Sistema

Foto de airamasor

Bom humor e amizade.

Bom humor e muito Axé,
Sempre foi o meu lema
de sempre ter muita Fé
para nao ter problema.

Para nào ter problema
Já bastou este sorriso
Que abala o sistema
Mas não gera prejuízo

Mas nao gera prejuizo
isto nao quero causar
pois este meu sorriso
está aki pra lhe agradar

Está aqui prá me agradar
Bota então, agrado nisto
Neste tópico a enfeitar
Com um sorriso nunca visto

Com um sorriso nunca visto
nossa fico até lisongeada
se isto fosse imprevisto
acharia que sou admirada.

Acharia que sou admirada...
Que modéstia desta musa
Sempre tão reverenciada
Pois simpatia ela usa

Pois simpatia ela usa
sim uso mesmo, eu nao nego
e me chamar de Musa
so levanta o meu Ego.

Só levanta o teu ego
E eu adorei o resultado
Que agora eu carrego
De te ter feliz deixado

De me ter feliz deixado
Nossa, vc nao sabe o qnto...
Vc é um amigo, um achado
pra toda vida garanto....

Prá toda vida garanto
É fecunda uma amizade
Os sorrisos e o pranto
Se misturam de verdade

Se misturam de verdade
os sorrisos, mas sem pranto
por que ter sua amizade
é uma alegria e tanto.

É uma alegria e tanto
sentir tanta simpatia
Alsione e Vera, entretanto
Numa perfeita harmonia

Numa perfeita harmonia
É isso aí, amizade
Vamos desfrutar, com alegria
Essa feliz fraternidade

Essa feliz fraternidade
A trova sempre provoca
Fica tudo na igualdade
Bons sentidos ela evoca

Bons sentidos ela evoca
Temos é que agradecer
uma amizade como a nossa
é muito facil acontecer.

É muito fácil acontecer
Isso já a gente sente
Alguém mais aparecer
Pra engrossar essa corrente.
(Aira e Alsione, 23 de novembro de 2010)

Foto de João Felinto Neto

Poesias selecionadas

APELO À MISÉRIA

Quem me dera, miséria,
eu fosse parte
de um baluarte de sonho e de quimera.
Pela boca mantém-se assim o povo,
a lavagem é a comida que a si, dera.
Na vergonha de reconhecer-se porco,
ter o rosto metido na sujeira,
enlameado atrás de uma porteira
seu anseio é mantido na espera.

Quem me dera, miséria,
eu me calasse
e ocultasse o meu rosto na janela.
Meus princípios mantêm-me assim exposto.
Sou mau gosto travado na goela.
Quem engole as palavras que eu digo
traz de volta a vontade de lutar,
elas tocam a ferida no umbigo
que o conformismo já ia cicatrizar.

Quem me dera, miséria,
quem me dera,
que de ti eu pudesse me livrar.

PERSONAGENS INFANTIS

Será que o lobo é tão mal.
O lobo ama também.
Ele protege os filhotes que tem.
Caçar, para ele é natural.

A chapeuzinho, talvez,
quando crescer seja outra.
Se torne uma megera
que não gosta de criança
e perca toda a esperança
de voltar ao que era.

O caçador, o herói tão valente
que salvou a vovozinha,
costuma matar friamente a fêmea,
deixando a cria sozinha.
Ele acabou sendo preso
por caçar ilegalmente.

A vovozinha morreu.
Pois, a idade a levou.
Mas, quantas vezes brigou com a vizinha da frente.
Isso prova que a bondade e a maldade,
na verdade,
são apenas uma história diferente.

O POEMA QUE EU DEIXEI DE ESCREVER

O poema que eu deixei de escrever,
Falaria de você,
De nosso tempo,
De angústia, de tormento,
De alegria e de prazer.
Iria contradizer
Cada palavra
Que as nossas falas
Tinham pouco a dizer.

O poema que eu deixei de escrever,
Seria na verdade,
Uma ameaça.
Calaria minha boca,
Qual mordaça.
Não seria uma desgraça,
Por não ser.
Os meus versos,
Talvez fossem sem querer,
Uma ofensa
A sua crença,
Que eu acreditava
Ter.

O poema que eu deixei de escrever,
Não seria
De valia.
Sem valia,
O deixei de escrever.

SEPULTAMENTO

Os meus olhos pregados
no infinito
como os pregos nas tábuas
cravejados,
e de pontas viradas,
redobrados,
sustentados e fixos
numa curva.
No aconchego da madeira macia,
minhas costas
nos ossos da bacia
consolam meu corpo
tão curvado.
Pelo tempo que tenho acumulado,
a ferrugem do mundo
me comeu,
e a tampa que pregam
me prendeu
para sempre num rito consumado.
Por debaixo da terra
condenado
a ser parte da mesma
e não ser eu.

CANTO DE SEREIA

Como um canto de sereia
de belíssima harmonia,
letra correta, verdadeira poesia
e melodia
que eterniza nossa alma.
Por onde anda
a sereia encantada
nas profundezas desse mar de ignorância?
Letra incorreta com falta de concordância
e melodia
que nos faz perder a calma.
Só na lembrança,
o teu canto nos enleva
na emoção que tua voz nos faz sentir
e na saudade, o nosso coração desperta
pra realidade,
não há nada mais pra ouvir.

PEDESTAL DE BARRO

Revogo silêncio
ante palavra e voz.
Reato os nós
que me prendem ao medo.
Reavivo memórias
em busca de segredos
que já não interessam mais.
Reclamo por paz
em meio a intensa guerra.
Replanto a erva
que não nasce mais.
Relato as dores
de males e fome.
Repito o meu nome,
antes de dormir.
Reato os laços
que me prendem aqui,
ao pedestal de barro.

TORRE DE BABEL

O juiz do supremo,
Jeová,
se irrita e sai do sério,
quando seu filho Jesus
vai à noite, ao cemitério.

No boteco do Davi,
onde quem manda
é o Golias,
não há funda,
quem afunda
na cachaça, é o Isaías.

No salão do senhor Sansão,
quem faz o cabelo
é sua mulher Dalila.

As mulheres de Salomão,
o cafetão lá da vila,
choram e sentem solidão
quando estão de barriga.

Lúcifer anda arrasado,
o seu mundo virou trevas,
por ter visto abraçados,
Adão e a senhora Eva.

Noé, o velho barqueiro,
não gosta de animais.
No entanto, adora um peixe-frito
no barzinho lá do cais.

Essa torre de Babel
é o mundo em que vivemos,
onde não há inocência.
Se algum nome ou fato ofender,
é mera coincidência.

