Som

Foto de NiKKo

Foi um sonho

Esta noite sonhei que você estava ao meu lado como antes
e por momentos senti meu corpo ser aquecido pelo teu.
Senti minha alma ser despertada do casulo da tristeza
recuperando por instantes a alegria que há muito se perdeu.

Naqueles instantes que em minha fantasia eu lhe tinha
senti meus lábios roçam os seus com desejo.
Minha pele se arrepiou ante ao seu toque suave
denunciando a saudade presa, mas revelada em um beijo.

Com suas mãos envoltas em meu corpo eu dancei
ao som de uma musica nunca antes, por mim ouvida.
abraçada a você volitei e fui no mais alto do infinito
de onde eu via, em flash resumo de toda a minha vida.

Sentindo o calor de teu corpo no meu como outrora
sem medo admiti que ele ainda sente falta do teu.
E me entreguei como antes eu fazia, sem traumas
querendo para sempre ficar nos braços de Morfeu.

E sentindo minha alma agora repleta de alegria
em versos e poesias, meu amor mais uma vez lhe declarei.
Fiz do meu coração um jardim regado com lagrimas de esperança
onde rosas vermelhas, açucenas e jasmim eu plantei.

E deste sonho que me devolveu a alegria de viver, eu acordei
sentindo em meu rosto um toque como beijo doce de paixão,
que por instantes fizeram a minha realidade ser diferente
pois senti que dava adeus a tristeza e a solidão.

Mas era apenas vento da madrugada que soprava
trazendo ate a minha cama, seu perfume através do ar.
Fazendo com que o som do mar que se quebrava nas pedras
parecesse seu nome em meu ouvido, lentamente pronunciar.

E após ter de fato acordado desse sonho maravilhoso
aproximei–me da janela, e vi que a noite estava toda iluminada.
Olhei ao meu redor e deparei-me só com minha solidão,
e percebi que muito amei, mas não fui amada.

Foto de Mentiroso Compulsivo

Não consegues ser poeta!

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Já é noite! E se faz tarde!
Acabei triste e cansado neste dia.
Por momentos parei e suspirei:
(Não sei se senti cobardia!)

- Não consegues ser poeta!

O que escrevo anda errante… distante!...
Só, eu caminho por um trilho diferente
(se é que existe algum caminho!)
Mas, ao som de silêncio, a lembrança voltou,
Poeta a escrever eu sei que não sou…
Mas poeta sou e serei a ouvir a Vossa voz…
A ler e a sentir os poemas de todos vós!

© Jorge Oliveira 25.FEV.08

Foto de Camherve

Recomeço

Quando tudo era silêncio,
Profundo, solitário, denso,
Ela ouviu.
Não se sabe se o som veio de dentro dela,
Se foi o vento, o tempo,
Sequer se sabe se realmente existiu.
Mas em seu frágil coração, ela sabia
Que pode ser doce o destino do qual não se escapa.
E oh - que doce a contradição
De uma presença que ilumina tudo ao seu redor,
E, ainda assim, traz consigo as sombras
Escuras, que sufocam,
Invocam
A dor.
Entre eles, uma sólida parede de vidro,
Da qual se vê tudo através,
Porém não se pode ir além.
E qual não é a tristeza
De ver um dos poucos sorrisos sinceros que se terá,
E saber que ele permanecerá ali:
Inerte e belo
E só.
Ela sabia que não podia voltar atrás,
Que havia nela marcas
Fundas demais
Mas o sorriso permaneceria puro,
Guardado, precioso como era.
Ao fechar os olhos, ela o veria
Fitando-a com o olhar sincero,
Que parecia querer vê-la por dentro,
E via.
Sem olhar pra trás, ela seguirá
Cicatrizando devagar
As incertezas que reprimiu,
E um dia - sim, ela sabia,
Que tudo seria ínfimo,
Pouco - quase nada,
Perto da luz que nasceria
E inflamaria
De seu sagrado
Recomeço.

24/02/2008

Foto de Carmen Vervloet

FRENÉTICO TANGO ARGENTINO

FRENÉTICO TANGO ARGENTINO

No frenesi deste tango...
Vão nossos corpos acompanhando...
Entregam-se a cada voltear sensual
Deste dramático ritual...

A música sugerindo cada passo...
Ditando cada compasso...
Nossas almas flutuam
E perpetuam...
O êxtase... O amor...

Eu dançarina... Eterna menina...
Nos cabelos linda flor...
Rosa rubra de paixão
Que machuca o coração!

Olhos nos olhos...
Respiração ofegante...
Ondas que vem... Oscilantes...
No crescente deste som
Que se propaga em vários tons...

