Tempo

Foto de JGMOREIRA

CÂNTICOS

CÂNTICOS

És bela, Amada pela minha alma
Como o sol afastando a madrugada.
Teus olhos são frescas paragens
Abrigando os meus da vida voragem.

Teus lábios são fontes murmurantes
Que matam a sede dos meus, ofegantes
Beija-me e embriaga meu coração
Com o licor da tua boca em profusão.

Formosa és entre as mais belas
Reconheço-te entre todas elas;
estando entre mil, quando passas
meu coração desperta e dispara.

Passa o tempo; muda a estação.
A natureza doa flores em admiração.
Teus seios são taças macias
Que me saciarão ao findar o dia.

Tua pele agradável como o linho
Tua cor deslumbra o peregrino
Abundante é o mel que alivia
Que sorvo desejoso da tua delícia.

Tua palavra doce acalanta
Tua voz é flauta que encanta
Ergo-me mais homem a cada dia
Que teus amores são puros, amada minha

Quisera fosses minha irmã, amada
Para desde antes termos as mãos dadas
Desde o primeiro dia da tua vida
Estarias entre meus braços protegida

A mão esquerda te apoiaria a cabeça
Para que te abraçasse a direita
Envolvendo teu corpo nos braços meus
Sou um homem que chega a Deus.

Deleito-me ao ver-te preparando o leito
Perfumando-o com aromas perfeitos
Para transformar a noite do nosso amor
Em palácio de ouro, puro esplendor.

Teu ventre é obra de mão apaixonada
Tuas pernas duas torres cinzeladas
Que guardam arca de rico tesouro
Que será entregue ao amado venturoso

Vem, amada minha, apressa teu passo
Que minha alma ressente-se sem teu abraço.
Acolhe-me em teu colo e apascenta
Ouve a melodia do coração na tua presença.

Amada minha, amiga fiel, irmã querida
Aceita o presente dos meus dias de vida
Afasta de mim os males da alma dos tristes
Salva-me com o amor que só em ti existe.

Sela meu coração com teus lábios
Ampara-me quando, triste, caio.
Leva-me ao leito que preparastes
Para com teu amor o desfrutasse.

És a flor banhada pelo orvalho
Quando ouço tua voz me calo
Música encantando a cotovia
Esta mulher, amada da alma minha.

Foto de JGMOREIRA

AMOR E PAIXÃO

AMOR E PAIXÃO
(aulas)

O amor nada perdoa nunca
nada releva.
Não contém o carinho,
este é um dos seus sintomas.
Ele é tão metódico
que aninha em seus escaninhos
cada fala franca (que magoa)
cada gesto espontâneo (que fere)
como se fossem documentos
que devam ser apresentados
ao escrivão-chefe para o livro de tombo.

O amor anota no diário
cada falta do amor.
O amor é o estudante atento às aulas
que não faz o dever de casa
que se nega a aprender no dia-a-dia
as lições que cairão na prova do novo amor
Quando repete o ano
o amor acha tedioso, enfadonho
e repete ano de novo
mesmo mudando o professor.

Ao amor que nada esquece, a paixão.
Essa sucessão de portas que se abrem
de memórias saudosas
lembranças sutis e violentas.
A paixão, aluno gazeteiro
que não aprendeu e não quer
que doa tudo de uma vez por todas.
Onda violenta que remexe
o lodo no fundo da baía serena
deixando ver o podre do belo.

Ao amor que nada esquece,
a paixão que nada lembra.
O amor tem memória de elefante,
a paixão, suas patas e o marfim.
O amor repousa, terno, a cabeça
após exigir do amor o cetim e a seda.
A paixão não deixa dormir
ignorando a aspereza.

Chega o momento em que se diz
'te amo para sempre'
perdendo-se no tempo
a paixão.
É quando o amante olha atrás
lamentando ter faltado às aulas
não ter feito o dever de casa
não aprender a lição.

Foto de JGMOREIRA

AFEIÇÃO

AFEIÇÃO

Fecha meus olhos
faz esquecer o tempo
Beija-me um pouco
afaga a alma inquieta

aceita meu corpo desesperado
por uma mão de afago
por um vinho suave tinto
uma voz, um timbre, algum riso

aceita meu corpo
fecha os olhos com beijo
não afligirá o desejo
O que acolhes é medida do medo

medo que acostuma os sozinhos
mas não deveria o só se calar
Houve minha voz quase triste
fazendo de conta que existes

assim passa o tempo
assim acaba o dia
Iludo-me que vivo
na casa vazia

sei que não deveria
mas cedo à vida o dia
melhor que amor não tê-lo
é sonhar sem sabê-lo

a aragem do teu hálito
alivia o calor que sinto
mais que amar na voragem
é amar e sentir o amor vindo

as coisas são como são
o amor é como é
não há como evitar a condição
o homem é da mulher

descansa tua mão
das farpas do coração
que sangram a pele amada
em juras de sangue, ciganada.

