Nosso amor é como o beijo da serpente.
Anda por entre árvores de tempestades.
Vive como o sonho ambulante de repente.
Não se preocupa com os tititis de inverdades.
Nosso amor é como sono de criança.
Anda na contramão do destino.
Sempre ganha fôlego de esperança.
Nunca morre na boca dum felino...
Sem dogmas do divino vai errante.
Sem pragmatismo histórico vai vivendo.
Vive na plenitude do desejo estonteante.
Esse amor quer encontrar seu posto.
Vive voando nas costas do vento...
Buscando nas suas asas o seu porto.
Busquei por um oásis dentro do deserto
na secura de minh'alma a sede do amor
buscava-te na obscuridade do céu aberto
pegadas na areia tórrida sangravam de dor
caminhei... nessa vida malfadada e cruel
atrás de tua imagem eu perambulava
Açoites do vento assoviando no breu
minha busca em ti que se fragmentava...
vi holocaustos, alucinações nesse martírio
dentro de mim sonhos perdidos na escuridão
dormência... paz... acalento... e o abrigo...
pálpebras fecham-se cansadas nesse desvario
teu nome, num sopro eu desenho na imensidão
nessa miragem, meu corpo no tremor de tua mão.
Por todas as vezes que você contou comigo
Por toda a verdade que você me fez ver
Por toda a alegria que você trouxe para minha vida
Por tudo de errado que você tornou certo
Por todo o sonho que você tornou real
Por todo o amor que eu encontrei em você
Eu serei sempre grata,
Você é aquele que me segura
E nunca me deixa cair
Você é aquele que me viu passar por todas as coisas
Você foi a minha força quando eu estava fraca
Você foi minha voz quando eu não podia falar
Você foi meus olhos quando eu não podia ver
Você viu o melhor que existia em mim
Elevou-me quando eu não podia alcançar
Você pôs fé em mim porque você acreditava
Eu sou tudo o que sou
Porquê você me amou
Você me deu asas e me fez voar
Você tocou minha mão para que eu pudesse tocar o céu
Eu perdi a fé, você a trouxe de volta para mim
Você disse que nenhuma estrela estava fora de alcance
Você contou comigo e eu permaneci forte
Eu tive seu amor e tive tudo
Sou grata por cada dia que você me deu
Talvez eu não saiba muito
Mas eu sei que isto é verdade
Eu fui abençoada porque fui amada por você
Você sempre esteve lá por mim
O vento quente que me carregou
Uma luz no escuro reluzindo seu amor em minha vida
Você tem sido minha inspiração
Através das mentiras você foi a verdade
Meu mundo é um lugar melhor por sua causa
Despentear o mentalmente
impossível de conter em sigilo,
Desdobrar folhas de árvore
doente e prestes a ruir,
Consigo retirar-te em seiva
prestes a confundir-se
com gota de chuva ácida,
Usada na borracha de um
veículo de emoções,
Disposta a rolar em contínuo
na estrada malévola,
A rota de imprecisões de
uma nuvem de fantasmas
já traçou o nosso final,
Seremos um pouso de
vento maldizente,
A puxar tempestadas de amor
plausível e real,....
Nas asas do vento,
Veio um sentimento para ficar.
Todas as dores se foram,
Voaram para longe,
Para destinos inalcançáveis.
Nos sonhos de vida,
A eternidade veio,
Pela mão da esperança,
E trouxe com ela o desejo e a paixão.
E sobre um deserto onde paira a realidade,
A fantasia tomou conta dos nossos corações,
Fez-nos voar mais alto,
Acima das nuvens,
Para além do universo,
Fez-nos delirar nas nossas palavras
Nunca ditas, nunca imaginadas.
A liberdade chegou igualmente,
Por caminhos nunca vistos,
E trouxe paz aos nossos corações,
E como num oceano de paixão,
O amor e o carinho, voltaram a fazer parte da vida,
E assim, o amor chegou...
Enviado por Sonia Delsin em Sex, 31/10/2008 - 12:54
FILHA DO VENTO
Será que não sou filha do vento?
Nasci numa noite de tormento.
Sou filha de Deus, de pais maravilhosos que me criaram com todo amor.