A MULHER DA MINHA VIDA

A mulher da minha vida,
Sempre é lida em meus versos,
De uma forma ou de outra.
É a sua voz que ecoa
Reclamando meu regresso.
É bem mais que uma amante,
Que uma amiga e companheira.
Necessária como a fonte
No deserto de areia.
A mulher da minha vida,
Entre linhas abstratas,
Põe em mim, doces palavras
E expressão de alegria.
A resumo em poesia,
Tal qual em cartas,
A saudade que nos mata
Se envia.
A mulher da minha vida
É a graça
Que um devoto em desgraça,
Alcançaria.

O LABIRINTO

Pelas ruas infinitas,
Não encontro meu destino.
Endereço repentino;
Então, me pára.
Não é nada;
Sigo em frente, o meu caminho.

A mim mesmo, ainda minto:
- Logo chegarei em casa.

Em calçadas,
Eu percorro o labirinto
(Cruzamentos, sinais verdes e paradas).

O suor não pára o tempo;
Lágrimas, enxuga o vento;
E um triste pensamento
Não se afasta.

A cidade, assim, se fecha em semelhança.
A lembrança,
À realidade, não se adapta.
Eu confundo o momento
E me perco no silêncio
De um triste monumento
Que me agrada.

Minha calma é necessária
Para espantar o medo,
Desvendar todo o segredo
Que o labirinto encerra.
Os meus pés seguem por terra,
Minha alma por promessa,
O meu corpo por saudade.
Edifícios, tais quais pedras,
Alicerçam a cidade;
Conduzindo minha mocidade
Eterna,
De encontro ao passado.
Eu me torno um condenado
Num presente adulterado,
Que me enterra.

Observo as vidraças
Das janelas,
Onde o sol ofusca a vista
Com a luz que é minha guia
Na escuridão tardia
Do passado.

Cada praça
Me congraça,
Tal um templo
Erigido como um marco à memória.
Cada uma conta a história
De seu tempo,
De sorriso e sofrimento,
De conquistas e derrotas.

Novamente, me encontro sem saída,
Apesar de tanta via planejada.
Já não reconheço nada
Do que havia,
Já não reconheço nada.

Alimento meu silêncio,
O tempo passa,
Onde pombos batem asas
Sem voar.
Não consigo encontrar
O meu caminho;
O meu ninho
Não encontro em meu lugar.
Continuo a me enganar,
Ainda minto,
Preso a esse labirinto
A me fechar.

À DERIVA

Posso até perder o brilho dos meus olhos,
Mas jamais, deixar de ver tanta tristeza.
No esbanjar de pratos sobre minha mesa,
Vejo a fome refletida nos teus olhos.

O que faço se estou preso ao sistema
Onde a indiferença
Sobrepõe a caridade,
Onde a verdade
É varrida
Pra debaixo da mentira
E onde a vida
É um barco à deriva
Sem ações de piedade?

UM POUCO MAIS

Percebo
A minha vida esvaindo-se entre meus dedos
Em minha mão aberta
A dar adeus ao mundo
Pela janela.
A minha juventude
Em quietude eterna,
Silencia os meus dias.
As velhas alegrias
São lembranças tristes.
Os sonhos não resistem
Aos carinhos da morte.
E que meu sono suporte
Os meus pesadelos,
Já que meus apelos
Ao que me resta de força
Não me sustenta.
Talvez, o mundo não entenda
Esses meus ais.
Não tenho medo de morrer.
Eu só queria era viver
Um pouco mais.

O GRANDE DIA

Ai de nós se não fosse o profeta
Para converter o nosso coração.
Do contrário, Deus feriria a terra
Com terrível maldição.

Com o Senhor não há perdão.
Seu grande e terrível dia
Não será de alegria
E sim de destruição.

O poder de sua mão
É extremamente acintoso.
Deus é um ser ambicioso,
Quer de todos,
Atenção.

Não importa a condição,
Será imposto
Sofrimento e desgosto
Por qualquer contravenção.

Deus não quer nos dá lição,
Quer aniquilar a todos
Pelo caráter odioso
Que passou à criação.

EPITÁFIO XIV

Ela se aproxima
Sorrateira e linda,
Com seu manto escuro,
Sua mão suada.
Não nos pede nada,
Mas nos toma tudo.
Deixa então, de luto,
A pessoa amada.

Ela não se importa
Com aquele que fica.
Pois só se dedica
Ao que se despede.
Sorrateira, impede
Que a gente viva.
E sutil se infiltra
Sob nossa pele.

Ela só se afasta
Quando mata a alma
E deixa o corpo inerte.

ETERNA SOLIDÃO

O que eu tive na vida
Além da data esquecida,
Da dor no peito, contida,
E da perdida ilusão?

O que mantenho na mão,
Já na forma cadavérica,
Senão,
A luta sem trégua
Com os germes que a terra
Colocou em meu caixão?

Os meus feitos,
Foram em vão.
Meus defeitos,
Exaltados.
Não sou de Deus nem do Diabo.
Sou um louco condenado
A eterna solidão.

ESPANTALHO MORIBUNDO

Minha alma sempre está
Num silêncio tão profundo,
Que eu chego a duvidar
Que ainda estou no mundo.

Espantalho moribundo,
Onde a morte vem pousar.
Talvez para lhe falar:
Sinto muito! Sinto muito!

Num milésimo de segundo,
Volta o corpo a respirar.
Espantalho vagabundo,
Fecha os braços para o mar,
Abre os olhos para o mundo.

FRUTO SEM CASCA

Espalhando letras
Sobre velhas páginas,
Semeei palavras
Que insatisfeitas
Deram-me em colheita
Uma grande safra
De um fruto sem casca,
A minha tristeza.

Uma fruta fresca,
Presa pela boca
Em que uma ou outra
Tenta mordiscar,
Murcha sem parar;
Se tornando feia,
Seca na areia
Quando o vento dá.

Versos pelo ar,
Lágrimas e poeira,
Solidão na mesa
Onde o fruto está
Exposto, sem par,
Sem mostrar beleza,
É minha tristeza
A me alimentar.

HOMENS DE FUMAÇA

No arrastar de minhas sandálias
Pela casa,
Tenho as lembranças arranhadas
E esquecidas.
Por onde andam as conversas conduzidas
Pelos homens de fumaça?

Se desfizeram com o tempo,
Nas costas de um tênue vento,
Pela janela escancarada.

O velho barco na distância, ainda aguarda
Pela tripulação dispersa,
Numa espera
Que parece eternizada.

Em meio a tralhas,
Depuseram suas velas.
Em meio a elas,
O seu capitão se apaga.

O FRACASSO

Eu sei que a vida me leva em trapos.
Caldeirões de barro
De bruxos modernos.
Favelas de inferno,
Diversos buracos.

São armas de ferro.
São balas de aço.
Sou eu, o fracasso
De um programa sem sucesso.

