Solidão

Foto de angela lugo

Um Poema pelo Coração

Amar-te foi muito fácil
Bastou estar ao teu lado
E ser tocada por ti... Não por suas mãos
Mas pelo coração

Difícil vai ser deixar de amá-lo
Penso em várias formas
Mas, não consigo te esquecer
O amor fulminou meu coração

Em cada homem... Em cada olhar
Sinto tua alma a me sondar
Olho firmemente para cada rosto
Que cruzo na multidão

Procuro desesperadamente o teu
Não o vejo em rosto algum
E também em nenhum lugar
Então volto a pensar... Onde estará

Tenho ainda uma esperança
Que realmente alegra meu coração
É sentir que você dorme e acorda
Dentro do meu ser

É como fossemos um só entre todos
Eu o conjuguei como parte de mim
O complemento da minha alma
A extensão da minha vida

Porque sei que nossas almas
Nossas energias
Caminha na mesma direção
Tornando-nos um só...

Ao cair da noite...
Quando a solidão me consome
Cerro os olhos e minha imaginação voa
E procura por você em meu pensamento

Faço-me sentir ao teu lado
Sentir o cheiro delicioso do teu corpo
As suas caricias em meu corpo
A leveza do teu toque em minha alma

Neste momento de reflexão do meu eu
Percebo o quanto nossas almas
Estão entrelaçadas e unificadas para sempre

Agora neste momento sei que é
Simplesmente impossível viver
E saber que você existe
E não poder estar ao teu lado

Foto de Nennika

Sonhe...Sonhe alto !

Assim como da semente germina a flor,
Tão linda e tão perfumada...
De uma vida, surge outra...
Ainda mais complexa e aperfeiçoada...
E é através do tempo que alcançamos essa perfeição.
Desde muito cedo aprendemos que tudo na vida é possível,
Basta tentar...
Pois é tentando que damos os primeiros passos...
Que murmuramos as primeiras palavras...
Que arriscamos os primeiros sonhos...
Fazer de cada tentativa, realidade nem sempre é fácil.
Às vezes é preciso muita perseverança...
Pois a realização de um sonho é uma conquista lenta.
Diferente dos primeiros passos,
Os quais arriscamos e logo podemos correr livremente...
Sonho e felicidade andam juntos...
E a felicidade muitas vezes é apenas um momento...
Que pode ser lembrando pra sempre,
Mesmo que esse momento tenha durado apenas alguns minutos...
Nessa busca percorremos caminhos incertos...
Às vezes desertos que parecem infinitos...
Outras vezes imensos canteiros floridos...
Precisamos de sonhos...
Para caminharmos na expectativa de realizá-los...
Sonhe... Sonhe alto...
Mesmo que na imensidão do espaço a ser explorado,
Existam inúmeros percalços...
Mesmo que no vasto caminho a ser trilhado,
Surjam momentos de tristeza... Saudade... Solidão...
Mergulhe na intensidade desses sonhos...
Eles certamente serão teu amanhã...
Que essa mensagem...
Mantenha acesa a chama da esperança...
Que ilumina o caminho...
Que nos enche de coragem diante dos obstáculos,
E que sustenta nossa caminhada...
Quando desanimados... Vacilamos...

Foto de The FoX

Como?

Como poderia escrever sobre o amor,
Se estou tão amargurado,
Se estou sentindo tanta dor
E se não estou apaixonado?

Como poderia escrever sobre a solidão,
Se ela mesma já me abandonou,
Se a própria vida já não me tem compaixão
E se minh'alma do inferno não retornou?!

Minhas palavras são tristes,
Meu coração é impuro (ainda sou humano),
Alguns de meus poemas são deprimentes!

Como posso respirar sem ter o ar?
Como posso escrever sem ter sentimentos?
Como posso viver sem ter você?

