Superfície

Foto de João Victor Tavares Sampaio

Setembro – Capítulo 4

Engolidores, mais escravos que os escravos. Esse nome foi dado para seres de sangue quente, na sua maioria, que não se opuseram a dominação total de sua espécie e aceitaram seu destino de submissão. Os seviciados levam esse infeliz adjetivo, como uma marca indelével de sua covardia e pavor. Se forem coitados, pouco importa. Os engolidores são ao mesmo tempo vitais e descartáveis.
_____________________________________________________

- Sou sua amiga. Confie. Vamos sair daqui. Venha comigo.

A voz me era familiar, como se já a conhecesse. Os gestos eram familiares, os jeitos e trejeitos, a aura que emanava do corpo, seus olhos alaranjados e incomuns tão convencionais ao meu admirar. Ela era fria, brisa gélida que suspirava os meus lábios ao seu beijo. Sabia quem era, por milésimos, sem certeza. Mas sabia ainda que sem saber.

- Sim. Obedeço.

Eu estava sendo heróico e lamentável naquele ato.
_____________________________________________________

A senhora que me resgatara do cativeiro tinha as chaves para a saída da prisão com a qual eu me acostumara a suportar. Ela carregava apenas a si mesma, enquanto eu transportava anos de humilhação e resignação. Num silêncio que não escondia o sorriso do despertar para um sonho, eu subia para nuvens depois de um infernal período de insatisfação. Eu exultava, exorcizava o demônio do temor, até sermos cercados.

- Então vai fugir...?

O Luís Maurício nos olhava com um misto de nojo e tara.

- Não vou fugir. Você nos expulsou.

- Como assim, os expulsei? Eu te expulsei, mas não ao escravo.

- Pode ficar com esse lixo, só o trouxe para sacrificar em meu lugar.

Eu estremecia de rancor.

- Cínica. Você é tão covarde como esse traste.

- Não, eu aprendi a ser sórdida contigo.

- Não estou nem aí. Pode ir embora, agora você vale a mesma ninharia que os engolidores. Lá fora, sua corja é repudiada. Você vai ser relegada ao gueto, e isso se preferir não morrer. Seu destino está maculado. Sua sina é passar fome, é ter a necessidade e não saciá-la, é ser linchada e escarrada por não ser mais do nosso convívio. Será lembrada como louca e perdida, e isso se mencionarem seu nome. Diga adeus a sua vida, chegou sua hora.

Dona Clarisse calou-se. Pela primeira vez algo que ela não queria lhe descia pela garganta.

- Dimas, não deixe que ele me toque.

Ela saiu correndo à minha frente e largou-me aos chutes do meu cruel superior.
_____________________________________________________

A porta não fora fechada. Em fúria, meu chefe me espancava e extravasava os nervos que lhe explodiam. Mas desta vez eu não me encolhi. Tentei um primeiro revide, do chão com um pontapé. Ele nada sentiu e de cima pisou meu rosto. Tentei mordê-lo. Ele golpeou meus dentes com os cadarços que o sobravam. Uma alavanca rasteira o derrubou. Acertei seu olho esquerdo. Descobri que meu patrão também sentia dor. Arrastei-me até uma foice, estávamos no jardim da residência, agora florida de uma irônica primavera. Ele pisou minhas mãos. Com um puxão escorregou, estatelado junto à lâmina. Ele dedilhou o cabo da agora arma. Sorriu e hesitou na sua vitória iminente. Subi sob suas costas, o acotovelei e esfreguei sua face no solo. Enfim a foice era minha. Enfim eu tinha a possibilidade de matá-lo. Mas era mais prático arrancar seu braço. Foi o que fiz.
_____________________________________________________