Eu sei que a morte me olha de perto;
Que chego a sentir o seu frio abraço.
Eu fumo, eu prego
Minha mão no maço
De notas sem eco.

São barras de ferro.
Algemas de aço.
Eu sei que sou o fracasso
De um programa sem sucesso.

Eu sei que caminham lado a lado,
O errado e o certo,
A ira de Deus
E a fama do diabo,
Senhores e servos,
Patrões e empregados,
Progresso e atraso.

São os mãos-de-ferro
Em torres de aço.
Sendo eu, o fracasso
De um programa sem sucesso.

OLHOS DE AZULÃO

O que busca essa mulher
Pela qual minto,
Senão
A mesma solidão
Que sinto
Quando longe de seus olhos de azulão?

Os mesmos olhos
Que me olham da gaiola
Quando eu abro a porta
E eles vêem a imensidão.

SE FOSSEM SÃOS

A rima
É mera aflição
Dos versos que me espelham
Naquilo que são.

De forma nenhuma dirão
Do que são feitos.

Meus versos
Seriam perfeitos
Se fossem sãos.
Mas nada são,
Senão
Defeitos.

QUANDO CHORO

Onde andam os meus olhos
Quando choro,
Se não consigo encontrar
As minhas lágrimas?
Nas migalhas,
Além de meus remorsos?
Nos meus ossos,
Aquém de minha alma?

A FANTASIA

Amo você
Com o mesmo ardor da juventude,
Na quietude
De minha atual idade.
Amo-a na ausência
Como num dia de saudade,
Detenho-me a cada ínfima lembrança,
Com a mesma paz
Que traz
Aquela esperança
Após uma guerra.
Amo-a em terra
Com a cabeça pelas nuvens.
Amo atitudes
Que jamais seriam minhas,
Como entre linhas,
Leio uma poesia.
Amo como se ama o alvorecer
De cada dia,
Como o sorriso
Na inocente alegria
De um bebê.
E ter você,
Ainda parece utopia.
Mas, quis a vida
Que eu vivesse a fantasia
De meu ser,
Que é para sempre,
Você.

MINHA GERAÇÃO

Essa amargura
Que me faz um homem rude,
É mera atitude
De defesa.
Odeio a pobreza
Que aos pés de Deus se ilude;
Enquanto a juventude,
Nada almeja.
Desprezo a mania de grandeza
Que o rico tem com tudo.
Não sou um carrancudo
Por frieza;
Somente faço uso
Da tristeza
De um sisudo,
Por ser fruto
De uma geração que aceita.

SONETO DA VITRINE
(Sombras & espelhos)

A vidraça estilhaçada,
Não desfaz a minha imagem,
Não subtrai da cidade,
A luz do sol ofuscada.
De pé, fiquei na calçada
Com minha mão estendida.
Exorcizei minha vida
Na pedra que arremessara.
Por um instante, escutara
O som de ossos quebrados
Da montra fragmentada.
Meu corpo feito estilhaços
Que os passantes pisavam
Entre espanto e gargalhadas.

POETAS
(Sombras & espelhos)

São tantos os poetas
Quanto estrelas,
Dispersos em bandeiras
Pelo mundo.
Eternos e profundos
Pelas letras,
Em digressões soberbas,
Em dimensões sem fundo.
São tantos os poetas
Que o planeta,
Em tinta de caneta,
É resumo.
Enorme rascunho
Em línguas estrangeiras.
A tradução perfeita
Das emoções do mundo.

MOSAICO
(Sombras & espelhos)

Em minha mão,
Mil pedaços.
Antigo quadro,
Uma mesa,
Alguém que come calado
Com discrição ou tristeza.
E lado a lado
Na mais extrema destreza,
Enfileirado
Sob a antiga nobreza,
Assenta-se o mosaico.
Sob os meus pés, o passado
Em um quadrado,
Pintado
Nesse retalho do tempo.
Breve momento
Guardado
No mais antigo mosaico
Preso à calçada,
Ao tempo.

SÓ EM TE AMAR
(Sombras & espelhos)

Só em teus lábios,
Eu encontro meus gemidos.
Só em meus gritos,
Eu consigo te encontrar.
Como enganar
A emoção de estar aflito.
Eu te preciso
Como a noite, do luar.
Só em teus passos,
Eu caminho decidido.
Surpreendido,
Tento não justificar.
Sem teus abraços,
Os meus beijos são sofridos
Como os feridos
Que não podem se curar.
Só em te amar
É que eu encontro o sentido
De tudo aquilo
Que consigo imaginar.

NUMERAL UM
(Sombras & espelhos)

Eu atribuo
Minhas palavras ao poeta.
Uma espera
Numa tarde em jejum.
Nós como dois,
Dividimos.
No que dera?
Apenas um.
Eu me situo
Nas medidas de uma régua.
A mais complexa
Ou talvez a mais comum.
Sou menos um,
Minha conta se completa
Com menos um.
Eu me anulo
Numa soma que me zera.
Um dois que nega
A existência de mais um.
Sou incomum,
Tabuada que ainda preza,
Numeral um.

CONTRACEPTIVO
(Tríptico)

Eu não sei se é o desespero
que me leva à loucura
quando o sexo estupra
a minha alma,
ou a calma
que advém do meu tormento
pelo tempo
que passou em minha palma.
Movimento anormal
de penetração moral
em sua saia,
e no cheiro da indecência,
feromônio da ciência
em uma jaula.
Uma fera excitante
que no último instante, ofegante,
cospe a vida
no seu couro de borracha.
Não há luta, nem corrida;
há uma triste despedida
de um suposto vencedor
que foi fruto de um amor
e se enforcou
com a própria cauda.

SONHOS
(Tríptico)

Os meus sonhos
são apenas fragmentos de memória,
pequenos focos de luz
como cristais dispersados
num caleidoscópio de pensamentos,
distorções esdrúxulas da realidade.
Rumores, amores e momentos,
abertos numa gaveta destrancada.
Minhas pálpebras fechadas
num caixão de quase nada.
Um quase definido como os sonhos
que são versos que componho
numa noite agitada.
Movimento involuntário dos meus olhos,
que entre risos, ainda choro
por apenas acreditar sofrer.
Entre cartas mal escritas e seladas,
vem a calma ao chegar o amanhecer.
Vem enfim, o esquecimento
desse quase fingimento
que é sonhar.

