipline-se, e encontrará sua glória

Eu um milésimo me converti ao seu comando.

Foto de Nailde Barreto

Marés do Amor.

O amor gosta de ser vivido,
Então, porque insistimos em pensar e sofrer?
O amor é fogo,
Então, não se proteja, se deixe queimar até ebulir...
O amor é oceano,
Então, porque remar contra a maré?
O amor é silêncio,
Então, não adianta gritar se o momento exige introspecção.
E, quanto mais você foge, mas a maré te devolve,
Vivendo, pensando, sofrendo, chorando, sorrindo...
Fazendo seu corpo ferver em mim.
Porque o amor é assim, silencioso, fatal!

_escrito em 22/09/11_

Foto de Joaninhavoa

Lindo!

*
Lindo
*

«Parecia que queria falar
como lágrima que teima saltar
ou seria em jeito de carícia
um mimo ternura em delícia

Pura ilusão de magia
brindou quando mais parecia
diálogos simples diálogos
ala dos namorados

Lindo! Lindo
aquele seu jeito franzino
despertou sons do silêncio

e dedilhou graínhas d`figo
Vermelho! Verde e marron
Doce tão doce tão bom.»

Joaninhavoa
(helenafarias)
2011/09/22

Foto de Patricia Varanda

love

Silêncio…

Que me domina…

Silêncio…

Que fala sem palavras…

Que me faz elevar a alma…

Que me leva pelas minhas memorias…

Silêncio…

Que deixa em pedaços os meus sonhos…

Que silencia a voz da minha esperança…

Silêncio…

Por tudo o que senti…

Pelas marcas que me deixaram…

Pelos amores que passaram…

Por tudo aquilo que não vivi…

Silêncio…

Por todas as palavras que quis dizer…

Por tudo o que disse com a voz do silêncio…

Silêncio que nos domina…

Prende…

Protege…

Separa…

Mata…

O silêncio do amor…

O silêncio de mim mesma…

De nós os dois…

Em que apenas existe…

O silêncio…
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Eu sou assim
Duas mulheres dentro de mim…
Às vezes três
Quatro... cinco... seis...
Talvez seja uma por mês.
Diversifico-me
Existe momentos em que dou um grito
Existe outros em que vivo um conflito
Apresento ao mundo a minha dor
Em outros momentos, só consigo falar de amor
A mais romântica
Melodramática
Imóvel
Chorosa ou nervosa
Carente ou decadente
Vingativa ou inconsequente
É nestes momentos em que eu não me apercebo
E transformo-me numa mulher cheia de medo
Cheia de reservas
Coberta de subtilezas
Séria e sem defesas
No minuto seguinte
No papel de mulher fatal
Transformo-me logo na tal
E nesses momentos sou a dona do mundo
Segura e destemida
Presunçosa e atrevida.
Rasgo todos os meus segredos ao meio
E exponho-me num letreiro
De poesia ou texto
Assalto, incendeio...
Conto o que ninguém tem coragem de contar
Explico detalhes que nem é bom me lembrar
Sou assim
Várias de mim
Sorrisos por fora
Angústias a toda hora
Por dentro um tormento
No rosto nem um único sofrimento
No corpo uma explosão de prazer
Nos olhos, deixo o meu desejo se perceber
O melhor é ninguém me conhecer
Fiquem apenas com as minhas letras
Com as minhas palavras
Na vida real sou muito mais complicada

Sou uma em mil
E quem tentou, descobriu
Que viver ao meu lado
É viver dentro de um campo minado
Que vai explodir em qualquer momento
Mas quem esteve nele
Nunca mais quis fugir

E ainda hoje se cá encontra

Foto de sebastiao alves da silva

Ficar sem você

É muito difícil para mim
Ficar em casa esperando o tempo passar
E as coisas tomarem um jeito
Eu tenho que sair
Ver a configuração das estrelas
E saber por quanto tempo ainda
Vou ter que te esperar...

Eu volto para casa
O tempo corre, mas não passa
Os pelos crescem em meu rosto
E uma como que poeira se deposita
Em meus olhos
Estou ficando cego para as outras coisas
Às vezes eu penso que não posso ficar assim
Que tenho que viver as outras coisas da vida
Que eu vou morrer de tanta falta
Que eu sinto de você...

Eu tenho vontade de gritar qualquer coisa
Gritar até minha garganta rachar
Até meu peito se demolir
E ao mesmo tempo me invade um silêncio
Que congela todos os meus atos
E eu passo a ser um ser sobrenatural
Em que apenas os olhos se expressam
E o resto do corpo fica como estátua
Sem nenhuma expressão
Eu fico preso
Entre o grito e o silêncio
Pois cada célula minha está sentindo,
Está sentindo como se fosse toda uma multidão,
A tu falta,
Cada átomo meu está sentindo,
Como se fosse um universo inteiro,
A tua falta,
Cada molécula de meu sangue
Como se fosse mais que a união de todos os oceanos
E lagos das galáxias,
Está sentindo,
E está sentido muito,
A tua falta...

É muito difícil para mim,
É extremamente difícil para mim
Ficar sem você...

Foto de Edigar Da Cruz

Amar é Um Verbo Lindo

Amar é Um Verbo Lindo

Não posso nada prometer a não ser amar,..
Não posso presumir nada ao não ser presumir e sentir á amar,.
Não posso nada conjugar a não ser o passado sem amar,.
Não posso nada insistir ao não ser um coração amar,..
Amar, Amarei, e sempre Te amar,.
Um verbo lindo de amor que sempre completa,..
Amar nos quatro tempo de cada minuto,..
Descrevendo e renovando o futuro a te amando,..
Dos pássaros que encantam e cantam..
. Das sombras que choram,..
. Ao infinito dos tempos onde se vaga o silêncio,.
Dos momentos da minha vida, de todos os caminhos, do medo que prende a vestes da saudade,..
um soneto e te amarei,descrevendo sempre,.
Amar-te mais que um simples verbo, e a lei da vida,.
E a ordem do coração!
E pela alma e por um coração que ele canta o verbo,..
Te Amei!,..
Te amava!,..
Te Amarei!,...
Que seja agora! Ou por toda eternidade,..