Foto de joão jacinto

Ainda é tempo

Não se herda a pobreza,
cresce-se de cegueira,
sofre-se submisso à culpa,
respeita-se em contrariedade,
a arrogância do preconceito,
sonha-se a dormir,
corre-se de pé,
luta-se com medo,
estimula-se o amador,
nega-se a aventura,
silencia-se o desejo,
foge-se do amor...
Cobre-se de negro
o espelho que reflita
a coragem da alma,
habita-se na solidão
de um metro quadrado
e morre-se rodeado de gente,
no arrependimento
de nunca se ter vivido.

Impera a inteligência do Espírito,
ainda é tempo de abundância,
na riqueza de ser feliz,
diferente,
Eu.

Foto de joão jacinto

Chuva

Dia de chuva,
alma triste e molhada,
são rios de rua,
cúpula de mágoa rasgada.
O Sol trocou-se de núvem,
tão cedo entardeceu,
são cheias de ninguém,
enxurradas do eu.
Trovoadas de espanto,
vendavais do meu degredo,
na tempestade desse meu canto
soam os trovões do medo.
Sonhos ansiosos de bonança,
em arrepios de solidão,
acendalham-se de esperança,
lareiras de multidão.
De arco-íris se alterou
o confuso azul do céu,
a vida depressa enxurrou
e o meu dilúvio morreu.

Foto de joão jacinto

Cicatrizes

Vejo a face marcada e dura da tua dor,
ouço os uivos repetitivos da tua raiva,
sinto o desespero amargo dos teus sentidos
e dói-me o negro acutilante das verdades,
que carregas como culpas,
dos valores calcinados,
corrompidos de eternos ódios e rancores.
Presa fácil de ingenuidade,
das desconfianças e credos,
fechada no labirinto das paredes,
cobertas de antigo e de medos,
numa teia emaranhada de incompreensão,
cimentada de fraquezas e vícios,
na recusa de rasgar uma fresta
e de contemplar-se em admiração,
desnudada de complexos e mitos,
na corrente de mãos dadas com o mundo.
Destruído pelo conflito de ser vencido,
apaixonado, sem amor,
temendo receber o que não sabe oferendar.
Moribundo no vazio do sossego,
em prolongados silêncios,
exercitando o conformismo da solidão,
em sofrimento preocupado.
Mensageiro na riqueza
alucinada dos vocábulos,
do desentendimento confuso e perplexo
dos indecifráveis códigos,
da simbologia da existência.
Dói-me o paradoxo do belo e da tristeza,
do propotente e da vítima,
de ter de sofrer contigo, ser-me cruel.
A minha superficialidade é fuga
ao pesadelo do realismo ofensivo,
que me circunda e me hostiliza.
A consciência do tempo
e da verdade dos instintos,
é a grande cruz que nos pesa na alma,
o pecado da sobrevivência.
Arquitectamos esquemas defensivos
às nossas inseguranças
e retroactivos à criatividade frustrada dos sonhos.

Se pretendo magoar-te,
sou eu que fico ferido.

Dói-me ver-te com tantas cicatrizes.

Foto de joão jacinto

Pausa

Esta é uma pausa triste.
É um silêncio, que incomoda,
a qualquer momento.
É o desepero,
pela imaturidade
da compreensão.
É o não conter o impulso
da racionalidade.
É uma morte,
indesejada.
É o continuar
a amar-te e a sofrer,
mesmo sem nada.
É uma noite,
escura de tudo,
em profunda solidão,
na saudade
de ser dia, ontem.

Tenho tanta pena de nós.

Foto de joão jacinto

Verdejante jardim

No meu verdejante jardim,
descuidadamente abandonado,
crescem em desordem entrelaçados,
arbustos de urze, alfazema e alecrim.
Gladíolos e jarros esmagados,
sob a grandeza de patas de veado,
envolvidos com rebentos de jasmim.
Ervas daninas viçosas de orvalho,
manto de azedas, amarelo limão,
desenho sombreado de um carvalho,
projectado, em movimento lento, no chão.
Buchos não aparados cercam a hortelã,
trinco a maçã caída da fortalecida macieira,
debaixo dela, durmo em silêncio, a tarde inteira,
eternizando o sono quebrado, pelo romper da manhã.

