Terra

Foto de ddi

De rosa para preto

O sol brilhava
Uma brisa de vez em quando passava
Uma nuvem por ali andava
Um ponto rosa também lá estava
Lá bem no cimo do céu, deitado na nuvem
A cantar, a sonhar, a sorrir, a viver...
Mas assim, de repente, muito de repente, sem ele se aperceber
Sem o sol se dar conta, sem a nuvem estar à espera
Ficou de noite..
Ficou o céu tão escuro
O vento tão frio
Foi tudo tão rapido...
Dias e dias se passaram
Semanas.. meses.. anos..
O sol nunca mais apareceu
Nunca mais se viu a luz do dia
Nunca mais se sentiu a leve brisa
Ninguém viu
Poucos perceberam
Poucos sentiram
Poucos ouviram
Que a noite nunca mais foi o dia
Que a lua nunca mais foi o sol
Que o vento nunca mais foi a brisa
E a nuvem ?
É agora a terra onde estou sentada
Com um caderno e um lápis
A contar-vos a história
Do ponto negro que outrora foi rosa...

Foto de Sirlei Passolongo

Dias de Chuva

.

Gosto dos dias de chuva...
Do cheiro da terra
Quando deságuam as primeiras nuvens...
Da dança das goteiras
Quando ultrapassam os beirais da casa.
Gosto das lembranças dos dias de chuva...
De correr de pés descalços na enxurrada,
Fechava os olhos sorrindo quando ouvia os trovões.
Depois, arremessava pedrinhas nas poças d’água
E inventava uma cachoeira...
Gosto dos dias de chuva...
Caindo mansa sobre o telhado
Como quem baila uma canção de amor.

(Sirlei L. Passolongo)

Direitos Reservados a Autora

.

Foto de Sonia Delsin

“ABANDONAR O CAMPO DE BATALHA?”

“ABANDONAR O CAMPO DE BATALHA?”

Muitos diriam.
Não só corram, como procurem voar.
Abandonar esta terra?
Vivemos uma guerra.

É irmão matando irmão.
É tanta judiação.
Pior que bala de canhão.

É pais matando filhos.
Filhos matando pais.

Cadê a paz?

Uma criança inocente morre por causa de uma bala perdida.
Qual o sentido da vida?

Se eu não acreditasse em algo maior procuraria as pontas entregar.
Do campo de batalha me retirar.

Mas...
Mas, estamos aqui para viver.
Para ver.
Para aprender.
Existem razões ocultas em tudo que está a acontecer.

Vamos ter fé, meu povo.
Vamos construir um mundo melhor, um mundo novo.

Foto de SasukeUchiha

Fada

Senhora fada, que se esconde nas paredes;
A vida é curta e a espera é longa;
As estrela, lá no alto;
Desaparecem com o amanhecer;

Senhora fada, que se esconde nas paredes;
Seu conto acaba de se iniciar;
Começa lá de longe;
Na terra de lugar nenhum;

Onde o vento sopra um som pra lá de conhecido;
Senhora fada, seu amor a muito foi embora;
Oh querida, ouça minha alma e cuide de meu choro;
Porque todas as minhas lagrimas;
Podem criar um rio em meu coração;

A vida é boa;
Tão boa quanto voce quer que seja;

Oh querida, ouça minha alma e cuide de meu choro;
Porque todas as minhas lagrimas;
Podem criar um oceano em meu coração;

Pequena senhora; seu conto tem um fim;
Para o céu, o seu amado foi mandado;
Ele se transformou em faiscas que brilham com as estrelas;
E á noite ele sempre estará lá;

Para cuidar de sua fada;
E assim ele nunca morrerá.

Foto de carlosmustang

...NO TEMPO DE VALSA...

Olhe para mim, ainda estou vivo anjo!
Muitas canções ainda embalam esses sonhos
E ver sua louca vontade de amar, me lisonjeia,
de vida, desejo, e me reinjuvelhecer nessa vida.

A muito venho parado, sem ninguém do lado!
Somente desilusão, a procura de um motivo,
para viver, sem ter, obrigação de estar vivo!
E um doce veneno, é o que mais preciso.

Então continue a dançar, pois se a dança parar,
o mundo se consome em tristeza!
Afinal, o que fazer num mundo sem beleza?

Deixa meu libido, voltar a ser o que era!
Um antro de emoção...
À viver nessa TERRA!