Mágico momento cristalino...
Frenético tango argentino...
Espírito enlevado!...
Amor perpetuado!...
Tango envolvendo o coração
Fazendo renascer a adormecida paixão!

Carmen Vervloet
Todos os direitos reservados ao autor.

Foto de Bira Melo

FOME, SEDE e AGONIA

Meus olhos têm fome
De um mundo melhor
Donde o coração hominal
Seja igual a do animal,
Seja dos insetos, ou melhor,
Das abelhas, as operárias
Que em seus grupos não há desarmonia
Tudo pulsa em sintonia
Porque sabem que seu Criador
Fê-las para amarem-se
Produzir do alimento ao remédio
Sem agredir a natureza
Em balés e em canções de alegria!!!

Meus ouvidos têm sede
De ouvir uma melodia
Como Carinhoso, Tarde em Itapuã...
Sede de músicas de verdade
Tipo : Alvorada de Cartola ou Chega de Saudade
Quero "A noite do meu bem"
Mesmo que seja em dissonantes
"Regra três" e "Por causa de você"
Com cadência e compassos,
Bonitos e marcantes.
Sede de Gal cantando Tom,
"Antonico", "Vapor barato", "Índia", "Dez anos"
E Bethânia em "Chão de estrelas"
Ou simplesmente qualquer um cantando :
Que "Estão voltando a flores"!!!

A minh'alma está agoniada e fadigada
Dessas modinhas horripilantes
Que a ninguém não dizem nada
É o "Arrocha", o "Tapa na cara"
E a "Égua pocotó" com "Pressão mamãe"
Além das medíocres lambadas...
É verdade!... Onde chegamos?!
Será que erramos pra essa moçada
Que só pensam em drogas auditivas,
Roupinhas da moda, fuligem de som
E dizem que românticos como eu
São quadrados e não estão com nada?!

Foto de Mentiroso Compulsivo

Mentiroso Compulsivo

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Quem sou? A vida não me detém
Ando por ai a vaguear a gritar por mim
Como se procurasse o nome de alguém
Por entre os labirintos de um jardim

Baralho o som da voz que me afronta
Da sombra que pensa ser a gravidade
Da imagem que nunca está pronta
Do poeta que mente dizendo a verdade

Grito as palavras, quero falar alto
O eco que ninguém quer ouvir
Verdades ou mentiras em sobressalto?
(que importa a mim? E sou o devir!)

Sou cruel, a mentir não mentindo,
A palavra que não me descreve
Ah!... Como seria alguém bendito!
Quem definisse o que me circunscreve.

Aqui sou aquele que talento não tem
Será, todavia, isto uma grande utopia?
Ou a fala irreal de um ser do além
A querer ver a vida com outra filosofia?

Serei alguém que não fala, ou viva aqui,
Que escreve o som que se retorque…
Serei sempre um compulsivo “Mentiroso”
Porque ser poeta é mentir ambicioso.

………………………………… Quem tem saudade
………………………………… De sentir a verdade
………………………………… Sabe o que profiro
………………………………… E o que não digo.

© Jorge Olivera / Mentiroso Compulsivo

Foto de Civana

Olhar

Não conheço seu rosto,
nem o som da sua voz.
Não sei a cor dos seus cabelos,
tampouco dos seus olhos.
Não sei o gosto da sua boca,
nem o cheiro da sua pele,
tampouco conheço
a maciez de suas mãos.
Mas tenho a certeza,
que ao te encontrar,
saberei te reconhecer
pelo brilho do olhar!

(Civana)

Foto de Fazendo Arte

"Fazendo Vídeos em Poemas de Amor”

Oi Amigos poetas, professores colaboradores e alunos.

Aqui será nossa sala de aula, onde desenvolveremos o tema inaugural,
Sem presunção alguma, venho tentar passar para vocês um pouco do que aprendi na arte de montar figuras, imagens letras e sons.

Existe infinidade de programas, os quais poderão recorrer na criação de vídeos, mas oMovie Maker”, foi citado como, mais leve e conhecido pelos poetas, portanto este será o programa estudado, o que em momento algum, nos impedirá de estar buscando respostas para quaisquer perguntas que se fizerem necessária, sobre outros programas no decorrer do curso.

Para que haja centralidade e coerência segmentada dos assuntos decorridos, estes obrigatoriamente obedecerão às seguintes normas.
O Blog Fazendo Arte desenvolverá vários tópicos, como por exemplo, introdução, buscando imagem, buscando som, etc, que serão criados por mim.

Todos poderão participar, diretoria, orientação e alunos, estes deverão postar em “ Adicionar novo comentário”, perguntas ou respostas devidamente relacionadas á cada tópico.
O assunto será o tema em discussão, ou seja , todos deverão escrever exatamente assim em assunto.