Acácias, orquídeas, manjericão,
por borboletas constantemente beijadas,
sardineiras em vermelho misturadas,
com rosas virgens, ainda em botão,
desfolhadas por barulhento escarevelho,
que procura sobreviver à sua solidão.
Cardos de tristeza envelhecidos,
trevos de quatro folhas perdidos,
entre rastejantes craveiro e chorão.

De pétalas abertas, sorridentes,
brilhando a céu aberto, em cor garrida,
desnudada, aprumada, de corpo inteiro,
ornamentada de beleza de margarida.

Folhas rasgaram-me o caule e abraçaram-me,
impregnando-me a alma de doce cheiro,
preso à terra pela raíz da sua raça,
senti-me estame e em graça,
pelo sabor do seu atractivo e sensual gineceu.
Fecundamo-nos mutuamente,
para parir o fruto da sabedoria consciente,
que dentro do nosso ventre em união cresceu.

Senti a cor do verde, o azul do céu,
o odor da terra e dos medos,
senti a vida, medi o tempo, olhei para o fim,
perdido no caminho que estava traçado dentro de mim.
Dancei aos ventos, bebi da chuva, tremi de frio,
sofri de amor, sangrei de dor, guardei segredos...

No meu jardim pouco cuidado, de natura bravia,
germinaram poucas, mas fecundas margaridas.
Nunca murcharam.

Tenho dentro de mim várias vidas.

O buquê das minhas vidas
é composto por tinta e quatro margaridas.

Foto de joão jacinto

Mortais pecados

Olho-me ao espelho, debruado de talha,
luminosamente esculpida, dourada
e pergunto-me ao espanto das respostas,
na assumida personagem de rainha má,
quem sou, para o que dou, quem me dá.
Miro-me na volumetria das imagens,
cobertas de peles enrugadas,
vincadamente marcadas,
por exageros expressivos,
de choros entre risos,
plantados nos ansiosos ritmos do tempo.
Profundos e negros pontos,
poros de milimétricos diâmetros,
sombras cinzentas, castanhos pelos,
brancas perdidas entre cabelos,
perfil de perfeita raiz de gregos,
boca carnuda, gretada de secura,
sedenta de saudosos e sugados beijos
de línguas entrelaçadas,
lambidelas bem salivadas.

Olho fixado no meu próprio olhar,
de cor baça tristeza,
desfocando a máscara, de pálido cansaço
e não resisto ao embaraço de narciso;
sou o Deus que procurei e amei,
em cumprimento do milagre
ou o mal que de tanto me obrigrar, reneguei?
Sou o miraculoso encantador a quem me dei
ou a raposa velha, vaidosa, vestida de egoísta,
com estola de alva ovelha, falsa de altruísta?

No meu lamento, a amargura porque matei;
sangrando a vítima, trucidei-a em ranger de molares,
saboreei nas gustativas variados paladares,
viciadas no prazer da gula do instintivo porco omnívoro.

Rezo baixinho, cantarolando, beatas ladainhas
de pecador que se rouba e se perdoa,
a cem anos de encarceramento.

No aliciamento cobiçante de coxas,
pertença de quem constantemente
me enfrenta, competindo nas mesmas forças,
traindo-me na existência do meu possuir,
viradas as costas, acabamos sempre por fingir.
Entendo velhos e sábios ditados,
não os querendo surdir em consciência.
Penso de mim, a importância de mais,
que outros possam entender,
sendo comuns mortais,
minha é a inteligente
certeza do enganar e vencer.

Sadicamente bofeteio
rechonchunda face de idealista tímido,
de quem acredita e se deixa humilhar,
dá-me a outra, para também a avermelhar.

Vendo-me a infinitas e elegantes riquezas,
de luxúrias terrenas, orgias, bacantes incestuosas,
sedas, glamour, jóias preciosas,
etiquetas de marca,
marcantemente conotadas
que pavoneiam a intensa profundidade da alma.
Salvas rebuscadas, brilhantes de pesada prata,
riscadas de branco e fino pó.
Prostitui-me ao preço da mais valia,
me excita de travesti Madalena,
ter um guru para me defumar, benzer e perdoar,
sem que me caía uma pedra na cauda.

