Tempo

Caro Carlos Magno

Sua última carta era dessas que ou se responde imediatamente, na paixão da leitura, ou não se respondem nunca. Creio que optei pela segunda decisão, ou antes, que fui levado a ela. O certo é que li sua carta com um interesse danado, que a vivi intensamente, que tornei a lê-la muitas vezes, e que, apesar da distância em tempo e espaço, me senti acompanhando você na terrível e dolorosa descoberta do poema "Um dia Eterno". Não sei se você meditou bem no que escreveu sobre isto, mas considero sua carta muito mais importante do que qualquer poética ou tentativa de explicação e interpretação de poesia, dessas que os eruditos escrevem, escrevem... friamente. Impressionou-me ver você tateando no escuro, apalpando, procurando, monologando, sofrendo e ao mesmo se observando tão lúcido, desdobrado e ao mesmo tempo uno, que poder! Me perdoe se achei sua confissão admirável, certamente você não quis se dar para mim como espetáculo, nem eu senti isso, mas não posso deixar de manifestar a espécie de susto iluminado, de terror feroz, não sei bem, todas estas palavras parecem bestas, diante do itinerário do poema que você traçou. E você me pede opinião! Como posso dar opinião sobre aquilo que resultou de uma experiência tão pessoal e tão direta de você, cada palavra tendo surgido de uma necessidade ou uma circunstância específica de você, o poema todo sendo tão propriedade sua que.. A verdade é que acabo não podendo escolher entre as variantes, aceito todas as variantes, e você me ensina que é possível fazer um poema com diversas redações, todas rigorosamente legítimas, coisa em que eu não acreditava. Já vê você que abandono toda atitude crítica e só lhe confesso a emoção grande que me provocou esse episódio poético do "Um dia Eterno". E não considero esta carta resposta da sua, porque o gênero de coisas que ela acordou em mim não encontra expressão idônea nestas palavras que estou escrevendo.
Devolvo esta folha de caderno, embora quisesse ficar com ela; mas deve voltar ao caderno. Agora fico desejando que você me mande sempre coisas novas... Pelo menos quando puder mandar, e isso não o chatear muito. Obrigado pelas boas palavras sobre minha situação pessoal. Mas não há nada de escuro no céu, e vai-se vivendo, às vezes com gosto, às vezes enfezado. E tudo dá certo, enquanto há força no braço, vontade e sentimento cá dentro... Me sinto capaz de viver. Não uma grande vida, nem uma vida cheia, mas o meu pouco de vida tímida e inconformada, com desejo de fazer alguma coisa que não sei o que seja, mas que seja bom para os outros, isso eu vivo. E é bom saber, no momento indeciso, que a amizade de alguns poucos como você está vigiando e solidária. Adeus, Carlos.Dê notícias suas. O abraço forte do seu velho

Junior

PS:Esta carta Carlos Drummond de Andrade escreveu ao seu grande amigo Mário de Andrade quanto ao poema Reis dos Reis,mas faço minhas as palavras aqui descritas em homenagem ao grande poeta que a pouco tempo conheço... Mas me encanto a cada dia com suas expressões. Carlos Magno

Tu foste vezes sem conta meu, unicamente meu...E quando te liguei e te referiste a mim naquele tom terrivelmente devastador, desmoronei!Tudo o que tinhamos, resumido as lagrimas que choro hoje por ti.O que me corre pelo rosto, magoa me no coracao, do mesmo jeito que te magoei com palavras saidas e aterrorizadas pelo choque e incompreensao.
Talvez nao vas mais sorrir para mim. Talvez nao me perdoes jamais o que fiz,intencionalmente, creio eu! Meu Deus como tudo fora perfeito ate entao.Como e exclusivamente um segundo destroi anos de admiracao e carinho??!!Tenho de aceitar que talvez os teus labios, o teu corpo, o teu toque e a tua bela pessoa nao estejam destinados a percorrer a estrada em comum, os sonhos nossos partilhados pela esperanca da realizacao de um desejo que so corresponde a mim e que recusas honestamente e sem denaveios. Como posso justificar o inaceitavel? Obedecendo ao teu juizo? E se tiveres enganado o teu leito e desprezado a realidade que salta a vista ?
Ou serei eu que vivo e respiro o oxigenio da ilusao e me alimento do ser inexistente que calculei cegamente encontrar se em ti!? Sim, fazes me falta. FAz me falta a mentira em que eu vivia ate ao momento. Sinto, sim, saudade das juras falsas e consumistas em que me afoguei por ti. E se tudo isto `e o mundo em que me refugio ou o sonho que sonhei? Ou a infelicidade nunca entendida? Faz me falta as nossas conversas platonicas que regiam toda a vez que nos encontravamos. Nao, nao me faz falta o tempo que perdi por essa idiotica que julguei e `a qual chamei " amor ". Que raio de AMOR!
Parece que morreste, que me sinto como, se a morte a mim tambem me tivesse levado. Se calhar era mais facil, senao tivesse que ver te, se tivesses sido levado para o ceu e transformado, sei la, num passarinho azul que canta de madrugada belas cancoes de amor na minha janela, ou quem sabe um anjo que aguarda o mesmo infeliz destino que o teu...
Viver para te perder mesmo nao estando morta `e sobreviver sem querer e nao poder morrer para te ter em meu triste ser.
`E na imaginacao que te observo e percebo como so tu me fazias convencer que a vida `e uma prova `a qual obrigatoriamente temos de passar para nos sentirmos idealizados e alcansarmos a dita felicidade.
Eu idealizava me somente com a tua pessoa, com o teu sorriso, e mais que tudo, com a tua presenca...

Cristina Costa

Se amanha for tarde, meu amor, direi hoje então o que sinto e junto de ti permanecerei para sempre.
Mesmo que você não tenha de certa forma tomado atitudes para dizer que de certa forma,que sentia o mesmo por mim, não fico bravo ou magoado com você, mas me culpo por ser tão ingenuo e de não ter coragem de lhe dizer tudo que venho cultivando a muito tempo.
Luto contra mim todas as manhas, para não perceber que você esta por perto, mas eu não mando em mim, mas sim meu coração, e ele pede, suplica, para que você estivesse em meus braços, de modo que eu pudesse te mostrar o quanto és importante para mim, e o quanto você me faz o que hoje sou.
Uma pessoa cheias de defeitos, mas tambem qualidades em que uma delas sem duvida alguma, e poder ter a alegria de te-la dentro do meu coração.