Vento

Foto de jean araújo

Hiato

Teus olhos despediram-se dos meus para sempre.
Fez-se maior a solidão
naquele adeus que se sabia definitivo,
menos para o coração,
que nunca aceita o fim.

E eu, que não acreditava em anjos,
arrecadei em ti perfeições suficientes
para trair minha opinião.

Só agora compreendo que muitos guerreiros,
ao longo de toda História,
não se tornaram mitos imortais
por ignorar, em algum momento,
que mesmo por detrás das coisas frágeis
gigantes de pedra se modelam.

O vento beija as rochas
e no seu carinho as destrói...

Foto de KarlaBardanza

Devadasi Amando...

Seda pura, mirra, henna,
sari, kajal, o Taj Mahal...
Sou eu e você na Índia
em alto astral.
Danço Odissi...
Quem te disse
que a Índia não é aqui?
Sou uma devadasi.
A tua face é música carnática...
Enfática te grito flores,
odores, incenso de jasmim.
Você é tudo, enfim.
Meu mundo é essa viagem
de colares, xales e beleza.
A Índia é uma princesa
de cabelos perfumados.
É um templo de deusas e poesia.
Sou eu beijando o teu dia,
com ares de sonho e silêncio.
Divindades, véus e céu...
sou eu te mostrando a vida
por um novo lado.
E nesse instante, nosso sonho é inventado.
Tâmara, româ, especiarias...
Onde irias se não fossem
meus braços de espera?
Mudras e mantras...
Onde irias sem essa
que te encanta?
Minhas mãos e pés pintados de vermelho...
Veja-me neste espelho.
Sou eu com minhas pulseiras,
e tornozeleiras de guizos.
Te aviso,meu tudo...
Nosso mundo cabe entre o beijo e a noite...
Minha alma floresce
e te oferece uma guirlanda de amor.
Abra as mãos.
Entenda o rito.
Abra seu sorriso de erva-doce
e abrace este aroma de canela.
Te devoto esta dança...
Te ofereço esta canção...
Sou eu esta pérola no teu coração...
Lírios de luz e vento,
finas sedas, diamantes de sol...
sou eu me revelando como um girassol...
Sou eu dançando Bharatanatyam...
Sou eu te amando,hoje, sempre
e mais amanhã...
Namaskar,Namaste...
A Índia...eu e você...

Karla Bardanza

*As devadasis eram dançarinas agregadas aos templos hindus e devotadas exclusivamente à adoração do deus Shiva, o “Supremo ator”. Oferecidas ainda meninas aos templos por seus pais, eram consideradas esposas do deus e, de fato, se casavam com ele em uma cerimônia semelhante ao casamento tradicional indiano. Eram educadas por grandes mestres na arte da dança e se apresentavam nas cerimônias do templo.
* Odissi e Bharatanatyam são estilos coreográficos de dança indiana

Foto de Remisson Aniceto

Estrela

Minha amada,
tu és como as estrelas,
seixos soltos no espaço,
fragmentos pentangulares brilhantes
vagalumeando minhas retinas.
Minha flor,
tu és como as estrelas,
vagas, distantes, quase inatingíveis,
mas reais!
Minha rosa,
tu és como as estrelas,
pingentes de ouro
no colar de safiras do céu.
És como pluma,
algodão que o vento leva.
Meu anjo,
tu és como as estrelas,
sonho meu de ser
o sol, a lua, o céu...

Foto de Remisson Aniceto

Para ver-te

Estás inteira dentro em mim.
Basta para tanto um pensamento.
A ilusão da esperança faz-me viver:
a mentira bem contada satisfaz...
Não te vejo há muito, há muito
e muito tempo...
Talvez nunca te tenha visto,
mas minha mente diz o contrário,
insiste com argumentos que a razão
não ousa combater.
Não é preciso que estejas aqui...
O vento acaricia com mãos invisíveis
e és parte dele, atravessando as frinchas,
sussurrando delícias aos meus ouvidos.
Não é preciso que estejas aqui, não...
Para que eu te veja, bastam-me
os olhos do pensamento...