O verbo amar vem do latim "amo", que é uma contração de "a me o": "saio de mim". Amar é sair de “si, doar-se ao próximo.”
Autor: Ed.Cruz

Foto de João Victor Tavares Sampaio

Setembro - Capítulo 3

Ficção é ficção. Arte é arte. Coincidências são coincidências. Na nossa realidade, chegava enfim o mês de setembro, a primavera dos campos e das pessoas, o dia mais claro, a aura que sopra possibilidades inéditas. Os parvos, de sangue quente e mente fraca, suspiravam por uma chance de perverterem a ordem quase natural onde estavam brutamente inseridos e sufocados. Seu fracasso era óbvio e evidente.
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A troca de peles é um ritual intrínseco aos seres de sangue frio. A cada três meses, ou seja, a cada ano em nossa realidade, isso ocorria uma vez. Trocar de pele, como quem troca de nome ou identidade, é tão repulsivo, tão nojento que nem mesmo os que o fazem suportam a manutenção dessa necessidade. Cabem em tarefas, aos engolidores, os maiores submetidos da sociedade vigente instaurada, dar cabo de sumir com os restos dessa sujeira, cabe aos engolidores auxiliarem e obliterarem quaisquer problemas que aflijam seus patrões e superiores, e cabe aos engolidores viver na miséria para não morrer a míngua, cabe aos engolidores sustentar o lucro e o luxo ao custo da própria dignidade ofuscada pela rapidez das coisas, a cópia de novidades, os valores em bolsas. Cabe aos pobres sustentar aos ricos, por motivos desconhecidos talvez justificados apenas pela ganância e pela sede de poder daqueles que mais podem, numa hipocrisia em tom que de tão cômico chega a ser trágico, um retrato de tantas realidades, inclusive as mais familiares. Política? Filosofia? A resposta é negativa. Trato de humanidade mesmo, de sentimentos, de coisas concretas na sua energia que teimam que colocar como abstratas. Trato de paixão, de suor, de um grito que irrompe da alma e que se afirma acima das expectativas conformistas dos ditos vitoriosos. Trato de algo que não se explica com palavras, do viver com simplicidade, de modo leve e até ingênuo. Trato do amor pelo amor, pelo sentir bem, pelo querer, pelo conciliar. É uma pena não haver o triunfo da paz sobre a guerra, da tranqüilidade sobre o conflito. É uma pena que a evolução carregue essa destruição, dita como inevitável.

É uma pena não encontrarmos o que tanto procuramos, tanto os frágeis como privilegiados.
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- Somos seguros. Temos tudo o que queremos. Pois então qual a causa de achar-nos tristes?

- Olha dona Clarisse...

- Dona? Dona, não. Somos amigos.

- Pois bem, Clarisse... Isso não sou eu quem tem que saber. Não tenho que saber e pronto! Mas que vocês me parecem tristes, me parecem.

- Você está certo... Mas precisamos dessa infelicidade... A vida é assim, o Luís me falou... Ele tem razão...

- Isso é você quem está dizendo.

- Ah, mas é verdade...

Meu coração batia como nunca antes apesar de eu não estar apaixonado.
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Desabafar por vezes faz bem.

- Clarisse, eu te trato tão bem, te dou tudo... Eu te compreendo... Mas você tem que entender que os meus atos são apenas vendo o seu melhor... Não fique assim tão pra baixo, eu te amo...
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Desabafar por vezes faz bem.

- Escuta aqui seu miserável, se eu ficar sabendo que você falou uma só palavra com a minha mulher eu vou te quebrar no meio, mato você, e ela nem vai ficar sabendo, e se você ou ela der qualquer sinal de que estão me passando pra trás eu arranco suas tripas e piso em cima delas, eu taco fogo em você, está me escutando?

Achei justa e aceitável a forma como o patrão me advertiu.
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- Dimas, você é muito resignado. Dimas, não é assim que se vive! Tenha vontade! Eu me preocupo contigo. É verdade. Você é uma das poucas pessoas em que eu confio de verdade. Eu sei que você não tem o melhor, mas o que você tem é muito bom. Você é uma boa pessoa, Dimas! Eu acredito que você pode ser feliz!

Continue calado, e agora com raiva.

- Dimas... Que mal eu te fiz...?

Senti ódio. Continue firme.

- Dimas... Fala alguma coisa...!

Jurei por dentro que nunca iria abrir a boca.

- Dimas... Por favor...!

- Meu problema é que eu te amo e nunca vou ter você.

Agora não tem mais volta. Vou morrer.
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No escuro do silêncio, chorando em um canto, esperei até que meu patrão surgisse e enfim me matasse da forma que eu merecia ou ele pensava, eu tremia o medo dos impotentes, o medo mais humano possível que se sente em vida, que é o medo da morte, o medo de ter existido em vão, ou melhor, ou pior, o medo de não ter existido de fato, o pânico dos julgamentos divinos contrários e da falta de um paraíso, o medo da verdade, mostrada por seres falsos e oportunistas.

Mas quando se abriu a porta não era o Luís Maurício.

Uma mulher linda e negra se confundia com a quase escuridão do quarto.

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