EM DEMASIA
(Tríptico)

Eu sou demasiado triste,
pelos versos que componho.
Eu sou demasiado louco,
pelo pouco
que proponho.
Não deveria o mundo ser assim,
em demasia.
Talvez não seja o mundo,
seja enfim,
minha poesia
Demasiada em meu tédio,
sem remédio,
em grafia;
em longas noites mal dormidas;
nos insultos
que eu ouvia.
Não caberia em minha mão,
toda a visão
que em mim cabia.
Eu sou demasiado em tudo,
que ironia,
demasiado em meu luto
por ser fruto
de utopia.
Em demasia são os dias
que me escapam entre os dedos
como uma teia
que é lânguida e esguia.
O mais sublime pensamento
que perde tempo
em demasia.
Demasiado, meu tormento,
pelo tanto
que eu não via.
Demasiadamente eterno,
meu inferno em agonia.
Em demasia sou
quem sou,
um astronauta que acordou
num mundo estranho
em demasia.

DISLATE
(tríptico)

Talvez minhas palavras sejam tolas,
minhas ações, inconseqüentes;
as minhas brincadeiras, ironia;
eu próprio seja falho e negligente.
O meu discurso seja sátira;
minha seriedade, uma piada.
O meu humor seja mau gosto;
o meu dislate, permanente.
Meu riso entre dentes, atimia;
a minha faina seja ociosa;
meu pranto, uma lição jocosa
e o jeito infantil, idiotia.
Talvez a minha vida seja um fracasso;
meus versos, um engodo imoral.
Em epítome, sou um gracejo nefasto.
Meu desejo, um esboço abnormal.

TURGESCÊNCIA
(Sob meus calcanhares)

Eu sinto os teus cabelos
entre meus dedos,
teus lábios comprimidos
ao meu desejo,
o arfar de teu cansaço
entre meus braços
e ouço teus gemidos.
Vejo teus olhos tolhidos
fitar meu medo
de não tê-la satisfeito ainda.
Tenho todos os sentidos
na extensão do meu leito.
E no auge da turgescência,
me torno uma larva imersa
em teus fluidos.

O RAMO
(Sob meus calcanhares)

Onde está minha alma,
que não encontro?
Onde está meu encanto,
minha calma?
São perguntas que faço,
ainda em pranto,
ao meu eu freudiano
que me cala.
Onde está este anjo
que me fala?
Um quebranto
que minha mãe me pôs.
Ouço a antiga canção
que ela compôs
em minha rede embalada.
Vejo um ramo na árvore desfolhada,
resistir ao vento,
envergado.
Nesse instante me sinto
envergonhado
pelo meu triste pranto.
Minhas lágrimas
são simplesmente água
que faz falta ao ramo.

O DIÁLOGO
(Reticências desfeitas)

- Dou-te a palavra
para principiares o diálogo.
- Fico muito grata
por ceder-me o favor.
És muito amável.
Vou falar de amor,
sentimento imensurável
que é tão natural
quanto o desabrochar da flor.
- Já vou interpor.
O que tu estás dizendo?
O amor é um invento
cultural e sem valor.
- Estou espantada.
És um homem insensível.
O amor é indizível.
É nosso maior legado.
- É soma sem resultado.
O amor não é normal.
É estóico, irracional,
nos mantêm aprisionados.
- És um homem insuportável.
Mas o que dizes é refutável.
De que vale a liberdade,
sem motivo para a saudade.
- És uma eterna sonhadora.
De que vale um sentimento
que só nos provoca medo,
fraqueza e sofrimento.
- O amor é imortal.
A mais pura poesia.
Nos fere, é natural.
Mas compensa com alegria.
- É uma simples utopia.
Inconstante, passageiro.
Quem se entrega por inteiro,
viverá em agonia.
- Vou deixar por encerrado
o nosso breve diálogo
em tua cética pessoa.
Mas eu sei
não é à toa
que nós dois somos casados.

ELA
(Quadrilátero)

Ela me leva,
me engana
e ainda me desafia.
Levou meu corpo
para a cama,
enquanto me distraía.
Deu-me o fruto do pecado,
enquanto Eva,
e compensou com redenção,
quando Maria.
Em Joana D'arc
foi Vitória,
também rainha.
Já foi de todos
e só minha.
Ela é pouco e é demais.
Como Helena,
ela foi guerra.
Como Tereza,
ela foi paz.

INDECENTE
(Quadrilátero)

Não sou um cavaleiro imaginário,
apenas um vassalo
que caminha.
Pela realidade,
um escravo
que tem a ilusão
que é livre ainda.
Não sou nenhum beato,
nem um cão.
Eu não uso sermão
e nem batina.
Meu rosto
é palidez,
enquanto expiro.
Meu sexo
sem estilo,
estupidez.

MUNDO FICTÍCIO
(Pax-vóbis)

Uma criança brincava
Com a comida, na mesa.
Corria de pés descalços,
Sem ninguém a seu encalço,
Pela ruazinha estreita.
Não enxergava a sujeira,
No seu mundo fictício,
Do real desconhecido;
Tudo era brincadeira.
Contudo, era tão bonito
Ver o mundo d’aquela maneira:
Sem ter ódio,
Ser ter vício,
Sem sombra de sacrifício,
Sem pecado
E sem tristeza.

SOMBRA DE NANQUIM
(Pax-vóbis)

Que a vida,
Mesmo frágil, continue.
Que perdure
Meu amor, além de mim.
Que não tenham fim,
Meus passos pela rua.
Que dissipe sob a lua,
Minha sombra de nanquim.

A PEQUENA D’ARC
(Olhos de guri)

A guria
não gostava de pia,
de casinha ou fogão.
Para ela,
tudo era opressão.
Ela ouvira
sua mãe reclamar
que a mulher tende a trabalhar
só com água e sabão.
Por que não
brincaria de guerra,
de doutora,
de terra na mão?
A guria,
parecia antever
que seu mundo seria
uma doce ilusão.

A SOMBRA
(Olhos de guri)

Minha sombra
que se perde no escuro,
salta o muro
quando o sol
no céu desponta.
Se arrasta no chão duro,
se encolhe,
se estica,
passa rente a dobradiça
e se perde pela casa.
Mas à noite,
minha sombra cria asa,
voa quando saio a rua.
Pela luz que vem da lua,
minha sombra me abraça.
Me divirto e acho graça
quando atravessa a fogueira.
Minha sombra, não sou eu,
mas é minha companheira.

TAMBÉM SOU
(Letras, ...)

O louco
é apenas mal ouvido.
Seu riso,
tenebrosa gargalhada.
Sua fé,
um constante, eu duvido.
Sua mente,
uma porta escancarada.
Seu pedido de ajuda
é um grito.
Seu gemido incontido,
uma dor.
Seu amor,
um abraço emotivo.
Sem motivo,
eis que louco
também sou.

A GRAÇA
(Letras, ...)

Deus me deu o fardo
para eu achar pesado
o termo ser livre.
Deus me deu o espelho
para ver se aceito
esse meu rosto triste.
Deus me deu o segredo
para pensar, eu mesmo,
o que é ser tolice.
Deus me deu a culpa
para eu pedir desculpa
por qualquer deslize.
Deus me deu a dor
para eu sentir pavor
do seu dedo em riste.
Deus não me deu nada,
eu que faço a graça
crendo que ele existe.

