Vazio

Foto de Carmen Lúcia

Momento único (para minha mãe)

Um doce enlevo me conduz à recordação,
trazida pelo vago entre a tarde que morre
e a noite que se anuncia...
Pela nostalgia que se espalha no ar
e pelo espaço vazio entre os dois momentos;
final da tarde e início de noite...
Pelo surgir, de qualquer canto, da saudade
que invade e toma forma,
pra se fazer notar...

Então a vejo...
A tez clara em oposição à contraluz do lugar;
brilho ao mesmo tempo fosco e esfuziante...
Cabelos discretamente dourados,
como folhas de outono, apagadas...
Olhos que me acariciam, me adornam...
E me deito em seu colo
tentando retroceder o tempo...
Queria esse tempo agora!

Utópico pensamento que me consola.
Suas mãos macias em meu corpo
me fazem renascer...
Adormeço com o seu cântico
a me embalar ... e de novo me gerar.

Minha mãe...Eterna morada...
Acordo... enquanto o doce enlevo se desfaz;
olho para o espaço vazio
entre a tarde que se vai
e a noite que ainda vem.
É o momento de a reencontrar...

Carmen Lúcia

Foto de Carmen Lúcia

Amor de mãe(dor sem nome)

No peito, o coração chora...
Em silêncio emite uma oração
levada a todos os cantos
pelo poder da emoção
que transcende o limite das horas,
do tempo, do espaço, do cansaço...
O limite de si mesmo.
Prostra-se ao chão
em sublime submissão,
em forma de cruz, simbolizando Maria,
Jesus!
Há muito o ritual é executado,
desde o dia em que ele fora levado.

Chora sem lágrimas...
O pranto secou
sem estancar a dor que ficou
e sangra a saudade infinita que arde,
queima, persiste, invade.
De joelhos, implora...
Senhor, traz meu filho agora!
O vazio instalado na alma a escora,
o colo que o acalantava ainda balança,
no regaço ainda envolve num abraço, a criança,
que mesmo crescida, sempre o será,
que não estando aqui, sempre estará.
E a voz entoa a velha cantiga de ninar...

Olha para o céu...
A última estrela ainda não se apagou.
Seria um sinal de que ele voltou?
Seria o filho, a estrela que ali se postou?
Transmuta-se para lá
seguindo aquele brilho a lhe guiar.
Amanhece o dia, desfaz-se a magia...
E a dor( sem nome) ocupa seu lugar.

(Carmen Lúcia)

Foto de Eddy Firmino

Homicídio em primeiro grau

Tudo acabou...
Em nada mais que um segundo
Num barulho seco, engasgado
Assim acabou o meu mundo
Tirado, roubado...
Sem poder nem mesmo despedir-me
De todos que havia amado

A sentença foi aplicada sem julgamento
O réu era eu, mas o crime nem foi explicado

Agora ficou o vazio
Que antes por mim era ocupado
A doce lembrança de alguém
Que foi desta vida tirado

(*) Poema dedicado a Francisco Júnior. Grande Amigo. Muitas saudades!!!!

Foto de Lucianeapv

JÁ NÃO SEI O QUE DIGO... JÁ NÃO OUÇO O QUE FAÇO...

JÁ NÃO SEI O QUE DIGO...
JÁ NÃO OUÇO O QUE FAÇO...
(de: Luciane A. Vieira – 25/04/2012 – 05:45h)

Já não sei
Onde buscar a vida
Neste mundo vazio
Que tanto muda
No dia a dia...

Já não sei
Onde procurar o tempo
Tão instável
Nos dias de hoje e
Na vida se estatela livre...

Já não compreendo
As plagas por onde
Caminham meus passos
Tão incertos... Tão inseguros...
Tão palpáveis e mudos...
Tão singelos e fartos...

Já não percebo mais
Por onde estes mesmos passos
Sustentam tudo o que sou
E se desfazem para além
De tudo o que, ainda,
Um dia,
Eu fui...

