A saudade está tendo um tempero ardente, como uma ferida aberta que precisa urgente cicatrizar. Dias se passaram e continuam passando, e ainda não tenho notícias suas.
Como é agradável quando um casal se ama e estabelece uma cumplicidade entre os dois. Incrivelmente nem sempre é assim, muitos vivem um amor camuflado e sem brilho no palco da vida.
Entretanto, sei que quando fazemos escolhas tem sempre dois lados e juntamente com as suas companheiras consequências. As consequências são simples: causam mais dor ao coração e nos cegam perante os fatos. E, quando percebemos já é tarde, e acabamos descobrindo que cometemos um erro grave. Hoje, tenho consciência de que não criamos um relacionamento correto, penso que nunca deveria ter cometido à falha de omitir certos fatos. São destes erros que pude adquirir o grande aprendizado para a vida.
As mentiras criam desconfianças, e por isso, acredito ter cultivado a minha infelicidade. A minha tão sonhada felicidade talvez nunca venha existir com você, por causa destas atitudes passadas e, hoje, não consigo corrigir, ajustar o seu efeito negativo que ficou nas mentes alheias.
Existe uma resistência pela pessoa que amo, e concluindo, não encontro outra saída do que me afastar. Ah solidão! Este afastamento nunca foi desejado por mim, mas se faz necessário. Tenho noção suficiente que não vou esquecê-lo rapidamente, a falta dele vai ocasionar uma tristeza intensa. A inspiração dos meus escritos bloqueará, e assim, estarei me isolando de tudo.
O que fazer nesta hora de aflição e incerteza?
Em primeiro momento, enfrentar as nossas famílias se quisermos ficar juntos. Caso, isto não ocorra, não tem escolha, devemos terminar oficialmente. É uma hipótese que não anseio, e ambos criaram um grandioso sentimento um pelo outro para jogar tudo ao vento. Dependendo da direção do vento quem sabe possa nos ajudar, ou complicar de vez.
Prefiro o caminho certo, nada de enganos, de mentiras...
Enviado por Paulo Gondim em Sex, 20/06/2008 - 01:30
MEUS AIS
Paulo Gondim
19/06/2008
Meus triste ais não têm fim
Partem da alma ao infinito
No lamento de meu grito
Que ecoa no ar
E se perde na saudade
De quem não quis ficar
E partiu como ventania
Desapareceu nos montes
E se fixou no céu, como astro
Que de longe ilumina a noite
E o mesmo vento como açoite
Me tortura, sozinho, no meu claustro
E comigo, meus ais
No soluço de quem ama
Que aos céus eleva o peito e clama
Por um pouco de carinho
Pela presença reclamada
Que se fez ausente, da pessoa amada
Assim são meus ais
Muito mais tristes, mais doídos
Abafados no peito, retraídos
Amarrados na garganta como nó
Na angústia constante de um coração só
Que já não sente o calor do afeto
E nem sequer a esperança de te ver por perto
Enviado por Sonia Delsin em Qui, 19/06/2008 - 14:53
A GAROTA DO BALANÇO
Eu a alcanço.
A garota do balanço.
Cabelos compridos...
Ao vento.
Ela no balanço toda cantoria, fantasia e pensamento.
Tão bonito seu voar.
Alturas alcançar.
No imaginar.
Esta menina travessa no meu coração para sempre vou guardar.
Esplendorosa lua
Círculo luminoso num céu escuro
Que luz intensa
Sinto por momentos que me quer falar
Tal é a intensidade com que está a brilhar,
Observo-a atentamente
Enquanto sinto que me acaricia o vento
Empurra me docemente
Me rodeia e envolve
Num abraço carinhoso
Ergo meus olhos para o céu
Num agradecimento silencioso
Por nesta noite os ter ao meu lado
A lua para conversar o vento para me reconfortar,
Rebelde, como só ele,
Empenhasse nos meus cabelos
Que pouco a pouco se vão desprendendo
Parecendo uma vela ao som da agitação de uma Caravela,
Os grãos da areia fria
Escapam se por entre os dedos
Pisados, por vezes acariciados
Recebem os raios do sol, as gotas da chuva
Sem qualquer protecção, ali ficam à mercê da vida,
Surpreendentemente desperto dos meus pensamentos
Para o chamamento do mar
Que sorrateiramente molha meu corpo
Batendo em retirada mas não sem antes beijar a sua areia amada,
Cessou o barulho dos carros
Extinguiram se as luzes das casas
Mas falta me a vontade de voltar ao lar
Pois é a solidão,
Que com um sorriso me recebe
No meu regresso…
Amar assim, sem jeito de ser,
Sem paixão na alma,
Sem vento nos meus cabelos,
Amar dessa forma,
Sem pedir nada em troca,
Sem sentir a solidão dos dias que passam.
Amar sem tempo,
Que se perde no infinito,
Que se transfigura, em almas
Que nunca se perdem.
Amar, sem sentir o coração,
Que se quebra em cada batida,
Que se transforma a cada momento.
Amar dessa forma,
Nessa loucura desenfreada,
Nesse medo inconstante,
De perder o que não existe.
Amar assim,
Sentindo o peso do corpo,
Das bocas coladas,
dos corpos unidos.
Nesta paixão louca,
Que me leva para mundos estranhos,
Que me leva para segredos guardados,
E transformados pelo tempo,
Não é mais que um amor eterno,
Que nasceu e morreu em mim!
Teus poemas em meu corpo já estão tatuados
enraizados em minh'alma e no meu coração
para toda eternidade serão lembrados
num só tempo e espaço e além da imensidão...
Levo comigo teus singelos e poéticos escritos
em minha divagação que é pueril éterea e alada
vai junto emoldurado o amor platônico e aflito
acoplado na dor de uma saudade imanizada...
Nesses teus versos que transbordam desejo e emoção
jorrados em fagulhas ardentes de volúpia e paixão
como águas das vertentes que se perdem pelo rio...
sinto-me inebriada e fugaz nesse louco desvario
e proclamo aos mensageiros e aos habitantes do vento
que tenham sempre o desvelo desse intrínseco momento...
EMOLDURAS
Emolduras com tua face o meu vídeo-poema
É acalanto p’ra minh’ alma e a recordação
Que terei para sempre de teus lindos poemas
Que me consolarão quando o meu coração
Sentir saudade de ti e os estratagemas,
Não permitirem em vida a elaboração
Dessas suaves e singelas poesias com temas
D’ amor que insiro para ouvir nessa canção
E a verei na tela do meu próprio cinema
Particular que ora faço e com emoção
Guardarei em mim sem maior problema
Gravada na mente as idéias e a emanação
Destes nossos sentimentos que sem dilemas
Eclodem neste manancial de inspiração