VERSÃO REFRATADA
(Letras, ...)

Quantas vezes eu tive
que mergulhar no sorriso
para fugir do abismo
que é o existencialismo
de mim mesmo.
Quantos pueris desejos
entre prosaicas conversas.
Quando nada interessa,
meu mundo me dá medo.
Eu sou apenas ensejo
que o acaso consagra.
Uma versão refratada
na ilusão do que vejo.
Quando não me percebo,
é sinal de que eu mesmo
sou a soma do nada.

QUEM SOU EU
(De versos, ...)

Sou um jovem ateu
Que entra na igreja
Para tomar cerveja
E beber café.
Desconheço a fé,
Mesmo na ressaca.
Rio quando a graça
É de um milagre
De ser eu, um padre
Que toma conhaque
Num cálice de vinho
E vive sozinho
Pensando que sonha
Em ser um demônio
Que se sente Deus,
Ser o próprio Deus
Se sentindo humano,
Ser um santo insano
A brincar de ateu.

DESESPERANÇA
(De versos, ...)

Quem é essa
Que me tira o sono,
Que arrebata o dono
De uma humilde casa?
Quem é essa
Louca, desvairada,
Que ao seio me prende
Sem saber se sente
A dor que a outro causa?
Lábios que procuram vida
Carne apodrecida
No envelhecimento.
Quem é essa
Que corrói por dentro
Como um veneno
Sem nenhum antídoto?
Eu sou outro,
Sou um homem dito,
Dito morto
Pela agonia.
Quem é essa
Musa e tirania,
Mistura que havia
Desde minha infância?
Quem é essa
Triste companhia?
Talvez seja a morte,
A desesperança.

O MATUTO
(Cálice)

O matuto está triste,
cabisbaixo e pensativo.
Não encontra um só motivo
para saber se existe.
Tal canário sem alpiste,
preso a uma velha gaiola,
vendo longe a aurora,
sem ter ânimo pra cantar.
Com vontade de voar
para longe, ao horizonte;
a saudade o consome
antes mesmo de partir.
O matuto fica ali,
a pensar no que seria
sem a única companhia,
a choupana em que vive.
Tal amor só visto em versos,
o matuto é regresso
de um lugar que não existe.

SEM CONDIÇÃO
(Cálice)

Seus ombros à amostra,
me deixam insinuado.
Seu corpo ainda agora,
me deixa provocado.
Seus seios contornados
pela blusa,
me fazem sinal da curva
do seu corpo ondulado.
Seu jeito comportado
não me mantém à distância.
Na sua tolerância,
encontro o meu pecado.
Seus olhos não perturbam minha paz,
além do mais,
recebem meu recado.
Seu pare, deixa disso, mais cuidado,
só fazem aumentar o meu querer.
A dúvida faz crescer
minha ilusão,
que eu terei nas mãos
a chance de fazê-la entender.
Amar é mais que ter.
É aceitar querer
sem condição.

CONVÉS
(Cálice)

Foste meu caminho sem regresso
em um verso.
Minha poesia mais bonita.
Entre as estrelas,
rabisquei um só desenho,
o seu rosto,
como eu bem queria.
Foste a derradeira flor
perdida no deserto.
Em meu universo,
um farol de guia.
Arrancaste o aviso que dizia:
“Uma saudade”.
O vazio da idade,
preenchias.
Foste o colorido
de uma tela que eu pintava.
A mão que segurava o meu filho.
O espírito de um cético
que chorava.
A paz esperada
por um homem aturdido.
Foste o barco rijo
que sustenta a onda em fúria.
O pescador que nada
à procura de si mesmo.
Para mim,
a mais incrível criatura.
A doce loucura
do desejo.
Foste na verdade,
o meu mundo.
Hoje, na saudade,
apenas és
um velho convés
com o qual afundo.

GRAMATICAL
(Cabaz)

Só em letras imprimo minha alma.
Mais do que texto
sou contexto indecifrável.
Meu sinônimo é antônimo de si mesmo.
Um sujeito indefinido
que é objeto de um erro
gramatical.
Entre modos e tempos,
triste verbo
que ecoa na forma nominal.
Orações que são subordinadas
aos meus vícios de linguagem.
Um início em letras ordenadas
e um fim
numa expressão oral.

AFLORA UM POETA
(Cabaz)

Assim se fez um poeta.
Como talhe na madeira
esculpi minha poesia.
De uma maneira fria
infundi minha alma no papel.
Nas costas de um corcel
cavalguei por entre versos;
muitas vezes sem regresso,
o poema, me tornei.
De um sono despertei
enquanto escrevia,
da caneta então fluía
as idéias que sonhei.
Quem sabe se eu errei?
Foram mais de trinta anos,
foram tantos desenganos
que poeta, me tornei.

INGÊNITO
(Cabaz)

Seguir os passos
a um lugar perdido na distância;
entrar na dança
de um ritual de acasalamento;
sentir nas mãos
o instintivo dom
que vem de dentro;
ouvir o som
de vozes ecoadas;
e nas entonações
das poesias declamadas,
revelar-se poeta.

LIAME
(Cabaz)

Sou livro
intitulado.
Um desabafo.
Sou todo
em parte.
Um lacre violado.
Sou tudo
num nada
dissipado.
És flor
dissecada
na mão aberta
em palma.
És colo e calma
na casa onde cresci;
moeda encontrada
que perdi;
o berço
em que nasceu
minh'alma.

Foto de Eduardo Braune

ESPELHO

Olho pra vc,
e nao percebo,
se sabes o que quer,
pois não entende o seu querer,
Apenas deseja,
mas seu desejo é sem fundamentos,
Sua razao tornou-se tão obvia,
Deseja aquilo que a massa quer,
Sem questionar,
Está em um processo automatico,
imbutido na sua mente,
imbutido na mente de seus pais,
fortalecendo um sistema,
que quer destruir-lhe.

Foto de Lou Poulit

O CRONÔMETRO

Há alguns anos, acordei na cama de não sei quem. Eu não sabia o que estava fazendo ali, mas não tinha a menor dúvida sobre o que estava fazendo até adormecer, ou talvez devesse dizer desmaiar. A verdade pode ser muito crua para pessoas que nos amem, e tenham construído uma imagem nossa bem "cozidinha".