Foto de Graciele Gessner

Pequenas Pérolas do Meu Viver. (Graciele_Gessner)

I. Minha vida foi diferente da que planejei, mas só por isso não desisti de viver. Ando sonhando que terei um grande amor, uma confortável casa e a felicidade do dever cumprido aqui na terra.

II. Sair de nossos labirintos escuros, pois não convém prosseguir num caminho que não tem progresso. Não sejamos um avestruz para se esconder e não ver o que de fato os avanços insistem em nos mostrar.

III. Prestar atenção no que ocorre ao nosso redor. Tendo atenção às pequenas mudanças do nosso dia-a-dia. Não podemos nos tornar prisioneiro da ocasião e sim, libertasse da monotonia do dia.

IV. Um dia a nossa tranquilidade vira uma tremenda inquietação, é preciso tomar uma atitude rápida para reverter à situação. Quando não estamos tranquilos, tudo pode virar um monstro sem controle. Não devemos nos deixar aprisionar pelos outros e jamais deixarmos de viver uma aventura saudável.

V. Quanto mais importante é aquele chocolate para você, mais nos tornamos egoísta e menos desejamos abrir mão dele (isto é fato!).

VI. Aja da sua maneira, mas se possível quebre logo os paradigmas da sua rotina.

VII. Jamais sinta medo de fracassar na vida. Jamais perca as esperanças de um novo caminho. Quando as dificuldades baterem na sua porta, não se irrite e jamais deixe a sua saudável vida por situações problemáticas.

IX. Aprendi que não devemos ficar desapontados se a vida anda sem sabor, pois todos os problemas podem ser solucionados. Ria dos problemas se possível, tenho certeza que vai amenizar o caos.

... Apenas uma pequena lista das "Pérolas do Meu Viver".

19.05.2007

Escrito por Graciele Gessner.

* Se copiar, favor divulgar a autoria. Obrigada!

Foto de Sirlei Passolongo

Para Sempre Te Amo

.

Quero colher flores
Das mais suaves fragrâncias
Brincar de alquimista do amor...
Depois, me vestir de fada encantada
E sobrevoar o entardecer
Enquanto os anjos tecem estrelas
Aguardando a lua acendê-las
Assim, olhar a terra girando
E você no travesseiro sonhando
Ouvirá minha voz sussurrando:
Pra Sempre, Sempre Te Amo!

(Sirlei L. Passolongo)

Foto de Sirlei Passolongo

Venha!

Venha!

Venha comigo, agora,
Olhar estrelas bordando o céu,
A terra girando qual uma bolha...
A lua a dançar vestida de noiva
A Via-Láctea é o anel...
Venha! Dar vida ao branco do papel.
E uma poesia deixar iluminar
Como se fosse um lindo véu.

(Sirlei L. Passolongo

Foto de Carlos Lucchesi

Uma agulha no meio do caminho

Quando eu era ainda bem menino, gostava de rodear meu avô e ouvir suas histórias. E eram tão sábias, que fazia isto sempre que o visitava, naquela velha casa, no interior de Minas Gerais.

Sentávamos a beira do fogão de lenha e, enquanto a lenha ardia no fogo, ele fazia seu costumeiro cigarro de palha e começava a narrar:...

- "Certa vez, dois amigos estavam muito desanimados com as coisas da vida e souberam que andava pelas redondezas um velho sábio, que ninguém sabia sua origem. Assim, decidiram ir até ele e ouvir os seus conselhos...

O sábio os ouviu com atenção e, após alguns momentos de reflexão, disse-lhes que colocaria uma agulha naquela estrada de terra de quarenta quilômetros no meio da mata, que começava logo ali adiante, e que teriam a tarefa de encontrá-la. Saiu assim para realizar o que havia proposto...

O primeiro amigo era um homem sensato, com os pés no chão e logo entendeu que seria uma tarefa impossível de realizar e não pensou muito para recusar a proposta do velho sábio; não perderia seu precioso tempo à procura de uma agulha em lugar tão remoto.

O segundo homem, vendo a decisão do amigo, hesitou a princípio, mas era um sonhador, duvidava do impossível, acreditava nos seus sonhos e decidiu se por a caminho em busca da tal agulha...