Foto de JGMOREIRA

A FALTA

A FALTA

A falta que amo
Adormece em nácar
Desperta sob marfins.
A falta hedionda que mata
Dorme ao meu lado, impune.
Incólume, na distância do
Meu desejo.
Pela minha falta de ti
Calculo tua falta de mim
E morro pensando que morres
Da minha saudade de ti.

A falta que amo tanto
Sussurra seu nome nas conversas
Dos amigos; abraça-me
No vazio do abrigo.
A falta, que é tanta
Cavalga-me em leitos em cio
Sob o som de mil chicotes
Em noites de trêmulo pavio.
Noites a fio.

Desafio a falta que não sei se me ama
Na minha falta, que ama.
Desejo-a em todas as minhas palavras,
No leito imenso dos solteiros.
Sob edredons em desalinho
Na feiúra do linho,
Quando penso na blusa
Da sua pele morena
Me abraço sozinho
Desespero solitário.

Ardo em outros corpos
Bebo outras bocas
Aceito palavras
Mas não perco o senso
Que reside na falta
Que amo.

Topométrico, meço minhas subidas e descidas.
Faço mil cálculos sem obter a medida
Exata da falta
Que não sei se me ama.

Assalto mil castelos
Atravesso os inimigos
Com a espada do silencio.
Lanceio meus amigos
Com desejo enorme da falta,
De tão imenso.

Ela ressona em azuis
Cavoucando meu abismo.
Conduzo meus demônios e archanjos
Para o pasto verdiço
Como fora apascentar
O desejo da falta que angustio.

A falta retoma a jornada dos anos.
Prossegue comigo, massacrando-me,
Desfazendo cada carapaça, armadura
Da sua longa pele moura
Renasce meu desejo infinito.

A falta me rouba o tempo,
A respiração, o sono, o amor.
Ela levou o amor.
O amor foi, cordeiro,
Ao chamado da falta.
Correu ao seu encontro
Como se ela fosse a presença
Que ama. E não falta.

O que ama a falta, soluça
Na pele escura da blusa
Da falta obscena.
O homem acena à falta
Que não ama: recusa
O que ama na falta da cor
Além da bruma, blusa,
Que nem sei se ela usa.

Foto de JGMOREIRA

A DOR CONFESSADA

A DOR CONFESSADA

As palavras são de todos
Que o poema não é meu
Mas a dor, essa tristeza
Somente a mim pertencem

Uma solidão que escraviza
Escrita em esperanto
Para um amor sem esperanças
Que ainda exala seus encantos

Nas ruas, sou o branco no negro
Grão de areia no deserto de Gobi
Apátrida sem eira que espera do céu
Quem fale sua língua e o console

A casa tornou-se sarcófago
Onde se conserva o corpo
De quem há muito está morto
Aguardando futuro próspero

Essa coisa que me toma e leva ao céu
É pleno sofrimento de um desejo
Que não me tomba, não me descarna
Mas tolhe minha vista com seu véu.

Um amor que me tirou a razão, a vida
Que me roubou as sensações
Transformou-me em cousa insípida
Que não sabe expressar as emoções

O riso difícil, o rosto de pedra
A palavra escassa, a eterna espera
As mãos de estivador, ombros rochosos
Apenas para fazer frente ao que o espera

Um homem forjado no breu
Ferido de morte que sobreviveu
Que devastou seus inimigos
Deliciou-se com perigos

No intento de morrer de uma vez
Foi sobrevivendo a cada golpe
Como se o amor fosse torturador
Para mantê-lo vivo sob seu chicote

Com o tempo desesperado passando
As esperanças acenando mãos tristes
Tornou-se objeto inventado dos sonhos
que tivera de um amor que ao tempo resiste

As letras a todos pertencem
Que o poema não tem dono
Mas a dor, a esse direito eu reclamo
Que ela é minha; não a abandono

Não poderia viver no mundo dos felizes
Não caberia no espaço dos civilizados
Não teria lugar para mim na alegria
Que meu coração foi do corpo separado

O que minha mão escreve
O corpo desconhece.
As palavras que confesso
Minha vida não esquece.

Essa tristeza sem igual, sem propósito
Essa imagem que guardo de ti
Esse desespero para que chegue o fim
E finde o amor por quem não mora em mim.