Sei que sou filha deles e do criador.
Mas também sou filha do vento.
Sou viajante do pensamento.
Navego... vôo, flutuo.
Sou assim.
Puro sentimento.
Vivo num mundo à parte.
Neste (o material – o real – ou chame-o de físico) eu procuro mostrar a todos que é muito leve o viver.
Que não podemos sofrer.
Que não vale a pena levar a vida tão a sério.
Todos vamos morrer.
E quem sabe renascer, remorrer.
Sou filha do vento.
Somos sonhos.
Somos pra eternidade um fragmento.
O vento me trouxe uma canção diferente essa manha
pois me fez lhe acordar, sentindo na cama o frio da solidão.
Sussurrou em meu ouvido as frases da tristeza
banhando meu rosto com as lagrimas da emoção.
O vento hoje quando tocou meus cabelos desalinhando-os
me fez lembrar suas mãos suaves tocando meu rosto.
Minhas vistas se turvaram pelas lagrimas que caíram
marcando o chão de terra com o fruto do meu desgosto.
O vento passando ligeiro, sem trégua ou piedade
arrancou flores mortas que jaziam em um velho jardim.
Minha visão tornou-se nublada e acreditei estar sonhando
por não crer que tantos sonhos pudessem ter fim.
Mas o vento não deixava que eu duvidasse de sua força
pois em meu ouvido continuava a triste melodia a cantar.
Falando seu nome como prece sentida no mais alto dos céus
ofertou aos meus olhos a uma nova forma para se expressar.
Assim minhas lagrimas correram soltas ao sabor do vento
fazendo meu peito acompanhar a melodia com tal intensidade,
que o mundo ouviu os soluços do meu pobre coração
quando este entoava os seus versos de amor, ao deus da saudade.
Enviado por Sonia Delsin em Qui, 30/10/2008 - 13:36
UMA JANELA ESCANCARADA
A janela está voltada para o sul.
E o vento a balança tanto.
De olhos pregados no teto sinto o vento.
Abriu-se a janela.
Abriu-se.
Desvio os olhos para as estrelas que tremulam.
Fito a lua que se faz crescente.
Passa cada pensamento pela cabeça da gente.
Me vejo caminhando em direção a janela.
Me vejo a olhar o jardim.
Me vejo no jardim.
De braços dados com alguém do passado.
É sim.
Ele está do meu lado.
E me abraça.
Me enlaça.
Meu coração é uma brasa.
Queima meu peito.
Arde.
Grito.
Tempo, guarde.
Guarde esta lembrança.
Guarde.
As estrelas tremulam.
Minhas carnes pulam.
Estou tremendo.
Sofrendo.
No vazio inglório e inerte, ouço tua voz!
Choro compulsivo em lágrimas secas no leito,
Sufoca-me o ar, nessa demência insone e atroz.
Onde estás? Arranca de mim o que resta em meu peito.
Sem meu corpo efêmero, minh'alma envolta no véu,
Aflição, angústia em ti nessa busca intensa.
Murmúrios deletérios na negritude do céu.
Sombras que sopram ao vento a saudade imensa.
Teu silêncio gélido desgraça meus dias e noites.
Livre do corpo moribunda... Busco-te, meu amor!
Sigo nessa espera intrépida, de abismos e açoites.
Submersa nesse sono letárgico, fico a tua mercê.
Oh! Por que não ouves em meu sonho, o meu clamor?
Estarei eu, morta ou viva? Responda-me, por favor!
(Lu Lena )
CLAMOR DE OUTONO
Vejo apenas alguns fragmentos no retrós
Dos fios que interligam a minha e tua vida.
Ouço o grito insone e saudoso de tua voz
Que desperta - me deste sono para a lida
Sob o zunido desse vento intenso e veloz,
Que me traz lembranças e imagens já vividas
Que revejo em rápido flash de muitos nós
Da nave que singra o mar de tua alma sentida
Trazendo do céu para a terra e a todos nós
A chuva de prata outrora prometida
Cuja luz iluminará as sombras do albatroz
E afastará a ave de rapina que abatida
Fugirá ou cairá aos pés da águia e do condor feroz
Que se postam lado a lado de forma intrépida.