Sol

Foto de Rosamares da Maia

O Raio de Sol

O raio de sol

Por entre uma fresta indiscreta da cortina,
bailava atrevidamente, sem pedir licença,
um pequeno raio de sol. Inocente em sua claridade,
e insolente ao ferir-me a retina da vista descrente.
Passeava por todo o cômodo, como uma criança tola,
que brinca de pegar as sombras,
e quando finalmente fugiam assustadas,
espalhava-se preenchendo os espaços, fazendo peraltices.
Tentei em vão esconder-me,
estava por demais acostumada as sombras.
Irritava-me aquela inconveniência,
mas, também, cativava-me tanta vitalidade.
Por um instante bem pequeno, parei para
contemplá-lo.
Pronto. Foi tempo suficiente para que me tocasse,
sem a menor cerimônia.
Aquecendo minh’alma, acendendo-me o brilho do olhar.
- Restaurou-me a vida.
E hoje, trago-o bem junto ao meu peito.
Toda vez que aparecem as sombras,
olho com carinho o seu sorriso maroto.
Escancaro a janela para o horizonte e sigo em frente.

(Para o meu filho Raphael)
Rosamares de Maia
13.07.2000

Foto de Marilene Anacleto

Feliz Páscoa!

Domingo. Páscoa, lua cheia.
Céu aberto, dia de sol.
No oeste, a lua repousa
Sobre nuvens de algodão.

Dançante, inspirador, professor,
Vem do sul o cordão de patos d’água.
Danço com ele os amores da vida
Ao caminhar, devagar, pela água.

Ora se separa, ora se abraça,
Ora se aprende, momentos de graça.

Em partes, o cordão se aproxima
Da lua, em sua bela imagem,
Formam um cálice andante
Recebem a luz naquela viagem.

Alguns não percebem
Alguns outros fotografam
Eu, apenas paro e contemplo
E bebo daquele cálice

A luz de cada abraço
Ao relembrar enquanto
Dançava com o cordão de patos.

Amores passados. Sem mágoa.
Lições aprendidas. Vida nova.
Renascimento. Feliz Páscoa.

Foto de Peter

Renascer

Reviver

O vento sussurra ao ouvido
Aquilo que já tenho perdido
Mas o vento tudo leva
E eu não sei o que me reserva

O sol aquece-me o coração
Tenho que ter cuidado
Ou ainda fico adoentado
Nessa esquisita paixão

O mar toca nos meus pés
Eu não sei quem o fez
Desconheço de onde vem
Ou sequer para onde vai
Apenas sei que ele tudo tem
E eu apenas tenho um “ai”

A areia escapa-me pelos dedos
Não sei como a agarrar
Não sei como lidar
Com estes profundos medos
Resta-me continuar a tentar

Deito-me na areia
Contemplo o céu
Espero a minha sereia
Que me venha tirar o véu
Para eu poder ver o mundo
E sair deste poço fundo

Ela tarda em chegar
Eu aqui a nada enxergar
A perder toda esta beleza
Cego por causa desta tristeza

Renuncio ao tolo sentimento
Dispo-me do alento
E mergulho no mar
Faz-me despertar
Acordo para uma vida
Que um dia julguei perdida

Pedro Gomes

Foto de Arnault L. D.

Canetas coloridas ( A cor do amor )

Crianças a brincar de colorir,
e uma delas rabisca, amor.
Me pergunto, qual a cor irá ser,
qual das matizes que irá se abrir?
Qual será do amor, a sua cor,
naquelas tantas para escolher...

Talvez, seja o rosa: cor de flor...
de cair do sol que se derrama...
Quiça azul, calmo e infinito,
de um céu de Cristo Redentor...
ou vermelho, de fruta e chama
qual será escolhida... Hesito.

Mas, cada escolhe cor diferente
e é amor em todas as cores...
Inteiro, ou cada letra e canto.
E eu que previa ver a frente
uma eleita entre todas as cores
descobri que o amor é branco.

Aprendi por aquelas crianças
que a cor certa é só um mito.
Qual, ou quantas forem escolhidas,
a matiz, ou os tons das nuanças.
O que importa, é que seja escrito,
sempre, com canetas coloridas...

Foto de Fernando ARC

Simplesmente quero.....

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Quando o tempo passar,
quando tudo já estiver distante.
Vou recordar, vou perdoar,
e até talvez chorar ou sofrer.

Mas agora neste presente,
quero mudar quero ser diferente.
Vou fazer o meu dia ser mais feliz,
vou brilhar como o sol.
Vou viver sem medo, vou arriscar,
em vez de sentir a vida a passar.

Vou dar o meu grito,
vou mostrar o meu descontentamento,
vou e não volto.

Quero ser feliz, quero sorrir,
quero ter alguém a meu lado de corpo e alma.
Quero procurar, vou encontrar, não irei desistir.

Mas assim como estou não me sinto,
não sei quem sou, vivo somente cada dia.
Tento esperar um amanhã a brilhar,
mas sei que não tenho lutado para o encontrar.

Vou gritar bem alto,
já me sinto a acordar do meu pesadelo.
Sei que vou sair desta cama que me prende,
deste amor que não intendo.

Quero, posso,
e vou fazer tudo para não perder o tempo restante,
vou ter os meus dias felizes, nem que seja um só dia,
mas não aceito mais esta vida vazia.

Não quero mais perder o meu tempo,
é tudo tão repentino, como um sopro.

A vida nunca esperou por mim,
tenho de lutar, de rir e até chorar,
mas quero fazer algo.

Tenho de corrigir o meu caminho,
nem que para isso seja preciso voltar atrás e mudar as minhas passadas,
e refazer tudo de novo, começo a perder os meus receios.

