Vento

Foto de Maiakovsky

Contrato

Estive a pensar em ti como lua violada,
Ou como vício brotado em circunstâncias,
Pedras de barro, tuas ruas e rios carnosos.

Denigre a imagem de teu resto sem nome;
Apelo à fantasia estarrecida da memória,
Ao pacto com a sombra fugidia no vento.

Salto sorrateiro como tempestade sobre ti.
Meus olhos vêem e vão atribulados e firmes,
Tocam teu mundo reservado ao efêmero,
Um pedaço de ti, flores regadas pela noite.

Partistes ao sereno timbre do hálito promissor,
Ao som das paisagens e da chuva festiva.
Assinei um contrato insano com teu olhar:
Tê-lo por momentos, tê-lo sem o possuir.

Foto de Carmen Lúcia

2ºConcurso Literário(Tema Livre)Curriculum Vitae

Meu nome: Poema Luz...
Sou taurina, a arte me fascina, me seduz...
Interligada aos recônditos profundos
Conectada às belezas, às delícias do mundo.
Sou gozo e conforto, valorizo o viver bem...
Preservo o que é valioso e o que mais convém...
Movo céus e terras em prol dos que não têm.
Sou sensível, vulnerável, flexível...
Assoberbam-me as excelências da vida,indefinida...
Suscetível a mudanças, maleável a relevâncias,
Para mim, luar é palpável, estrela...transitável,
Como a umidade do ar... penetrável.
Desfruto os cheiros das plantas que crescem a cada dia,
As gotas de orvalho e o sol das manhãs que se anuncia,
Sou levada ao paraíso pelos meus sentidos,
Libero sentimentos, não os quero contidos.
Só me detenho quando a minha frente
Me deparo com as limitações de minha mente
Mergulhada na imensidão de minhas infinitudes.
Desconheço as leis, meu bom senso me basta,
Ele é quem comanda meus atos,
Me ensina a discernir os fatos
E das iniqüidades me afasta.
Sou calma...até lenta no agir,
E nada temo, nada me faz fugir...
As minhas imperfeições procuro assumir.
Repudio a superficialidade,excessiva vaidade,
Embalagens que o tempo extermina,
A essência do conteúdo é o que predomina
E o que já passou pela prova do tempo...
Raízes que não apodrecem, nem leva o vento.
Meus bichos e plantas me cobram carinho
E eu me aconchego qual pássaro no ninho.
Suave, sensual, me perco de amores, me excitam os pudores...
Sou frágil cristal, sou mulher fatal, sou porto seguro,
Choro as emoções, absorvo paixões, sou ancoradouro...
Anseio o novo, me perco a olhar o que está por chegar.
Pacienciosa, aguardo o amor me chamar...
Estou apta para amar!

Foto de tathaaa

Noite fria

A lua está tão linda
O vento tão frio, triste!

Meus olhos seguram uma lágrima
Meu coração apertado chora!

As estrelas se escondem,
O vento frio me assusta
O silêncio me afringe!

O seu amor vai pra longe
Vôa cada vez mais
A sua volta eu não sei, desconheço!

Tenho frio, medo, mais ninguem!
Cadê você, onde está?

Será que está pensando em mim?
Sentindo o vento?
Olhando a lua?
Procurando as estrelas?
Aonde você está?

Foto de tathaaa

Anonimato do Mar

Como posso "amar" tanto
Um alguém que apenas
Passou por mim em cinco dias?

Cinco dias maravilhosos, belos!
Dias que jamais esquecerei
Você meu anonimato tá guardado
Tão bem guardado que nínguem vê!

A serra nos separou,
Mais uma vez o vento me robou,
Robou mais um amor!

Mais você, meu anonimato
O vento pode levar, a moça te beijar!
Mas não me importo, pois o que vivemos
Nem o tempo pode apagar
Meu anonimato do Mar!

Foto de Mimizinha

Saudade

Quando estiveres só, e a saudade vier ao teu encontro e bater forte em teu coração:
Olhe para o céu, as nuvens são meu colo, sinta como se estivesse se aconchegando em mim.
O sol é o calor do meu corpo quando estamos juntinhos nos amando.
A chuva são minhas lágrimas que saem da minha alma e rolam em meu rosto quando me emociono com nosso amor.
O céu azul mostra um dia alegre, e é como o sorriso que demonstro quando estou contigo.
A leve brisa são os meus sussurros, que digo levemente ao seu ouvido.
O vento são meus carinhos que percorrem por todo o seu corpo lhe trazendo pequenos arrepios.
A lua iumina você assim como meu olhar se ilumina quando estou contemplando seu belo sorriso.
E enfim quando olhares para a imensidão de estrelas que existem no céu, cada uma delas manda um beijo meu de saudade, pois neste momento também estarei pensando em ti...