A categoria, será sempre Artigo

Escrever as perguntas ou resposta no corpo da página, exatamente como se faz para postar normalmente, o que é importante é que sigam religiosamente o assunto, como descrito acima, para que perguntas não se percam e que todas venham a ser postadas dentro do Blog.

Haverá também aulas On Line.

Contamos com a preciosa ajuda da Diretora Joaninha, que estará organizando turmas em horários programados, respeitando os compromissos e o fuso horário dos países participantes.
Para isto, faz-se necessário que todos adicionem o MSN de contato, aqui deixo o meu-:

tutoradearte@hotmail.com

Bem amigos, espero que a sala fique apinhada de poetas, e que esta integração neste espaço, seja mais um passo ao crescimento de todos nós.

Grande abraço á todos
Fernanda Queiroz

Foto de Mentiroso Compulsivo

O Actor

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Cansei-me.
Desliguei o leitor de CD’s, fechei o livro, e rodei do sofá para o chão. Cheguei à janela, afastei as cortinas. Chovia a “potes”.

Fui comer. Voltei à janela. Já não chovia. A noite estava escura, o ar, fresco da chuva, cheirava a terra molhada; a cidade lavada. Vesti a gabardine e saí.

Cá fora, a cidade viva acolheu-me. No meio dos seus ruídos habituais, nas luzes do passeio. Percorri algumas casas e vi um bar um pouco retirado. Era um destes bares que não dá “muitos nas vistas”, sossegado e ao mesmo tempo, barulhento.

Com alguns empurrões, consegui passar e chegar ao balcão. Pousei o cabo do guarda-chuva na borda do balcão e sentei-me. O bar estava quente e o fumo bailava no ar iluminado. Senti o cheiro a vinho, a álcool. Ouvi as gargalhadas impiedosas de duas mulheres e dois homens que se acompanhavam. Deviam ser novos e contavam anedotas. Eram pessoas vulgares que se costumam encontrar nas pastelarias da cidade, quando vão tomar a sua “bica” após o jantar. Estes foram os que mais me atraíram a atenção. Não, esperem... ali um sujeito ao fundo do balcão, a beber cerveja...
- Desculpe, que deseja? – perguntou-me o empregado.
- Ah! Sim... um “whisky velho”, por favor.
Trouxe-me um cálice, encheu-o até ao meio e foi-se embora.

Bebia-o lentamente. O tal sujeito, desagradável, de olhos extraordinariamente brilhantes, olhou para mim, primeiro indiferentemente, abriu a boca, entortou-a, teve um gesto arrogante e voltou o rosto.
Estava mal vestido, tinha um casaco forte, gasto e sapatos demasiado velhos para quem vivesse bem.
Olhou-me de novo. Agora com interesse. Desviei a cara, não me interessava a sua companhia. Ele rodou o banco, desceu lentamente, meteu uma das mãos nos bolsos e veio com “ares de grande senhor” para o pé do meu banco.
O empregado viu-o e disse-me:
- Não lhe ligue... é doido “varrido” e “chato”.
Não lhe respondi.
Entretanto, ele examinava-me por trás e fingi não perceber. Sentou-se ao meu lado.
- É novo aqui?!... – disse-me
Respondo com um aceno.
- Hum!...
- Porque veio? Gosta desta gente?...
- Não os conheço – cortei bruscamente.
Eu devia ter um ar extremamente antipático. Mas, ele não desistiu.
-Ouça, - disse-me em voz baixa, levantando-a logo a seguir – devia ter ficado lá donde saiu, isto aqui não vale nada. Vá-se por mim... Está a ver aqueles “parvos” ali ao canto? Todos reparam neles... levam o dia a contar anedotas que conhecem já de “cor e salteado”...Vá-se embora. Todos lhe devem querer dizer, também, que não “ligue”, que sou doido...

Tinha os olhos raiados de sangue. Devia estar bêbado. Havia qualquer coisa nos seus olhos que me fez pensar. Era um homem demasiado teatral, havia nos seus gestos e segurança premeditada, simplicidade sofisticada do actor. Cada palavra sua, cada gesto, eram representações. Aquele homem não devia falar, devia fazer discursos.
Estudando-me persistentemente, disse-me:
- Você faz lembrar-me de alguém que conheço há muito, mas não sei quem é... Devia ter estado com esse alguém, até talvez num dia como este em que a chuva caía de mansinho... mas, esse alguém decerto partiu... como todos... vão-se embora na noite escura, ao som da chuva... nem olham para ver como fico.
Encolheu miseravelmente os ombros, alargou demasiado os braços e calou-se.