Eu não estava seguramente na minha casa, e não havia mais ninguém naquele apartamento. Tomei um banho morno para ganhar algum tempo e por as idéias em ordem, vesti-me, e como ainda não havia chegado ninguém que eu pudesse ver, além das estatuetas de ciganos, bruxas, gnomos e mais uma multidão de sapinhos espalhados (e todos pareciam olhar pra mim!) que acabara de descobrir ali, resolvi ir-me embora. Estranho isso. Ir embora de um apartamento desconhecido, sem despedir-me de alguém, ao menos dizer obrigado...

Na saída, uma espécie diferente de saci (de uma perna e meia, e com dois gorros vermelhos) próximo à porta me estendia a mão. Mais desconfiado do que generoso, eu arrisquei deitar cinquentinha. Mas caí na asneira de olhar mais uma vez para o seu semblante. E acabei deitando cem paus. Antes de bater a porta por fora, olhei pela fresta e, tal como se o moleque fosse eu, vinguei-me: Explorador!... No elevador desconfiei, pelo perfume fortíssimo que dois travecos deixaram ao sair, mas chegando à calçada acabaram-se as dúvidas. Eu estava na avenida Princesa Isabel, a larga entrada de Copacabana (coincidência?), para meu fugaz alívio fora do túnel dito do Pasmado! "Oh, my God! Oh my God... I more don’t want to be fucked"…

À certa distância, na confluência da avenida com o calçadão da praia, uma pequena multidão olhava para um out-door que não estava ali até a última vez. Aproximando-me vi que era um cronômetro eletrônico retroativo, comemorativo dos 500 anos da descoberta do Brasil. Fora inaugurado muito recentemente, deduzi. E eu repeti para dentro, balbuciando: Oh, my God... Em poucos minutos a multidão já não era pequena, e depois de mais algum tempo já me parecia assustadora. Mas não propriamente a multidão. Aquela gente toda, incluindo-se muitos turistas (estes por motivos bem mais óbvios) masturbava-se promiscuamente, para comemorar meio milênio de exploração.

Vagamente eu me lembrava de que alguém se dispusera a fazer algo assim comigo. E o fizera com requintes. Porém a bruma etílica não me permitia lembrar desta mulher mais do que uma meia dúzia de nomes. Afinal, que diferença faria o nome? O fato a moer-me a lucidez que restara, era saber que eu explorara e fora explorado. E ali estava eu cercado de pessoas tão festivas e presumivelmente tão pouco lúcidas, tendo por referência a lucidez que me restara.

Por um quase desespero, vire-me e fui me reencontrar no balcão de um bar. Pedi um café bem preto, alienado, como se estivesse num café expresso. Antes de servirem o café, porém, surgiu, não sei de onde, um negrinho cheio de dentes, com duas pernas normais, e com um pequeno caixote sob o braço, que apontando para os meus chinelos de dedo me pediu para engraxá-los. Lógico, escusei-me polidamente. Então ele fez gestos para que eu lhe pagasse um salgado (com suco). À minha recusa ele aceitaria só o salgado. A seguir disse que aceitaria um trocado mesmo... E para o meu desespero definitivo, a uma nova recusa ele pôs a mão na cintura acintosamente, olhou dentro do bolso da minha camisa, e me pediu um cigarro...

Eu deixei o bar para trás, retomei o caminho da minha casa com quatro certezas: primeira, de que para o negrinho não importava o que me tirasse, desde que tirasse alguma coisa; segunda, de que ele achava que eu era um turista e que tinha medo dele; terceira (oh my God!), aquele cidadão brasileiro aprendera, em no máximo 10 anos, a explorar o medo de um suspeito explorador comemorando os seus 500 anos; e quarta, que me esqueci de tomar o café. Afinal, eu achei que somos poucos, porque nossa população se reproduz a esmo, mas em vez de dias a contagem regressiva devia, ao menos estimadamente, contar as pessoas que se recusam a se abster de votar. Qualquer que seja o voto em algum nome, o sistema se reproduz! Se apossará dos votos branquinhos e dirá que os negrinhos é que se reproduzem como ratos.

(Lou Poulit, 2010)

Foto de Wendel Camargo

Ouro de Tolo

Após reler "1984" (George Orwell), sinto-me como um membro do Partido; assim como Winston Smith chega ao final de sua vida: desiludido, impotente, mergulhado num profundo posso de consciência, onde a vida real não é afetada; a insanidade está nos outros, na sociedade, em tudo; mas como fazê-los perceber isso? Talvez isso realmente seja impossível.
Qualquer pessoa, qualquer empgrego dito respeitável e que traz uma suposta dignidade, não serve para nada! Somos engolidos pelo sistema. Não passamos de uma peça dentro de um maquinário complexo e quase incompreensível, blindado por uma burocracia competente, que contribui com o distanciamento entre a peça e o produto.
Então qual seria o produto?
Talvez os únicos que saibam são os que dele se beneficiam. Nós, meros trabalhadores inúteis (professores, advogados, médicos, engenhieors...) servimos unicamente para manter a engrenagem funcionando.
O ser humano tem a temível falha de depositar sua fé e esperança em coisas individuais: emprego, casa, família. Enquanto isso, deixamos de perceber a dominação sobre nós e deixamos de ter esperança no coletivo.
Não somos nada, individualmente; e, coletivamente, somos controlados (mesmo sem saber). Até as formigas têm mais consciência do que nós. Parabéns à raça humana!

("Inside the Job" - Pearl Jam)

Foto de Helvis Oliveira

Quer saber quem sou eu?

quem sou eu?
numca sabera virtualmente
venha me vê frente a frente
é me infrenta cara a cara!!!!

Trancado em meu quarto,
a raiva eo ódio levou o melhor de mim

O tempo encontra um caminho a cada dia deixando menos de mim pra tráz

eu achei que está batalha devia ser vencida dentro da minha mente

Tão pertubado e confinado,
muitas vezes cego pela luz.

Levando isto é exagero no meu sistema.

como algo jogado fora da existencia

O tempo apagou,
aqueles últimos poucos momentos
que tive na vida..

Há algo que tenho deixado de dizere?

Eu sou apenas um homem na busca de uma reparação

Tenho que achar uma mulher especial que me de descanço em minha cabeça , em seu colo eu poder descansar..

Estou aguardando meu tempo

tenho que fica forte o suficiente
para lutar de volta

Esperança?

não existe esperança
apenas uma resistencia
estive lutando pela resistencia

Eu sou guerreiro

há algo que tenho deixado de dizer?