Foto de Fatima Cristina

Camisa Branca!

Assim que cheguei à porta de casa percebi que estavas lá dentro. Rodei lentamente a chave na fechadura e nessa fracção de segundos fui assaltado por mil pensamentos. Estarias mesmo ali? Ao fim de tantos meses, depois de um silêncio tão grande? Claro que sim! O aroma do teu perfume é inconfundível e desde que cheguei ao Hall que fui invadido por ele.
Lentamente abri a porta e, como eu desejava, à minha frente estavas tu. Exactamente como sempre te imaginei. Tinhas a minha camisa branca vestida. Adoro ver-te com ela. E tu sabes disso, por isso a escolheste. As mangas levemente dobradas deixam ver a candura da tua pele, os botões, meio abertos, meio fechados, insinuam a curva do teu peito, a brancura do tecido deixa ver os contornos do teu corpo. Atrás de ti, e devido à claridade que entrava pela janela, visualizei a tua lingerie preta, as tuas pernas, e lá estavam as meias-ligas (huumm que sempre achei tão sexys).
Olhei-te nos olhos e percebi que lias os meus pensamentos. Tive vontade de te tirar a camisa branca, de te despir, de fazer amor contigo ali, no hall de entrada, e matar assim, todos os desejos, todas as saudades que tinha tuas. Mas tive medo de te assustar… (talvez por também eu estar assustado).
Aproximei-me, abracei-te com suavidade, com medo que fosses uma miragem e que eu estivesse a delirar. Com medo de te apertar com força e que tu te dissipasses como uma bola de sabão. «- É bom ter-te aqui.» Foi a única coisa que sussurrei enquanto senti o meu rosto tocar no teu. Senti o teu corpo tremer. Nunca percebi se tremias de frio, porque lá fora a neve baptizava os incautos que passeavam na rua, e tu vestias apenas a minha camisa branca, se tremias de emoção por me sentir ali tão perto. Não sei quanto tempo durou aquele abraço, mas senti que podia continuar assim o resto da noite… o resto da vida… e enquanto o abraço durasse, sabia que não ias voltar a partir.
Desprendeste-te do meu abraço e levaste-me para a cozinha. À minha espera estava uma mesa requintadamente preparada. Não esqueceste a elegância da toalha, a magia das velas, o meu vinho e o meu prato favoritos. Durante o jantar falaste de trivialidades e eu olhava-te sorridente e conversadora, com a minha camisa branca, e senti que não te podia voltar a perder, e que o teu lugar era ali.
Fui preparar o café. Continuei a observei-te e percebi que apesar do teu corpo estar ali tão perto, o teu espírito tinha-se ausentado. Vi o teu olhar perdido na janela, observando a Vida a fluir lá fora. Num flashback recuperei a memória dos dias em que te perdias na paisagem da minha janela.
«- É bom voltar a estar aqui.» Disseste, parecendo regressar. Por um momento senti a tua voz embargada e pensei que estivesses a chorar. Olhei-te novamente. Lá estavas tu, debruçada sobre a janela, com a minha camisa branca… e à contra luz voltei a ver os contornos do teu corpo…a tua lingerie preta… a renda das tuas ligas…Como uma trovoada inesperada de Agosto, aproximei-me de ti e tomei-te de assalto. Não pedi licença, não me fiz anunciar, tomei o teu corpo, no meu corpo, porque é meu, porque me pertence, porque ardia em desejo, porque quis fazer amor contigo desde que te vi ao entrar. E tu, entregaste-te como sempre fizeste, sem perguntar como nem porquê, deixaste-te ir como um rio que corre para o mar, como a folha que se deixa guiar pelo vento. E enquanto a neve gemia ao tocar nos vidros lá fora, tu gemias de prazer nos meus braços.
Fizemos amor ali, na mesa da minha cozinha, com a minha camisa branca a testemunhar aquela união dos nossos corpos. Levei-te para o quarto, para aquela cama tão fria desde que foste embora. Fizemos amor o resto da noite, como se quiséssemos recuperar todo o tempo perdido, como se tivéssemos medo que o tempo ainda nos voltasse a separar.
Adormeci exausto. Adormeci feliz. Estavas ali outra vez, em minha casa, no meu quarto, na minha cama, protegida pelos meus lençóis.
De manhã acordei… sozinho… uma brainstorming assolou os meus pensamentos. Teria sonhado contigo? Terias realmente estado ali? Teria feito amor contigo? Sinto tanto a tua falta que já não distingo os sonhos daquilo que é a realidade… mas parecia tão real… Fechei os olhos na esperança de voltar a sonhar contigo, aninhei-me no teu corpo imaginário, deslizei as minhas mãos pelo espaço que naquela cama te pertencia e senti, debaixo da almofada algo que me era familiar… Esbocei um sorriso. Levaste novamente o teu ser, o teu corpo, a tua alma, mas deixaste o teu perfume… na minha camisa branca.