O Luís Maurício uivava e alguns perceberam indo ao seu socorro. Dona Clarisse era linchada. Eu corria para não ser encontrado em direção ao meu desconhecido gueto. Eu me esgueirei enquanto os brados procuravam seu culpado. O pânico tomava as então plácidas alamedas dos dominantes. Vinha a tona todo o furor selvagem sufocado pela supremacia instalada na nossa realidade. Um embevecido decidiu tacar fogo na cidade incontrolada, para solucionar pela facilidade. Acabou piorando o caos. Os seres, tomados e extasiados, puseram-se a brigar entre si. Tudo estava por ser quebrado. Um instinto me indicava o caminho do tal gueto, o intocado e tranquilizado gueto. Não havia paralisia que diminuísse meu ímpeto. Tudo estava por ser destruído. Uma toca me escorregou sem que eu quisesse. Mas eu sabia que estava seguro. As mãos que me sugaram da superfície eram trêmulas e vibrantes. Eram mãos quentes, que até ardiam as minhas canelas. Nessa escuridão me vi logo inconsciente.
_____________________________________________________

Uma humilde vela acendia. Vi cenhos me pedirem senhas. Nenhum código me ocorreu. O que parecia o chefe deles pediu a palavra por possuí-la de verdade. De fato era o líder em seu nome celebrado.

- Não nos conhece, irmão, mas o acolheremos. Prove que merece nossa confiança e não será incomodado. Agora você está conosco. Discipline-se, e encontrará sua glória

Eu um milésimo me converti ao seu comando.

Foto de Allan Dayvidson

TRAÇOS

"A vida sempre segue e tudo que podemos ser é gratos..."

TRAÇOS
-Allan Dayvidson-

Eu era destroços...
Escombros e escombros sobre os ombros, preso até os ossos.
Mas, de repente, me encontrei a salvo entre seus braços
E só pulsava e pulsava e pulsava seu coração
do interior de seu peito até a superfície daquele abraço.
E eu chorava e sorria e chorava:
“o que faço...
quando o mundo levar de mim até seus traços
naqueles esboços que sem esforço você fazia do meu rosto...
sempre sorridente?”

Ei, você aí do outro lado!
Senti tanto sua falta hoje cedo.
Mas não se preocupe, tudo dará certo.
Seria bom se estivesse por perto,
Mas onde quer que esteja,
Obrigado...
E boa noite!

Sei que o tempo passa, me pega e me leva para outros tempos
E que isso tudo é apenas uma fase, mais um contratempo.
e um dia, vou acordar e bocejar e seguir...
Mas sei que leva tempo e o tempo não pára,
e nem tudo é possível...
Só deixe-me dar mais uma olhada para esse céu
E querer e pedir e implorar,
Dizer só para mim mesmo o indizível:
“Como eu gostaria de tentar!”

Ei, você aí do outro mundo!
Tive um dia daqueles hoje,
E as palavras fogem de mim essa noite.
Então, se eu não for capaz de dizer tudo,
Sabia que, no fim, o que quero dizer é:
Obrigado...
E boa sorte!

Não sei o que teria sido de mim sem seus lenços de papel,
Sem você ali... para me interromper com um sorriso,
Sem seus esboços, seus traços, seus braços...
Então, preste atenção, você aí do outro lado,
Aqui vai meu amor em uma única linha:
“Muito obrigado”.

Foto de Rute Mesquita

A Cinco Pontas Dos Pés

Sinto que carrego correntes… pesos que se arrastam no chão. Oiço um rugir perseguidor. Um perseguidor tão pontual e assíduo quanto a minha própria sombra. Ainda não sei bem o que se passa à minha volta, ainda está tudo tão turvo… e eu sinto-me carregada de culpa, de arrependimento, de tristeza, de exaustão e de ódio por sentir tudo isto…
As coisas à minha volta estão a começar a compor-se, talvez deva continuar a desabafar…
Estou cansada, de tanto cair, estou cansada de olhar em redor e nada ver… estou farta de ouvir as minhas próprias lamurias, estou farta… neste momento só me apetece ter um tempo para mim. Preciso de travar mais uma guerra dentro de mim, aquela voz destabilizante não pára de querer medir forças comigo. Não me vou deixar vencer e é por isso que preciso deste tempo para mim, para que esta voz não venha como uma onda gigante e me leve este meu castelo que com tanto carinho construi.
De repente, uma súbita mudança surgiu, deixei de ver… mas, transpareci calma… não sei porquê mas, tinha confiança no destino e por isso passei neste primeiro teste, penso.
Sinto os meus cabelos a bailar com o vento. O meu corpo elegeu-se mais ou menos um palmo da superfície e flutua… não sei ao certo se deveria ansiar ou até implorar pelo chão, só sei que não o farei pois sinto-me leve como uma pena que voa aos sopros de brisas suaves. Recorda-me aqueles sonhos em que parece que a minha cama é um teletransporte.
Não vejo… mas, mesmo que visse iria fechar os meus olhos. Começo aos poucos a perceber esta viagem.
Cheira-me a sal, oiço o mar e nem preciso na areia tocar para saber que estou algures numa praia. O som das ondas diz-me que está maré baixa pois rebentam umas atrás das outras arrastando sal e humedecendo os pigmentos de areia que alcança. É como se as ondas beijassem constantemente a areia e a puxassem cada vez mais para si.