Quero perder o medo de ser feliz.
Simplesmente quero e não desisto de mim mesmo, ,,,,, EU MEREÇO.

Foto de Fernando ARC

Naufragar por te amar..

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Longe do pensamento,
sinto a tua ausência, solidão.
procuro por perto,
navego no deserto,fico só.

Junto as lágrimas, finjo não ver,
apago as mágoas para não sofrer.

Que dia foi esse,
que hora me esperou,
sinto a tristeza,
um barco que naufragou.

Sei que a tua luz me conforta,
os teus olhos a brilhar,
procuro os restos do barco,
que ainda agora se vai afundar.

Nunca lembrei,
nem mesmo cheguei a pensar,
que só a luz do sol neste mundo pudesse brilhar.

E agora, longe do pensamento,
dos sonhos e da ilusão,
é a ti que procuro,
no meio da escuridão.

Em passos desesperados,
numa corrida para o mar,
sei que te encontrarei quando menos esperar.

Fica, fica longe do meu pensamento
gosto da tua luz, mas receio o sofrimento.

Foto de Bruno Silvano

Lembranças..

Dos saberes , dos brincares dos sabores
Das coisas que conseguimos
Das coisas que um dia amamos,
Das atividades insensatas, dos momentos inexplicáveis
Das brincadeiras inimagináveis

De cada cruzares, olhares
De cada entrelaces
Dos pulsos, da adrenalina
De cada risada, de cada impulso

De cada luar
De nós dois livres presos no ar
Das manhãs, das serenatas
Do pôr-do-sol, iluminando o nosso farol

Das primaveras que amadurecemos
Das flores que colhemos
Do nosso amor que brotou aqui dentro

Do tempo que procurávamos ser felizes
Das tempestades astrais de momentos de deslizes
Do brilho que encontramos em cada coração
Das afinidades da paixão

Dos sonhos incríveis
Das marés aos nossos pés fazendo-nos flutuar em um mar de esperança em pleno luar
Do nosso amor acima de tudo, das diferenças indiferentes,das coisas anormais
Do tocar dos sinos ao amanhecer, nos fazendo suspirar

Do encanto do recanto encantado onde costumava-mos no encontrar
Naquele mesmo canto onde cresceu aquela flor, onde a estrela se dispersou
E nos uniu em um único conto, onde o que importa é o amor

Das estradas que seguimos, que nunca se perdemos
Nesse mesma canto de surgimentos, acontecimento de nossos sentimentos
Dessas estradas da vida que nos encontrou, que nos reconciliou..

Das estrelas que liguemos que se tornaram constelações
Dos passarinhos que alimentemos que viraram belas aves
Das borboletas que transformamos em esperança
Do nosso amor que liguemos a um só coração

Foto de André2112

Quando te vi

Me encontrava perdido no meio da escuridão
Sem ter lugar pra ir e nem pra olhar
Me sentia vazio e com muita indecisão
E o pior de tudo, sem um motivo pra amar

Sem menos esperar alguém apareceu na minha frente
Com um olhar tocante e lábios como as água do mar
Era apenas uma entrevista, por que tinha que ser diferente?
Mas como um oceano numa tempestade me fez mudar

Uma luz apareceu e iluminou todo o meu caminho
Logo achei que eu estava sonhando acordado
Despertou em mim um novo sentimento de carinho
Que sentimento era esse que me deixava descontrolado?

Quando você foi embora, percebi que algo tinha mudado
O final da tarde não era mais o mesmo sem você
Quando seria o outro dia em que eu receberia esse olhar tão desejado?
Oh espera que me fazia contar os dias a cada amanhecer

Não sentia mais meu coração batendo em meu peito
Como podia ser uma coisa dessas se eu estava vivo?
Algo estranho e inesperado comigo você tinha feito
Sempre pensava: Tento não pensar nela e não consigo

O que teria feito fragilizar alguém tão forte como eu?
Apenas uma menina que pouco sabe sobre a vida?
Ou apenas a vida me mostrando que o que eu sonhava aconteceu?
Ou apenas que naquele sentimento a vida era contida?

Nunca saberemos, pois a vida é como a água do mar
Sem sabermos de onde ela vem ou para onde ela irá
O sol ou a lua nunca estarão no mesmo lugar
Mas mesmo assim, a maré sempre continuará

Assim é meu amor por você, carente e doce
Nunca terá início e nem cessar
Nunca saberei onde começou
O que sei é que nunca irá acabar!

Foto de raziasantos

Vem meu Amor!

Vem meu amor
Vem ver o sol nascer…
Vem ver a dança das borboletas,
Enquanto colhemos as margaridas
Que enfeitam nossa vida.
Vem meu amor contemplar a beleza
Dos lírios que florescem nos campos!
Vem meu amor enxugar meu pranto!
Vem ver a luz do sol!
Meu amor torna minha tristeza
Em alegria!
Vem antes que me esqueça.
Antes que eu murche e perca meu viço.
Vem regue-me com seu amor!
Vem fique comigo até que eu adormeça:
E a noite escura desapareça.

Foto de Arnault L. D.

Tempestade

Uma garoa mansa acontece,
trovoadas distantes ecoam,
numa tarde morna, de outono.
O Sol, escuro, como anoitece,
sobre o peso das nuvens que troam.
Hora selvagens, hora com sono.

Pelo breu sei que é tempestade.
Pelo silencio dos passarinhos,
que lhe fazem papel de arauto.
e num voo tropel de ansiedade
fogem, alertando no caminho,
para o súbito não vir de assalto.

Lampadas da rua ascendendo
na ignorância que não é noite.
O clarão mudo dos relâmpagos
dublados em atraso, vou vendo
no suspense do primeiro açoite
desta tempestade a qual divago.

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