Eram três da manhã. Tinha agarrado uma “piela” com o ilustre desconhecido. Tinha os olhos muito abertos, os cotovelos fincados na mesa da cozinha e as mãos fechadas a segurarem-me os queixos pendentes. Ele tinha um dedo no ar, o indicador, em frente ao meu nariz, abanava a cabeça e balançava o dedo perante os meus olhos. Ria às gargalhadas, deixava a cabeça cair-lhe e quis levantar-se. O banco arrastou-se por uns momentos e cai com um estrondo. Olhou para mim com um ar empobrecido, parou de rir e fez: redondo no chão. Tonto, apanhei-o e arrastei-o para a sala.

Deixei-o dormir ali mesmo. Cobri-o com uma manta, olhei-o por uns instantes e fui aos “ziguezagues” para o meu quarto.

No dia seguinte acordei com uma terrível dor de cabeça. Dirigi-me aos tropeções para a casa de banho. Vi escrito no espelho, a espuma de barba; “Desculpe-me, obrigado. Não condene a miséria!”

Comecei a encontrá-lo todos os dias à noite. Fazíamos digressões nocturnas, íamos ao teatro. Quando percorríamos os corredores dos bastidores, que ele tão bem conhecia, saltavam-nos ao caminho actores que nos cumprimentavam; punham-lhe a mão no ombro e quando ele se voltava, davam-lhe grandes abraços. Quase toda a gente o conhecia.

E via-lhe os olhos subitamente tristes, angustiados. Ele não se esforçava por esconder a tristeza: era uma tristeza teatral. De vez em quando, acenava a cabeça para alguns dos seus amigos e dizia:
- Não devia ter deixado...

Inesperadamente, saía porta fora, certamente a chorar, deixando-me só. Quando saía via-o pelo canto do olho encostado a uma parede mal iluminada, mão nos bolsos, pé alçado e encostado à parede, cenho franzido e lábios esticados. Nessas ocasiões estacava, por momentos, e resolvia deixa-lo só. Estugava o passo e não voltava a olhar para trás.

O seu humor era variável. Tanto estava obstinadamente calado e sério, como ria sem saber porquê.
De certa vez, passei dois dias sem o ver. Ao terceiro perguntei ao “barmen”:
- Sabe o que é feito do actor?... Não o tenho visto.
- Ainda não sabia que ele tinha morrido? Foi anteontem. A esta hora já deve estar enterrado...foi melhor para ele...
Nem o ouvia. As minhas mãos crisparam-se à roda do corpo, cerrei os dentes. Queria chorar e não conseguia. E parti a correr pelas ruas. Por fim, cansei-me. Continuei a andar na noite, pelas ruas iluminadas. E vi desfilar as imagens. Estava vazio e, no entanto, tantas recordações. Não sentia nada, e apenas via as ruas iluminadas, as montras, os jardins.
Acabei por me cansar, de madrugada tive um sonho esquecido.

Percorro as ruas à noite, os bares escondidos, à espera de encontrar um actor “louco e chato”. De saborear mentira inocente transformada em verdade ideal. E há anos que nada disso acontece. É verdade que há sujeitos ao fundo do balcão, mal vestidos, a beber cerveja... mas nenhum que venha e pergunte se sou novo aqui... As pessoas continuam a rir como dantes, todos os dias vejo as mesmas caras, e se me perguntarem se gosto desta gente digo-te que não as conheço ainda... e olho-os na esperança que venha algum deles e que lhe possa dizer, como a raposa de “ O principezinho”:
- Por favor cativa-me.

Acordei, tinha parado de chover, lá fora ouviam-se as gotas mais tímidas ainda a cair dos telhados, fazendo um tic-tac na soleira do chão, como quem diz o tempo da vida continua, por segundos parei o tempo e pensei, mais um dia irá começar e neste dia eu também irei pisar o palco, todos nós iremos ser actores, uns conscientes da sua representação, outros ainda sem saber bem qual seu papel, uns outros instintivamente representando sem saber que o fazem e outros ainda que perderam o seu guião....

Foto de Henrique Fernandes

NUDEZ DO SENTIR

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Sob a luz de um desejo
Sou vestígio de paixão
Afronto carência de um beijo
Emissário de emoção

Exponho a nudez do meu sentir
Numa solene bondade
No meu exaltado existir
Sou princípio de verdade

Desconheço o satisfeito
Nem o som da paz
Renasço do maior defeito
Dum homem que foi rapaz

Desperto a mente
Sobreposta na vida real
Aumento o ser de ser gente
Numa quimera brutal

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