- ‘Serão amantes?’, pergunto e ao escutar a minha voz surpreendo-me com a minha pergunta, pois nunca tinha pensado assim.

Os meus pensamentos voltaram e pesam por isso, a gravidade actua novamente e pousa-me naquela areia. Acontece num processo tão lento que sinto que comecei por tocar a areia e agora entranho-me na mesma como se neste momento fizesse parte desta.
A minha visão, continua ausente mas, vejo um clarão de tons que vai desde a gama dos amarelos até aos laranjas mais avermelhados que me faz perceber que um calor se afoga naquele mar, dando lugar a uma outra gama de cores, cores que vão desde os violetas mais azulados aos verdes mais acastanhados. Julgo que seja o pôr-do-sol e que daqui por uns minutos se dê o erguer da lua.
E mais uma vez me surpreendo com o meu raciocínio, nunca tinha visto as coisas desta maneira tão sensível. Talvez por ter tido sempre a visão da ‘realidade’ facilitada e por isso nunca tivesse dado valor, penso.
Nisto, o mar agora beija os meus pés, como se me convidasse para entrar… mas, vou aguardar sentada de joelhos encostados ao peito e com os meus braços sobre os mesmos, pois uma brisa fria em breve virá arrepiar-me.
A lua já se ergueu, as cores que ‘vejo’ mudaram como, tão bem pensei que fosse acontecer. Um arrepio percorre a minha espinha, aquele arrepio por que já esperava mas, que não deixou de distorcer o meu corpo e fazer levantar todos os meus pêlos.
Os meus cabelos, agora mais que nunca parecem sem direcção, uns atravessam-se à frente minha face.

-‘Tenho que me mover, senão irei congelar’, disse para mim. E sentei-me de uma forma mais descontraída enquanto mexia na areia.
Imaginava a minha mão como uma ampulheta que com imensos grãos na minha mão suspensa no ar, decidia faze-los juntar-se aos outros seguindo uma constante, o tempo… e foi então que outro raciocínio inesperado da minha boca se soltou:

-‘Se encher a minha mão de areia e por uma abertura constante, a deixar cair e enquanto isso for contando os segundos até sentir a minha mão sem nada consigo perceber quanto tempo tem uma mão de areia, com aquela abertura de raio fixo e àquela distância do solo’.
Assim, percebo rapidamente que o tempo varia com dois factores, com o diâmetro do buraco que deixo, por onde a areia irá soltar-se e com a altura a que tenho a minha mão do solo arenoso, percebo que se me puser de pé a areia demora mais tempo a juntar-se àquele solo arenoso do que se eu estiver sentada. Após a experiencia dou por mim boquiaberta envolvida numa brincadeira de pensares, como se unisse uns pontos aos outros e no fim os justificasse com a experiencia.

-‘Deveria perguntar-me o que se passa? De onde surgem estes raciocínios? Porquê? Se ainda agora começo a descobrir os tais pontos, se ainda terei de uni-los e acabar com a sua comprovação que provém da experiencia?’