Há calma antes da tempestade
o front do ocidente é tranquilo

Eu tenho meus amigos como minha mão direita

e (som do rock) como meu piloto

Sou homem condenado
Sou homem culpado
Você não pode salva minha vida
gostaria de ser responsavel por ela?

então vou corta tudo fio por fio

Eu passo meus sofrimentos como algum tipo de rei

você não conhece a paz até conhecer o sofrimento

(EU SOFRI MAIS NÃO CONHEÇO A PAZ)

tudo assim chamada determinação

mais você não provo a dor
como quer me entender?

um dia você vai prova querendo ou não

Tenho meus amigos como mão direita
e (SOM DO ROCK) como meu piloto

Sou homem condenado
Sou homem culpado
você não pode salva minha vida
eu corto fio por fio

sou homem condenado
sou homem culpado
fio por fio

condenado, condenado , condenado,condenado,condenado,condenado,fio por fio , fio por fio,fio por fio

não pode salva minha vida

Foto de Andinhoyankee

~ Espetáculo da Ambição ~

A história de alguém que existia
Que sonhava contemplar o que tinha
Queria entender a si mesmo com base numa leiga ciência...
Quando nada restava caia em desespero,
Por ter um problema não resolvido,
Queria ser sempre mais, ser capaz, expor idéias, ser o tal,
Ou na verdade só queria ser ouvido, conhecido, reconhecido.
Segundo suas palavras, afirmava que existia.
Segundo suas palavras, afirmava que não existia.
Tirava suas próprias conclusões,
Construía seus próprios conceitos,
Sem pensar na sociedade, sem pensar em efeito.
Tratava a vida como um sistema,
Algo previsível, ou até insensível.
Colocava a si próprio em questão, querendo solução,
Para o mal que temia e em si existia,
A enfermidade que te mantia a vida,
Queria saber quais os laços mantidos entre estes opostos supostamente oprimidos.
Em sua vida ousou constantemente,
Ousou dar nome ao ser temente,
Ousou dar nome ao ser necessário,
O primeiro chamou de amor (emoção),
O segundo chamou de ambição (objetivo)
E ousou dizer que estes opostos estão ligados e o mantinha ligado.
Este temia também a morte, o não existir,
Dizia que queria fazer o espetáculo, não apenas o assistir, e o fazia,
Até o dia em que se deu conta de que não mais podia,
Pois morrera conscientemente do pior jeito,
Em sua concepção deixou de existir se livrando do ser temente
Que era seu amor,
Que era e gerava sua ambição inconsciente,
Parou e pensou e contemplou,
Conclusão, ele chorou!
Chorou, pois se deu conta de que sua vida expirou,
Pois já não tinha ambição pelo amor,
Passou a vegetar numa vida de dor,
Obrigou-se a assistir o espetáculo da sua própria morte diária.

(andinho yankee)

Foto de Recrucify

Sinta meu último ódio

Se eu pudesse expressar todo meu ódio
Se eu pudesse mostrar toda minha fúria
Contra este sistema desgraçado
Que fodeu com a minha vida

Já não tenho mais escolhas
Já não tenho mais saídas
Minha decisão está tomada
Me tornei um suicída

Mas antes de explodir minha cabeça
Deixo esta mensagem pra você
Pensa que sua vida é feliz?
Espere até que sua carne pereça

Não tive amores
Não que fossem recíprocos
Tive apenas decepções
De idiotas sem sentido

Vou lavar minha alma com sangue
Vou deixar meu rastro de horror
Quero que sejam gravados
Meus ultimos gritos de dor

Não sentirei falta deste mundo
Que somente me iludiu
Sou uma falha genética
Que a natureza produziu

Grande merda de ilusão
Essa porra chamada vida
Te enchem de esperança
E te jogam água fria

Quero o fim desse caminho
Não posso mais aguentar
O sistema me calou
Já não posso mais falar

Minha vida é um livro negro
Que não faz o menor sentido
Quase todas as páginas estão em branco
E já está quase todo consumido

Os vermes rejeitarão minha carne
Rastejarão para longe do meu cadáver
Nem os animais selvagens aceitarão
Tamanha putrefação

Penso no meu funeral
Como é que será?
Pessoas chorando, cheias de dor?
Ou inimigos a rir a gargalhar?

Eu queria ter uma arma
Para minha cabeça poder estourar
Quero porém um caixão aberto
Para as pessoas poderem olhar

Olhar o que é ser um perdedor
Olhar o que é ser um fracassado
Um saco de Lixo
Que ocupou lugar na desgraça do passado...

Foto de Paulo Zamora

DUAS REFLEXÕES IMPORTANTES (AUTOR: Poeta e escritor Paulo Zamora- www.pensamentodeamor.zip.net)

Uma pequena visão do atual sistema
O nosso atual sistema é muito evoluído em tecnologia, os avanços da medicina com certeza nunca foram tão bem apreciados como hoje em dia; nas áreas do entretenimento vemos pessoas cada vez mais envolvidas; a preocupação existente é que as pessoas infelizmente não conseguem separar as coisas, se auto-sufocam e acabam pensando que a vida é sem graça, que não há objetivos.
O comandante da sua vida é você mesmo, o ser que decide, determina seus caminhos. Algo é notável, nossas crianças são mesmo mais espertas do que em outras épocas; mas estão deixando de ser mesmo criança muito cedo; raramente gostam daquilo que se é apropriado para a idade. O crescimento evolutivo das tecnologias e outros são com certeza favoráveis à vida, a falta de equilíbrio de muitos fez com que se dessem menos valor aos sentimentos, ao mundo interno, sem querer o sistema desenvolve um certo egoísmo na maioria das pessoas. O vinculo de amizade por exemplo, parece que é somente para freqüentar um bar ou coisa assim; amigos verdadeiros atuam em diversas áreas das nossas vidas, em primeiro lugar devemos dar prioridade para a nossas família, este é o segredo de uma vida “ feliz”; a má formação de algumas pessoas fazem com que a família seja um lugar de batalhas e não de descanso e compaixão. Há muitos anos atrás, talvez na época em que nossos avós eram jovens fala-se de mais respeito entre as pessoas, que até mesmo quando um adolescente se interava nos assuntos dos mais velhos eram repreendidos ou que os pais arranjavam casamentos para os filhos, se isso era bom ou mau, mas o tempo mostra que antes havia mesmo mais respeito e confiança. São os pais os culpados? Exatamente não sabemos para quem cabe a culpa, porque educação e respeito difere entre pessoas.
Infelizmente só se fala de crise, de assassinatos, de roubo, do medo até mesmo de sair de casa, o que aconteceu com a vida humana? O egoísmo é tanto, parece que os sonhos dos nossos semelhantes não são importantes, como pode ser assim? Acreditar num novo tempo é acreditar na vida, embora o mundo tende a piorar em questão respeito, de ameaças nucleares, guerras, fomes, destruição. Surge uma pergunta; o que a política causou ao planeta tem cura?
A religião perdeu seu lugar dentro dos lares, afinal parece que a liberdade é estar distante de Deus; a mente humana aceita facilmente coisas contrárias ao que é realmente liberdade.
Acompanhar a maioria é perder seu tempo, porque ainda são valiosos os abraços, a carícia, o afeto, a amizade fiel, independente da evolução mundial você pode proteger seus bons conceitos, crer na sua religião e saber que a vida é curta e todo o tempo é precioso demais para ser desperdiçado em drogas, intrigas, ambição, nada nos acalenta mais que os bons sentimentos que possuímos.
As palavras possuem poder; assim como o perdão abre tantos caminhos para uma vida...
Aproveite as novas tecnologias, os bons cursos, mas não se esqueça da medidas; porque isso envolve o sentido da vida, e nunca espere sentir uma forte saudade para perceber como se foi amado, se esse amor está diante de você querendo ganhar asas e voar.
Sabia que a reflexão nos mostra quem realmente são os donos da razão?
Então, espere contribuir com seu comportamento para o melhoramento do mundo, para o aperfeiçoamento dos seus sonhos, e saiba usar as doses certas de cada coisa na vida, e verá como é satisfatório viver e confiar em Deus.
(Escrito por Paulo Zamora em 24 de Outubro de 2009)