Foto de Ednaschneider

Respostas

Respostas

Estou deserta, porta aberta.
Você se foi
Onde estarás?
Estou em prantos,
Com quem andarás?
Vejo no tempo...
as respostas
Vejo no vento
e aqui...
em mim...
esse sentimento, que uiva,
e chora o mesmo lamento de outrora.
A dor não me vira às costas.
Nem mesmo assim, tenho as respostas.
Estou vazia, noite fria!
Onde estarás?
No silêncio da noite que arrepia
e faz a alma chorar,
sinto que ainda
continuo a te amar.
E a me confundir...
E a buscar...
as respostas
que só você pode me dar.
Mas a porta aberta, a mente deserta, a dúvida é certa...
Minhas lágrimas são o sinal de alerta...
..que você não vai voltar. *

* Este Poema é de dupla autoria:
Joana Darc Brasil
Karla Bardanza

(Direitos reservados às mesmas)

Foto de @nd@rilho

TEMPO DE LUXURIA

O sol irradiando sua majestade,
O vento frio soprando em meu rosto,
Caminho a passos lentos,
Por entre árvores,

Pássaros cantam ao meu redor,
Liberto meus pensamentos,
Que viajam leve e longe vão,
Sem pressa nem culpa,

Retorno ao passado,
Em um tempo tomado pela luxuria,
De corpos entrelaçados,
De gozo profundo,

Amores momentâneos, vividos intensamente,
Não lembro de seus rostos,
Mas guardo-os com todo carinho,
Estampados no vitral de minh’alma !!!!

Foto de Carmen Lúcia

Cara e coroa

Sou a mais viva cor do arrebol,
Também a nuvem negra que encobre o sol.
Sou um gesto nobre de carinho,
Também o frio incesto de seu ninho.
Sou a calma de um mar tranqüilo,
Também sou um furacão bravio.
Sou outono e vento que vêm desfolhar,
Também a primavera e o frescor a aflorar.
Sou a branca paz que pacifica,
Também o arsenal que mortifica.
Sou a moça pura,acervo de poesias,
Também a prostituta das noites vadias.
Sou a bênção que a alma refaz,
Também a maldição de ancestrais.
Sou a seca do sertão agreste,
Também a chuva fina que umedece.
Sou luz,sou chama,sou clarão...
Também sou trevas,sombras e escuridão.
Sou tudo isso que me mostra,
Cara e coroa...
Quem aposta?

Foto de cathy correia

Quero...

Quero navegar
No verde dos teus olhos
E perder-me em Primaveras desencontradas.
Deixar-me fluir
Lenta
Vagarosamente
Nas tuas mãos
Conhecedoras de prazer.
Deixar que o vento fresco de Outono
Traga carícias ousadas
Inimaginadas.
Ser tua
Ter-te meu...
Sem pressas nem tabus!

Foto de cathy correia

Barcos

Barcos que descem
E sobem o rio
Baixam as redes
Varrem-lhe o leito...
Numa luta imensa
Que perdura na noite fria
Num movimento
Pausado,perfeito.
Barcos parados
Pássaros de velas ao vento
Âncora que repousa no fundo.
Água que beija um casco
Acariciando as tábuas
Num sussurro
Ligeiro e profundo.

Foto de Remisson Aniceto

Poema do só

Viver não me importa:
minha Rosa está morta!

Secou no jardim
com falta de mim.

A vida em comum
fez nós dois sermos um.

Ela partiu ontem à tarde:
fiquei só a metade.

Aspiro o tormento
que vem com o vento.

Perdi minha calma:
fugiu com sua alma.

A morte é a esperança,
não quero a lembrança.

Voltar não resolve,
sua vida não volve.

Ficar não consola,
a dor me assola.

Seguir é inútil
na estrada tão fútil.

Quero que anoiteça
e não mais amanheça.

Viver não me importa:
minha Rosa está morta!

Páginas

Subscrever Vento

anadolu yakası escort

bursa escort görükle escort bayan

bursa escort görükle escort

güvenilir bahis siteleri canlı bahis siteleri kaçak iddaa siteleri kaçak iddaa kaçak bahis siteleri perabet

görükle escort bursa eskort bayanlar bursa eskort bursa vip escort bursa elit escort escort vip escort alanya escort bayan antalya escort bayan bodrum escort

alanya transfer
alanya transfer
bursa kanalizasyon açma