Sinto algo musculoso e texturado agarrado ao meu pé direito. Volto a sentar-me e pego naquele músculo e começo por tentar perceber a sua forma, percorrendo as minhas mãos pelo mesmo.
- ‘É uma estrela-do-mar!’, exclamei. E dou por mim a falar com esta estrelinha pela qual baptizei de cinco pontas dos pés.
- ‘Tens tantas pontas quanto os dedos que eu tenho nos pés e nas mãos. Não preciso saber a tua cor, pois para mim já és a Cinco Pontas Dos Pés mais bela que conheci.’ Confessava-lhe.
-‘O que te trás por cá minha Estrela? Bom, não interessa se aqui estás, é porque certamente fazes parte desta minha viagem e simbolizas algo na mesma, quem sabe sejas um daqueles pontos que terei de unir.’ Contava-lhe mas, discutindo comigo mesma.
-‘Sabes querida Estrela, esta viagem começou por ser um refúgio… passou a ser uma viagem de sensações, depois uma viagem rica em sensibilidades das coisas mais simples que agora vejo que são as mais belas e agora, encontro-te a ti, uma amiga como se adivinhasses que aguardava inquieta por contar tudo isto a alguém. Espera… é isso!’

Pousei a Cinco Pontas Dos Pés naquele meu pé que um tempo atrás se havia agarrado e comecei a unir os pontos.

-‘Vim num transtorno de estado de espírito, numa revolta por nada ver a minha volta e fiquei sem visão. Recordo-me que vinha carregada e que me sentia perseguida enquanto arrastava umas correntes e tudo desapareceu, eu elegi-me cerca de um palmo do chão e senti-me livre, leve como uma pena. Lembro-me também que procurava um tempo só para mim e vim parar a uma praia deserta. Depois aqueles meus raciocínios e olhares às coisas mais simples mas, que jamais em tempo algum lhes tinha dado tal valor. Desde aquele pensamento de o mar e a areia serem amantes, o pôr-do-sol e o eleger da lua, o arrepio e à pouco sobre os grãos de areia. E por fim, apareceste tu, claro! Vieste para eu me ouvir, a mim mesma e assim unir estes pontos.'
E continuei o meu discurso:

-'E com esta viagem, aprendi uma grande lição, que ao invés de me deixar domar pelas minhas lamúrias deveria confronta-las como sendo o que não são, belas e assim elas ficarão belas, porque assim as olho e quero que sejam. Isto de uma forma inteligente.
Aprendi que a beleza no Mundo está em todo o lugar, nas mais pequenas coisas encontramos o nosso mais sensível, o nosso mais profundo sentimento e assim afirmamos a nossa humanidade.
Aprendi que um amigo nos aconselha, nos apoia mas, que sobre tudo nos ouve, como tu minha amiga, Cinco Pontas Dos Pés que pouco precisaste dizer pois fizeste com que me ouvisse a mim mesma e chegasse onde cheguei.
Aprendi (…) a minha visão voltou!’

Está tudo turvo, sinto-me a regressar ao sítio de partida… e imploro:
-‘Estrela, estrela! Não largues o meu pé! Vens comigo!’

Estou de regresso e como me sinto bem, estou radiante de felicidade e tudo o que carrego agora comigo é paixão, paixão por toda a beleza que me rodeia e admiração, por esta experiencia que jamais esquecerei. Os meus olhos brilham, como duas pérolas, o meu rosto está iluminado como se uma auréola pairasse sob a minha cabeça. Estou vestida de branco e de sapatos e só penso ‘a minha Estrela!’. Descalço-me e não a encontro, dispo a camisa, as calças e o casaco e nada, não a vejo em lado nenhum… sento-me agrupada e lágrimas escorrem pelo meu rosto e quando já quase me sentia preparada para repetir a viagem vejo algo a mexer-se no meu casaco e qual é o meu espanto quando vejo a Cinco Pontas Dos Pés?! Que encantamento!

-‘Eu sabia que eras bela, minha Estrela, bela como aquele pôr-do-sol e ainda bem que vieste comigo pois serás sempre a minha melhor amiga e serás tu quem irá manter aquela experiencia sempre viva!’

Foto de Ilusionista

De sexta a terça...