Foto de Alexandre Montalvan

Beije minha boca

Quantas cinzas deixei no chão
Marcadas com força pelo fogo
Escrita a ferro neste espaço
Expulsas de um pobre coração

Que estranho vazio me toca
Serão as marcas do passado
Palavras saem de uma boca
Ou antes, um quadro pintado

Porque olhas deste jeito
O teu doce é minha seiva
Você não é minha sereia
Eu não sei quem você é

Se tens o fel da verdade
Mostre-me a fria realidade
Abraça-me forte sem maldades
E depois beije minha boca
Antes que os vermes a devorem
Alexandre

Foto de Arnault L. D.

Explicito segredo

As ultimas palavra que falei,
no ultimo instante... E partiu.
Sussurrei ao ouvido, subitamente.
Esperei o limite da borda e pulei,
um flash.. e depois o vazio...
Já apartado, exilado, ausente.

Depois, não sei mais de mim.
Se fiquei, ou sumi, eu não sei...
Fragmentei e me perdi pedaços...
Morto em cumprir daquele, o fim.
Fim de ano, e era setembro...
Somente inércia, se dei uns passos.

No fundo sabia ser verdade
que naquele final se resolvia.
E eu continuaria a amar obstante,
a revelia, na sombra da realidade.
Que de súbito se dissolvia... e ia...
Ela em seu caminho, e eu errante...

As ultimas palavras que falei,
soprei como confidente, um rumor...
Era despedida, mas, não disse adeus,
disse explícito segredo, que deixei,
num ultimo suspirar de amor,
feito apenas aos ouvidos seus...

Foto de Carmen Vervloet

Angústia

Mão que aperta,
comprime o peito.
Lâmina afiada
que degola a alegria...
O laço desfeito,
o vazio no leito,
o fim da caminhada.
No confronto com a morte,
a vida sem norte,
a alma desamparada,
inconformada...
A dor insistente,
agonia presente,
evidente e persistente.

Foto de von buchman

Cet, meu Anjo do meu amar..

Minha vida fica tão sem graça
Totalmente morta,
Sem nenhum valor,
Sem cores, sem natureza,
Um verdadeiro mundo de concreto...
Perde-se a razão de ser e viver
quando você não está aqui
ao meu lado...
Fico triste,
Na solidão,
No leito da lamentação...
O tempo não passa,
o vazio é imenso
fico a vegetar nas recordações
de um amor que perdi....
Eu preciso de você de noite
Eu preciso de você de dia
Eu preciso de você o ano todo
Eu preciso de você por toda minha vida,
Não posso negar que sem você,
Não consigo viver...
Minha cama vazia,
leito de amargura e solidão,
na sua ausência de minha vida...

É um padecer mui lento que arde o peito,
É o retirar de meu coração a cru,
É um punhal que entra mui lentamente,
Perfurando meu peito até atingir meu coração
Levando-me ao mais profundo sofrer...

As lágrimas que vertem do meus olhos,
São como uma nascente de um rio...
Amor amoleça seu coração,
volte para mim...

Os meus poemas perderam a razão de ser,
e o meu viver, vive sem nenhum objetivos...
von buchman

Foto de Carmen Vervloet

E a Vida Continua...

Ontem rios de lágrimas,
a vida em preto e branco,
as cores apagadas no pranto.
Estampada no olhar,
a dor que parecia não passar...

Hoje a saudade que insiste,
a imagem que persiste
bem dentro do coração.
Mas a vida continua
e a alma segue trôpega e nua.

O coração cansado de sofrer
busca nas entrelinhas do alvorecer
motivos para preencher o vazio
da seca que sofreu seu rio
na vazão do fim silencioso e frio.

Foto de Daany

**Quarto vazio**

**E no final eu sempre acabo no mesmo lugar. Um quarto vazio, coberta de meus pensamentos, tentando desvendar a mim mesma tudo aquilo que eu sinto. Estranho? Sim, e muito. Mas as coisas sempre são estranhas. Conhecer a si mesmo não é uma tarefa tão fácil assim é? Pra mim nunca foi. E se pra mim é difícil , para os outros se torna impossível. Não que euseja algo indecifrável , mas a verdade é que é difícil pra qualquer um entender todos os momentos em que eu não sou ‘eu mesma’. E o fato é que existe um vazio. Que tipo de vazio? Ainda não sei, apenas sei que ele existe. Dá pra superar, não?. Eu sempre superei.

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