Procurou por todo lado; perguntou as pessoas que passavam se haviam visto a tal agulha e caminhou dias seguidos nesta busca...
Alguns lhe ofereceram pousada, outros ajudaram a procurar, tomou o café da manhã com muitos. Brincou de roda e pique-esconde com algumas crianças que encontrou pelo caminho e chegou mesmo a empinar o papagaio que o menino tentava sem êxito.
Quando a tarde caía, banhava-se nas cachoeiras que encontrava a beira da estrada... E nada da agulha!...

Acordava bem cedo, a tempo de ver o boiadeiro tanger o gado e andou na garupa de um deles, que lhe ensinou a tocar o berrante e, neste caminho, gostava de ouvir o som estridente do abrir das porteiras para passar a boiada.
Ouviu o canto dos pássaros e conheceu alguns que jamais pensou que existissem, de tanta beleza. Maravilhou-se com tudo que viu e descobriu o prazer de viver. Contudo, chegou ao final da estrada, sem conseguir encontrar a tal agulha, e retornou ao sábio para dar notícia disso...

Surpreendeu-se quando o sábio lhe disse que, na verdade, jamais havia colocado agulha alguma no tal caminho e que, mais importante que as coisas que buscamos, são as experiências que vivemos, no caminho que percorremos para encontrá-las".

E, concluiu meu avô que, o segundo amigo havia passado pela vida e o primeiro, a vida havia passado por ele...Hoje, possso entender melhor o verdadeiro significado das suas palavras!

Foto de Carlos Lucchesi

Jeep Willys 54

Tio Odilon era mecânico afamado na pequena cidade de Carvalhos, ao sul de Minas Gerais. Tia Marly que me desculpe, mas suas grandes paixões eram mesmo a pescaria de domingo, a cachaça do alambique e o velho Jeep Willys, ano 1954.

Naquele carnaval de 1998, levei um grupo de amigos para conhecer aquela cidade, minha terra natal. Éramos onze ao todo, e formavámos um bom time de futebol. Eu era o capitão e goleiro do time, e sabia mesmo como agarrar! Descobri esta vocação desde cedo, assim que arrumei minha primeira namorada.

Na quinta feira, depois do carnaval, embora já estivéssemos bem cansados pelas farras dos quatro dias; fomos desafiados, pelos rapazes do Muquém, cidade vizinha a Carvalhos, para uma partida de futebol e aceitamos prontamente. Só não nos demos conta de que estávamos nos metendo numa enrascada daquelas...

Tio Odilon logo se prontificou a nos levar no velho jipe, assim que terminasse os reparos necessários. Concordei na hora, pois chamar aquele caminho até o Muquém de estrada seria o mesmo que confundir Monique Evans com Madre Tereza de Calcutá.

Quando cheguei com a turma para ir ao tal jogo, ele ainda dava as últimas marteladas no motor pra ver se encaixava. Nem chave tinha o danado! Teria que fazer pegar mesmo no tranco, mesmo porque a bateria tava mais arriada do que calcinha em filme pornô. Os pneus dianteiros estavam tão carecas que, ele mesmo, batizou o da direita de "Ronaldinho" e o da esquerda de "Roberto Carlos". Estranhei ao ver uma ratoeira armada no assoalho do jipe. Segundo meu tio serviria para pegar alguns camundongos que se escondiam nos buracos dos bancos, mas pelo tamanho dos buracos e do queijo preso à ratoeira, suspeitei que ele havia economizado no comprimento dos bichinhos.

Foi difícil acomodar todo aquele pessoal no velho jipe. Só o Zaias, negro forte de quase dois metros de altura e centro-avante do time, ocupava metade da carroceria. Teve gente que precisou ir com os pés pra fora, e outros, mesmo com o traseiro.
Logo que saimos da cidade o "Roberto Carlos" furou. Alguém gritou: - "Pega o macaco!" Com tanta gente no jipe não havia lugar nem pra camundongo, quanto mais pra macaco! Levantamos o jipe no braço mesmo, enquanto tio Odilon trocava o "Roberto Carlos" pelo "Mike Tyson": nome que nós mesmos demos ao reserva, de tão careca que estava.

Quando tudo parecia resolvido, logo à frente, a gasolina acabou. Foi um desespero geral, mas tio Odilon, na sua sabedoria de mecânico, mandou que pegássemos cana na beira da estrada e torceu o caldo pra dentro do tanque...
E não é que o danado pegou mesmo! Funcionou tão bem que, alguns dos amigos que viajavam na parte traseira, juraram que viram sair algumas rapaduras do cano de descarga.