Sexta feira ficamos juntos, foi lindo!
Naquele mesmo dia,
Conversamos, e tudo parecia normal.
Depois disso, quem diria?
Acabou-se o já saudoso período floral.
Ela não apareceu
E sofri calado, por antecipação.
Coisas de alguém como eu,
Um demodê, que ainda sofre de paixão.
Só que com qualquer coisa de mágica,
Ela me apareceu com o poder de me fazer sentir.
Eu disse: - tenho saudades!-
Ela respondeu: - não tenho tempo, tenho que ir. -
Ela vai, e dor me invade
Fazendo novamente tudo se desflorir.
Não sei mais o que fazer
Pra esquecer tudo isso.
Não sei mais o que dizer,
Se sofrer é um vício.
Eu sabia que não iria muito longe,
Só que bem lá no fundo.
Pois minha superfície era amor
E o amor era meu mundo.
Quanto mais eu tinha certeza do fim,
Mais eu insistia.
Talvez por ser carente
Cada vez mais eu me abria
Preciso de alguém pra ser alguém.
Eu preciso dela, e ela de ninguém.
Uma vez eu disse
- Estou apaixonado por você,
Porém, seus pensamentos vão mudar
E vai me fazer sofrer -
Mas não consigo aprender comigo a ensinar
Sozinho, eu não aprendo...
E logo eu, que agradeci tanto
Por estar tudo dando certo,
Me encontro neste recanto
Por não te sentir mais por perto.

Eu vejo meu pequeno e ilusório castelo
Desmoronando sobre tudo que zelo
Se tornando ruínas sobre o que já foi belo
Meu amor se foi, e é isso que tenho a dizer.
E o pior que ainda é terça...

Foto de juliana assis

Paixão ao amor

Sei que não sou perfeita
Mas tento ser a mulher dos seus sonhos
Desejei você ao meu Deus
A qual ao meu desejo me concedeu
No seu olhar
Enxerguei que poderia amar
Pois nele estava o amor a qual sempre procurei
Certo dia cansei de procurar,
E guardei meu amor lá no fundinho
Bem escondidinho
Na superfície ficou o medo, a tristeza
Alegrias passageiras
Quando me dei por conta eu já havia sido achada
Por alguém que há tanto tempo procurava
Tudo foi tão rápido e de repente
A paixão foi bem passageira
Pois o amor florescia constantemente
Me assustei , me desesperei
Que amor é esse me pulsa dentro da gente
Jamais sentiria algum assim por outro alguém
Quando estou com você não me lembro o que passou
Apenas me lembro que uma nova historia de amor recomeçou
Minha personalidade espontânea define quem eu sou
Peço-te desculpas se um dia te magoou
Mas pra que se preocupar se com o amor
Tudo pode mudar.
De uma coisa tenho plena certeza
Que por mais que as lembranças insistem voltar
Sei que o futuro ainda não foi escrito tudo pode mudar
E nos seus braços é onde desejo ficar.

Foto de Shyko Ventura

7º Concurso Literário - As faces do Amor " CIRRUS... CUMULONIMBUS... "

...

" Delicada no aspecto sedoso,
Branca, porém difícil alcança-la
Por permanecer distante, elevada,
Cirrus,
De microscópicos cristais, mas,
De gêlo é constituída;
Que seja em forma de véu,
Quase transparente,
Fina e esbranquiçada,
Mas que não oculta o Sol, a Lua,
Tornando-os, do brilho, o Halo,
Uma Cirrostratus;
Mas que por ora, apresenta-se,
De padrão regular e agrupada,
Indicando turbulência, ou, causando-a
A Cirrocumulus;
Já distante, mas com contornos bem definidos,
Aproxima-se mais, com sinais de bom tempo,
E assim faz,
E assim é, Cumulus;
Mas, quando desce do seu nível,
Formando-se pesada e cinzenta,
Escurecendo o dia,
Se guardando de pedras,
E delas se armando,
Para ferir o solo,
Interferir aos pingos,
Interpondo-se aos raios de Sol,
Agredindo assim, a superfície das folhas,
E transformando a todos com suas tempestades,
A Cumulonimbus,
Feroz em sí, e pelo seu instinto, tempestua,
Ao ver que longe está de alcançar,
Ou simplesmente ser, uma Cirrus."

___________________by Shyko210111.
(www.shykoventura.zip.net)

Foto de Nailde Barreto

"A ESSÊNCIA DA SUA ALMA"!!!

****
****
****
****
Respirar o doce perfume dos teus cabelos;
Tocar a superfície macia e lisa da sua pele;
Ouvir o singelo e inesquecível som do seu sorriso;
Olhar para dentro de mim e te encontrar;
Sentir a essência da sua alma;
Descobrir que não sou completo sem ti;
Chorar por tê-la deixado ir;
Desejar que volte pra mim;
Viver para te amar;
Poder, enfim, reencontrar-me em seus braços...