Foto de Edson Milton Ribeiro Paes

PORTO ALEGRE.

PORTO ALEGRE

Neste rincão de povo tão bonito...
A terra é fértil e o clima é ameno...
A amizade predomina e inibe os conflitos...
E o amor é por demais verdadeiro!!!

Belas vivendas a beira do rio...
Com plantações feitas no mais fino trato...
Não há lugar para coração vazio...
A tristeza aqui não tem mais espaço.!!!

Grandes apostas na bela juventude...
Que desponta a pleno vapor...
Em pouco tempo mostrarão suas virtudes...
São vencedores em pleno vigor!!!

Não é a toa que recebeu esse nome...
Este lindo povo tem motivos para sorrir...
Não há distinção entre mulheres ou homens...
Estão aqui com o prazer de nos servir!!!

Foto de Edson Milton Ribeiro Paes

INTOLERANCIA.

INTOLERANCIA

De gestos agressivos ...
E conduta inconveniente ...
Entrastes neste recinto ...
Como se eu não estivesse presente !!!

Ignorando as pessoas ...
Nossa vida desfraldou ...
Desfilando como rainha ...
Sua intolerância demonstrou !!!

E já na hora de ir embora ...
Ao invés de se desculpar ...
Ainda me colocou pra fora ...
Querendo me humilhar !!!

Mas sabes que em pouco tempo ...
Seu reinado vai acabar ...
Por isso estas desesperada ...
Não da mais tempo para consertar !!!

Foto de Edson Milton Ribeiro Paes

TEMPO.

TEMPO

ESSE IRMÃO CONSELHEIRO...
DOTADO DE ESPAÇOS E MOMENTOS...
QUANDO FALA, VOCE NÃO OUVE...
SÓ ENTENDES O AMIGO ESPELHO!!!

JURI, CONTA-GOTAS, AMPULHETA OU TRIBUNAL...
RELOGIO AFERIDO COM A HORA UNIVERSAL...
AMIGO OU INIMIGO, DEPENDE DO RESULTADO...
AFLIÇÃO OU ESPERANÇA, O IMPORTANTE É SER AMADO!!!

PASSAGEIRO OU CONDUTOR...
NÃO IMPORTA A FUNÇÃO...
VITIMAS DO AMOR...
SIGNATARIOS DO PERDÃO!!!

ESPAÇO PEQUENO OU GRANDE...
DEPENDE DA ESPECTATIVA...
RESULTADO FULMINANTE...
SOLIDARIO COM AS CONQUISTAS!!!

TEMPO É DINHEIRO...
TEMPO É DIVISÃO...
TEMPO É JUSTICEIRO...
TEMPO É ILUSÃO!!!

Foto de Edson Milton Ribeiro Paes

INTIMIDADES.

INTIMIDADES

OLHARES CARREGADOS DE CUMPLICIDADES...
POLARIZAÇÃO DE ODORES...
EXACERBAÇÃO DA VAIDADE...
EXPOSIÇÃO DE DESEJOS!!!

BEIJO, CARICIAS E GEMIDOS...
SUOR ,PREGUIÇA E SUSSURROS...
CANSAÇO ,AFLIÇÃO E EXTASE...
CALMARIA, RECOMEÇO, EXPLOSÃO!!!

INVESTIDAS, BUSCAS, E SATISFAÇÃO...
CONFIÇÃO, ELOQUENCIA, E ENTREGA...
PROMESSA, COBRANÇA E DOAÇÃO...
SEM TEMPO, SEM LOCAL, SEM REGRAS!!!

EU QUERO, TU QUERES, NÓS QUEREMOS...
EU GRITO, VOCE OUVE E ME IMITA...
EU VOU, VOCE VEM, NOS VENCEMOS...
CONSEGUIMOS...
EU TE ABRAÇO, VOCE ME ENVOLVE...
ISTO É VIDA!!!

Foto de Sirlei Passolongo

Quando a gente ama

Não importa o tempo
As barreiras...
O que vale é cada momento
Que estamos pertos
Que podemos nos ver

Ah! Quando a gente ama
Se chove lá fora...
Se faz sol
Se faz frio ou calor
Nada importa
Quando estamos do lado
do nosso amor

quando a gente ama
não envelhecemos um para o outro
a cada dia nos surpreendemos com
cada sorriso da pessoa amada
com cada gesto...

Quando a gente ama
o tempo não existe
a noite que imploramos
por não acabar, logo se vai
mas nosso amor aumenta a cada dia

porque quando a gente ama
o que importa é viver esse amor
não importa o mundo lá fora!

(Sirlei L. Passolongo)

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