Logo veio a primeira subida e todo time teve que descer pra empurar o jipe morro acima. Alguém gritou: -"Liga a tração nas quatro rodas!" E quem disse que jipe 54 tem tração nas quatro rodas? Naquele tempo, ter rodas já era considerado um grande avanço tecnológico. Teve que subir mesmo na impulsão dos onze calcanhares.

Na descida seguinte, tio Odilon gritou: - "Desce pra segurar que o freio não agüenta!" No total foram vinte subidas e vinte descidas; sem contar com a que deixamos o jipe desembestar ladeira abaixo de tão cansados que estávamos.
Zaias logo gritou: - "Pisa no freio Odilon!" - "Ta querendo me gozar!", respondeu meu tio. O freio era como cachorro vira-lata: só ameaçava pegar.
O jipe desceu com tanta velocidade que o velho chapéu do meu tio foi acertar uma andorinha desavisada que passava logo acima. E, enquanto o carro descia ladeira abaixo, todos vimos ratos enormes pularem do banco pra fora do jipe e, os que ficaram, foram considerados suicidas.
Tio Odilon segurou-se firme no assento, mas como o assento não estava seguro em coisa alguma, foi jogado pro lado do carona, enquanto o volante girava mais solto e desgovernado do que bambolê em cintura de criança.
Passou com tamanha velocidade num buraco, que ninguém ficou sabendo como ele foi parar no banco de trás.
Aos seus sessenta e cinco anos de idade, achei que aquela seria sua última viagem, mas o danado parecia ter sete vidas...

Chegamos tão cansados ao local do jogo que, um engraçadinho chamou Zaias de "capa do Zorro" e ele não deu nem um tapa no sujeito.

O juiz era do tipo caipira. Alternava na boca o apito e o cigarro de palha, e era tão confuso que ora fumava o apito, ora apitava o fumo.

Ficou combinado que, ganharia a partida, quem fizesse os doze primeiros gols, e logo no primeiro minuto do jogo o juiz apitou um pênalti contra nosso time. Alegou invasão da área do adversário. Não nossa, do jipe, que havia desembestado novamente e invadido o campo.
Como capitão do time, incentivei: - Gente, vamos levantar a cabeça! Foi ai que recebi uma bolada no lugar mais temido numa partida de futebol, e pegou justamente na parte onde eu tinha acabado de incentivar.
Confesso que vi estrelas nesta hora, em pleno meio dia. A batida foi tão forte que o "atingido", da ponta esquerda foi pra direita, já pedindo substituição.
Pela enorme pontaria, percebi que só poderia ter sido coisa do batedor de pênalti do time adversário. Como não sou de levar desaforo pra casa, fui tomar satisfação e levei um tapa no pé da orelha.
Alguém gritou: - "Vai levar um tapa deste e ficar ai parado?" - Claro que não! Respondi. Corri pra bem longe do sujeito, antes que levasse o segundo.

Os adversários eram tão maiores que eu, que um deles me provocou: - "Ué, botaram o gandula pra pegar no gol?" Deixei o dito pelo não dito, quando vi o mascote do time da casa dar um pontapé no traseiro do Zaias, que, a esta altura, já se arrastava em campo.

Pra não alongar mais a conversa, basta dizer que com vinte minutos de jogo, estávamos perdendo de dez a zero e decidi deixar as duas últimas bolas passarem, pra acabar logo com aquele massacre.
Joguei a bola pra dentro da rede tão descaradamente que, em vez de "frangueiro", a torcida já me chamava de "Zé galinha".

Doze a zero foi o placar final e estávamos tão exaustos que nos esparramamos no campo. Mesmo assim, ainda tive forças pra questionar tio Odilon: - Que a gente viesse pra jogar, tudo bem que tava combinado, mas precisava trazer o jipe? ...E ainda tinhamos que carregar ele de volta.
Mas isso é assunto pra uma outra história...

Páginas

Subscrever Terra

anadolu yakası escort

bursa escort görükle escort bayan

bursa escort görükle escort

güvenilir bahis siteleri canlı bahis siteleri kaçak iddaa siteleri kaçak iddaa kaçak bahis siteleri perabet

görükle escort bursa eskort bayanlar bursa eskort bursa vip escort bursa elit escort escort vip escort alanya escort bayan antalya escort bayan bodrum escort

alanya transfer
alanya transfer
bursa kanalizasyon açma