Foto de Cecília Santos

MINH'ALMA

Eis-me aqui.
Entregue ao sabor do vento.
Que desnuda-me a alma.
Que beija-me as feridas.
Tornando-as só cicatrizes.
E aqui prostrada,fico a mercê
Das suas carícias.
Que inebriam-me,
Que fazem-me desejar.
Que essa brisa,não cesse.
Que os meus sonhos alcancem,
Onde eu não posso alcançar.

Onde andas,oh! minh'alma gêmea!

Minh'alma despida de pudores,te espera.
Anceia pelo seu afago.
Pelo seu abraço em fim,
Alma peregrina,que busca.
No sopro do vento,sua metade encontrar.
Metades que se completam.
Que fundem-se em uma só.
Que riem,o mesmo riso,
E choram,os mesmos ais.
E que se abraçam por fim!

Foto de tchejoao

Me Abraça!

Ah, meu amor, me abraça! Me abraça!
E deixa o calor do corpo teu
No meu, agora, que a vida nos desenlaça.

Ah, meu amor, me abraça! Me abraça!
Antes que o dia nasça e o sol
Te leve para sempre, para longe de mim.
A lenta ronda da lua alta
Já vai cumprindo a sua jornada,
E o doido vento da madrugada,
Sem dó, empurra a noite para o fim.

Ah, mas antes que me deixes, aqui,
Neste degredo, me abraça, mais uma vez, me abraça!
Para que teu cheiro fique no meu cheiro,
E eu te respire a cada segundo que viver.

Vê estas mãos, agora tão vivas e cheias de ti?
Pois elas mesmas te mostrarão – quando voltares –
As infinitas mortes que vivi!
Estas mãos, mesmas, que colhem flores,
Sustentarão a espera, e todas as dores,
Tecendo histórias, cheias de amores,
Com a lã de pura e fina memória,
Produzida nas horas em que estavas aqui.

Ah, tivesse minha alma braços
E também ela te abraçava!
Porque a tua ausência pesa e
É sempre tão longe para onde vais...

Não tivesse, eu, a certeza de que voltavas...

Ah, saudade! Saudade!
Que seja efêmera a tua eternidade!

Amado corpo meu,
Agora, que o nosso amor vai embora,
Fiquemos em silêncio...

Foto de @nd@rilho

AMOR DE VERÃO

Ainda lembro, a ultima vez que a vi,
Era o fim do verão, a beira mar,
O vento abrandava o calor do sol,
O silêncio que imperava nos dizia tudo,

Aquela paixão de adolescentes,
Que vivemos intensamente,
Cada segundo daquele saudoso,
Os “eu te amo” sussurrados ao ouvido,

Os longos e apaixonados beijos,
Carinhos trocados por horas,
As noites quentes de corpos entrelaçados,
Os risos, enfim cada instante daquele verão,

Chegara ao fim, junto com a estação,
Aquele sentimento de vazio,
Foi tomando conta do peito,
A emoção da despedida, roubava nossas palavras,

Aquele abraço apertado,
Aquele beijo demorado,
Selou o maravilhoso verão,
Que descobri o que é amar ! ! ! !

Foto de Minnie Sevla

Solidão

Alma como trapo ao vento.
Dor de campos que já foram floridos
E ver secar cada rosa que abriu
E ver cair a solidão e o tempo

Lago de hortências a flutuar
Desamparo de um coração a chorar
Solidão que acompanha e se faz sombra
Num dia de luz, numa noite de luar

Multidão, vozes que soam indefinidas
Olhos que se cruzam, braços que se abraçam
Beijos apelantes de Judas se estilhaçam
Numa alma triste que se arrasta ferida

Esperança sobe ao céu, dá voltas ao mundo
Desce os mares, atravessa oceanos
Reflete no azul uma cor sem sentido
Solidão que aflora na pele e vem lá do fundo...

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