O aperitivo de um Cristão é fazer uma oração antes das refeições.
Paulo Zamora

O pior é quando
O pior é quando se percebe que o frio está dentro de você, e você se perde sem encontrar o seu caminho, mesmo havendo uma infinidade de caminhos para seguir. Discussões não são caminhos...
O pior é quando se tenta por anos mudar outras pessoas e acaba se esquecendo de mudar você mesmo, porque nunca mudaremos os outros...
O difícil é perceber que a chuva está demorando para passar, e chove dentro de casa; molha sentimentos, empobrece sonhos e tira a sensação de prazer da vida.
O pior é quando se sabe a decisão certa a tomar, mas pensa mais nas outras pessoas do que em você, isso é amor, é acreditar nas mudanças; é ruim quando ninguém percebe sua solidão ou o quanto você está sofrendo; é quando sua vida parece estar parada e, no entanto são tantas as lutas e os cansaços.
O pior é quando você se confunde; não quer abandonar, mas sabe que pouco a pouco você está enfraquecendo seu viver; esse é o sofrimento, o qual você desabafou tantas vezes, chorou em muitos ombros e ele ainda não passou.
Há uma luta constante pela sua privacidade, provar que você também tem sentimento, o pior é quando você se faz de tudo para ser o todo de algumas pessoas e elas não contribuem, e cabe a você saber que; uma nova vida é decisão complicada de ser tomada, é se soltar das grades invisíveis que o aprisionam; e depois saber que consegue novamente perceber a beleza até mesmo de uma borboleta...
(Escrito por Paulo Zamora em 24 de outubro de 2009

Foto de Icaro Maceio

Qual o Sentido da vida?

Qual o sentido da vida?
Essa pergunta fica na minha cabeça todos os dias.
Saber porque nascemos, porque sofremos, porque isso ou aquilo...Acredito que todos nós vivemos essas questões, como se a resposta delas mudasse quem somos.
Tenho um ritual de todo dia, ao acordar eu olho para dentro de mim, e faço não uma consulta das coisas que tenho que fazer ao longo do dia, mas sim se estou feliz fazendo minha rotina.
Mas qual o sentido da vida?Qual o sentido de acordar de manhã.
Com certeza o amor!
O amor a ler poemas, a conversar com amigos em uma noite agradável acompanhado de uma cerveja gelada, de fazer juras de amor ao pé do ouvido a uma outra pessoa numa noite de luar, de ri de si mesmo, de se emocionar com uma leitura comovente, de sentir o vento, de sentir-se vivo.
O que me faz feliz é o amor, desde a infância a gente tem uma certa ligação muito complexa entre o amor e o mundo.
Na minha infância entre 6 a 8 anos sempre gostei de desenhar e até tinha algum talento pra isso, as pessoas quando me olhavam desenhando me diziam:
"- Nossa você desenha bem, quando você crescer porque, não faz desenho mecânico?”
Nem mesmo sabia o que era isso, desenhava bichos, paisagens guerreiros, nunca imaginava o que seria isso.
Refiro-me a essa passagem, porque reparei o quanto o amor, o sonho e a liberdade estão ligados e como isso esta distante da realidade que moldam pra gente. Se você sonha com algo normalmente as pessoas querem que este sonho tenha alguma estabilidade financeira, e se caso não tenha então te obrigam a alocar seu sonho ao mercado de trabalho, e não o contrário. Tenho amigos que trago desde a infância e apenas poucos seguem o que sonham, Alguns se tornaram algo parecido com o que queriam ser desde pequeno, outros são algo que nem pensaram e muitos nem chegaram a idade de realizar algo...
Moro até hoje em um lugar de classe baixa, e vejo essa “classe” ser sempre a desculpa para as pessoas jogarem seus sonhos fora, e alegam não ter condição, não ter oportunidades, alegam que tem q sustentar a sobre vida ao invés de viver. Mas o que vejo mesmo são apenas desculpas para desviar o foco de si, como se elas fossem vitimas e de fato são, mas não do “sistema” com elas defendem, mas vitimas de serem de uma geração sem sonho e sem fé em si mesma, que são as únicas ferramentas validas para se alcançar o desejo do coração.
O amor à vida e a perseguição do sonho estão intimamente ligados, um ao outro, pois se você ama alguém você quer estar do lado dessa pessoa todos os momentos da sua vida, pra dividir até a menor das coisas, assim também é o sonho se você ama o que sonha dividirá com ele todos os momentos e por mais difícil seja o que você passe, você sempre vai sobreviver pelo fato de ter algo que você vai alcançar e não vai se render até conseguir realizá-lo.
É por isso que o amor é o sentido da vida, pois só o amor gera o sonho, e só o sonho pode ser o norte da vida de um homem, pois somos a imagem e semelhança de Deus, e frutos de um sonho Dele. Deus é amor então somo em essência amor, e conseqüentemente nossos caminhos serão a realização de sonhos, basta somente estar pronto pra isso, para os milagres do dia a dia, que podem normalmente passam despercebidos pelas pessoas que não sabem admirar a beleza de uma flor, o vento passeando sobre nosso rosto, ou o frio úmido de uma brisa leve, ou o voar dos pássaros, ou sabor de uma fruta...
Deus nos enche de milagres e espera que nós, também façamos alguns milagres: com elogios, mostrando a outros a importância dele estar ali, de se ensinar o amor e de ser amado.
É no amor que Deus se mostra aos homens e nos homens, foi por amor que Jesus se sacrificou e por amor ele ressuscitou...
Sejamos então avatares desse presente que não se diminui quando entregamos a alguém, mas pelo contrario aumenta e alcança a outros.
O sentido da vida esta em amar: transmitir e viver intimamente ligado nesse a tudo em nossa vida com este amor.

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