Adoro o teatro espectacular,
encenado e ensaiado em vida,
mas faço sempre de pobre amador,
sendo um resistente actor.
Escancaro a garganta para trautear,
sem saber solfejar.
Gargarejo a seiva da videira,
que me escorre pelo escapismo do meu engano,
querendo audaciosamente brilhar,
descontrolando o encarrilhar,
do instrumento das cordas da glote,
com a do instrumento pulmunar
e desafino o doce e melódico hino.

Sou no vedetismo a mediocridade,
que se desfaz com o tempo,
até ser capaz de timbrar,
sem ser pateado.

Acelero nas viagens
que caminham até mim,
fujo do lento e travo de mais.
Curvas perigosas, apertadas,
que adrenalinam a fronteira do abismo.
Fumo, bebo a mais
e converso temas banais,
por entre ondas móveis,
que me encurtam a pomposa solidão,
nada é em vão.

Tenho na dicção um tom vibrado e estudado,
de dizer bem as palavras que sinto,
mas premeditadamente minto
e digo com propósito sempre errado.
Sou mal educado, demasiado carente,
enfadonho, que ressona e grunha durante o sono.
Tenho sempre o apreçado intuito do saber,
do querer arrogantemente chamar atenção,
por me achar condignamente o melhor, um senhor,
sem noção do que é a razão e o ridículo.
Digo não, quando deveria pronunciar sim.
Teimosamente rancoroso, tolo,
alucinado, perverso, mal humorado,
vejo em tudo a maldade do pecado.
Digo não, quando deveria embelezar a afirmação.

Minto, digo e desfaço-me de propósito em negação.

Mas fiz a gloriosa descoberta do meu crescer,
tenho uma virtuosa e única qualidade;
alguém paciente gosta muito de mim.

Obrigado!

Tenho de descansar.

Foto de Joao Fernando

Só deixaria de ser poeta...

Quando toda essa paixão em mim contida esvair pela tua indiferença.
Quando finalmente olhar teu rosto e nada ver,
Além de uma face fria e implacável.
Quando passares por mim e ignorar até a minha sombra
(Que um dia te protegeu do sol).

Só deixaria de ser poeta...

Quando não tiver mais a força pra aclamar a sua atenção.
Quando perceber em seus passos a tua declarada pressa pra se afastar...
Quando perceber em seus olhos que não é eu que eles enxergam.
Quando finalmente a dor em meu peito não tiver mais cura.
Quando perceber que lá você estava e mandou dizer que havia saído.

Só deixaria de ser poeta...

Quando no frio do meu leito eu perceber que nunca vou ter o seu calor.
Que tudo o que um dia podia acontecer, jamais sairá dos meus sonhos.
Que tudo que me dissestes foram palavras tolas, jogadas ao vento.
Palavras temperadas na mentira e na maldade.
E que o tempo que investi em você faliu e, me deixou miserável.

Só deixaria de ser poeta...

Se tudo que é fel em sua alma escarnasse pelas minhas entranhas.
Adentrá-se em meu peito e lá fizesse estragos.
Se de tua boca ouvisse só fiadas palavras de desprezo e de ingratidão.
Se tudo que era vida... Agora, tornar-se-ia morte!

Ah! Como lamento!...

Deixaria de ser poeta pra ser miserável!
Viveria na rua da solidão e dela seria pedinte de afeto.

Ou então seria poeta para sempre!

Amarrar-me-ia por vez, nas palavras que confortam as almas tristes.
Faria da poesia minha vida e vice-versa.
Procuraria novamente o amor, mas, dessa vez seria mais cauteloso.
Teria a ferida que um dia há de cicatrizar-se e, dela apenas recordações irão ficar.

Sim, seria poeta até morrer... É a minha sina!

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