Nailde Barreto e B.C
13/12/10

Foto de Wilson Numa

O sofrimento que o amor causa

Para que serve o amor?
Por vezes só para sofrer
Quando o temos nos deixamos perder
Quando acaba temos o desejo de morrer

Será melhor amar uma coisa que nos emociona?
Ou um ser humano que nos decepciona?
Depende do que se pretende
Porque de quem você ama você entende

Com o amor o mundo é alegre
Mas sem amor é uma tristeza
E lutamos para esquecer todos os momentos
Que com ele tivera vivido

Como uma cria sem a progenitora
Assim me sinto depois de perder o meu amor
Tento levantar, mas é difícil
Como se estivesse no fundo do oceano
E não chegasse a superfície
Eis que perdi as forças mas nunca
A vontade de voltar a amar.

Foto de Sharise Meirelles

Êxtase

As coisas ditas,
Os segredos guardados,
Os planos feitos e as nossas coisas,
As coisas que nunca dividimos com ninguém.
O gosto do teu beijo ainda corrói meu sangue,
Deixa-o impuro, incapaz de se defender de algo tão forte.
E faz meu coração pulsar mais forte cada vez que teu cheiro cruza meu caminho
E me faz perder a rota do certo,
E balanço na linha imaginária do certo e do errado.
Preparando-me para cair de braços abertos no inferno onde você me deixa quando retorna.
E sempre, que retorna são os mesmos sintomas doentios,
Alucinações, ilusões e projeções de um futuro que obviamente jamias virá.
Não por minha decisão, mas pela falta de coragem que tinge o coração de quem eu amo.
E me deixa lá, perdida, sem poder voltar a superfície,
Para nadar pra longe do fogo em que você me envolve simultaneamente por medo de se arrepender depois,
Por medo de descobrir o que é amar...
E acima de tudo, por vergonha de ter que retirar tudo de mau que um dia foi dito sobre mim.
E assim me deixa lá, como um step.
Que me usa como uma reserva de forças guardada especialmente para você,
Onde você se recarrega, se alimenta e se refaz.
Quando sente que seu coração aperta e diminui
Quando permite que ele sinta a minha falta.
Quando o deixa demonstrara saudade que ele emite por não me ter.
Quando ele fizer você perceber que o meu amor é o teu refúgio, e que por isso, é sempre a ele que você recorre.
Portanto, lá você me mantém prisioneira, no calor dos teus braços.
Queimando no teu fogo.
O fogo que eu odeio, por amar tanto.
O veneno mais corrosivo e delicioso de todos os tempos.
O mais doce gosto de veneno, que causa êxtase em todo o meu ser.
O êxtase, que o teu amor venenoso produz em mim.

Foto de Carmen Vervloet

ALÉM DO HORIZONTE

A tinta anil que escorre ante meu longo olhar,
E faz meus olhos navegarem em sonhos doces
E abre na alma um lago prateado de luar
Que é tranquilo... como a paz que ele trouxe!

E como se fosse flor vou desfolhando o luar
Colhendo estrelas que dançam ao redor da lua
Eu vou estendendo mais e mais meu olhar
Até aonde o branco faz seu domínio e se perpetua...

Meus olhos se perdem nesta superfície nua
Que mais e mais minha limitação acentua
E sobre seu vazio eu encontro a sábia verdade
Que me faz entender o limite da humanidade.

E uma voz então me diz em tom nítido e forte:
Deus te presenteou com esplendorosa natureza,
Mas além do horizonte só existe a inevitável morte
Tu és apenas um inquilino de toda esta beleza!

Além do horizonte Deus guarda suas melhores surpresas!

Carmen Vervloet

Páginas

Subscrever Superfície

anadolu yakası escort

bursa escort görükle escort bayan

bursa escort görükle escort

güvenilir bahis siteleri canlı bahis siteleri kaçak iddaa siteleri kaçak iddaa kaçak bahis siteleri perabet

görükle escort bursa eskort bayanlar bursa eskort bursa vip escort bursa elit escort escort vip escort alanya escort bayan antalya escort bayan bodrum escort

alanya transfer
alanya transfer
bursa kanalizasyon açma